Os anos 80 foram
pródigos em revelar grupos que passaram desapercebidos
do grande público, mas que fizeram grandes músicas.
Uma das poucas bandas que flertou com as guitarras byrdianas e
que virou um supergrupo foi o R.E.M. E, embora seja uma excelente
banda, não foram os únicos a terem uma carreira
interessante. Grupos (já resenhados aqui) como Let's Active,
Dream Syndicate, Long Ryders, e outros que ainda serão
(como o Rain Parade) deixaram um excelente legado. E agora é
a vez de uma outra banda que começou como grande promessa,
mas que acabou sendo um petisco para poucos por causa dos inacreditáveis
acontecimentos narrados a seguir: The dB's.
Em
1977, um jovem chamado Chris Stamey deixou a Carolina do Norte
para ir estudar na NYU, em Nova York. Lá, na maior metrópole
da América, deu a incrível sorte de conhecer uma
figura já legendária da cena roqueira, Alex Chilton.
Chilton gostou de Chris
e o convidou para tocar baixo em sua banda. Mas Chilton fez mais
do que apenas ser o patrão de Chris. Vendo que o rapaz
levava jeito, aceitou produzir um compacto que saiu pela Ork Records,
contendo as canções "The Summer Sun"/
"Where the Fun Is."
No final do ano, Chilton
resolveu voltar para Memphis e Chris, todo empolgado com a nova
vida, produzia um novo compacto, com uma canção
escrita pelo guitarrista (não menos legendário)
Richard Lloyd, do Television: "(I Thought) You Wanted to
Know".
No
ano seguinte, Chris conheceu Will Rigby e Gene Holder e os convidou
para fazerem parte de uma banda e fazerem algumas apresentações.
Chris acabou escolhendo
um nome curioso para o grupo, dB's, uma referência a "bateria
e baixo" e também por ser uma abreviação
para a palavra decibéis. Nascia assim Chris Stamey and
the dB's.
O trio resolveu que precisavam
escrever novas canções. E assim foi. Alugaram um
estúdio de quatro canais e produziram duas canções,
"If and When," e "(I Thought) You Wanted to Know",
que acabou sendo a canção do lado A, do novo compacto.
O disquinho foi lançado por um selo fundado pelo próprio
Chris, Car Records, no segundo semestre de 1978, com o nome Chris
Stamey and the dB’s.
O trio deu seu primeiro
show oficial meses antes de lançarem o compacto, em junho,
no Max's Kansas City, em Nova York.
Enquanto
isso, um jovem estranho chamado Peter Holsapple tinha deixado
seu grupo, The H-Bombs (que tinha como membro, Mitch Easter, que
depois formaria o Let's Active).
Peter foi morar em Memphis,
onde fez coisas bizarras para sobreviver, como comandar simultaneamente
uma greve de policiais e bombeiros da cidade!
Mas Peter achou a cidade
muito chata e em outubro de 1978 foi-se para Nova York, após
ser convidado para um teste como tecladista e guitarrista por
Chris Stamey, através de uma indicação do
próprio Chilton, Peter foi integrado, e o dB's debutou
como quarteto em um show no Irving Plaza, dias depois, dividindo
a bilheteria com outros grupos emergentes, como o Fleshtones.
No início, não
se sabia se Peter seria realmente um membro do grupo. Um acordo
entre a Ork Records e a filial britânica da Warner ofereceu
um contrato para que Peter gravasse um single e Chris e os demais,
outro. As gravações
começaram ainda no final de 1978, no estúdio Blue
Rock, em Londres. Enquanto gravavam, o acordo naufragou e a banda
voltou para a América, para fazerem novas apresentações
e escrever mais.
Nessa época, Peter
já era um membro fixo e os quatro alugaram um pequeno canto
na Quinta Avenida, para ensaiarem. Lá, nasceram várias
canções, todas gravadas em quatro canais. Para poderem
sobreviverem faziam shows no Max’s, Irving Plaza, CBGB,
Maxwell’s, Squat Theatre, Tier 3, Mudd Club e festas de
aniversário.
