76 - Elvis Costello & The Attractions - My Aim Is True


Ele é considerado o cantor e compositor mais versátil de sua geração. Nasceu em meio ao furacão punk, embora nunca tenha sido um. Suas letras cheias de observações sobre o cotidiano, suas histórias de amor amargas, cínicas e cheias de esperança fizeram a cabeça de 10 entre 10 jovens ingleses. Aos poucos, Elvis Costello foi ganhando respeito de todos os lados do planeta. Seu estilo simples, porém eficiente de tocar guitarra foi copiado, assim como seu visual, meio nerd, de óculos e sua voz anasalada. Fez notáveis parcerias com Paul McCartney (o Beatle em pessoa) e até andou flertando com o jazz e outros estilos. Mas jamais será esquecido como um dos maiores representantes do cotidiano da juventude na virada dos anos 70 e 80. My Aim Is True, disco de estréia é um dos mais importantes lançamentos do já importantíssimo ano de 1977 e um cartão de visitas que avisava: nem só de barulho, guitarras altas e fúria vivia o rock.




Dois detalhes antes de iniciar a coluna...

1 - esse texto é dedicado ao meu amigo Fábio Costello, maior fã dessa figura e que espero não me detonar muito com inúmeras correções. Nossas trocas de email remonta de longos anos, assim como troco com Cláudio Vigo e com Creedance e com a mesma característica. Nunca nos encontramos pessoalmente, mas o papo quando rola flui como se fôssemos velhos amigos. Feito jabá para um dos meus oito leitores cativos, sigo em frente...

2 - Consegui uma nova cópia de My Aim Is True com um disco extra e um libreto com a história de como Elvis Costello começou no mundo contada pelo próprio. Tentarei traduzir esse texto da melhor maneira e dar a todos a visão de um fã e da lenda.

Chega de enrolação, vamos lá...

Declan Patrick MacManus nasceu numa quarta-feira, 25 de agosto de 1954. Filho único do músico Ronald “Ross” MacManus e Lílian MacManus, gerente de uma loja de discos. O pequeno nasceu no St Mary's Hospital, em Paddington, Londres. Morou até os sete anos no bairro de Olympia, em Kensington, quando seus pais mudaram para Twickenham, Middlesex. Estudou na Hounslow Secondary Modern. Aos 16 anos sofreu o trauma da separação dos pais e acabou indo morar com sua mãe, quando foram parar em Liverpool. Concluiu os estudos para poder cursar língua inglesa numa universidade. Nessa época conseguiu ingressar em uma banda, a Joe Oss Orchestra, especializada em criar o som das big bands das décadas de 20,30 e 40. Desde criança ouvia Frank Sinatra cantar "I’ve Got You Under My Skin", de Cole Porter e adorava também os Beatles (comprou Please Please Me assim que foi lançado). Além do pai, sua grande influência foi também o avô Patrick, igualmente um musicista. Seus quatro meio-irmãos, (“cortesia” do segundo casamento de sua mãe), Ronan, Liam, Kieran and Ruari montaram uma banda chamada Manus, depois rebatizada de Riverway. Com tanta música em sua vida, aos 13 anos tocava em clubs folk de Londres, e, em 1972, formou o duo Rusty com Allan Mayes. Meses depois apareceu em um comercial de televisão para a R White Lemonade, feito que seu pai repetiria no ano seguinte. Aos 17 anos, resolveu mesmo tentar ser cantor ao lado de Mich Kent e Malcolm Dennis. Os três nutriam um grande amor pelo rock norte-americano, entre eles, The Band, Little Feat, The Byrds, Gram Parsons, Bob Dylan, The Beach Boys, Randy Newman, Neil Young, The Grateful Dead e Joni Mitchell.

Foi então que conheceu o compositor e baixista Nick Lowe, em um pub de Liverpool. Lowe era baixista do Brinsley Schwartz. Declan era fã do grupo de Nick, e montou com seus colegas várias bandas com nomes bizarros, "The Mothertruckers" e "The Bizario Brothers". Acabaram mudando para Flip City, inspirados em uma canção do álbum "Court and Spark" de Joni Mitchell. Em meio a tanto agito em sua vida, acabou casando em Novembro de 1974 com Mary Burgoyne, e um ano depois, com apenas 18 anos, teve um filho: Matthews MacManus. Ele e Mary foram em um pequeno apartamento no bairro em Twickenham e eram vizinhos de seu pai, que casara-se novamente.

