107 - The Clash - Give 'Em Enough Rope

O segundo disco do Clash sedimentou o estilo raivoso e anárquico da banda. Com pelo menos três clássicos absolutos do grupo - "Safe European Home", "English Civil War" e "Tommy Gun"-, o Clash continuava sua rota incessante de shows e confusões, com a prisão de Joe Strummer e Paul Simonon, após um show e a freqüente perseguição da polícia onde a banda tocasse. Feito com a intenção de ser um hit na América, não conseguiu o objetivo, embora tenha sido eleito o disco do ano pela revista Time. De quebra, leia alguns trechos do diário de bordo que Joe Strummer fez da primeira viagem do grupo aos Estados Unidos.



“O cara chegou querendo falar conosco minutos antes de um show. Nós nunca falávamos com alguém antes de um show! Mesmo assim ele tentou entrar, dizendo que ia trabalhar conosco no próximo disco atendendo a um pedido da CBS. No final, tudo que ele conseguiu foi tomar uma surra dos seguranças e ficar estirado no chão. O que fizemos? Passamos por cima dele, já que o show deveria ser feito”.


Essa história, contada com muitas risadas por Joe Strummer, relata bem o que era o Clash. Mais do que um grupo era uma unidade com suas próprias regras e que ninguém (que não fosse convidado), seria bem vindo, ainda que tivessem sido enviados pela gravadora ou qualquer outra pessoa. E o sujeito estirado no chão era nada menos do que Sandy Pearlman, que fora contratado para produzir o novo disco do grupo.

As razões para a escolha de Pearlman foram várias: ele era um bom produtor e havia trabalhado com o Blue Oyster Cult; conhecia bem os gostos do consumidor americano, principal alvo da gravadora para o Clash; e a gravadora morria de medo que o grupo resolvessem impor novamente um produtor inexperiente e que resultasse num disco de péssima qualidade sonora, como haviam feito com o disco de estréia e que por isso nem havia sido lançado no mercado norte-americano.

Na verdade, 1978 não foi um ano dos mais tranqüilos e a fama de banda mais política e anárquica começou a causar sérios danos ao grupo. A primeira confusão com a lei foi através de um incidente bobo e gozado. Durante um intervalo dos ensaios para o disco, Topper Headon e Paul Simonon subiram ao telhado do local e viram alguns pombos. Resolveram atirar nos bichinhos. Minutos depois, alguém avisou a polícia e alguns deles chegaram ao local de helicópteros! O motivo para tanto foi que os policiais tinham sido avisados que havia um ataque terrorista. Mas a confusão aumentou e se tornou mais risível quando descobriram que os pombos alvejados eram pombos treinados para corridas! Paul e Topper acabaram presos e tiveram que pagar quase 800 libras esterlinas pelo incidente.


“veja lá o que você vai o que você vai acertar com essa arma, Paul..." Se a primeira encrenca com as autoridades foi até divertida, a segunda não teve a menor graça. Em um show na cidade de Glasgow, na Escócia, o grupo era a atração principal de uma apresentação no teatro Apollo. O grupo já despertava pânico pela algazarra que se formava. Durante a apresentação alguns garotos mais entusiasmados subiam ao palco para fazer o já famoso “stage diving”. Só que esses “mergulhadores” pulavam em cima de garotos desprotegidos e os espancavam incessantemente. O que começou como uma pequena confusão virou um tumulto quando vários outros resolveram repetir a cena várias vezes e espancando quem estivesse embaixo. O grupo parou de tocar algumas vezes e pediu para que o tumulto acabasse, mas sem sucesso. A cena foi ficando tão feia que o frio Joe Strummer acabou chorando quando saiu do palco, após presenciar o massacre formado. Quando o grupo deixou o teatro de carro, começou a ser xingado pelos fãs, que os criticavam por não terem feito nada para controlar a situação. Revoltado com as acusações, Joe jogou uma garrafa de limonada em cima de algumas pessoas que partiram para cima dele. Só que o arremesso foi presenciado por um policial, que acabou prendendo-o. Quando Paul Simonon correu em seu socorro, levou uma coronhada na cabeça e acabou sendo algemado, também. Os dois acabaram passando a noite em uma cela e no dia seguinte foram julgados.