Quando
o mercado começou a se abrir para novas bandas, e em especial
para os novos grupos "new wave", os dB's viram uma excelente
chance, embora não se considerassem exatamente iguais ao
outros. Suas canções eram mais calcadas nos anos
60 e Chris gostava de testar novas possibilidades, sem contar
que não gostavam dos modelos de ternos apertados e gravatas
das novas bandas.
O quarteto começou
a encontrar espaço em algumas novas casas. Em um dos shows
tiveram a participação de Richard Lloyd, do Television
e aos poucos a banda conseguia organizar apresentações
em outros locais fora do perímetro da cidade.
Em 1979, participaram de
um festival chamado M-80, em Minneapolis, ao lado do próprio
Lloyd, Devo (que usaram o nome Dove), The Fleshtones, The Contortions,
Gary Valentine and the Know, The Suicide Commandos, além
de grupos locais.
Era o primeiro festival
na América para as novas bandas. Foi em 1979 que o grupo
resolveu abreviar o nome para The dB's, já que Peter contribuía
com canções para o grupo. As divisões musicais
também foram mudando, já que Peter foi abandonando
o órgão para tocar mais guitarra.
A banda começou
a ter uma reputação de destruir seus equipamentos
durante shows, especialmente amplificadores e essa (má)
fama retardou para que conseguissem um contrato, já que
eram vistos como excêntricos, difíceis e pouco profissionais.
Em
1980, juntos com outras bandas começaram a ensaiar em um
prédio na Oitava Avenida, que havia sido uma pequena confecção.
O lugar acabaria recebendo o nome de Music Building e seria a
casa do grupo pelos próximos sete anos. Nesse local, em
que várias bandas ensaiavam dia e noite, uma garota baixinha
viraria um ícone pop em poucos anos: Madonna.
No meio do ano resolveram
armar um combo com vários artistas e saíram tocando
pelo país de uma maneira estranha. Utilizando apenas um
mapa do país, conseguiram um pacote de vôos sem o
menor sentido e que precisavam viajar durante um mês seguido
para que só aí pudessem ganhar hospedagem grátis.
O intinerário precisava
ser marcado com antecedência e não era permitido
que se visitasse uma mesma cidade duas vezes. Mas os vôos
teriam sempre que fazer escala em Atlanta e isso fez com que o
grupo tocasse em cidades como San Francisco, Washington, Milwaukee,
mas sempre tendo que ir até a cidade para pegarem um outro
avião. Para piorar, eles não podiam usar sempre
seus nomes verdadeiros nos bilhetes e precisavam usar o nome de
amigos, sendo que um desses, George Scott (que tocava com Lydia
Lunch) morreu de overdose de heroína em Nova York, no mesmo
dia em que os dB's usavam seu nome. Por isso, o primeiro LP do
grupo, Stand deciBels é dedicado a ele.
Durante
essa balbúrdia é lançado o compacto Black
and White/Soul Kiss, pelo selo Shake Records, de propriedade
de Alan Betrock. Bertrock havia conhecido o grupo durante a malfadada
tentativa de gravação em Londres e virou uma espécie
de protetor e empresário do grupo.
"Soul Kiss" foi
gravada em um estúdio de oito canais e o compacto acabou
ganhando elogios e a banda arregimentou alguns fãs em Nova
York.
O lançamento chamou
a atenção da gravadora inglesa Albion e as duas
partes passaram boa parte do ano negociando um contrato.
Bob Singerman era o novo
empresário do grupo e o disco foi mixado em vários
lugares, tanto no famoso Power Station Studios, em Nova York,
com Scott Litt, como engenheiro, como no pequeno estúdio
de Mitch Easter em Winston-Salem. Chris e Gene ainda voaram para
Londres para acabarem algumas mixagens no estúdio Rushent
e também para algumas entrevistas.
Stand for deciBels
acabou saindo em janeiro de 1981, saindo simultaneamente na Inglaterra,
Japão e Austrália. Enquanto os dB's lançavam
seu disco de estréia, algumas bandas amigas de Nova York
também estreavam em vinil e para isso foi montado um show
conjunto com os dB’s, RayBeats, Fleshtones, Bush Tetras,
Bongos e Polyrock que recebeu o nome de Taking Liberties.
Esse
show, realizado em fevereiro, no Rainbow Theatre, foi gravado
e entraram em um disco lançado pela gravadora Stiff Records,
Start Swimming. O grupo participou com as canções
"We Should Be In Bed", "Death Garage" e nenhuma
dessas versões saiu em outro disco da banda.
