O
segundo disco do Clash sedimentou o estilo raivoso e anárquico
da banda. Com pelo menos três clássicos absolutos
do grupo - "Safe European Home", "English Civil
War" e "Tommy Gun"-, o Clash continuava sua rota
incessante de shows e confusões, com a prisão de
Joe Strummer e Paul Simonon, após um show e a freqüente
perseguição da polícia onde a banda tocasse.
Feito com a intenção de ser um hit na América,
não conseguiu o objetivo, embora tenha sido eleito o disco
do ano pela revista Time. De quebra, leia alguns trechos do diário
de bordo que Joe Strummer fez da primeira viagem do grupo aos
Estados Unidos.
“O
cara chegou querendo falar conosco minutos antes de um show. Nós
nunca falávamos com alguém antes de um show! Mesmo
assim ele tentou entrar, dizendo que ia trabalhar conosco no próximo
disco atendendo a um pedido da CBS. No final, tudo que ele conseguiu
foi tomar uma surra dos seguranças e ficar estirado no
chão. O que fizemos? Passamos por cima dele, já
que o show deveria ser feito”.
Essa
história, contada com muitas risadas por Joe Strummer,
relata bem o que era o Clash. Mais do que um grupo era uma unidade
com suas próprias regras e que ninguém (que não
fosse convidado), seria bem vindo, ainda que tivessem sido enviados
pela gravadora ou qualquer outra pessoa. E o sujeito estirado
no chão era nada menos do que Sandy Pearlman, que fora
contratado para produzir o novo disco do grupo.
As razões para a escolha
de Pearlman foram várias: ele era um bom produtor e havia
trabalhado com o Blue Oyster Cult; conhecia bem os gostos do consumidor
americano, principal alvo da gravadora para o Clash; e a gravadora
morria de medo que o grupo resolvessem impor novamente um produtor
inexperiente e que resultasse num disco de péssima qualidade
sonora, como haviam feito com o disco de estréia e que
por isso nem havia sido lançado no mercado norte-americano.
Na
verdade, 1978 não foi um ano dos mais tranqüilos e
a fama de banda mais política e anárquica começou
a causar sérios danos ao grupo. A primeira confusão
com a lei foi através de um incidente bobo e gozado. Durante
um intervalo dos ensaios para o disco, Topper Headon e Paul Simonon
subiram ao telhado do local e viram alguns pombos. Resolveram
atirar nos bichinhos. Minutos depois, alguém avisou a polícia
e alguns deles chegaram ao local de helicópteros! O motivo
para tanto foi que os policiais tinham sido avisados que havia
um ataque terrorista. Mas a confusão aumentou e se tornou
mais risível quando descobriram que os pombos alvejados
eram pombos treinados para corridas! Paul e Topper acabaram presos
e tiveram que pagar quase 800 libras esterlinas pelo incidente.
Se a primeira encrenca com as autoridades foi até divertida,
a segunda não teve a menor graça. Em um show na
cidade de Glasgow, na Escócia, o grupo era a atração
principal de uma apresentação no teatro Apollo.
O grupo já despertava pânico pela algazarra que se
formava. Durante a apresentação alguns garotos mais
entusiasmados subiam ao palco para fazer o já famoso “stage
diving”. Só que esses “mergulhadores”
pulavam em cima de garotos desprotegidos e os espancavam incessantemente.
O que começou como uma pequena confusão virou um
tumulto quando vários outros resolveram repetir a cena
várias vezes e espancando quem estivesse embaixo. O grupo
parou de tocar algumas vezes e pediu para que o tumulto acabasse,
mas sem sucesso. A cena foi ficando tão feia que o frio
Joe Strummer acabou chorando quando saiu do palco, após
presenciar o massacre formado. Quando o grupo deixou o teatro
de carro, começou a ser xingado pelos fãs, que os
criticavam por não terem feito nada para controlar a situação.
Revoltado com as acusações, Joe jogou uma garrafa
de limonada em cima de algumas pessoas que partiram para cima
dele. Só que o arremesso foi presenciado por um policial,
que acabou prendendo-o. Quando Paul Simonon correu em seu socorro,
levou uma coronhada na cabeça e acabou sendo algemado,
também. Os dois acabaram passando a noite em uma cela e
no dia seguinte foram julgados.
