Eles
foram a primeira grande banda da geração CBGB, de
Nova York. Muitos acham que a "culpada" era a diva Debbie
Harry, vocalista, modelo e primeira sex-symbol do rock com todas
as letras. Injustiça pura. Debbie era deslumbrante sim
(e ainda continua uma cinquentona bonitona como perceberão
em fotos recentes), mas Blondie fez músicas de inegável
sucesso e categoria. E as letras eram quase todas dessa musa,
o que prova que tinha muito mais do que um simples rostinho. Eles
nasceram no berço punk e tiveram decisiva influência
sobre todos depois deles. E, para horror dos fãs mais xiitas,
invadiram as pistas de todas as casas noturnas com "Heart
of Glass" que quase virou um hino disco. Eles lá tinham
culpa se a música era boa demais?
Pergunte
aos fãs mais radiciais do Led Zeppelin o que acham de "Stairway
to Heaven". A maioria dirá que a música acrescentou
uma imagem negativa ao grupo com aquela balada pentelha. Os fãs
do Blondie dirão a mesma coisa com "Heart of Glass".
Quando a canção explodiu no mundo todo, invadiu
todas as pistas de dança, alguns torceram o nariz feio.
Alguns chegaram até dizer que a banda alcançara
o que realmente sempre quis: sucesso nas casas gays do planeta.
Idiotices de lado, "Heart of Glass" foi sim um hino
de uma era e nenhuma outra banda contemporânea conseguiu
algo similar. E era um grande canção acima de tudo:
a voz que mais parecia um miado de Debbie, a cozinha bem marcada
e musculosa e o tremendo bom gosto nos arranjos acabou dando todos
os holofotes e pistas de dança para o grupo. Até
o fim da primeira fase, em 1982, o grupo vendeu milhões
e milhões e o mito Harry transcendeu todas as expectativas,
sendo ela superada apenas por Madonna. Mas quem foi Rainha não
perde a majestade: depois de cuidar de seu parceiro Chris Stein,
portador de uma misteriosa doença, em 1999, voltaram com
um novo disco No Exit, um hit ("Maria")
e os palcos do mundo. E com Chris e Debbie. Não mais como
um casal, mas quase irmãos. Neste ano lançaram Curse
of Blondie, considerado o melhor disco de sua extensa
e lendária carreira. Debbie está uns com uns quilinhos
a mais, a cinturinha de pilão é apenas encontrada
nas fotos antigas, mas o rock.. bem o rock está todo lá,
senhoras e senhores! Querem saber quem são eles e como
começaram? Vamos lá então...
Você sabe por que
o novo disco do grupo se chama "a maldição?".
Não. Debbie explica: "Isso sempre foi uma piada que
fazíamos quando algo acontecia conosco. Nós dizíamos:
é a maldição do Blondie. E muitas pessoas
levavam isso tão a sério quando era uma tolice.
Como parecia um daqueles títulos de filmes de terror de
Vincent Price, adotamos. Achei que nos daria sorte." Chris
arremata: "o título é sobre o número
imenso de babaquices que aguentamos na carreira. Tudo era uma
luta insana. Pelo menos sempre brigávamos pelo melhor.
E contra resultados, não há argumentos."
Lutas,
brigas, sucessos. Tudo isso eles tiveram em menos de dez anos
de carreira. O grupo começou muito muito tempo atrás,
em 1974, precisamente 29 anos atrás (quantos de vocês
eram nascidos?). O núcleo-base era o estudante Chris Stein
e a garçonete e coelhinha da Playboy, Debbie Harry.
Debbie, filha de pais adotivos
(Richard e Catherine Harry), nasceu em Miami, em 1945. Sua primeira
experiência na música havia sido no grupo folk The
Wind in the Willows, em 1968, que lançaram um disco.
Em
1973 conheceu então Chris Stein, um aluno de Artes Visuais,
em Nova York. Ela sabia que era bonita e podia ser mais do que
uma simples menina em um clube qualquer (até porque já
tinha 29 anos!). E era descolada, assim como Chris. Juntos começaram
a passear pela novíssima cena da Big Apple. O ponto obrigatório
era o clube CBGB, que abrigava as novas bandas da cidade. Chris
sabia tocar guitarra, Debbie sabia escrever e arriscava uns grunhidos
ocasionalmente. Após assistirem vários shows dos
New York Dolls, resolveram que teriam seu próprio grupo.