Casado, pai e felliz, viu o Flip City conseguir um pequeno sucesso em clubs locais, quando abriam para as bandas de pub-rock, sendo a mais notória a Dr. Feelgood. No final de 1975, desgastado com rixas internas, Declan saiu e começou a fazer shows solos com o nome de DP Costello. Ao contrário do que muitos pessam, o nome Costello foi tirado de sua família, já que sua bisavó possuía o nome Costello quando solteira, e não da dupla de comediantes norte-americanos Abott e Costello. Insatifeito com o DP, acabou escolhendo seu nome artístico por acidente. Declan tinha um emprego em uma empresa de computadores em Elizabeth Arden. Enquanto ficavan noites e noites de plantão começou a escrever novas canções. Gravou somente com um violão e voz e mandou a demo para várias gravadoras. Era a época em que batia de porta em porta e ficava tocando nos mais variados escritórios, sem sucesso. Rejeitou sabiamente uma oferta do selo Island que lhe oferecera um contrato ruim e, então, deu uma fita para Charlie Gillett, que gostou e topou produzir um disco de DP Costello, demos essas que acabaram virando o disco bônus do relançamento em questão. No final de 1976, por acaso parou na Stiif Records, uma gravadora independente e que nascera na febre do punk. Deixou uma fita que acabou sendo ouvida pelo mesmo Nick Lowe que conhecera antes e que fechou o contrato com o jovem cantor. A Stiff era comandada por Dave Robinson, Jake Riviera (Andrew Jakerman era seu verdadeiro nome) e que também haviam assinado com um grupo esquisito: Ian Dury and Blockheads. Ian era um físico nuclear que teve o corpo atrofiado pela pólio. Riviera prometeu ajudar Declan se ele mudasse seu nome artístico e sugeriu usar Elvis, em homenagem ao rei do rock. Nascia Elvis Costello, já que Costello tinha uma grande influência da música americana.

Fique agora com as palavras do próprio Declan (ops, Elvis!) sobre seu início. Texto tirado do encarte do cd de My Aim Is True.

Estava escuro quando acordei. Eu podia ouvir as ratazanas fazendo barulho perto do chão do estúdio. Parecia que eu estava sendo avisado. Se as luzes se apagassem, os ratos apareciam. Pisando em meus sapatos, me esgueirava e corria até o interruptor de luz para acender a luz e pulava para o sofá que não parava de ranger. Tentei dormir com as luzes acesas, porque iria gravar um disco no dia seguinte. Eu estava em Headley Grange, uma casa da Swan Song/Phonogram, onde tinham acontecidos algumas aventuras do Led Zeppelin. Não era um local maravilhoso, mas servia de lar para a Clover, um grupo da Stiff, que era comandada por Jake Riviera e Dave Robinson.

Em 1976 eu operava um computadore IBM 360 em um escritório ao lado de uma fábrica de batons. Meu trabalho era na maior parte do tempo um tédio. E ficava mandando minhas fitas demo para todas as gravadoras de Londres. Eu me arriscava a fazer algumas apresentações em escritórios de produtores. Ele suportavam meu estilo “eu-tenhp-uma-música-para-você” enquanto ficavam rindo para mim e pensando como arranjar tempo para ligar para suas esposas ou ler um livro no meio de minha apresentação.

Desde 1970 eu tocava em clubes e pubs de Liverpool e Londres com bandas semi-profissionais ou fazendo números solos. Eu até tinha entrado em pequenos estúdios algumas vezes, mas nessas ocasiões pouca coisa tinha a mostrar ou gravar. Minha melhor audição tinha sido em meu quarto com um Revox emprestado. Charlie Gillett, que era escritor e DJ, tocou algumas delas em alguns lugares de Londres, e estávamos conversando sobre lançar alguma canção pelo seu selo Ovation, quando apareceu a Stiff. Cheguei para meu patrão e disse que estava doente para poder ir até o escritório da gravadora. Uma garota charmosa abriu a porta e educadamente recebeu meu pacote com as demos e foi só isso. Nenhuma pergunta, entrevista. Voltando pelo Tube, acabei cruzando com Nick Lowe, que pertencia ao “cast” da Stiff. Eu tinha sido um grande fã dele desde os tempos do Grape Club, em Liverpool, que ficava em uma rua oposta ao Cavern. De repente me senti novamente em 1972. Ele me perguntou como eu estava tratando os locais. Eu falei da minha fita e segui meu destino. O escritório da Rua Alexander rapidamente se tornou um local onde eu ia após o trabalho, ou ao invés de ir trabalhar. Jake e Dave ainda não tinham montado a Stiff, mas empresariavam Graham Parker e Rumour. E estavam tentado assinar com Nick, e com Dave Edmunds e seu grupo, o Rockpile. Havia um constante clima de guerra com a Swan Song. No andar de cima funcionava a Blackhill Management, que tinha conexões com Peter Green e Pink Floyd. Eles estavam procurando outra pessoa, após Ian Dury. Era um lugar volátil, para dizer o mínimo.


