Edgar Allan Poe

Edgar Allan Poe Edgar Allan Poe (Boston, 19 de janeiro de 1809 – Baltimore, 7 de outubro de 1849).

Este famoso escritor americano se celebrizou, no século XIX, por suas histórias mórbidas e fantásticas. Edgar Allan Poe nasceu em Boston, em 19 de janeiro de 1809, filho do ator David Poe Jr, que abandonou a família em 1810, e da atriz Elizabeth Arnold Hopkins Poe. Em 1911, o destino reservou um duro golpe para o menino e seus irmãos, quando sua mãe morreu de tuberculose. As crianças foram recolhidas por pessoas da família e Edgar acabou encontrando abrigo na casa de Francis Allan e o seu marido John Allan, um mercador de tabaco bem sucedido de Richmond, que nunca o adotou legalmente. No entanto, as dificuldades do início da vida provocaram um permanente pessimismo e um espírito macabro que o acompanharam até sua morte.

Poe estudou na Inglaterra durante sua juventude, mas logo voltou aos Estados Unidos, onde frequentou as Universidades de Charlotteville e Virginia. Porém, não conseguiu se enquadrar nos rígidos padrões da época e acabou expulso da Universidade de Virginia. Devido a desentendimento com seu padrasto relacionado  à dívidas de jogo, alistou-se nas forças armadas com o nome Edgar A. Perry, e foi para a Grécia lutar contra os turcos. Na volta, alistou-se no Batalhão de Artilharia e acabou conseguindo uma indicação para a Academia Militar de West Point. No entanto, nessa época, sua cabeça estava voltada para a poesia e após publicar o seu primeiro livro de poemas, Tamerlane and other poems, by a Bostonian, decidiu abandonar a carreira militar. Em 1833, ganha o prêmio do jornal Philadelphia Saturday Visitor com o seu conto “Manuscript found in a bottle”. O diretor do jornal, com penalizado pela miséria e a depressão em que o escritor vivia, conseguiu-lhe um emprego no Southern Literacy, onde ele fica pouco tempo ,pois se tornara alcoólatra.

O casamento com sua prima Virgínia, de apenas 13 anos, fez Edgar ficar mais confiante. Ele começou a trabalhar em diversos jornais em Nova Iorque e Filadélfia. Em 1840, publica sua primeira coleção de contos, Tales of grotesque and arabesque e “Os crimes da rua Morgue”, apresentando a figura do detecive Dupin, antecessor na literatura do Sherlock Holmes, de Conan Doyle.

Mas o destino outra vez surpreende o escritor. Sua mulher é atacada pela tuberculose, doença que matou seus pais. Edgar volta ao alcoolismo e se relaciona com Frances Osgood, para tentar esquecer sua dor familiar. Em 1847, com a morte de sua mulher, Poe se afunda num estado de profundo desespero e passa a viver em constante embriaguez e abuso de ópio. Aos 40 anos, numa taberna, em Baltimore, Edgar Allan Poe passa mal sofrendo de delirium tremens em virtude do consumo exagerado de ópio. Acaba assim falecendo três dias depois num hospital. Era sete de outubro de 1849.

Nunca foram apuradas as causas precisas da morte de Poe, sendo bastante comum, apesar de incomprovada, a ideia de a causa do seu estado ter sido provocada por embriaguez. Por outro lado, muitas outras teorias têm sido propostas ao longo dos anos, entre as quais: diabetes, sífilis, hidrofobia, e doenças cerebrais raras.

Poe escreveu novelas, contos e poemas, exercendo larga influência em autores fundamentais como Baudelaire, Maupassant e Dostoievski. Admite-se hoje que a culminância de seu talento dá-se no gênero conto. Suas histórias curtas podem ser classificadas tematicamente em dois grupos principais:

a) contos de horror ou “góticos”.

b) contos analíticos, de raciocínio ou policiais. Escreveu também contos de humor e contos que anteciparam o que hoje se chama “ficção científica”.

Os contos de horror ou “góticos” apresentam invariavelmente personagens doentias, obsessivas, fascinadas pela morte, vocacionadas para o crime, dominadas por maldições hereditárias, seres que oscilam entre a lucidez e a loucura, vivendo numa espécie de transe, como espectros assustadores de um terrível pesadelo. Muitos destes relatos ainda causam calafrios nos leitores modernos. Entre eles destacam-se O gato preto, Ligéia, O coração delator, A queda da casa de Usher, O poço e o pêndulo, Berenice e O barril de Amontillado.
Os contos analíticos, de raciocínio ou policiais entre os quais figuram os antológicos Assassinato de Maria Roget, Os crimes da Rua Morgue e A carta roubada, ao contrário dos contos de horror, primam pela lógica rigorosa e pela dedução intelectual que permitem o desvendamento de crimes misteriosos. É o início do que se convencionou chamar de literatura policial.