Os primeiros convidados foram o baterista Clem Bruke e o tecladista
Jimmy Destri. Já tinham escolhido o baixista: o lendário
Fred Smith, ex-MC5. Mas Fred deu o cano no grupo e foi parar no
Television de Tom Verlaine. Nessa altura, Debbie já era
amiga de todo o pessoal do CBGB, incluindo todo o Television,
o Patti Smith Group (Fred e Patti casariam anos depois). Debbie
ficou puta com a traição de Fred: "Fred simplesmente
fodeu ao se demitir do grupo. Fiquei puta. Puta com o Tom, com
todo Television. Puta com todos da banda da Patti e com Patti
porque ela o convenceu a entrar para o Television, já que
ela e Tom eram amantes. Mas ele se ferrou, afinal fomos muito
maiores do que o grupo de Tom." Gary Valentine acabou entrando
na banda.
O grupo acabou escolhendo
o nome não por causa do visual loiro platinado de Debbie,
mas sim de uma frase que motoristas de caminhões sempre
diziam a ela: "ei loirinha, não que dar uns amassos
conosco?" Nascia assim o Blondie.
Historicamente,
apenas o Modern Lovers e Patti Smith Group gravaram antes. O disco
de estréia, simplesmente intitulado Blondie,
lançado pelo pequeno selo Private Stock, em Janeiro de
1977, foi um furor comercial muito maior do que outra banda local
e de quem eram amigos, os Ramones. Culpa da loira, dirão
os mais afoitos. Sim. E não. De fato, Debbie estava em
primeiro plano na capa do LP, mas o a força maior vinha
das composições e das excelentes letras da vocalista.
A primeira prova de que eram um grupo muito acima da média
foi a canção que abre, "X Offender". Uma
história de uma garota que quer apenas sexo com um homem
era muito para a sociedade careta da América. O título
original era "Sex Offender", mas a mudaça foi
sugerida pelo produtor Richard Gotthehrer, que temia que ela não
tocasse nas conservadores emissorias da América por causa
da palavra "sexo". E a canção virou um
hit imenso. Aqui está a letra:
X Offender
I saw you standing on the corner, you looked so big and fine.
I really wanted to go out with you, so when you smiled,
I laid my heart on the line
You read me my rights and then you said "Let's go" and
nothing more
I thought of my nights, and how they were
They were filled with
I know you wouldn't
go
You'd watch my heart burst then you'd step in
I had to know so I asked
You just had to laugh
We sat in the night
with my hands cuffed at my side
I look at your life and your style
I wanted nothing more
I know you wouldn't go
You'd watch my heart burst then you'd step in
I had to know so I asked
You just had to laugh
Walking the line,
you were a marksman
Told me that law, like wine, is ageless
Public defender
You had to admit
You wanted the love of a sex offender
I know you wouldn't
go
You'd watch my heart burst then you'd step in
I had to know so I asked
You just had to laugh
My vision in blue,
I call you from inside my cell
And in the trial, you were there
With your badge and rubber boots
I think all the
time how I'm going to perpetrate love with you
And when I get out, there's no doubt I'll be sex offensive to
you
E acima de tudo (e não
há como negar) havia Debbie Harry. Ela, que pulou das revistas
punks alternativas para capa de qualquer revista de qualquer assunto
do planeta. No palco, era uma pantera: ágil, leve, cheia
de energia e charme para a audiência desesperada. Seu charme,
o corpo esguio, o olhar sedutor, tudo fez dela e do grupo algo
muito maior do que haviam imaginado, mesmo em seus sonhos mais
delirantes.
Mas se Debbie era a primeira
grande musa do rock, seu coração tinha dono: Chris
Stein. "A coisa mais normal à época do CBGB
era encontrar os dois fazendo amor em qualquer canto do clube
ou dos becos da região. Chris e Debbie pareciam ser um
só. Eram um casal adorável, bonito, simpático
e cheio de sonhos", conta David Byrne, ex-Talking Heads.