No início, a Stiff me queria apenas para compor para Dave Edmunds. Nick Lowe tinha adorado “Mistery Dance” de minha demo, mas Edmunds não estava convencido que era boa. Peguei um minúsculo gravador de 8 pistas no norte de Londres chamado Pathway para fazer uma versão da canção. John McFee e Mickey Shine, ambos do Cover, tocaram guitarra e bateria, com Nick ficando no baixo e na produção. Quando estávamos fazendo os overdubs de piano, Nick bateu com um stick de bateria nas chaves da mesa enquanto eu estava dedilhando uns acordes. Nós também fizemos uma versão para “Radio Swwetheart” com McFee tocando steel. Eu percebi que as melhores canções que Charlie tinham tocado em seu programa de rádio simplesmente não soavam bem. Cada vez que eu ia na Stiff eu ouvia toneladas de melodias e canções e chegou a um ponto que fiquei seriamente convencido que eu tinha que dividir o meu álbum de estréia com Wreckless Eric, da mesma maneira que a Chess tinha feito no disco Chuck meets Bo. Um dia eu fui até a Pathway no dia em que Eric faria sua primeira gravação. Enquanto Nick Lowe foi encher a cara em um pub e se acalmar, tive umas novas idéias para uma outra demo. A primeira coisa que fiz foi ligar para o meu trabalho novamente passando por doente, assim poderia ensaiar em Headley Grange e viajar para Londres a fim de gravar. Nós já éramos capazes de cortar todas as canções que viriam a fazer parte de My Aim is True, em séries de seis, em quatro horas de sessões e ao custo de mil libras. Nick Lowe era agora o produtor oficial. Nós tínhamos todos os Clovers lá, com exceção dos vocalistas Alex Call e Huey Lewis, naquele espaço exíguo. John Ciambotti era o baixista e Sean Hopper, o tecladista, nos lugares de McFee e de Shine. Eu só tinha um violão acústico , um amplificador e microfone. Era tão precário como se gravasse pelo aparelho de telefone. Overdubs seriam usados apenas como uma opção. Tudo era ouvido melhor do que tocado. Eu tinha acabado de achar os primeiros lançamentos dos Clovers em uma loja de segunda mão chamada Liberty Records, que ficava no sul de Londres. Um deles nem tinha capa. Eu não sabia se eles tinham ouvido alguns dos discos que eu havia ouvindo ultimamente. Nosso ensaio de “(The Angels Wanna Wear My) Red Shoes” parecia demais com Byrds e o grupo conseguiu captar a melodia de “Sneaking Feelings”, “Pay it Back” e “Blame it on Cain” com facilidade. Talvez ele não parecessem tão quietos como quando gravamos “Welcome to Working Week”, “I'm Not Angry” e “Waiting for The End of The World”, mas como estavam gravando antes, não tínhamos motivos para preocupações. Enquanto esperamos uns dias para fazermos os solos de guitarra, John McFee apareceu. Ele só tinha tocado alguns acordes em “Blame it on Cain” e “I'm Not Angry”. Em “Waiting for The End of The World”, ele tocou com um pedal fuzz, mas sua contribuição mais importante e notável foi em Alison, tanto que Lowe achou que nada mais precisaria ser acrescentada nela.