Joe foi condenado por estar bêbado e causar vandalismo e pagou 25 libras. Paul pagou mais 50 e os dois foram soltos. Após o incidente, Strummer comentou: “parece que todo mês há um incidente desse tipo aqui nessa ilha. Talvez nós incitemos as confusões, mas isso não me preocupa tanto. O que me preocupa é a paranóia que eles (a lei) acham que nós causamos. O Clash tem muita consciência da responsabilidade que colocavam sobre o grupo.”

 

Mick Jones também resolveu opinar sobre as confusões em que o grupo acabou se metendo com a lei. “eu não sei se há algum grupo tão preocupado com suas coisas como o Clash. Nosso ideal não é viver a fantasia dos outros, mas mostrar aos fãs que cada um pode viver sua própria fantasia. Isso é, obviamente, algo muito ideológico.”

Mas a preocupação maior era gravar um novo disco e para isso aceitaram os argumentos da CBS e da Epic e foram trabalhar com Sandy Pearlman. As gravações não foram calmas, dadas as diferenças de idéia entre o produtor e o grupo. Além disso, o trabalhou se arrastou por muito tempo já que o grupo nunca estava satisfeito com o resultado. Na verdade o grupo gastou cinco semanas gravando no estúdio que pertencia à gravadora Islands. Mas o que atrasou mesmo foi a mixagem. Segundo Mick Jones, o grupo gastou mais de cinco dias, em média, nas mixagens de cada canção. E enquanto trabalhavam no disco, descobriram que havia um novo problema para resolverem chamado Bernie Rhodes.

Bernie era o empresário mão-de-ferro da banda, ex-pupilo de Malcolm McLaren. Bernie não era uma pessoa de caráter confiável e tinha um alvo dentro da banda: Mick Jones. Para tentar tirar Jones do Clash, Bernie espalhou vários boatos de que Steve Jones, dos já extintos Sex Pistols, assumiria seu lugar. Além disso, marcava vários shows sem avisar a banda. Com isso aumentava a bronca dos fãs em cima do grupo, que tentava explicar que nem sabiam das apresentações. O Clash culpava Rhodes e os fãs culpavam a banda. Por fim, às vésperas da primeira grande excursão pela América e batizada como “Sort It Out”, resolveram demitir o empresário. Usando o expediente de deixarem seus advogados darem a má notícia ao empresário, no dia 21 de outubro, Rhodes foi informado que estava fora. Mas Bernie alegou que, pelo contrato, tinha direito a 20% de tudo que a banda ganhasse e começou um longo litígio com o grupo.


Uma das estratégias do grupo era provar a Epic que eles precisavam ir para a América e que poderiam vender bem. A gravadora alegou que eles não vendiam muito e que já tinham duas excursões gigantes correndo pelo país e que não poderia disponibilizar muita grana para uma excursão do Clash pelos Estados Unidos. Deram apenas US$ 30 mil e o grupo levou Caroline Coon como empresária, que vivia com Paul Simonon. A situação estava começando a complicar, pois o dinheiro era curto para os gastos, mas eles conseguiram uma grana extra quando Give 'Em Enough Rope foi eleito o disco do ano pela conservadora revista Time.

O disco levou muito tempo para ser lançado porque, segundo Joe, eles queriam fazer um disco 10 vezes melhor do que o primeiro, até porque The Jam e Stranglers estavam para lançar novos trabalhos e investiam pesado nesses discos. “Não temos pressa, mas queremos algo realmente bom. Como custa uma fortuna gravar queremos estar certos de que cada música ficará como desejamos. Se precisar levar um ano para ficar pronto, que leve.”


Uma das idéias era o título, que utilizava um jogo de palavras entre “hope” (esperança) e “rope” (corda). O título original significava “Dêem corda suficiente (para se enforcarem), mas podia ser interpretado com o “Dêem bastante esperança”, uma alusão aos regimes ditatoriais espalhados pelo mundo. O disco foi lançado no dia 10 de novembro de 1978, com uma capa forte e uma alusão ao regime feroz chinês. O som era mais limpo e claro do que o primeiro disco, considerado amador pela gravadora, em vários aspectos. Sandy havia feito um bom trabalho e a primeira canção de trabalho do disco, “Tommy Gun”, foi lançado como compacto no dia 24 daquele mês.