Joe
foi condenado por estar bêbado e causar vandalismo e pagou
25 libras. Paul pagou mais 50 e os dois foram soltos. Após
o incidente, Strummer comentou: “parece que todo mês
há um incidente desse tipo aqui nessa ilha. Talvez nós
incitemos as confusões, mas isso não me preocupa
tanto. O que me preocupa é a paranóia que eles (a
lei) acham que nós causamos. O Clash tem muita consciência
da responsabilidade que colocavam sobre o grupo.”
Mick
Jones também resolveu opinar sobre as confusões
em que o grupo acabou se metendo com a lei. “eu não
sei se há algum grupo tão preocupado com suas coisas
como o Clash. Nosso ideal não é viver a fantasia
dos outros, mas mostrar aos fãs que cada um pode viver
sua própria fantasia. Isso é, obviamente, algo muito
ideológico.”
Mas a preocupação
maior era gravar um novo disco e para isso aceitaram os argumentos
da CBS e da Epic e foram trabalhar com Sandy Pearlman. As gravações
não foram calmas, dadas as diferenças de idéia
entre o produtor e o grupo. Além disso, o trabalhou se
arrastou por muito tempo já que o grupo nunca estava satisfeito
com o resultado. Na verdade o grupo gastou cinco semanas gravando
no estúdio que pertencia à gravadora Islands. Mas
o que atrasou mesmo foi a mixagem. Segundo Mick Jones, o grupo
gastou mais de cinco dias, em média, nas mixagens de cada
canção. E enquanto trabalhavam no disco, descobriram
que havia um novo problema para resolverem chamado Bernie Rhodes.
Bernie era o empresário
mão-de-ferro da banda, ex-pupilo de Malcolm McLaren. Bernie
não era uma pessoa de caráter confiável e
tinha um alvo dentro da banda: Mick Jones. Para tentar tirar Jones
do Clash, Bernie espalhou vários boatos de que Steve Jones,
dos já extintos Sex Pistols, assumiria seu lugar. Além
disso, marcava vários shows sem avisar a banda. Com isso
aumentava a bronca dos fãs em cima do grupo, que tentava
explicar que nem sabiam das apresentações. O Clash
culpava Rhodes e os fãs culpavam a banda. Por fim, às
vésperas da primeira grande excursão pela América
e batizada como “Sort It Out”, resolveram demitir
o empresário. Usando o expediente de deixarem seus advogados
darem a má notícia ao empresário, no dia
21 de outubro, Rhodes foi informado que estava fora. Mas Bernie
alegou que, pelo contrato, tinha direito a 20% de tudo que a banda
ganhasse e começou um longo litígio com o grupo.
Uma
das estratégias do grupo era provar a Epic que eles precisavam
ir para a América e que poderiam vender bem. A gravadora
alegou que eles não vendiam muito e que já tinham
duas excursões gigantes correndo pelo país e que
não poderia disponibilizar muita grana para uma excursão
do Clash pelos Estados Unidos. Deram apenas US$ 30 mil e o grupo
levou Caroline Coon como empresária, que vivia com Paul
Simonon. A situação estava começando a complicar,
pois o dinheiro era curto para os gastos, mas eles conseguiram
uma grana extra quando Give 'Em Enough Rope foi eleito
o disco do ano pela conservadora revista Time.
O disco levou muito tempo
para ser lançado porque, segundo Joe, eles queriam fazer
um disco 10 vezes melhor do que o primeiro, até porque
The Jam e Stranglers estavam para lançar novos trabalhos
e investiam pesado nesses discos. “Não temos pressa,
mas queremos algo realmente bom. Como custa uma fortuna gravar
queremos estar certos de que cada música ficará
como desejamos. Se precisar levar um ano para ficar pronto, que
leve.”
Uma
das idéias era o título, que utilizava um jogo de
palavras entre “hope” (esperança) e “rope”
(corda). O título original significava “Dêem
corda suficiente (para se enforcarem), mas podia ser interpretado
com o “Dêem bastante esperança”, uma
alusão aos regimes ditatoriais espalhados pelo mundo. O
disco foi lançado no dia 10 de novembro de 1978, com uma
capa forte e uma alusão ao regime feroz chinês. O
som era mais limpo e claro do que o primeiro disco, considerado
amador pela gravadora, em vários aspectos. Sandy havia
feito um bom trabalho e a primeira canção de trabalho
do disco, “Tommy Gun”, foi lançado como compacto
no dia 24 daquele mês.