O sucesso parecia ser a
única saída possível para o Blondie. E as
letras de Harry, recheadas de histórias de garotas-amam-meninos-e-querem-sexo
continuaram a fazer sucesso. "Rip her to shreds" foi
o segundo clássico do disco de estréia.
Rip Her to Shreds
Hey, psst psst,
here she comes now.
Oh, you know her.
Would ya look at that hair!
Yeah, you know her,
Check out those shoes.
She looks like she stepped out of the middle of somebody's blues.
She looks like the Sunday comics!
She thinks she's Brenda Starr.
Her nose job is real atomic...
all she needs is an old knife scar!
Ehhh, she's so dull, come on rip her to shreds.
She's so dull, come on rip her to shreds.
Oh, you know her, "Miss Groupie Supreme"!
Yeah, you know her, "Vera Vogue" on parade.
Red eye shadow!
Green mascara!
Yuck.
She's too much.
She looks like she don't know better.
A case of partial extreme.
Dressed in a Robert Hall sweater.
Acting like a soap opera queen...
Ehhh, she's so dull, come on rip her to shreds.
She's so dull, come on rip her to shreds.
She got the nerve to tell me she's not "on it"
But her expression is too serene...
Yeah, she looks like she washes with Comet!
Always looking to create a scene...
Ehhh, she's so dull, come on rip her to shreds.
She's so dull, come on rip her to shreds.
She's so dull.
Rip her to shreds!
Oh, you know her, "Miss Groupie Supreme".
Yeah, you know her, "Vera Vogue" on parade.
Yeah, you know her, with the fish eating grin...
She's so dull.
Yeah, she got the nerve to tell me!
Huh, she's so... dull...
Yeah, there she goes now.
She making out with King Kong!
She outta take her boat to Hong Kong.
Well, bye bye sugar!
And not a minute too soon...
O mais surpreendente foi
conseguir furar o preconceito das rádios que só
tocavam Peter Frampton e hard-rock. "Eles olhavam para nossas
letras e diziam 'não, isso não serve'. Era só
aquela coisa horrível de progressivo, então conseguimos
espaços nas AMs, o suficiente para quebrarmos o gelo",
conta Debbie.
O
gelo foi quebrado e muito bem e conseguiram dois fãs inesperados
para abrirem shows: Iggy Pop e David Bowie. Debbie até
hoje é grande amiga de Iggy e lembra desses shows: "ele
estava se reerguendo, David (Bowie) estava o ajudando a também
com a dependência química, que ele também
sofria. Na verdade um se apoiava no outro e Iggy era extremamente
gentil e cavalheiro. Eu o via no palco feito um demônio
e não acreditava que aquele homem doce e tímido
antes das apresentações podia ser o mesmo".
Iggy lembra bem desses tempos e conta como foi não cantar
a musa: Debbie é uma garota incrível, bonita, talentosa
e tinha um grande amor. Se eu queria transar com ela? Claro que
sim, como o resto do planeta. Mas sem chances", ri, ao lembrar.
(Ironicamente Debbie era dois anos mais velha que as duas lendas:
ela tinha 31 anos contra 29 de Bowie e Iggy).
A tour mundial foi um sucesso e na Austrália conseguiram
alcançar o topo da parada com "In The Flesh".
No palco, a vocalista era um pouco teatral, um pouco selvagem,
absolutamente fatal. "Acho que isso tem um pouco a ver com
Bowie. Eu sempre o assisti com aquela performances teatrais e
quis fazer algo parecido, porém, um pouco mais selvagem."
Aproveitando
todo o sucesso voltaram aos estúdios e gravaram um outro
disco irrepreensível: Plastic Letters.
Lançado no segundo semestre de 1977, o grupo tinha sua
primeira mudança na formação, saindo Gary
Valentine, entrando Frank Infante no baixo. O grupo também
mudara para a poderosa Chrysalis Records, que relançouo
álbum de estréia em Setembro. Já Plastic
Letters lançado em Outubro de 1977 e no mês
seguinte outra mudança: Infante assume a segunda guitarra
e Nigel Harrison, um inglês de Buckinghamshire, assume as
quatro cordas. O disco foi um sucesso graças a uma cover
que fizeram de "Denise", hit de 1963 de Randy and The
Rainbows e que rebatizaram como "Denis". Apesar disso,
o disco não teve o mesmo êxito de vendas do anterior,
o que frustrou banda e gravadora, que esperavam um grande retorno
financeiro.