O disco disparou nas paradas inglesas e européias. O som estava mais elaborado, cristalino, mas a fúria permanecia toda lá. Era um produto 100% Clash. Durante a excursão norte-americana, é lançada o segundo compacto, “English Civil War”, no dia 23 de fevereiro de 1979.


O grupo se dizia satisfeito com o disco. “Parece que agora a gravadora não irá reclamar do som desse disco. Ele está da maneira que queriam, mas levando nossa marca”, declarou Topper Headon.

Embora com menos hits do que o anterior, as três primeiras canções eram mais do que suficientes para mostrar que o grupo ainda estava vivo e ia muito bem, obrigado. A ironia que marcou o grupo também pode ser ouvida e lida na letra da última faixa do disco “All The Young Punks (New Boots and Contracts)”.



O álbum também teve uma boa acolhida no mercado norte-americano que resolveu lançar o primeiro álbum da banda por lá, já que o mesmo era maciçamente importado, desde que mudassem algumas músicas. (esse tema já foi abordado na coluna sobre o primeiro disco do Clash, aqui nesse mesmo espaço).

Assim sendo, com sucesso de crítica e vendagens convincentes, o grupo partiu para a América e vale a pena ler alguns trechos do diário da viagem feito por Joe Strummer...



Nos encontramos no aeroporto e entramos em um avião para Vancouver. Lá parecia haver muito de nós. Levamos Baker e Johnny Green para cuidar da parte de criação; Rob e Adrian, que eram os responsáveis pelo som; Warren “Gandalf” Sparks cuidava da iluminação e Barry “Scratch” Myers, o famoso DJ. Isso sem falar de nós quatro e de Caroline Coon, que nos ajudava com o dinheiro. Quando viram o tamanho da organização o pessoal da gravadora argumentou que nem o Aerosmith viajava com tanta gente. Respondemos que como faríamos a viagem, faríamos da maneira mais apropriada que achássemos. Dezessete horas depois, chegamos a Vancouver. Não havia nevasca, confusão ou montanhas, apenas a alfândega que confiscou nossos cintos e estiletes e fuçaram em tudo procurando drogas. “Se vocês não sabem como as drogas se parecem, nós podemos comprar algumas para que conheçam”, falamos, rindo na cara deles. Mas eles não riram e nos expulsaram e ficamos sem nossos cintos ou nossos estiletes. Partimos para a primeira apresentação no “Agora Ballroom”, que devia se chamar Agora Cowboy Sallon Q. O show foi bom e acabamos encontrando Bo Diddley, que veio conosco para a excursão. Primeira parada: Califórnia.

Tarde da noite, fizemos nossa primeira parada, em um motel qualquer no Oregon. Acordei procurando um café da manhã e Ace Penna, nosso empresário na turnê me perguntou se eu já sabia da morte de Sid Vicious. Agarrei o sujeito pelo pescoço furioso, perguntando o que ele queria dizer com aquilo tudo. Depois que me acalmei, não queria mais comer. Minha primeira manhã na América (Sid Vicious, baixista dos Sex Pistols, morreu no dia 2 de fevereiro).


Na Califórnia, o sol brilhava timidamente e fomos tocar no Berkeley Community Theatre que ficava em um campus universitário. Nosso primeiro grande erro, já que universidades nunca foi nosso habitat natural. Mas tocamos bem e eles fecharam seus livros de biologia e cantaram algumas canções. Encontramos Bill Graham um famoso promotor hippie. Concordamos em tocar em um show beneficente para uma organização jovem que queria abrir novos espaços em São Francisco para novos grupos. O show foi excelente, o local era genial, a platéia também, mas tivemos que cair na estrada rapidamente e percorremos as 400 milhas até Los Angeles. Chegamos em Los Angeles e tocamos ainda de dia e repetimos a dose, de noite, em Santa Monica. Eu e Mick tentamos dar uma geral por Hollywood, mas ficamos irritados porque não conseguimos descansar algumas horas. Mick reclamou que seu beliche, no ônibus, ficava se mexendo sem parar, o que também acontecia com o meu e estávamos exausto pela noite passada dentro do ônibus.

