Ele é considerado o cantor e compositor
mais versátil de sua geração. Nasceu em meio
ao furacão punk, embora nunca tenha sido um. Suas letras
cheias de observações sobre o cotidiano, suas histórias
de amor amargas, cínicas e cheias de esperança fizeram
a cabeça de 10 entre 10 jovens ingleses. Aos poucos, Elvis
Costello foi ganhando respeito de todos os lados do planeta. Seu
estilo simples, porém eficiente de tocar guitarra foi copiado,
assim como seu visual, meio nerd, de óculos e sua voz anasalada.
Fez notáveis parcerias com Paul McCartney (o Beatle em
pessoa) e até andou flertando com o jazz e outros estilos.
Mas jamais será esquecido como um dos maiores representantes
do cotidiano da juventude na virada dos anos 70 e 80. My Aim Is
True, disco de estréia é um dos mais importantes
lançamentos do já importantíssimo ano de
1977 e um cartão de visitas que avisava: nem só
de barulho, guitarras altas e fúria vivia o rock.
Dois detalhes antes de iniciar a coluna...
1 - esse texto é dedicado ao meu amigo
Fábio Costello, maior fã dessa figura e que espero
não me detonar muito com inúmeras correções.
Nossas trocas de email remonta de longos anos, assim como troco
com Cláudio Vigo e com Creedance e com a mesma característica.
Nunca nos encontramos pessoalmente, mas o papo quando rola flui
como se fôssemos velhos amigos. Feito jabá para um
dos meus oito leitores cativos, sigo em frente...
2 - Consegui uma nova cópia de My
Aim Is True com um disco extra e um libreto com a história
de como Elvis Costello começou no mundo contada pelo próprio.
Tentarei traduzir esse texto da melhor maneira e dar a todos a
visão de um fã e da lenda.
Chega de enrolação, vamos lá...
Declan
Patrick MacManus nasceu numa quarta-feira, 25 de agosto de 1954.
Filho único do músico Ronald “Ross”
MacManus e Lílian MacManus, gerente de uma loja de discos.
O pequeno nasceu no St Mary's Hospital, em Paddington, Londres.
Morou até os sete anos no bairro de Olympia, em Kensington,
quando seus pais mudaram para Twickenham, Middlesex. Estudou na
Hounslow Secondary Modern. Aos 16 anos sofreu o trauma da separação
dos pais e acabou indo morar com sua mãe, quando foram
parar em Liverpool. Concluiu os estudos para poder cursar língua
inglesa numa universidade. Nessa época conseguiu ingressar
em uma banda, a Joe Oss Orchestra, especializada em criar o som
das big bands das décadas de 20,30 e 40. Desde criança
ouvia Frank Sinatra cantar "I’ve Got You Under My Skin",
de Cole Porter e adorava também os Beatles (comprou Please
Please Me assim que foi lançado). Além
do pai, sua grande influência foi também o avô
Patrick, igualmente um musicista. Seus quatro meio-irmãos,
(“cortesia” do segundo casamento de sua mãe),
Ronan, Liam, Kieran and Ruari montaram uma banda chamada Manus,
depois rebatizada de Riverway. Com tanta música em sua
vida, aos 13 anos tocava em clubs folk de Londres, e, em 1972,
formou o duo Rusty com Allan Mayes. Meses depois apareceu em um
comercial de televisão para a R White Lemonade, feito que
seu pai repetiria no ano seguinte. Aos 17 anos, resolveu mesmo
tentar ser cantor ao lado de Mich Kent e Malcolm Dennis. Os três
nutriam um grande amor pelo rock norte-americano, entre eles,
The Band, Little Feat, The Byrds, Gram Parsons, Bob Dylan, The
Beach Boys, Randy Newman, Neil Young, The Grateful Dead e Joni
Mitchell.
Foi então que conheceu o compositor e
baixista Nick Lowe, em um pub de Liverpool. Lowe era baixista
do Brinsley Schwartz. Declan era fã do grupo de Nick, e
montou com seus colegas várias bandas com nomes bizarros,
"The Mothertruckers" e "The Bizario Brothers".
Acabaram mudando para Flip City, inspirados em uma canção
do álbum "Court and Spark" de Joni Mitchell.
Em meio a tanto agito em sua vida, acabou casando em Novembro
de 1974 com Mary Burgoyne, e um ano depois, com apenas 18 anos,
teve um filho: Matthews MacManus. Ele e Mary foram em um pequeno
apartamento no bairro em Twickenham e eram vizinhos de seu pai,
que casara-se novamente.