O show do Rainbow ficou
marcado pela precariedade e diversos problemas técnicos,
mas após isso, os dB's começaram uma excursão
pelo Reino Unido, tendo os RayBeats como banda de apoio. O grupo
já tinha uma boa infra-estrutura de luz e palco, e Mitch
Easter se integrou ao projeto, adicionando sons de insetos e outros
efeitos sonoros durantes as apresentações diretamente
da mesa de som.
O grupo tinha marcado uma
nova sessão de estúdio para gravarem um novo single.
Judy acabou sendo gravada no estúdio que
pertencia a Nick Lowe, em Shepherd’s Bush. Após a
turnê pelo país, foram para Holanda e Suécia,
onde o LP ficou uma semana entre os 20 mais da parada e tiveram
uma grande recepção em Estocolmo, tocando uma noite
com lotação esgotada.
Na volta da viagem à
Suécia, se reuniram com o produtor Roger Bechrian para
ouvirem o mix final da canção. Mas apesar da banda,
ter rejeitado o resultado da mixagem e ter marcado novo trabalho
com Bechrian, a Albion tinha pressa em lançar o single
e este foi jogado às lojas e para as rádios de qualquer
jeito. A canção naufragou.
Nessa mesma viagem, Peter,
Will e Mitch Easter foram convidados para gravarem três
canções do primeiro disco solo de Kimberley Rew,
que havia deixado os Soft Boys. Gene seria o produtor, já
que havia ganho de Mitch no cara-e-coroa, sobrando para Easter
o baixo. As faixas seriam o compacto My Baby Does Her
Hairdo Long/ Fishing, lançado pelo selo Armageddon,
na Inglaterra. Na América foi lançado um mini-LP
pela Armalanta com essas duas canções, mais "Walking
in the Dew".
Após um longo período,
retornam para Nova York para novos trabalhos, já que a
Albion exigia um novo disco urgentemente. Scott Litt (que depois
trabalharia com o R.E.M. em vários discos) foi escolhido
como produtor. As gravações seriam novamente no
Power Station Studios, apesar da gravadora preferir que todo trabalho
fosse feito em Londres, onde poderiam acompanhar mais de perto
e por acreditarem que os custos seriam menores. Com isso, apenas
"Ask for Jill" e "pH Factor" foram gravados
em Nova York, no mês de maio, pois em julho já estavam
em Londres, trabalhando em um antigo estúdio que pertencera
ao The Who, o Ramport. Litt e o quarteto ficaram trancados em
um porão durante seis semanas, tendo uma cozinheira contratada
para preparar o jantar cinco noites por semanas.
Após as gravações,
foram mixá-las no Air Studios, de propriedade de George
Martin, na mesma época em que Paul McCartney e Adam and
the Ants lá estavam.
Com
uma capa desenhada por Peter, Phil Marino e Chris Nelson, nascia
Repercussion. Algumas cópias inglesas
foram mandadas para os Estados Unidos, já que o grupo começaria
sua primeira excursão no país de origem dos integrantes.
A turnê foi particularmente
exaustiva, em parte por viajarem em uma van por toda Costa Oeste
do país. Mas, o disco só seria lançado na
Inglaterra e no resto da Europa em 1982 e com nova capa, desenhada
por Malcolm Garrett, sem que a banda soubesse ou aprovasse tal
idéia.
A Albion tinha maior preocupação
com o mercado inglês e marcaram vários shows para
o grupo por todo o país (abrindo para Dave Edmunds) e,
depois, por toda a Europa.
As estafantes excursões
e a maneira de dirigir a carreira pela Albion fizeram com que
Chris anunciasse após um show no Ritz, em Nova York, que
iria deixar o grupo. Apesar de tanto esforço, o grupo não
desfrutava de sucesso na América e a pouca vontade da Albion
em promover a banda nesse país (os discos ainda só
existiam em edições importadas) acabou desanimando
Chris. E a Albion também estava insatisfeita com os dB's
e por isso os dispensou.