Logo após o show em Santa Monica, fomos levados pelo pessoal da Epic para uma festa. Várias pessoas queriam tirar fotos conosco, que fizéssemos pose e eu estava tão irritado com isso, que olhei para Topper, e ele leu meus pensamentos. Então acabou berrando “vamos embora dessa merda”, junto com Paul e Mick e saímos sem olhar para o pessoal da gravadora ou falar com eles.


Caímos na estrada novamente e conversamos com alguns fãs que foram geniais com a gente, o que em parte, contribuiu para o bom momento da apresentação em Oklahoma. No ônibus Bo Diddley ficava contando histórias incríveis de seus 23 anos na estrada tocando seu rock and roll. No ônibus havia três filmes para assistirmos – a merda do “Stars Wars”, o genial “King Creole” e “Blood for Dracula”. Topper ficava com suas botas para cima mostrando as esporas que havia comprado, enquanto Paul e Mick sentavam no fundo do ônibus ouvindo rockabilly e olhando a imensa fila de caminhões parados no acostamento.

Ir até Oklahoma é como ir de Londres a Glasgow umas 10 vezes. Então dormi um pouco e quando acordei estávamos no Texas. Eu sabia disso porque Johnny Green estava usando o maior chapéu de vaqueiro que já tinha visto. Texas é um dos melhores lugares do mundo, embora eu não saiba dizer o porquê. Estávamos tentando chegar em Cleveland e precisávamos de um avião. Havia um monte de neve, fumaça e gelo no aeroporto, mas nenhuma aeronave. O ônibus tinha ido até Nashville para reparos e tivemos que sentar e esperamos 24 horas até um vôo sair. Lá havia um cara chamado Larry McIntyre que havia perdido as duas pernas no Vietnam. Quando fomos nadar em uma piscina perto de seu apartamento, as pessoas o expulsaram e ficamos revoltados com a atitude. Resolvemos fazer um show em sua homenagem para ajudá-lo com as custas do processo. Acabamos não o encontrando porque esquecemos o seu nome e eu o chamava de “o homem que não tinha pernas.”

Para se ter uma idéia do tamanho desse país, fiquei sabendo que algumas pessoas viajaram mais de 800 milhas para ver a gente tocando.


A próxima parada foi Washington, que fazia 32 graus abaixo de zero. As ruas congelaram e precisamos esperar horas até que conseguissem limpar tudo. Bo acabou se irritando com o beliche do ônibus e resolveu dormir no banco. Mick fez o mesmo, furioso com aquela porcaria de beliche. De lá seguimos para Boston e finalmente íamos conhecer Nova York! Nova York é uma cidade legal, com ruas estreitas e que parecem um tabuleiro de xadrez. Íamos tocar no Palladium, nosso terceiro show em três dias e estávamos arrebentados. Durante a passagem de som, vi um ianque dizer “esses caras não conseguem nem ficar em pé, como querem dar um show neste estado?”. Comentei com Bo e ele nos disse que o público de Nova York é o pior de todos, junto com o de Detroit. “Se conseguirem tocar aqui, tocam em qualquer lugar”, ele disse. Estávamos nervosos na hora, mas nos saímos bem.

Mais um show, em Toronto. Fizemos o show num lugar que era um cinema. Apesar do lugar apertado, foi bem divertido. Alguns da platéias pulavam no palco, imitando os ingleses e rimos muito vendo dois seguranças tentando conter a multidão. Dois deles para aquele monte de gente! Depois dos primeiros mergulhos, eles desistiram e voltaram para suas casas. E nós também.