Casado, pai e felliz, viu o Flip City conseguir
um pequeno sucesso em clubs locais, quando abriam para as bandas
de pub-rock, sendo a mais notória a Dr. Feelgood. No final
de 1975, desgastado com rixas internas, Declan saiu e começou
a fazer shows solos com o nome de DP Costello. Ao contrário
do que muitos pessam, o nome Costello foi tirado de sua família,
já que sua bisavó possuía o nome Costello
quando solteira, e não da dupla de comediantes norte-americanos
Abott e Costello. Insatifeito com o DP, acabou escolhendo seu
nome artístico por acidente. Declan tinha um emprego em
uma empresa de computadores em Elizabeth Arden. Enquanto ficavan
noites e noites de plantão começou a escrever novas
canções. Gravou somente com um violão e voz
e mandou a demo para várias gravadoras. Era a época
em que batia de porta em porta e ficava tocando nos mais variados
escritórios, sem sucesso. Rejeitou sabiamente uma oferta
do selo Island que lhe oferecera um contrato ruim e, então,
deu uma fita para Charlie Gillett, que gostou e topou produzir
um disco de DP Costello, demos essas que acabaram virando o disco
bônus do relançamento em questão. No final
de 1976, por acaso parou na Stiif Records, uma gravadora independente
e que nascera na febre do punk. Deixou uma fita que acabou sendo
ouvida pelo mesmo Nick Lowe que conhecera antes e que fechou o
contrato com o jovem cantor. A Stiff era comandada por Dave Robinson,
Jake Riviera (Andrew Jakerman era seu verdadeiro nome) e que também
haviam assinado com um grupo esquisito: Ian Dury and Blockheads.
Ian era um físico nuclear que teve o corpo atrofiado pela
pólio. Riviera prometeu ajudar Declan se ele mudasse seu
nome artístico e sugeriu usar Elvis, em homenagem ao rei
do rock. Nascia Elvis Costello, já que Costello tinha uma
grande influência da música americana.
Fique agora com as palavras do próprio
Declan (ops, Elvis!) sobre seu início. Texto tirado do
encarte do cd de My Aim Is True.
Estava escuro quando acordei. Eu podia ouvir
as ratazanas fazendo barulho perto do chão do estúdio.
Parecia que eu estava sendo avisado. Se as luzes se apagassem,
os ratos apareciam. Pisando em meus sapatos, me esgueirava e corria
até o interruptor de luz para acender a luz e pulava para
o sofá que não parava de ranger. Tentei dormir com
as luzes acesas, porque iria gravar um disco no dia seguinte.
Eu estava em Headley Grange, uma casa da Swan Song/Phonogram,
onde tinham acontecidos algumas aventuras do Led Zeppelin. Não
era um local maravilhoso, mas servia de lar para a Clover, um
grupo da Stiff, que era comandada por Jake Riviera e Dave Robinson.
Em 1976 eu operava um computadore IBM 360
em um escritório ao lado de uma fábrica de batons.
Meu trabalho era na maior parte do tempo um tédio. E ficava
mandando minhas fitas demo para todas as gravadoras de Londres.
Eu me arriscava a fazer algumas apresentações em
escritórios de produtores. Ele suportavam meu estilo “eu-tenhp-uma-música-para-você”
enquanto ficavam rindo para mim e pensando como arranjar tempo
para ligar para suas esposas ou ler um livro no meio de minha
apresentação.
Desde 1970 eu tocava em clubes e pubs de
Liverpool e Londres com bandas semi-profissionais ou fazendo números
solos. Eu até tinha entrado em pequenos estúdios
algumas vezes, mas nessas ocasiões pouca coisa tinha a
mostrar ou gravar. Minha melhor audição tinha sido
em meu quarto com um Revox emprestado. Charlie Gillett, que era
escritor e DJ, tocou algumas delas em alguns lugares de Londres,
e estávamos conversando sobre lançar alguma canção
pelo seu selo Ovation, quando apareceu a Stiff. Cheguei para meu
patrão e disse que estava doente para poder ir até
o escritório da gravadora. Uma garota charmosa abriu a
porta e educadamente recebeu meu pacote com as demos e foi só
isso. Nenhuma pergunta, entrevista. Voltando pelo Tube, acabei
cruzando com Nick Lowe, que pertencia ao “cast” da
Stiff. Eu tinha sido um grande fã dele desde os tempos
do Grape Club, em Liverpool, que ficava em uma rua oposta ao Cavern.