Foi
então que começaram a criar o mais importante hit
de sua carreira, "Heart of Glass". Produzido por Mike
Chapman, Parallel Lines foi lançado no
final de 1978. Os primeiros singles foram "Picture This"
e "Hanging on the Telephone" e no final do ano a loira
fatal estreou no cinema com Union City. Mas o melhor estava para
vir: com sua batida disco, vocais que mais pareciam de uma gata
e um ritmo grudento, "Heart of Glass" tomou de assalto
todas as paradas mundiais, sendo primeiro lugar nos quatro cantos
do planeta. A canção vendeu um milhão de
cópias e o disco Parallel Lines mais de
20.
Eis a letra do megahit
Heart of glass
Once I had a love and it was a gas,
Soon turned out had a heart of glass.
Seemed like the real thing only to find mucho mistrust.
Love's gone behind.
Once I had a love and it was divine.
Soon found out I was losing my mind.
It seemed like the real thing but I was so blind.
Mucho mistrust.
Love's gone behind.
In between "what I find is pleasing" and "I'm feeling
fine", love is so confusing.
There's no peace of mind if I fear I'm losing you.
It's just no good, you teasing like you do.
Lost inside.
Adorable illusion and I cannot hide.
I'm the one you're using, please don't push me aside.
We coulda made it cruising, yeah.
Yeah, riding high on love's true bluish light.
Once I had a love and it was a gas, soon turned out to be a pain
in the ass.
Seemed like the real thing only to find mucho mistrust.
Love's gone behind
A razão de tanto
sucesso? Ninguém sabe direito: "era uma canção
pop, para fazer sucesso. O disco foi feito para ser um sucesso.
Mas não isso tudo. Quando Heart começou a tocar
em todo mundo e ser a canção da semana, do mês
e até do ano, um olhou para o outro e ríamos. A
gente só pensava no dinheiro que entrava e o como tínhamos
feito algo tão bom assim", confessa Harry. Para Clem
Burke, o segredo foi saber seguir o som disco. "A gente sabia
que os fãs de primeira hora diriam que nosso som estava
por demais polido e isso não nos incomodava. Mas quando
tomou a proporção assustadora que virou e fomos
chamados de grupo disco e sei-lá-mais-o-quê, eu só
perguntava se tínhamos virado os Beatles. A histeria foi
algo massacrante. Debbie não tinha um segundo de descanso
era fotografada sem parar. Mas isso começou a gerar uma
certa tensão, do tipo 'somos Blondie ou Debbie & Blondie?"
Mesmo
assim, o grupo não deixou as desavenças tomarem
conta, e em Setembro de 1979 lançam Eat to the
Beat, que emplacou mais uma pilha de sucessos: "Dreaming",
"Atomic" e "Call Me", tema do filme American
Gigolo, com o canastrão Richard Gere. O disco vendeu milhões
e no final do ano, a musa pop participou dos Muppet Show.
Os problemas começaram a aparecer no próximo disco,
Autoamerican, que não teve um desempenho
tão bom quanto os anteriores nas paradas, apesar de boas
vendas. Mas a banda chegou a participar do programa de TV Solid
Gold e Debbie, de quebra, lançou seu primeiro solo,
Koo Koo, produzido por dois ex-integrantes do
grupo Chic, Nile Rodgers e Bernard Edwards. E, em 1982, tudo aconteceu:
primeiro o lançamento do pouco inspirado The Hunter
e depois a doença de Chris que fez o grupo se dissolver.
Enquanto
cuidava de Chris, Debbie partiu em carreira-solo, participou de
inúmeros filmes e seriados de televisão e foi até
vocalista de um grupo chamado Jazz Passengers. Conseguiu um certo
sucesso com seu solo Rockbird e o single "French
Kissin". Reparem como está mais linda do que nunca
e isso aos 41 anos!