Tudo parece muito novo quando você mora em um subúrbio. Eu tinha várias idéias para discos. Com uma família para sustentar, não tinha dinheiro para frequentar clubes. Na manhã seguinte em que os Sex Pistols apareceram na televisão, eu estava em um trem de carga com tablóides lotados de manchetes escandalizadas. Imaginei que algo deveria mudar e passei muito tempo com um garrafa de café instantâneo e ouvindo o primeiro disco do Clash e acabei pegando meu último dinheiro para fazer “Watching The Detectives”.

Escrevi Allison e a maioria das canções tarde da noite cantando baixinho para não acordar minha esposa e meu filho. Eu ainda não sabia como soariam até entrar em um estúdio. A minha base para os acordes de Alison tinha tirado de “Ghetto Child” dos Detroit Spinners, mas acho que não falei sobre isso durante a gravação. “(The Angels Wanna Wear My) Red Shoes” foi escrita durante uma viagem de trem inter-municipal em Liverpool, entre Runcorn e Lime Street, uma jornada de dez minutos. Eu tentava manter a canção na minha cabeça até chegar na casa de minha mãe onde eu guardava uma antiga guitarra espanhola, que tinha desde menino.

A Stiff tinha acabado de lançar o compacto “So It Goes” / “Heart of The City”, de Nick Lowe e continuavam lançando com regularidade nos meses seguintes, mas eu me perguntava se estavam dispostos a lançar algo meu. Como não havia ainda nenhum vestígio da cena punk de Nova York ou Londres, eu tive que esperar e ver lançarem vários Eps e singles do Damned e de Richard Hell – sem mencionar Plummet Airlines e Pink Fairies, até o catálogo chegar a “BUY 11”.


Hell (com o cigarro na boca) ao lado de Elvis, em show em NY “Less Than Zero” foi uma canção que escrevi após ver uma entrevista de Oswald Mosley na BBC. O ex-líder da União Facista Britânica parecia não ligar para as absurdas ações deles desde 1930. A canção era mais uma paródia do que um argumento raozável.

Continuei meu trabalho com computadores mesmo quando meu primeiro compacto foi lançado. Já tinha adotado o nome Elvis Costelllo que soava como uma ousadia. As pessoas tinham nomes estranhos naqueles dias e não tinha nenhuma outra idéia para ele até agosto de 1977. Foi quando tive a idéia de um cara com uma pose gozada olhando para uma máquina fotográfica, e que acabaria sendo a capa de My Aim is True.


capa de My Aim is  True O lançamento de “Alison” foi igualmente um fracasso, mas finalmente concordaram comigo que My Aim is True deveria ser lançado. Eu perguntei se deveria largar meu emprego para ser músico em tempo integral. Riviera e Robinson explicaram que eu ganharia menos do que no meu serviço. Meu disco rendeu apenas 150 libras, um novo gravador de fitas e tive que vender até minha cópia de A Hard Day's Night para pagar a conta de gás de casa. Após três semanas de lançado o disco, eu estava na capa de um jornal que falava de música – um enorme sucesso após sete anos de luta.

Agora começaria o processo de escolha dos músicos e eu era auxiliado nisso por Steve Goulding e Andrew Boldnar, dos Rumour. Nós tocamos as mesmas duas canções de My Aim is True seguidas vezes para bons e péssimos candidatos. Nós aprendemos muito sobre elas nessas horas em que ficamos executando-as exaustivamente e ao final da tarde algumas soavam tão bem que já podíamos ir até Pathway para gravá-las. “Watching the Detectives” que depois tornara-se minha primeira canção séria e não estava prevista para entrar na edição inglesa do LP, foi uma delas. Steve Nieve, que eu tinha descoberto recentemente e que ainda usava o nome de sua família, Nason, adicionou órgão e partes de piano quando fizemos os overdubs para a canção algumas semanas depois. Nós aproveitamos três out-takes para My Aim is True: “Living on Paradise”, que só foi usado no disco This Year's Model, “Stranger in the House”, que foi deixada de fora do disco e era uma balada country e que fiz em 1978, um dueto com George Jones em Nashville, e “Imagination (Is a Powerful deceiver)” uma gravação semi-profissional que fiz com o Flip City no estúdios da Hope & Anchor, entre 1974 e 19975. Apesar de não ter nenhuma listagem da sessão, me lembro que toquei com Mich Kent (baixo), Malcolm Dennis e Ian Polwling (bateria), Steve Hazelhurst (guitarra) e Dickie Faulkner (percussão), junto com Mike Whelan e Ken Smith, que cuidaram da parte técnica. O resto das canções veio de fitas demo que gravei entre 1975 e 1976. Essas fitas receberam o nome de “Honky Tonky Sessions” depois que Charlie Gillett tocou três dessas canções pela primeira em seu programa de rádio. Ouvir hoje estas imitações baratas que fiz dos grandes cantores americanos é tão embaraçoso quanto olhar velhas fotografias. Eu ainda não tinha encontrando minha verdadeira voz. No entanto, você deve ser capaz de dizer quais deles eu tinha em minha coleção. Certamente aprendi um pouquinho enquanto vergonhosamente tentava imitar Randy Newman, Hoagy Carmichael, John Prine, Lowell George, The Band e outros. Foi apenas parte do meu aprendizado.