De repente me senti novamente em 1972. Ele me perguntou como eu
estava tratando os locais. Eu falei da minha fita e segui meu
destino. O escritório da Rua Alexander rapidamente se tornou
um local onde eu ia após o trabalho, ou ao invés
de ir trabalhar. Jake e Dave ainda não tinham montado a
Stiff, mas empresariavam Graham Parker e Rumour. E estavam tentado
assinar com Nick, e com Dave Edmunds e seu grupo, o Rockpile.
Havia um constante clima de guerra com a Swan Song. No andar de
cima funcionava a Blackhill Management, que tinha conexões
com Peter Green e Pink Floyd. Eles estavam procurando outra pessoa,
após Ian Dury. Era um lugar volátil, para dizer
o mínimo.
No início, a Stiff me queria apenas para compor para Dave
Edmunds. Nick Lowe tinha adorado “Mistery Dance” de
minha demo, mas Edmunds não estava convencido que era boa.
Peguei um minúsculo gravador de 8 pistas no norte de Londres
chamado Pathway para fazer uma versão da canção.
John McFee e Mickey Shine, ambos do Cover, tocaram guitarra e
bateria, com Nick ficando no baixo e na produção.
Quando estávamos fazendo os overdubs de piano, Nick bateu
com um stick de bateria nas chaves da mesa enquanto eu estava
dedilhando uns acordes. Nós também fizemos uma versão
para “Radio Swwetheart” com McFee tocando steel. Eu
percebi que as melhores canções que Charlie tinham
tocado em seu programa de rádio simplesmente não
soavam bem. Cada vez que eu ia na Stiff eu ouvia toneladas de
melodias e canções e chegou a um ponto que fiquei
seriamente convencido que eu tinha que dividir o meu álbum
de estréia com Wreckless Eric, da mesma maneira que a Chess
tinha feito no disco Chuck meets Bo. Um dia eu
fui até a Pathway no dia em que Eric faria sua primeira
gravação. Enquanto Nick Lowe foi encher a cara em
um pub e se acalmar, tive umas novas idéias para uma outra
demo. A primeira coisa que fiz foi ligar para o meu trabalho novamente
passando por doente, assim poderia ensaiar em Headley Grange e
viajar para Londres a fim de gravar. Nós já éramos
capazes de cortar todas as canções que viriam a
fazer parte de My Aim is True, em séries
de seis, em quatro horas de sessões e ao custo de mil libras.
Nick Lowe era agora o produtor oficial. Nós tínhamos
todos os Clovers lá, com exceção dos vocalistas
Alex Call e Huey Lewis, naquele espaço exíguo. John
Ciambotti era o baixista e Sean Hopper, o tecladista, nos lugares
de McFee e de Shine. Eu só tinha um violão acústico
, um amplificador e microfone. Era tão precário
como se gravasse pelo aparelho de telefone. Overdubs seriam usados
apenas como uma opção. Tudo era ouvido melhor do
que tocado. Eu tinha acabado de achar os primeiros lançamentos
dos Clovers em uma loja de segunda mão chamada Liberty
Records, que ficava no sul de Londres. Um deles nem tinha capa.
Eu não sabia se eles tinham ouvido alguns dos discos que
eu havia ouvindo ultimamente. Nosso ensaio de “(The Angels
Wanna Wear My) Red Shoes” parecia demais com Byrds e o grupo
conseguiu captar a melodia de “Sneaking Feelings”,
“Pay it Back” e “Blame it on Cain” com
facilidade. Talvez ele não parecessem tão quietos
como quando gravamos “Welcome to Working Week”, “I'm
Not Angry” e “Waiting for The End of The World”,
mas como estavam gravando antes, não tínhamos motivos
para preocupações. Enquanto esperamos uns dias para
fazermos os solos de guitarra, John McFee apareceu. Ele só
tinha tocado alguns acordes em “Blame it on Cain”
e “I'm Not Angry”. Em “Waiting for The End of
The World”, ele tocou com um pedal fuzz, mas sua contribuição
mais importante e notável foi em Alison, tanto que Lowe
achou que nada mais precisaria ser acrescentada nela.
Tudo parece muito novo quando você mora em um subúrbio.