Poe não foi apenas um notável contista. Foi também o primeiro grande teórico do gênero, ressaltando no conto três elementos básicos: a estrutura centrada num efeito único, o valor dominante do clímax (o desfecho do conto) e o despojamento da expressão. Aliás, a linguagem das histórias curtas de Poe é elevada, porém direta, apresentando diálogos de grande força dramática que conduzem o leitor por um mundo labiríntico e asfixiante.

Enquanto os demais autores se concentravam no terror externo, no terror visual se valendo apenas de aspectos ambientais, Poe se concentrava no terror psicológico, vindo do interiorde seus personagens.
Estes sofriam de um terror avassalador, fruto de suas próprias fobias e pesadelos, que quase sempre eram um retrato do próprio Poe que sempre teve sua vida regida por um cruel e terrível destino. Não há conto algum de Poe narrado em terceira pessoa e é sempre “ele” que vê, que sente, que ouve e que vive o mais profundo e escandente terror. São relatos em que o delírio do personagem se mistura de tal maneira à realidade que não se consegue mais diferenciar se o perigo é concreto ou se trata apenas de ilusões produzidas por uma mente atormentada.
Numa época em que começava a se desenvolver o espiritismo na América do Norte, Poe se valhe desses argumentos e povoa suas obras com novas sensações e angústias onde reencarnação, hipnotismo ou mesmerismo eram quase sempre presentes. Mas em todos os contos, ou em quase todos, sempre há um mergulho, em certas profundezas da alma humana, em certos estados mórbidos da mente, em recônditos desvãos do subconciente. Por isso mesmo a psicanálise lança-se com afã ao estudo da obra de Poe, porque nela encontram exemplos em grande quantidade para ilustrar suas demonstrações. Independentemente, porém, desses aspectos, o que há nela é um talento narrativo impressionante e impressivo, uma força criadora monumental e uma realização artística invejável, que explicam o ascendente enorme que até os nossos dias exercem os contos de terror de Edgar Allan Poe.


Fonte: Cia. dos Mistérios


OBRAS
Poesia
Al Aaraaf (1829)
Alone (1830)
An Enigma (1848)
Annabel Lee (1849)
The Bells (1849)
Bridal Ballad (1837)
The City In The Sea (1831)
The Coliseum (1833)
The Conqueror Worm (1843)
A Dream (1827)
A Dream Within A Dream (1827)
Dreamland (1844)
Dreams (1827)
Eldorado (1849)
Elizabeth (1850)
Eulalie (1845)
Evening Star (1827)
Fairy-Land (1829)
For Annie (1849)
The Happiest Day, The Happiest Hour (1827)
The Haunted Palace (1839)
Hymn (1835)
Israfel (1831)
The Lake. (1827)
Lenore (1831)
The Raven (1845)
Romance (1829)
Serenade (1850)
The Sleeper (1831)
Song (1827)
Sonnet- To Science (1829)
Sonnet- To Zante (1837)
Spirits Of The Dead (1827)
Stanzas (1827)
Tamerlane (1827)
To — (1830)
To — — (1829)
To F– (1835)
To F–S S. O–D (1835)
To Helen (1831)
To Helen (1848)
To M– (1830)
To M.L.S. (1847)
To My Mother (1849)
To One In Paradise (1834)
To The River — (1829)
Ulalume (1847)
A Valentine (1846)
The Valley Of Unrest (1831)

 

Prosa

Artigos

Criticism (1850)
The Daguerreotype (1840)
Marginalia (1844-49)

Romances e histórias longas

The Gold-Bug (1843)
Hans Phaall (1850)
The Murders In The Rue Morgue (1841)
The Mystery Of Marie Roget – A Sequel To “The Murder In The Rue Morgue” (1850)
The Narrative Of Arthur Gordon Pym Of Nantucket (1850)