O disco disparou nas paradas
inglesas e européias. O som estava mais elaborado, cristalino,
mas a fúria permanecia toda lá. Era um produto 100%
Clash. Durante a excursão norte-americana, é lançada
o segundo compacto, “English Civil War”, no dia 23
de fevereiro de 1979.
O
grupo se dizia satisfeito com o disco. “Parece que agora
a gravadora não irá reclamar do som desse disco.
Ele está da maneira que queriam, mas levando nossa marca”,
declarou Topper Headon.
Embora com menos hits do
que o anterior, as três primeiras canções
eram mais do que suficientes para mostrar que o grupo ainda estava
vivo e ia muito bem, obrigado. A ironia que marcou o grupo também
pode ser ouvida e lida na letra da última faixa do disco
“All The Young Punks (New Boots and Contracts)”.
O
álbum também teve uma boa acolhida no mercado norte-americano
que resolveu lançar o primeiro álbum da banda por
lá, já que o mesmo era maciçamente importado,
desde que mudassem algumas músicas. (esse tema já
foi abordado na coluna sobre o primeiro disco do Clash, aqui nesse
mesmo espaço).
Assim sendo, com sucesso
de crítica e vendagens convincentes, o grupo partiu para
a América e vale a pena ler alguns trechos do diário
da viagem feito por Joe Strummer...
Nos
encontramos no aeroporto e entramos em um avião para Vancouver.
Lá parecia haver muito de nós. Levamos Baker e Johnny
Green para cuidar da parte de criação; Rob e Adrian,
que eram os responsáveis pelo som; Warren “Gandalf”
Sparks cuidava da iluminação e Barry “Scratch”
Myers, o famoso DJ. Isso sem falar de nós quatro e de Caroline
Coon, que nos ajudava com o dinheiro. Quando viram o tamanho da
organização o pessoal da gravadora argumentou que
nem o Aerosmith viajava com tanta gente. Respondemos que como
faríamos a viagem, faríamos da maneira mais apropriada
que achássemos. Dezessete horas depois, chegamos a Vancouver.
Não havia nevasca, confusão ou montanhas, apenas
a alfândega que confiscou nossos cintos e estiletes e fuçaram
em tudo procurando drogas. “Se vocês não sabem
como as drogas se parecem, nós podemos comprar algumas
para que conheçam”, falamos, rindo na cara deles.
Mas eles não riram e nos expulsaram e ficamos sem nossos
cintos ou nossos estiletes. Partimos para a primeira apresentação
no “Agora Ballroom”, que devia se chamar Agora Cowboy
Sallon Q. O show foi bom e acabamos encontrando Bo Diddley, que
veio conosco para a excursão. Primeira parada: Califórnia.
Tarde da noite, fizemos nossa
primeira parada, em um motel qualquer no Oregon. Acordei procurando
um café da manhã e Ace Penna, nosso empresário
na turnê me perguntou se eu já sabia da morte de
Sid Vicious. Agarrei o sujeito pelo pescoço furioso, perguntando
o que ele queria dizer com aquilo tudo. Depois que me acalmei,
não queria mais comer. Minha primeira manhã na América
(Sid Vicious, baixista dos Sex Pistols, morreu no dia 2 de
fevereiro).
Na
Califórnia, o sol brilhava timidamente e fomos tocar no
Berkeley Community Theatre que ficava em um campus universitário.
Nosso primeiro grande erro, já que universidades nunca
foi nosso habitat natural. Mas tocamos bem e eles fecharam seus
livros de biologia e cantaram algumas canções. Encontramos
Bill Graham um famoso promotor hippie. Concordamos em tocar em
um show beneficente para uma organização jovem que
queria abrir novos espaços em São Francisco para
novos grupos. O show foi excelente, o local era genial, a platéia
também, mas tivemos que cair na estrada rapidamente e percorremos
as 400 milhas até Los Angeles. Chegamos em Los Angeles
e tocamos ainda de dia e repetimos a dose, de noite, em Santa
Monica. Eu e Mick tentamos dar uma geral por Hollywood, mas ficamos
irritados porque não conseguimos descansar algumas horas.
