O Viajante – Khalil Gibran

O Dia Internacional da Dança já passou faz tempo (29 de abril), mas nunca é tarde para fazer uma pequena homenagem às minhas amigas bailarinas, em especial à professora Juliana Chacon que está com um espetáculo de dança chamado Volta ao Mundo que vai estrear dia 03/06/2011 no Teatro de Araraquara; e também minha querida amiga, a professora Muriel Andréa, que tem um belo projeto de dança em Vitória, Espírito Santo, Ballerina Victoria.

Isso me faz lembrar de uma frase do filme perfume de mulher. “A vida é como a dança, se você erra um passo, continua dançando, não para”. Assim como nunca é tarde para viver, nunca é tarde para dançar.


O Errante – A dançarina

Certa vez, vieram para corte do príncipe de Birkasha uma dançarina e seus músicos. Tendo sido admitida na corte, ela dançou a música da flauta, do alaúde e da cítara. Executou a dança das chamas e do fogo e a da espada e das lanças. Dançou as estrelas e o espaço e então, ela dançou a dança das flores ao vento. Quando terminou, aproximou-se do príncipe e curvou o corpo, em reverência, diante dele. O príncipe ordenou que ela se aproximasse e perguntou-lhe: – Bela mulher, filha da graça e do encanto, de onde vem sua arte e o que é este seu poder ao comandar todos os elementos em seus ritmos e versos? E a bailarina, aproximando-se, curvou mais uma vez o corpo em reverência e respondeu: – Sua alteza, sereníssimo senhor, eu não sei a resposta para suas perguntas. Somente isto eu sei: a alma do filósofo habita sua mente, a alma do poeta habita seu coração, a alma do cantor habita sua garganta, mas a alma da bailarina habita todo o seu corpo.


Fonte:  O Errante, Khalil Gilbran

Publicado após a morte de Gibran, este é um livro de parábolas e contos.

Author: Beatrix