Contos

The Angel Of The Odd- An Extravaganza (1850)
The Assignation (1834)
The Balloon-Hoax (1850)
Berenice (1835)
The Black Cat (1843)
Bon-Bon (1850)
The Business Man (1850)
The Cask Of Amontillado (1846)
The Colloquy Of Monos And Una (1850)
The Conversation Of Eiros And Charmion (1850)
A Descent Into The Maelstrom (1841)
The Devil In The Belfry (1850)
Diddling – Considered As One Of The Exact Sciences (1850)
The Domain Of Arnheim (1850)
The Duc De l’Omlette (1850)
Eleonora (1850)
The Facts In The Case Of M. Valdemar (1845)
The Fall Of The House Of Usher (1839)
Four Beasts In One- The Homo-Cameleopard (1850)
Hop-Frog Or The Eight Chained Ourang-Outangs (1850)
How To Write A Blackwood Article (1850)
The Imp Of The Perverse (1850)
The Island Of The Fay (1850)
King Pest – A Tale Containing An Allegory (1835)
Landor’s Cottage – A Pendant To “The Domain Of Arnheim” (1850)
The Landscape Garden (1850)
Ligeia (1838)
Lionizing (1850)
Literary Life Of Thingum Bob, Esq. – Late Editor Of The Goosetherumfoodle – By Himself (1850)
Loss Of Breath – A Tale Neither In Nor Out Of “Blackwood” (1850)
The Man Of The Crowd (1850)
The Man That Was Used Up – A Tale Of The Late Bugaboo And Kickapoo Campaign (1850)
The Masque Of The Red Death (1842)
Mellonta Tauta (1850)
Mesmeric Revelation (1850)
Metzengerstein (1850)
Morella (1850)
Morning On The Wissahiccon (1850)
Ms. Found In A Bottle (1833)
Mystification (1850)
Never Bet The Devil Your Head – A Tale With A Moral (1850)
The Oblong Box (1850)
The Oval Portrait (1850)
The Pit And The Pendulum (1842)
The Power Of Words (1850)
A Predicament (1838) – 21KB
The Premature Burial (1850)
The Purloined Letter (1845)
Scenes From Politian (1835)
Shadow- A Parable (1850)
Silence – A Fable (1837)
Some Words With A Mummy (1850)
The Spectacles (1850)
The Sphinx (1850)
The System Of Dr. Tarr And Prof. Fether (1850)
Tale Of Jerusalem (1850)
A Tale Of The Ragged Mountains (1850)
The Tell-Tale Heart (1843)
“Thou Art The Man” (1850)
The Thousand-And-Second Tale Of Scheherazade (1850)
Three Sundays In A Week (1850)
Von Kempelen And His Discovery (1850)
Why The Little Frenchman Wears His Hand In A Sling (1850)
William Wilson (1839)
X-Ing A Paragrab (1850)

Histórias de Detetive

The Murders In The Rue Morgue (1841)
The Mystery Of Marie Roget – A Sequel To “The Murder In The Rue Morgue” (1850)
The Purloined Letter (1845)

Terror

Berenice (1835)
The Cask Of Amontillado (1846)
The Fall Of The House Of Usher (1839)
The Masque Of The Red Death (1842)
Morella (1850)
The Oblong Box (1850)
The Oval Portrait (1850)
The Pit And The Pendulum (1842)
The Premature Burial (1850)
Von Kempelen And His Discovery (1850) 

Obras Lançadas no Brasil:

Annabel Lee, Ulaume e o Corvo

Assasinatos na Rua Morgue

As Aventuras de Arthur Gordon PYM

A Carta Roubada

Contos

Contos de Edgar Allan Poe

Contos de Terror, Mistério e Morte

Contos Escolhidos

O Corvo e Suas Traduções

Edgar Allan Poe: Ficção Completa, Poesia e Ensaios

O Escaravelho de Ouro e Outras Histórias

Histórias de Crime e Mistério

Histórias Extraordinárias

O Homem da Multidão

Manuscrito Encontrado Numa Garrafa e Outros Contos

O Mistério de Marie Roget

Passageiro Clandestino: Aventuras de Arthur Gordon Pym

Poemas e Ensaios

Poesia e Prosa: Obras Escolhidas, Novelas, Contos


FONTES
Bibliografia
ALVES, Vinícius (org). O Corvo, Corvos e o outro corvo:traduções do corvo. In: Filosofia da Composição.Florianópolis: UFSC/Bernúncia, 2000. 

BARROSO, Ivo (org).O Corvo e suas traduções.São Paulo: Nova Aguilar, 2000.

COULTHARD, Malcolm; ROSA, Carmen (org).O Corvo Tropical de Edgar allan Poe.
in Tradução: Teoria e Prática. Caldas-Coulthard. Florianópolis: UFSC, 1991.

Links

Cia. dos Mistérios : Site Brasileiro sobre os mestres do Mistério
Complete Allan Poe: Site em inglês com textos e poemas de Allan Poe
The Poe Perplex: Mais um site em inglês sobre Allan Poe
Terra – Almanaque – Edgar Allan Poe
Poe’s Tomb

Author: Beatrix