O sucesso de Paranoid - álbum
e single - fez do Black Sabbath um dos maiores grupos do mundo
e a conseqüência disso foi uma interminável
turnê, onde a banda cairia de boca nos excessos da estrada
- mulheres, bebidas, drogas -, além de voltarem rapidamente
para o estúdio, onde gestariam outros dois álbuns
fundamentais do heavy metal dos anos 70.
Aproveitando
o máximo o sucesso conseguido, o Sabbath resolve entrar
em estúdio, novamente com o produtor Roger Bain, em abril
de 1971, para gravar o terceiro LP.
A essa altura, o Black
Sabbath era um dos maiores grupos de heavy metal - embora
o termo ainda não fosse tão usado ou aceito por
boa parte dos fãs - e resolveu fazer algumas experiências
em estúdio.
O grupo sentia que devia
algo bem alto e poderoso aos fãs do estilo, um tanto decepcionado
com o magnífico III do Led Zeppelin, um
disco onde Jimmy Page e companhia mostraram um disco cheio de
belas baladas folk, mas que desagradaram quem esperava um massacre.
Em entrevistas, Iommi prometeu
não decepcionar os fãs, promessa cumprida quando
Master of Reality foi editado, em julho de 1971.
O álbum foi um tremendo
sucesso comercial, ficando em quinto lugar, no Reino Unido e,
em oitavo, na América.
No
disco, Iommi e o baixista Butler afinam seus instrumentos em dó
sustenido, para dar um som mais grave, "dark", e para
casarem melhor com os vocais de Ozzy.
Assim, há quem considere
o LP o marco zero do "doom metal". O disco trazia as
seguintes faixas:
Lado 1
1. "Sweet Leaf"
5:05
2. "After Forever" (Tony Iommi) 5:27
3. "Embryo" (Tony Iommi) 0:28
4. "Children of the Grave" 5:17
Lado 2
1. "Orchid" (Tony Iommi) 1:30
2. "Lord of This World" 5:26
3. "Solitude" 5:02
4. "Into the Void" 6:13
O Sabbath não se
importava muito com o lançamento de compactos, expediente
não muito utilizado por bandas de rock progressivo ou hard/heavy,
uma vez que as canções extrapolavam o formato clássico
de compactos de 3 ou 4 minutos.
No entanto, o Sabbath teve
alguns compactos editados, casos de Sweet Leaf,
uma quase ode à maconha e Children of the Grave.
O
compacto de sete polegadas dessa última, aliás,
até hoje causa um grande desespero aos fãs, já
que a Vertigo editou um promo tendo Black Sabbath de um lado e
o Status Quo (outro grupo da gravadora) de outro.
Musicalmente, Master
of Reality entrega aos fãs o prometido: muito
peso, algumas experimentações e grandes músicas.
E, obviamente, a estrada era o caminho natural após o lançamento.
A exaustiva turnê
no segundo semestre do ano levou o grupo a um esgotamento físico
e mental, com o baterista Bill Ward com problemas nas costas e
Ozzy com uma laringite. Por isso, a turnê de dezembro daquele
ano foi cancelada até janeiro de 1972, período em
que o quarteto começava a gravações de um
novo trabalho.
Os compromissos intermináveis,
as pressões do sucesso começavam a minar a amizade
entre os membros e Ozzy começava a ficar difícil
de se conviver.
E, em meio às gravações,
a banda zarpou para uma nova turnê na América, onde
finalizaram as gravações no Record Plant Studios,
em Los Angeles, com a produção sendo dividida entre
a banda e Patrick Meehan.
Editado
no dia 25 de setembro de 1972, Black Sabbath Vol. 4
é outro clássico do grupo e do gênero.
Musicalmente, a banda mostrava
um som menos pesado e mais trabalhado, com faixas instrumentais,
com Tony Iommi experimentando teclados.
As gravações
foram caóticas, com brigas intermináveis, sendo
que uma delas quase causou a demissão do baterista Bill
Ward.
A banda adotou um estilo
de vida totalmente insano, gastando quase metade do dinheiro das
gravações em cocaína, tema de "Snowblind".
O LP trazia as seguintes
faixas:
Lado 1
1. "Wheels of Confusion/The Straightener"
8:01
2. "Tomorrow's Dream" 3:11
3. "Changes" 4:44
4. "FX" 1:43
5. "Supernaut" 4:49
Lado 2
1. "Snowblind" 5:33
2. "Cornucopia" 3:54
3. "Laguna Sunrise"2:55
4. "St. Vitus Dance" 2:29
5. "Under the Sun/Every Day Comes and Goes" 5:52
O disco voltou a vender
bem, ficando em oitavo lugar, na Inglaterra, e, em 13º, nos
Estados Unidos, onde rapidamente superou a casa de 1 milhão
de cópias.
O grupo voltou a embarcar
em uma nova turnê, onde a banda sonhava em lançar
um álbum ao vivo na parte britânica, projeto este
cancelado. Após a turnê,
a banda retorna à Los Angeles, onde começaria a
gravar um novo disco, para muitos o melhor de toda a carreira:
Sabbath Bloody Sabbath.
Mas isso é papo
para outro dia. Um abraço e até a próxima
coluna.
Discografia
Discos
Black Sabbath (1970)
Paranoid (1970)
Master of Reality (1971)
Black Sabbath Vol. 4 (1972)
Sabbath Bloody Sabbath (1973)
Sabotage (1975)
We Sold Our Soul For Rock 'N' Roll (1975)
Technical Ecstasy (1976)
Never Say Die! (1978)
Heaven & Hell (1980)
Mob Rules (1981)
Live Evil (1982)
Born Again (1983)
Seventh Star (1986)
The Eternal Idol (1987)
Headless Cross (1989)
Tyr (1990)
Dehumanizer (1992)
Cross Purposes (1994)
Cross Purposes Live (1995)
Forbidden (1995)
The Sabath Stones (1996)
Reunion (1998)
Past Live (2002)
Symptom of the Universe: The Original Black Sabbath (1970-1978)
(2002)
Black Box: The Complete Original Black Sabbath (1970-1978) (2004)
Greatest Hits (1970-1978) (2006)
The Dio Years (2007)
The Dio Years UK Tour Edition (2007)
Live at Hammersmith Odeon (2007)
Singles
Evil Woman (1969)
Black Sabbath (1969)
N.I.B. (1969)
The Wizard (1970)
Paranoid (1970)
Iron Man (1971)
War Pigs (1971)
Fairies Wear Boots (1971)
Sweet Leaf (1971)
Children of the Grave (1971)
After Forever (1972)
Snowblind (1972)
Tomorrow's Dream (1972)
Supernaut (1973)
Changes (1973)
Sabbath Bloody Sabbath (1973)
Sabbra Cadabra (1974)
Am I Going Insane? (1975)
Hole in the Sky (1975)
Symptom of the Universe (1975)
Rock 'n' Roll Doctor (1976)
Dirty Women (1976)
Never Say Die! (1978)
A Hard Road (1978)
Neon Knights (1980)
Die Young (1980)
The Mob Rules (1981)
Turn Up the Night (1982)
Voodoo (1982)
Trashed (1983)
No Stranger to Love (1986)
Headless Cross (1989)
Devil and Daughter (1989)
Feels Good to Me (1990)
TV Crimes (1992)
Pshycho Man (1998)
Selling My Soul (1999)
The Devil Cried (2007)
|