O
disco favorito de muita gente do meio musical é também
o favorito do cantor e letrista nova-iorquino. Uma suíte
longa sobre suicídio, dor, solidão, desespero e
violência que nunca mais Lou Reed ou qualquer outro músico
igualaria. Lançado um ano após o sucesso de Transformer
e que continha "Walk On The Wild Side", Lou deixou a
proteção de Bowie para montar a maior e mais bela
obra de sua mitológica carreira e um dos 10 discos fundamentais
do rock (para quem gosta dessas bobagens de lista...).
Classificações a parte, é com Berlin, em
que Lou atinge o ápice e conta, de quebra, com um time
de músicos incrível, fazendo desse lançamento
um daqueles discos que se você ainda não tem....
bem, é mais do que hora de adquirir o seu!
Lou Reed
atravessava um período inusitado em sua carreira, afinal
pela primeira vez conhecia o sucesso comercial. E graças
a “Walk On The Wild Side” e a David Bowie, que conseguira
fazer o ano de 1972 extremamente positivo para sua carreira: além
do sucesso com Ziggy Stardust, Bowie tinha realizado o sonho de
produzir Lou e estava dando uma mão em um novo disco dos
Stooges.
E
o sucesso foi facilmente percebido: Transformer
lhe trouxe prestígio comercial e a possibilidade de ganhar
mais fama e dinheiro nos anos seguintes.
Vida profissional caminhando
de vento em popa; já a pessoal, nem tanto. Lou e sua esposa
Bettye não se suportavam mais. Bettye dizia que não
sabia como conseguiu casar com um homem tão mau, mentiroso
e maníaco. Lou a achava tediosa e burra e lembra de quando
ela tentou o suicídio. “Durante uma briga nossa em
um hotel, ela pegou uma navalha e ficou me olhando com um olhar
assassino. Mas tudo que fez foi cortar os pulsos e voou sangue
por todo o lado. Por causa disso, precisei deixar alguém
tomando conta dela pelos próximos dias.”
O ano de 1973 começava
com Reed sendo um dos mais bem sucedidos artistas na parada de
sucesso e um dos que mais arrecadava. “Walk On the Wild
Side” foi considerada a canção do ano de 1972
e a gravadora e os fãs esperavam que ele pudesse fazer
algo como “Transformer 2”, ou seja, um disco igualmente
denso, mas acessível e que rendesse muito, muito dinheiro.
Ao invés disso,
Lou Reed começou a escrever um disco falando de seu relacionamento
com Bettye. Um disco absolutamente brilhante, mas fadado ao fracasso
e que destruiria sua reputação comercial. O enredo
básico contaria as desventuras de um casal norte-americano
viciado na Berlim das décadas de 30 e 40. Uma obra densa,
pesada, com comentários nada leves para um disco pop, palavra
que Lou detestava. “Esse é um disco de adulto feito
para adultos. Não estou falando de canções
descartáveis, é uma história pesada, mesmo.”
A primeira providência
foi tentar convencer a RCA a financiar o projeto. A gravadora
não queria de maneira nenhuma deixar que o “artista
do ano” viesse com algo tão mórbido e que
certamente não iria render dinheiro algum.
Uma
das principais razões para fazer um trabalho tão
indigesto era querer se dissociar da imagem de David Bowie, já
que não agüentava mais as comparações
com o criador de Ziggy. Sem explicação aparente,
começou a criticar Bowie chamando-o de um cara “sujo”
e que Bowie havia se aproveitado dele para decolar na carreira.
Irritado, Bowie retrucou que Lou é que havia feito dele
uma ponte para o sucesso e acrescentou: “Tudo sobre mim
é muito confuso e nisso Lou se parece comigo. Não
sei o motivo de estar me atacando, mas posso dizer que ele ganhou
estando comigo.”
Mas o principal motivo
para fazer o projeto era mais egoísta: Lou precisava botar
para fora toda a raiva contida por causa do fracasso de seu casamento.
“Eu tinha que fazer o disco por uma questão pessoal.
Sentia que explodiria caso não colocasse todos esses sentimentos
para fora.”
O cantor foi dissuadido
por amigos e empresários a não seguir adiante com
o projeto, mas sem sucesso. Para poder concluir o projeto, fez
um acordo extremamente arriscado com a gravadora: após
o trabalho concluído faria dois discos bem acessíveis:
um álbum ao vivo e um de estúdio, nos mesmos moldes
de Transformer.