Mick reclamou que seu beliche, no ônibus, ficava se mexendo
sem parar, o que também acontecia com o meu e estávamos
exausto pela noite passada dentro do ônibus.
Logo após o show em
Santa Monica, fomos levados pelo pessoal da Epic para uma festa.
Várias pessoas queriam tirar fotos conosco, que fizéssemos
pose e eu estava tão irritado com isso, que olhei para
Topper, e ele leu meus pensamentos. Então acabou berrando
“vamos embora dessa merda”, junto com Paul e Mick
e saímos sem olhar para o pessoal da gravadora ou falar
com eles.
Caímos
na estrada novamente e conversamos com alguns fãs que foram
geniais com a gente, o que em parte, contribuiu para o bom momento
da apresentação em Oklahoma. No ônibus Bo
Diddley ficava contando histórias incríveis de seus
23 anos na estrada tocando seu rock and roll. No ônibus
havia três filmes para assistirmos – a merda do “Stars
Wars”, o genial “King Creole” e “Blood
for Dracula”. Topper ficava com suas botas para cima mostrando
as esporas que havia comprado, enquanto Paul e Mick sentavam no
fundo do ônibus ouvindo rockabilly e olhando a imensa fila
de caminhões parados no acostamento.
Ir até Oklahoma é
como ir de Londres a Glasgow umas 10 vezes. Então dormi
um pouco e quando acordei estávamos no Texas. Eu sabia
disso porque Johnny Green estava usando o maior chapéu
de vaqueiro que já tinha visto. Texas é um dos melhores
lugares do mundo, embora eu não saiba dizer o porquê.
Estávamos tentando chegar em Cleveland e precisávamos
de um avião. Havia um monte de neve, fumaça e gelo
no aeroporto, mas nenhuma aeronave. O ônibus tinha ido até
Nashville para reparos e tivemos que sentar e esperamos 24 horas
até um vôo sair. Lá havia um cara chamado
Larry McIntyre que havia perdido as duas pernas no Vietnam. Quando
fomos nadar em uma piscina perto de seu apartamento, as pessoas
o expulsaram e ficamos revoltados com a atitude. Resolvemos fazer
um show em sua homenagem para ajudá-lo com as custas do
processo. Acabamos não o encontrando porque esquecemos
o seu nome e eu o chamava de “o homem que não tinha
pernas.”
Para se ter uma idéia
do tamanho desse país, fiquei sabendo que algumas pessoas
viajaram mais de 800 milhas para ver a gente tocando.
A
próxima parada foi Washington, que fazia 32 graus abaixo
de zero. As ruas congelaram e precisamos esperar horas até
que conseguissem limpar tudo. Bo acabou se irritando com o beliche
do ônibus e resolveu dormir no banco. Mick fez o mesmo,
furioso com aquela porcaria de beliche. De lá seguimos
para Boston e finalmente íamos conhecer Nova York! Nova
York é uma cidade legal, com ruas estreitas e que parecem
um tabuleiro de xadrez. Íamos tocar no Palladium, nosso
terceiro show em três dias e estávamos arrebentados.
Durante a passagem de som, vi um ianque dizer “esses caras
não conseguem nem ficar em pé, como querem dar um
show neste estado?”. Comentei com Bo e ele nos disse que
o público de Nova York é o pior de todos, junto
com o de Detroit. “Se conseguirem tocar aqui, tocam em qualquer
lugar”, ele disse. Estávamos nervosos na hora, mas
nos saímos bem.
Mais um show, em Toronto.
Fizemos o show num lugar que era um cinema. Apesar do lugar apertado,
foi bem divertido. Alguns da platéias pulavam no palco,
imitando os ingleses e rimos muito vendo dois seguranças
tentando conter a multidão. Dois deles para aquele monte
de gente! Depois dos primeiros mergulhos, eles desistiram e voltaram
para suas casas. E nós também.
No dia de ir embora, cheguei
a uma conclusão. Para você ser notícia na
América, precisa trabalhar duro como Elvis Costello, bater
palmas e sorrir como os Boomtown Rats e soar como o Dire Straits.