Eu tinha várias idéias para discos. Com uma família
para sustentar, não tinha dinheiro para frequentar clubes.
Na manhã seguinte em que os Sex Pistols apareceram na televisão,
eu estava em um trem de carga com tablóides lotados de
manchetes escandalizadas. Imaginei que algo deveria mudar e passei
muito tempo com um garrafa de café instantâneo e
ouvindo o primeiro disco do Clash e acabei pegando meu último
dinheiro para fazer “Watching The Detectives”.
Escrevi Allison e a
maioria das canções tarde da noite cantando baixinho
para não acordar minha esposa e meu filho. Eu ainda não
sabia como soariam até entrar em um estúdio. A minha
base para os acordes de Alison tinha tirado de “Ghetto Child”
dos Detroit Spinners, mas acho que não falei sobre isso
durante a gravação. “(The Angels Wanna Wear
My) Red Shoes” foi escrita durante uma viagem de trem inter-municipal
em Liverpool, entre Runcorn e Lime Street, uma jornada de dez
minutos. Eu tentava manter a canção na minha cabeça
até chegar na casa de minha mãe onde eu guardava
uma antiga guitarra espanhola, que tinha desde menino.
A Stiff tinha acabado
de lançar o compacto “So It Goes” / “Heart
of The City”, de Nick Lowe e continuavam lançando
com regularidade nos meses seguintes, mas eu me perguntava se
estavam dispostos a lançar algo meu. Como não havia
ainda nenhum vestígio da cena punk de Nova York ou Londres,
eu tive que esperar e ver lançarem vários Eps e
singles do Damned e de Richard Hell – sem mencionar Plummet
Airlines e Pink Fairies, até o catálogo chegar a
“BUY 11”.
“Less Than Zero” foi uma canção que
escrevi após ver uma entrevista de Oswald Mosley na BBC.
O ex-líder da União Facista Britânica parecia
não ligar para as absurdas ações deles desde
1930. A canção era mais uma paródia do que
um argumento raozável.
Continuei meu trabalho
com computadores mesmo quando meu primeiro compacto foi lançado.
Já tinha adotado o nome Elvis Costelllo que soava como
uma ousadia. As pessoas tinham nomes estranhos naqueles dias e
não tinha nenhuma outra idéia para ele até
agosto de 1977. Foi quando tive a idéia de um cara com
uma pose gozada olhando para uma máquina fotográfica,
e que acabaria sendo a capa de My Aim is True.
O lançamento de “Alison” foi igualmente um
fracasso, mas finalmente concordaram comigo que My Aim
is True deveria ser lançado. Eu perguntei se deveria
largar meu emprego para ser músico em tempo integral. Riviera
e Robinson explicaram que eu ganharia menos do que no meu serviço.
Meu disco rendeu apenas 150 libras, um novo gravador de fitas
e tive que vender até minha cópia de A Hard
Day's Night para pagar a conta de gás de casa.
Após três semanas de lançado o disco, eu estava
na capa de um jornal que falava de música – um enorme
sucesso após sete anos de luta.
Agora começaria
o processo de escolha dos músicos e eu era auxiliado nisso
por Steve Goulding e Andrew Boldnar, dos Rumour. Nós tocamos
as mesmas duas canções de My Aim is True
seguidas vezes para bons e péssimos candidatos. Nós
aprendemos muito sobre elas nessas horas em que ficamos executando-as
exaustivamente e ao final da tarde algumas soavam tão bem
que já podíamos ir até Pathway para gravá-las.
“Watching the Detectives” que depois tornara-se minha
primeira canção séria e não estava
prevista para entrar na edição inglesa do LP, foi
uma delas. Steve Nieve, que eu tinha descoberto recentemente e
que ainda usava o nome de sua família, Nason, adicionou
órgão e partes de piano quando fizemos os overdubs
para a canção algumas semanas depois. Nós
aproveitamos três out-takes para My Aim is True:
“Living on Paradise”, que só foi usado no disco
This Year's Model, “Stranger in the House”,
que foi deixada de fora do disco e era uma balada country e que
fiz em 1978, um dueto com George Jones em Nashville, e “Imagination
(Is a Powerful deceiver)” uma gravação semi-profissional
que fiz com o Flip City no estúdios da Hope & Anchor,
entre 1974 e 19975. Apesar de não ter nenhuma listagem
da sessão, me lembro que toquei com Mich Kent (baixo),
Malcolm Dennis e Ian Polwling (bateria), Steve Hazelhurst (guitarra)
e Dickie Faulkner (percussão), junto com Mike Whelan e
Ken Smith, que cuidaram da parte técnica. O resto das canções
veio de fitas demo que gravei entre 1975 e 1976. Essas fitas receberam
o nome de “Honky Tonky Sessions” depois que Charlie
Gillett tocou três dessas canções pela primeira
em seu programa de rádio. Ouvir hoje estas imitações
baratas que fiz dos grandes cantores americanos é tão
embaraçoso quanto olhar velhas fotografias. Eu ainda não
tinha encontrando minha verdadeira voz. No entanto, você
deve ser capaz de dizer quais deles eu tinha em minha coleção.