No dia de ir embora, cheguei a uma conclusão. Para você ser notícia na América, precisa trabalhar duro como Elvis Costello, bater palmas e sorrir como os Boomtown Rats e soar como o Dire Straits. Das três, podíamos fazer apenas igual a Costello, mas não o resto. Então, precisaríamos voltar para lá, novamente. Mas antes precisávamos fazer shows, na Inglaterra, Europa, Japão, Austrália e... hey! até, na Rússia estão tocando rock. Foi o que me disseram…

Depois que retornaram da América, resolveram ampliar o leque musical do grupo. “Todos pensam que ser punk é vestir roupas com zíperes costurados pela mãe e ficar berrando em cockney e tocando monotonamente os mesmos acordes tão rápido quanto possível. Isso é muito esnobe, porque nunca achei que isso representa algo.”, explicou Mick.

Joe também opinou sobre as limitações impostas pelo rótulo: “acho que é hora de sentarmos e escrevermos novas canções e deixarmos toda essa merda de atitude ou estilo do lado de fora e explorarmos terrenos que nunca tentamos.”

Essas novas canções e temas fariam parte de um dos discos mais antológicos de toda história: London Calling. Mas sua história não cabe aqui. Fiquem com as letras das três primeiras canções de Give ‘Em Enough Rope e a discografia completa. Um abraço e até a próxima coluna!

Safe European Home

Well, i just got back an' i wish i never leave now
Who dat martian arrival at the airport?
How many local dollars for a local anaesthetic?
The johnny on the corner was a very sympathetic

I went to the place where every white face is an
Invitation to robbery
An' sitting here in my safe european home
I don't wanna go back there again

Wasn't i lucky n' wouldn't it be loverly?
Send us all cards, an' have a laying in on a sunday
I was there for two weeks, so how come i never tell
That natty dread drinks at the sheraton hotel?

Now they got the sun, an' they got the palm trees
They got the weed, an' they got the taxis
Whoa, the harder they come, n' the home of ol' bluebeat
Yes i'd stay an' be a tourist but i can't take the gunplay

English civil war

When johnny comes
Marching home again
He's coming by bus or underground
A woman's eye will shed a tear
To see his face so beaten in fear
An' it was just around the corner in the english civil war

It was still at the stage of clubs and fists
When that well-known face got beaten to bits
Your face was blue in the light of the screen
As we watched the speech of an animal scream
The new party army was marching right over our heads

Alright

There you are, ha ha, i told you so
Says everybody that we know
But who hid a radio under the stairs
An' who got caught out on their unawares?
When that new party army came marching right up the stairs

When johnny comes marching home again
Nobody understands it can happen again
The sun is shining an' the kids are shouting loud
But you gotta know it's shining through a crack in the cloud
And the shadows keep falling when johnny comes marching home

Tommy Gun

Tommy gun
You ain't happy less you got one
Tommy gun
Ain't gonna shoot the place up
Just for fun
Maybe he wants to die for the money
Maybe he wants to kill for his country
Whatever he wants, he's gonna get it!

Tommy gun
You better strip it down for a custom run
Tommy gun
Waiting in the airport 'till kingdom come
An' we can watch you make it
On the nine o'clock news
Standing there in palestine lighting the fuse
Whatever you want, you're gonna get it

Tommy gun
You'll be dead when your war is won
Tommy gun
But did you have to gun down everyone?
I can see it's kill or be killed
A nation of destiny has got to be fulfilled
Whatever you want, you're gonna get it!

Tommy gun
You can be a hero in an age of none
Tommy gun
I'm cutting out your picture from page one
I'm gonna get a jacket just like yours
An' give my false support to your cause
Whatever you want, you're gonna get it!

Boats an' tanks and planes, it's your game
Kings an' queens an' generals learn your name
I see all the innocents, the human sacrifice
And if death comes so cheap
Then the same goes for life!

Discografia

The Clash (1977)
Give 'Em Enough Rope (1978)
London Calling (1979)
Sandinista! (1980)
Black Market Clash (1980)
Combat Rock (1982)
Cut The Crap (1985)
The Story of The Clash Vol. 1 (1988)
The Singles Collection (1991)
Clash On Broadway (1991)
From Here To Eternity (1999)
The Singles (2000)
The Essential Clash (2003)

 

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