Das três, podíamos fazer apenas igual a Costello,
mas não o resto. Então, precisaríamos voltar
para lá, novamente. Mas antes precisávamos fazer
shows, na Inglaterra, Europa, Japão, Austrália e...
hey! até, na Rússia estão tocando rock. Foi
o que me disseram…
Depois que retornaram da
América, resolveram ampliar o leque musical do grupo. “Todos
pensam que ser punk é vestir roupas com zíperes
costurados pela mãe e ficar berrando em cockney e tocando
monotonamente os mesmos acordes tão rápido quanto
possível. Isso é muito esnobe, porque nunca achei
que isso representa algo.”, explicou Mick.
Joe também opinou
sobre as limitações impostas pelo rótulo:
“acho que é hora de sentarmos e escrevermos novas
canções e deixarmos toda essa merda de atitude ou
estilo do lado de fora e explorarmos terrenos que nunca tentamos.”
Essas novas canções
e temas fariam parte de um dos discos mais antológicos
de toda história: London Calling. Mas
sua história não cabe aqui. Fiquem com as letras
das três primeiras canções de Give
‘Em Enough Rope e a discografia completa. Um abraço
e até a próxima coluna!
Safe European Home
Well, i just got back
an' i wish i never leave now
Who dat martian arrival at the airport?
How many local dollars for a local anaesthetic?
The johnny on the corner was a very sympathetic
I went to the place where
every white face is an
Invitation to robbery
An' sitting here in my safe european home
I don't wanna go back there again
Wasn't i lucky n' wouldn't
it be loverly?
Send us all cards, an' have a laying in on a sunday
I was there for two weeks, so how come i never tell
That natty dread drinks at the sheraton hotel?
Now they got the sun,
an' they got the palm trees
They got the weed, an' they got the taxis
Whoa, the harder they come, n' the home of ol' bluebeat
Yes i'd stay an' be a tourist but i can't take the gunplay
English civil war
When johnny comes
Marching home again
He's coming by bus or underground
A woman's eye will shed a tear
To see his face so beaten in fear
An' it was just around the corner in the english civil war
It was still at the stage
of clubs and fists
When that well-known face got beaten to bits
Your face was blue in the light of the screen
As we watched the speech of an animal scream
The new party army was marching right over our heads
Alright
There you are, ha ha,
i told you so
Says everybody that we know
But who hid a radio under the stairs
An' who got caught out on their unawares?
When that new party army came marching right up the stairs
When johnny comes marching
home again
Nobody understands it can happen again
The sun is shining an' the kids are shouting loud
But you gotta know it's shining through a crack in the cloud
And the shadows keep falling when johnny comes marching home
Tommy Gun
Tommy gun
You ain't happy less you got one
Tommy gun
Ain't gonna shoot the place up
Just for fun
Maybe he wants to die for the money
Maybe he wants to kill for his country
Whatever he wants, he's gonna get it!
Tommy gun
You better strip it down for a custom run
Tommy gun
Waiting in the airport 'till kingdom come
An' we can watch you make it
On the nine o'clock news
Standing there in palestine lighting the fuse
Whatever you want, you're gonna get it
Tommy gun
You'll be dead when your war is won
Tommy gun
But did you have to gun down everyone?
I can see it's kill or be killed
A nation of destiny has got to be fulfilled
Whatever you want, you're gonna get it!
Tommy gun
You can be a hero in an age of none
Tommy gun
I'm cutting out your picture from page one
I'm gonna get a jacket just like yours
An' give my false support to your cause
Whatever you want, you're gonna get it!
Boats an' tanks and planes,
it's your game
Kings an' queens an' generals learn your name
I see all the innocents, the human sacrifice
And if death comes so cheap
Then the same goes for life!
Discografia
The Clash (1977)
Give 'Em Enough Rope (1978)
London Calling (1979)
Sandinista! (1980)
Black Market Clash (1980)
Combat Rock (1982)
Cut The Crap (1985)
The Story of The Clash Vol. 1 (1988)
The Singles Collection (1991)
Clash On Broadway (1991)
From Here To Eternity (1999)
The Singles (2000)
The Essential Clash (2003)
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