Graças ao sucesso,
teve várias portas abertas. O prestígio que desfrutava
era tão grande que na Inglaterra havia recebido mais votos
que Mick Jagger em uma eleição sobre o “rock
star” mais popular no país. E foi lá que Lou
resolveu gravar o novo disco.
Para a produção,
fez uma escolha inusitada chamando Bob Ezrin, que havia feito
discos clássicos de Alice Cooper, como School’s
Out e Billion Dollar Babies. Reed odiava
Alice Cooper tanto quanto odiava Frank Zappa, mas ainda assim,
convidou Ezrin para trabalhar.
A primeira providência
do produtor ao chegar em Londres foi chamar músicos renomados
para a empreitada. A lista é mais do que espetacular: Jack
Bruce, Tony Levin, Steve Winwood, Aynsley Dunbar, B. J. Wilson,
Michael Brecker, Randy Brecker, Steve Hunter e Dick Wagner.
As gravações
estiveram longe de serem calmas ou fáceis. As músicas
eram complicadas e exigiram um grande esforço conjunto.
Um dos mais entusiasmados com todo projeto era Jack Bruce, que
se apaixonou pelos temas.
Todo
o álbum é permeado pelo tema do suicídio.
Lou Reed explicou que o tema era fácil para ele pois havia
conhecido muitas pessoas que haviam se matado, mas que estava
claro que uma coisa era falar sobre suicídio, e outro era
realizá-lo. “Não há menor chance de
que eu siga o mesmo caminho. Sei exatamente o que quero.”
Apesar da afirmação,
muitos juram que suicídio era algo bem possível
durante as gravações, já que o cantor chegou,
em muitas oportunidades, drogado ou bêbado no estúdio
e não conseguia simplesmente colocar a voz nas músicas.
E por causa disso, resolveram finalizar o disco em Nova York.
O disco acabou sendo um
trabalho imenso para Lou e Ezrin, que estavam extenuados. Mas
a coisa só piorou quando a gravadora se negou a lançar
o projeto completo que os dois ambicionavam: um disco duplo e
que dentro viesse um libreto que descrevesse a música como
se fosse “cinema para os ouvidos”. Após ouvir
o trabalho, a RCA negou-se a financiar e ordenou que cortassem
quatorze minutos do trabalho. Ezrin foi ao desespero porque achou
um crime retalhar uma peça tão bem escrita, tocada
e amarrada. O produtor levou dias para conseguir arrumar as canções
novamente e quando as terminou entregou a fita mestre para Lou
com a seguinte ordem: “não ouça isso, apenas
coloque em sua gaveta”. E imediatamente voou para o Canadá
onde se internou em um hospital, para curar da dependência
de heroína e poder exorcizar o disco.
Alguns amigos de Bob dizem
que a internação se deveu muito mais por causa das
canções do que pela droga, já que o produtor
tentou igualar-se ao nível do cantor, o que quase causou
sua morte.
Berlin
desenvolveu uma idéia não tão original, já
que se tratava de um disco conceitual, idéia largamente
desenvolvida com os grupos de rock progressivo e até por
seu amigo David Bowie com Ziggy Stardust. Mas nunca um álbum
tão depressivo e angustiante havia sido escrito e produzido.
O disco abre com gritos
e um coro de festa de aniversário com Lou declamando versos
como “Nós estávamos em um pequeno café/
você podia ouvir guitarras tocando/ era tão legal/
oh! querida era o paraíso.”
Já na segunda faixa,
“Lady Day”, a atmosfera começa a pesar excessivamente.
Apesar de ser um disco considerado calmo, o clima de ansiedade
e desespero é nítido. Em “Caroline Says I”,
nome da personagem feminina do disco, abre com os versos, “Caroline
diz que eu sou um brinquedo/Caroline quer um homem, não
um garoto”.
Sua musa é uma pessoa
extremamente fria, má e sem nenhuma gota de consideração.
Não era Bettye que Lou retratava, mas a si mesmo. O Lou
viciado, junkie, auto-destrutivo, impiedoso com fãs e jornalistas.
Das dez canções
utilizadas, duas tinham sido escritas anos atrás, à
época de Loaded último trabalho
dele com o Velvet Underground: “Oh Jim”, que recebera
o curioso nome de “Oh Gin” e “Sad Song”
que tinha um andamento totalmente diferente da gravada no trabalho.
Essas duas versões originais podem ser conferidas na caixa
Peel Slowly and See, no quinto cd, como faixa
bônus.
O
disco foi lançado primeiramente na Inglaterra, em julho,
com uma grande festa no Cafe Royale, com as presenças de
várias estrelas do mundo musical, como Mick Jagger e David
Bowie. Berlin acabou conseguindo a sétima
posição na parada, um bom resultado para um disco
tão indigesto.
