49 - Gong - Acid Motherhood

Esqueça a capa de gosto duvidoso e que pode assustar um neófito que deseja ouvir o Gong pela primeira vez. Pense que é apenas uma outra brincadeira bem-humorada de Daevid Allen. Acid Motherhood é o novo trabalho do Gong, lançado pela Voiceprint.

Acid Motherhood mostra uma nova versão do Gong, com três guitarristas, ausência de saxofone (uma das marcas de seu caldeirão sonoro) e uma experimentação incomum, até mesmo para eles.

Daevid conta que o projeto começou no final de 2001 quando o Gong tinha acabado sua turnê e ele procurava novas mudanças. Segundo relata o próprio no encarte - que fará 99,9% das pessoas pudicas tremerem - ele conheceu entao uma pequena e selvagem mulher vinda de um mundo de conto de fadas e que se tornaram amigos (ou algo mais, vai saber...).

Enfim, através dela conheceu um site de uma banda chamada Acid Mothers Temple. Lá, Daevid entrou no chat e viu que falavam do Gong. Imediatamente começou a conversar com dois seres malucos, Cotton e Makoto, com quem veio a trocar vários e-mails até combinarem de excursionarem na América, em 2002, com o nome de Guru & Zero.

O primeiro encontro foi em agosto de 2002, em um palco na cidade de Seattle, com o University of Errors abrindo para o Guru & Zero. Daevid conta que foi uma experiência incrível e única e que o abriu para novas possibilidades.

E assim, nasceu o projeto Acid Motherhood, gravado sob o nome de Gong. Cotton é uma japonesa de 33 anos, responsável por sintetizadores e vocais e Kawabata Makoto, um japonês psicodélico maluco (é o que diz o encarte), de 38 anos e que toca uma guitarra feroz. Completam o time, o guitarrista Josh Pollock, de 39 anos, o baixista Dharmawan Braddbridge, o baterista Orlando Allen, de 28, além da eterna parceira Gilli Smith, cantando na faixa 2. Além deles, há ainda uma participação do percussionista Greg Sheehan, em duas faixas. Sem contar Daevid, claro.

Para Daevid, o disco é revolucionário na carreira do Gong, pelos seguintes aspectos:

1. o baixo é ausente na metade das canções.
2. não há saxofone.
3. existem três guitarristas-solos.

Mas segundo Daevid, o resultado aqui é de uma beleza artística infinita, que foi crescendo durante o processo de gravação.

Explicar o som de cada faixa é praticamente impossível. Deixando de lado os rótulos clássicos, como space rock, future music, etc..., Acid Motherhood é um trabalho que merece ser degustado quando você puder ficar sozinho, e de preferência com um fone de ouvido para tentar captar todas as experiências sonoras. Um disco muito bom, mas que está longe de ser fácil. E se você não gostou muito dessa capa, pode encomendar ainda a versão japonesa ou norte-americana do mesmo. Não que vá fazer muita diferença, mas...

Faixas

1 - Ocean Of Molasses
2 - Supercotton
3 - Olde Fooles Game
4 - Zeroina
5 - Brainwash Me
6 - Monstah!
7 - Bible Study
8 - Bazuki Logix
9 - Waving
10 - Makototen
11 - Schwitless In Molasses