Certamente aprendi um pouquinho enquanto vergonhosamente tentava
imitar Randy Newman, Hoagy Carmichael, John Prine, Lowell George,
The Band e outros. Foi apenas parte do meu aprendizado.
Eu iria falar mais do álbum,
mas depois que percebi o tamanho do texto feito por Elvis (de
que espero ter feito, ao menos, uma tradução inteligível)
deixo vocês com as letras de duas músicas e torcendo
para que pesquisem mais sobre a vida desse músico que continua
na ativa e fazendo grandes álbuns. Até mais!
Welcome
To The Working Week
Now that your picture's
in the paper being rhythmically admired
and you can have anyone that you have ever desired,
all you gotta tell me now is why, why, why, why.
Welcome to the workin' week.
Oh I know it don't thrill you, I hope it don't kill you.
Welcome to the workin' week.
You gotta do it till you're through it so you better get to it.
All of your family had to kill to survive,
and they're still waitin' for their big day to arrive.
But if they knew how I felt they'd bury me alive.
Welcome to the workin' week.
Oh I know it don't thrill you, I hope it don't kill you.
Welcome to the workin' week.
You gotta do it till you're through it so you better get to it.
I hear you sayin', "Hey, the city's all right
when you only read about it in books.
Spend all your money gettin' so convinced
that you never even bother to look.
Sometimes I wonder if we're livin' in the same land,
Why d'you wanna be my friend when I feel like a juggler
running out of hands?
Welcome to the workin' week, oh, welcome to the working week.
Alison
Oh it's so funny to be seeing you after so long, girl.
And with the way you look I understand
that you are not impressed.
But I heard you let that little friend of mine
take off your party dress.
I'm not going to get too sentimental
like those other sticky valentines,
'cause I don't know if you've been loving somebody.
I only know it isn't mine.
Alison, I know this world is killing you.
Oh, Alison, my aim is true.
Well I see you've got a husband now.
Did he leave your pretty fingers lying
in the wedding cake?
You used to hold him right in your hand.
I'll bet he took all he could take.
Sometimes I wish that I could stop you from talking
when I hear the silly things that you say.
I think somebody better put out the big light,
cause I can't stand to see you this way.
Alison, I know this world is killing you.
Oh, Alison, my aim is true.
My aim is true.
Discografia
My Aim is True (77)
Live at El Mocambo (78)
This Year’s Model (78)
Armed Forces (79)
Get Happy!! (80)
Tne Bloody Marys and Tne How´s Your Fathers (1980)
Taking Liberties (80)
Trust (81)
Almost Blue (81)
Imperial Bedroom (82)
Punch The Clock (83)
Goodbye Cruel World (84)
The Best of Elvis Costello & The Attractions (85)
The Man (The Best of Elvis Costello) (85)
King of America (86)
Blood and Chocolate (86)
Out of Our Idiot (87)
Spike (89)
Girls +?/ Girls=$+Girls (89)
Mighty Like a Rose (91)
G.B.H. (91)
The Juliet Letters (93)
2 ½ Years (93)
Brutal Youth (94)
The Very Best of Elvis Costello & The Attractions (94)
Kojak Variety (95)
Deep Dead Blue, Live 25 June 95 (95)
All This Useless Beauty (96)
Costello & Nieve (96) - 5 CD limited edition boxset
Extreme Honey: The Very Best Of Warner Brothers Years (97)
Painted from Memory (98)
The Very Best of Elvis Costello (99)
Painted from Memory (UK) (99)
Painted from Memory (imported Bonus Track) (2000)
For The Stars (2001) - Anne Sofie von Otter meets Elvis Costello
When Was Cruel (2002)
North (2003)
|