Eu iria falar mais do álbum, mas depois que percebi o tamanho do texto feito por Elvis (de que espero ter feito, ao menos, uma tradução inteligível) deixo vocês com as letras de duas músicas e torcendo para que pesquisem mais sobre a vida desse músico que continua na ativa e fazendo grandes álbuns. Até mais!

capa do compacto Welcome to the Working WeekWelcome To The Working Week

Now that your picture's in the paper being rhythmically admired
and you can have anyone that you have ever desired,
all you gotta tell me now is why, why, why, why.
Welcome to the workin' week.
Oh I know it don't thrill you, I hope it don't kill you.
Welcome to the workin' week.
You gotta do it till you're through it so you better get to it.
All of your family had to kill to survive,
and they're still waitin' for their big day to arrive.
But if they knew how I felt they'd bury me alive.
Welcome to the workin' week.
Oh I know it don't thrill you, I hope it don't kill you.
Welcome to the workin' week.
You gotta do it till you're through it so you better get to it.
I hear you sayin', "Hey, the city's all right
when you only read about it in books.
Spend all your money gettin' so convinced
that you never even bother to look.
Sometimes I wonder if we're livin' in the same land,
Why d'you wanna be my friend when I feel like a juggler
running out of hands?
Welcome to the workin' week, oh, welcome to the working week.


Alison


Oh it's so funny to be seeing you after so long, girl.
And with the way you look I understand
that you are not impressed.
But I heard you let that little friend of mine
take off your party dress.
I'm not going to get too sentimental
like those other sticky valentines,
'cause I don't know if you've been loving somebody.
I only know it isn't mine.
Alison, I know this world is killing you.
Oh, Alison, my aim is true.
Well I see you've got a husband now.
Did he leave your pretty fingers lying
in the wedding cake?
You used to hold him right in your hand.
I'll bet he took all he could take.
Sometimes I wish that I could stop you from talking
when I hear the silly things that you say.
I think somebody better put out the big light,
cause I can't stand to see you this way.
Alison, I know this world is killing you.
Oh, Alison, my aim is true.
My aim is true.

Discografia


My Aim is True (77)
Live at El Mocambo (78)
This Year’s Model (78)
Armed Forces (79)
Get Happy!! (80)
Tne Bloody Marys and Tne How´s Your Fathers (1980)
Taking Liberties (80)
Trust (81)
Almost Blue (81)
Imperial Bedroom (82)
Punch The Clock (83)
Goodbye Cruel World (84)
The Best of Elvis Costello & The Attractions (85)
The Man (The Best of Elvis Costello) (85)
King of America (86)
Blood and Chocolate (86)
Out of Our Idiot (87)
Spike (89)
Girls +?/ Girls=$+Girls (89)
Mighty Like a Rose (91)
G.B.H. (91)
The Juliet Letters (93)
2 ½ Years (93)
Brutal Youth (94)
The Very Best of Elvis Costello & The Attractions (94)
Kojak Variety (95)
Deep Dead Blue, Live 25 June 95 (95)
All This Useless Beauty (96)
Costello & Nieve (96) - 5 CD limited edition boxset
Extreme Honey: The Very Best Of Warner Brothers Years (97)
Painted from Memory (98)
The Very Best of Elvis Costello (99)
Painted from Memory (UK) (99)
Painted from Memory (imported Bonus Track) (2000)
For The Stars (2001) - Anne Sofie von Otter meets Elvis Costello
When Was Cruel (2002)
North (2003)

 




 

Colunas