Mas na América natal,
tudo foi diferente. Lançado em setembro, crítica
e público não conseguiam digerir algo tão
funesto e a Rolling Stone considerou-o um desastre. Outras
críticas consideravam o disco como neurótico e niilista.
E as vendas acabaram naufragando. Se “Walk On the Wild Side”
tinha sido a canção do ano, em 1972, Berlin
não tinha nenhuma faixa com potencial radiofônico
e o resultado foi apenas a decepcionante e alarmante 98ª
posição de álbum mais vendido.
“Quando eu estava
compondo para o disco, a Rolling Stone disse que ele
seria o Sgt. Pepper’s dos anos 70. Veja
bem, essa definição foi invenção deles,
não minha! Eu jamais precisei de rótulos. As pessoas
não gostaram de Berlin porque ele é
muito real. Não é como um programa de televisão
onde as coisas ruins acontecem e as pessoas são tolerantes.
Isso não existe na vida real.”
Reed
confessa que as fracas vendagens e críticas deixaram-no
devastado. “Berlin foi um grande fracasso
e me deixou muito triste. A maneira pelo qual ele foi recebido
me deixou desapontado.”
O disco acabou minando
todo o prestígio como artista e estremeceu as relações
com a gravadora.
Para poder esquecer a dor
do fracasso, havia se trancado em Stockport, Massachusetts com
um grupo e começou a ensaiar para uma turnê promocional
do disco. A vida de Lou se resumiria aos ensaios e abuso de doses
cavalares de heroína. Um espetáculo mais teatral
foi desenvolvido. O problema é que Lou odiava ensaiar e
ficava bebendo sem parar e quebrando todos os microfones que encontrasse
pela frente. Segundo Jim Jacobs, que desenhou o cenário
das apresentações, Lou estava mais selvagem e incontrolável
do que nunca.
Os
shows começaram pela Europa e quando soube que havia ganho
um disco de prata pela vendagem na Inglaterra, Lou se animou um
pouco, a ponto de chamar Berlin de “Hamlet
com eletricidade”. Nessa época batizou a turnê
de “Rock ‘n’ Roll Animal”, que seria o
nome do próximo disco.
E cada vez mais, Lou desenvolveria
uma postura agressiva no palco, muito mais violenta do que Ziggy
e até Iggy Pop conseguiria. O homem que cantava “esse
é o lugar onde ela cortou seus pulsos/ e eu disse... oh
oh, que legal...” ou então “alguém deveria
quebrar os dois braços dela” mostrava que o mundo
era mais feio e negro do que imaginavam.
Por culpa da RCA ter vetado
que o disco fosse duplo, o final de “Sad Song”, canção
que encerra o disco teve que ser acelerado para que coubesse no
disco. Apesar dos pesares, Berlin segue sendo
o mais inovador, excitante e importante disco de toda sua carreira,
comparável apenas ao primeiro disco do Velvet Underground
e de seu filho direto, New York, lançado
em 1989, e que seguia a idéia central de Berlin:
um disco conceitual e que deve ser ouvido de uma só vez.
E se você gosta do
chamado “rock gótico” ou cultua bandas como
Siouxsie and the Banshees, Echo and the Bunnymen, Joy Division,
Nick Cave, U2 e até Bowie, Patti Smith e Iggy Pop e jamais
parou para ouvir esse disco, não sabe o que está
perdendo.
Certamente terá
alguns problemas em atravessar as densas 10 faixas nas primeiras
audições, mas depois que o fizer, dificilmente deixará
de ouvi-lo por dezenas de vezes.
Deixo vocês com todas
as letras do disco, caso alguém queria entender melhor
o que Lou cantou em seu grande clássico.
Um abraço e até
a próxima coluna!