A volta aconteceu lentamente. Primeiro Chris se recuperou da doença
e do fim do romance com Harry. Aceitaram voltar para alguns concertos
e em 1999, lançam No Exit. O sucesso de
"Maria" fez as luzes voltarem para o grupo, todos beirando
os 50 anos, enquanto Debbie tinha 54!. O disco foi produzido por
Craig Leon, que havia produzido a canção "X
Offender", primeiro sucesso do grupo, distante 23 anos. "Maria"
foi número 1 em 14 países e o disco vendeu mais
de dois milhões de cópias pelo mundo e a caiu novamente
na estrada.
"A volta foi um processo
muito lento, mas bonito. Eu e Chris ficamos meio sem falarmos
depois que separamos. Mas eu não consegui ficar muito tempo
sem ele, eu sempre o amei. Vi que se conseguisse reagrupar a banda,
teríamos um ótimo motivo para ficarmos grudado.
E assim foi.
A
primeira pergunta que a vocalista teve que responder como os fãs
a veriam com os quilos a mais. Debbie diz não se importar
nada com isso. "Eu estou caminhando para os 60 anos, não
posso fingir ter a mesma disposição de trinta anos
atrás. Eu sou outra mulher hoje. Sei que não pareço
mais tão interessante fisicamente, mas canto um tiquinho
melhor e minha rugas me deram um certo charme."
E mesmo com os quilinhos
e as rugas, lançaram exatamente no dia 22 de setembro,
o novo disco. Expectativas? "Não quero falar que é
nosso melhor trabalho, porque tivemos ótimos momentos.
Somos outras pessoas agora, mais velhas, mais experientes e mais
machucadas pela vida.
Entre
as faixas está "Hello Joe", uma homenagem ao
velho amigo querido de longas batalhas, Joey Ramone. "Joey
era um meninão. Doce, simpático e muito humano.
Quando soube de seu falecimento chorei dias", confessa Debbie.
Curse of Blondie é a prova de que o grupo
segue seu próprio rumo ao estrelato. A banda, que já
passou por tudo, hoje conta com quatro integrantes originais nos
shows (Debbie, Chris, Clem e Jimmy), além de quatro convidados:
Paul Carbonara (guitarra), Leigh Foxx (baixo), Jimi Bones (guitarra)
e Kevin Topping (teclados), fazendo shows concorridos. Para finalizar,
deixo a letra de "Maria", o hit da volta. Um abraço
e até a próxima!
Maria
She moves like she don't care
Smooth as silk, cool as air
Ooh it makes you wanna cry
She doesn't know your name
And your heart beats like a subway train
Ooh it makes you wanna die
Ooh, don't you
wanna take her?
Ooh, wanna make her all your own?
Maria, you've gotta
see her
Go insane and out of your mind
Regina, Ave Maria
A million and one candle lights
I've seen this
thing before
In my best friend and the boy next door
Fool for love and fool on fire
Won't come in from
the rain
She's oceans running down the drain
Blue as ice and desire
Don't you wanna
make her?
Ooh, don't you wanna take her home?
Maria, you've gotta
see her
Go insane and out of your mind
Regina, Ave Maria
A million and one candle lights
Ooh, don't you
wanna break her?
Ooh, don't you wanna take her home?
She walks like
she don't care
Walkin' on imported air
Ooh, it makes you wanna die
Maria, you've gotta
see her
Go insane and out of your mind
Regina, Ave Maria
A million and one candle lights
Maria, you've gotta
see her
Go insane and out of your mind
Regina, Ave Maria
A million and one candle lights
Discografia
Blondie (1977)
Plastic Letters (1977)
Parallel Lines (1978)
Eat to the Beat (1979)
Autoamerican (1980)
The best of Blondie (1981)
The Hunter (1982)
Onde More into the Bleach (1988)
Blondie & Beyond (1993)
The Platinum Collection (1994)
The Remix Project (1995)
Back to Back Hits (1996)
Picture This Live (1997)
The Essential Collection (1997)
Denis (1998)
Beuatiful (Remix Album) (1998)
No Exit (1999)
Live in New York (1999)
Curse of Blondie (2003)
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