Berlin
Eins
Zwei
Drei
Zugabe
Happy birthday
to you
Happy birthday dear Caroline
Happy birthday to you
In Berlin by the
wall
you were five foot ten inches tall
It was very nice
candlelight and Dubonnet on ice
We were in a small
cafe
you could hear the guitars play
It was very nice
oh honey, it was paradise
Lady Day
When she walked
on down the street
She was like a child staring at her feet
But when she passed the bar
And she heard the music play
She had to go in and sing
It had to be that way
She had to go in and sing
It had to be that way
And I said no,
no, no
Oh, Lady Day
And I said no, no, no
Oh, Lady Day
After the applause
had died down
And the people drifted away
She climbed down the bar
And went out the door
To the hotel
That she called home
It had greenish walls
A bathroom in the hall
And I said no,
no, no
Oh, Lady Day
And I said no, no, no
Oh, Lady Day
Men Of Good Fortune
Men of good fortune,
often cause empires to fall
While men of poor beginnings, often can't do anything at all
The rich son waits for his father to die
The poor just drink and cry
And me I just don't care at all
Men of good fortune,
very often can't do a thing
While men of poor beginnings, often can do anything
At heart they try to act like a man
Handle things the best way they can
They have no rich daddy to fall back on
Men of good fortune,
often cause empires to fall
While men of poor beginnings, often can't do anything at all
It takes money to make money they say
Look at the Fords, but didn't they start that way
Anyway, it makes no difference to me
Men of good fortune,
often wish that they could die
While men of poor beginnings want what they have
And to get it they'll die
All those great things that live has to give
They wanna have money and live
But me, I just don't care at all
Men of good fortune
Men of poor beginnings
Caroline Says 1
Caroline says that
I'm just a toy
She wants a man, not just a boy
Oh, Caroline says, ooh Caroline says
Caroline says she
can't help but be mean
Or cruel, or oh so it seems
Oh, Caroline says, Caroline says
She say she doesn't
want a man who leans
Still she is my Germanic Queen
Yeah, she's my Queen
The things she
does, the things she says
People shouldn't treat others that way
But at first I thought I could take it all
Just like poison
in a vial, hey she was often very vile
But of course, I thought I could take it all
Caroline says that
I'm not a man
So she'll go get it catch as catch can
Oh, Caroline says, yeah, Caroline says
Caroline says moments
in time
Can't continue to be only mine
Oh, Caroline says, yeah, Caroline says
She treats me like
I am a fool
But to me she's still a German Queen
Ooh, she's my Queen
Queen ...
How Do You Think
It Feels
How do you think
it feels
When you're speeding and lonely
Come here baby
How do you think it feels
When all you can say is: If only
If only I had a
little
If only I had some change
If only, if only, only
How do you think it feels
And when do you think it stops ?
How do you think
it feels
When you've been up for five days
Come down here Mama
Hunting around always - ooh
'Cause you're afraid of sleeping
How do you think
it feels
To feel like a wolf and foxy
How do you think it feels
To always make love by proxy ?
How do you think it feels
And when do you think it stops ?
When do you think it stops ?
Oh Jim
All your two-bit
friends they're shootin' you up with pills
They said that it was good for you, that it would cure your ills
I don't care just
where it's at
I'm just like an alley cat
And when you're
filled up to here with hate
Don't you know you gotta get it straight
Filled up to here with hate
Beat her black and blue and get it straight
Do, do, do, do,
do, do,
When you're lookin' through the eyes of hate
All your two-bit
friends they're ask you for your autograph
They put you on the stage, they thought it'd be good for a laugh
But I don't care
just where it's at
'Cause honey I'm just like an alley cat
And when you're
filled up to here with hate
Don't you know you gotta get it straight
Filled up to here with hate
Beat her black and blue and get it straight
Uh huh
Oh Jim, how could
you treat me this way
Hey hey hey
How could you treat me this way ?
Oh Jim, how could
you treat me this way
Hey hey
How could you treat me this way ?
You know you broke
my heart
Ever since you went away
Now you said that you love us
But you only make love to one of us
Oh Jim, how could you treat me this way
You know you broke my heart
Ever since you went away
When you're looking through the eyes of hate
Oh, oh, oh, oh
When you're looking through the eyes of hate
Oh, oh, oh, oh ...
Caroline Says 2
Caroline says -
as she gets up off the floor
Why is it that you beat me - it isn't any fun
Caroline says -
as she makes up her eyes
You ought to learn more about yourself - think more than just
I
But she's not afraid
to die
All her friends call her 'Alaska'
When she takes speed, they laugh and ask her
What is in her mind, what is in her mind
Caroline says -
as she gets up from the floor
You can hit me all you want to, but I don't love you anymore
Caroline says - while biting her lip
Life is meant to be more than this - and this is a bum trip
But she's not afraid
to die
All her friends call her 'Alaska'
When she takes speed, they laugh and ask her
What is in her mind, what is in her mind
She put her fist
through the window pane
It was such a funny feeling
It's so cold in
Alaska X3
The Kids
They're taking
her children away
Because they said she was not a good mother
They're taking her children away
Because she was making it with sisters and brothers
And everyone else, all of the others
Like cheap officers who would stand there and flirt in front of
me
They're taking
her children away
Because they said she was not a good mother
They're taking her children away
Because of the things that they heard she had done
The black Air Force sergeant was not the first one
And all of the drugs she took, every one, every one
And I am the Water
Boy, the real game's not over here
But my heart is overflowin' anyway
I'm just a tired man, no words to say
But since she lost her daughter
It's her eyes that fill with water
And I am much happier this way
They're taking
her children away
Because they said she was not a good mother
They're taking her children away
Because number on was the girl friend from Paris
The things that they did - ah - they didn't have to ask us
And then the Welshman from India, who came here to stay
They're taking
her children away
Because they said she was not a good mother
They're taking her children away
Because of the things she did in the streets
In the alleys and bars, no she couldn't be beat
That miserable rotten slut couldn't turn anyone away
I am the Water
Boy, the real game's not over here
But my heart is overflowin' anyway
I'm just a tired man, no words to say
But since she lost her daughter
It's her eyes that fill with water
And I am much happier this way
The Bed
This is the place
where she lay her head
When she went to bed at night
And this is the place our children were conceived
Candles lit the room brightly at night
And this is the
place where she cut her wrists
That odd and fateful night
And I said, oh, oh, oh, oh, oh, oh, what a feeling
And I said, oh, oh, oh, oh, oh, oh, what a feeling
This is the place
where we used to live
I paid for it with love and blood
And these are the boxes that she kept on the shelf
Filled with her poetry and stuff
And this is the
room where she took the razor
And cut her wrists that strange and fateful night
And I said, oh, oh, oh, oh, oh, oh, what a feeling
And I said, oh, oh, oh, oh, oh, oh, what a feeling
I never would have
started if I'd known
That it's end this way
But funny thing, I'm not at all sad
That it stopped this way
This is the place
where she lay her head
When she went to bed at night
And this is the place our children were conceived
Candles lit the room brightly at night
And this is the
place where she cut her wrists
That odd and fateful night
And I said, oh, oh, oh, oh, oh, oh, what a feeling
And I said, oh, oh, oh, oh, oh, oh, what a feeling
Sad Song
Staring at my picture
book
She looks like Mary, Queen of Scots
She seemed very regal to me
Just goes to show how wrong you can be
I'm gonna stop
wastin' my time
Somebody else would have broken both of her arms
Sad song, Sad song,
Sad song, Sad song
My castle, kids
and home
I thought she was Mary, Queen of Scots
I tried so very hard
Shows just how wrong you can be
I'm gonna stop
wasting time
Somebody else would have broken both of her arms
Sad song, Sad song,
Sad song, Sad song
Discografia
Lou Reed (1972)
Transformer (1972)
Berlin (1973)
Rock 'n' Roll Animal (1974)
Sally Can't Dance (1974)
Lou Reed Live (1975)
Metal Machine Music (1975)
Walk on the Wild Side & Other Hits* (1975)
Coney Island Baby (1975)
Rock and Roll Heart (1976)
Walk on the Wild Side: The Best of Lou Reed* (1977)
Live: Take No Prisoners (1978)
Street Hassle (1978)
The Bells (1979)
Vicious* (1979)
Rock and Roll Diary: 1967-1980* (1980)
Growing Up in Public (1980)
Rock & Roll Today (1980)
The Blue Mask (1982)
I Can't Stand It* (1982)
Rock Galaxy* (1983)
Legendary Hearts (1983)
Live in Italy (1984)
New Sensations (1984)
City Lights (Classic Performances By Lou Reed)* (1985)
Mistrial (1986)
New York Superstar* (1986)
Wild Child* (1987)
New York (1989)
Retro* (1989)
Songs for Drella (1990)
Magic and Loss (1992)
Between Thought and Expression: The Lou Reed Anthology* (1992)
A Retrospective* (1993)
Very Best of Lou Reed & Velvet Underground* (1995)
The Best of Lou Reed & the Velvet Underground* (1995)
Different Times: Lou Reed in the '70s* (1996)
Set the Twilight Reeling (1996)
Live in Concert (1997)
Perfect Day* (1997)
Perfect Night: Live in London (1998)
The Definitive Collection* (1999)
Very Best of Lou Reed* (2000)
Ecstasy (2000)
American Poet (2001)
The Wild Side: Best of Lou Reed* (2001)
Golden Collection* (2002)
Legendary* (2002)
NYC Man: The Ultimate Lou Reed Collection*(2003)
The Raven (2003)
The Platinum & Gold Collection* (2004)
NYC Man: Greatest Hits* (2004)
Le Bataclan '72 (2004)
Animal Serendade (2004)
Hudson River Wind Meditations (2007)
* coletâneas
|