Sem Chris, o grupo atravessou
um período de incerteza. O trio restante continuou trabalhando,
mas Peter resolveu fazer alguns shows acústicos por conta
própria, servindo como artista de abertura para o R.E.M.
Enquanto isso, Gene resolveu virar produtor; Will abandonou a
música e Chris lançou um disco solo, It's
a Wonderful Life, aproveitando algumas canções
que os dB's não haviam utilizando e dando nova roupagem.
Um certo dia, Water Williams
ligou para um dos antigos empresários do dB's, Jim Ford,
e disse que iria fazer um vídeo da canção
"Amplifier". Seria uma produção com poucos
recursos. Com isso, o grupo conseguiu um contrato com um outro
selo, a Bearsville e Peter, Gene e Will voltaram a gravar com
o nome The dB's. Chris Butler foi chamado para ser o produtor
de um novo disco e as gravações duraram quase um
ano, em Woodstock.
Albert
Grossman, dono do selo, alugou uma casa para o grupo e custeou
todas as despesas, que foram muitas. Mas, espertamente, Albert
conseguiu um bom lucro, já que havia assinado um contrato
de distribuição com a Warner, que deu um bom dinheiro
adiantado paras longas gravações e ainda pagaram
todas as despesas de restaurante, e estúdio, que pertenciam,
ambos, a Grossman.
Após ficarem infelizes
com as mixagens, Grossman convidou Todd Rundgren, que acabou não
agradando igualmente. O jeito foi Gene mixar o disco com Mark
McKenna. A capa ficou a cargo de Phil Marino, que não teve
a aprovação (e nem o contrário) por parte
de Grossman. O grupo parecia sem vida e o disco acabou se chamando
Like This.
Com o disco pronto, começaram
a testar um novo baixista e escolheram Rick Wagner para tocar
em alguns shows. Seguiu-se uma longa excursão, e o grupo
viveu um dilema: o álbum seria lançado em setembro
pela Bearsville a tempo de saírem em uma excursão
com o R.E.M. e a banda queria tentar uma jogada arriscada: esperava
que o contrato da Bearsville e Warner para distribuição
logo expirasse e dessa forma, eles ofereceriam o disco para a
major e conseguiriam ter sua própria excursão
e uma ajuda maior em termos financeiros. Porém, o grupo
temia que a Warner não se interessasse por eles, e preferiu
ficar com a Bearsville e cumprir o plano original.
O
disco acabou indo muito bem nas college radios e apesar
do grupo de Michael Stipe ter uma vendagem bem mais expressiva,
em alguns shows da turnê os fãs dos dB's eram tão
numerosos quanto os do R.E.M.
No entanto, a falta de
suporte financeiro da Warner foi fatal para o grupo e alguns shows
na Costa Oeste foram um total fracasso de público, por
falta de divulgação. Isso contribuiu para que o
acordo entre as duas gravadoras fosse cancelado.
O vídeo de "Amplifier"
foi enviado para a MTV, na tentativa de aumentar as vendagens
do disco e dar maior visibilidade ao grupo, mas a emissora achou
o vídeo detestável.
Em meio ao marasmo, o grupo
tinha um grande número de fãs na cidade de Chicago
e conseguiram lotar, e serem transmitidos, via FMs por todo país,
uma apresentação feita no clube Metro.
O grupo acabou seu relacionamento
profissional com Bob Singerman e pararam nas mãos de agências
vagabundas. Fecharam o ano de 1984, ao menos, com uma alegria,
tocando no Irving Plaza, ao lado de Alex Chilton. Porém,
perderam Rick Wagner, que desistiu do grupo. Para seu lugar, foi
contratado Jeff Beninato.
Em 1985 começaram uma excursão com o Let's Active
e com The Chris Stamey Group. Os grupos fizeram shows inesquecíveis,
sendo o melhor deles em Winston-Salem, no Reynolds Auditorium.
Meses depois, abriram para
o Lone Justice, que mesmo tendo um grande aporte da gravadora
Geffen, souberam explorar a fama dos dB's e atraíram seus
fãs aos shows.
Chris Stamey convidou seu
ex-grupo para gravar uma canção chamada "Christmas
Time", no estúdios Bearsville. A gravação
seria paga por uma agência de publicidade que cuidava da
conta da Cerveja Miller. As sessões contaram com a presença
de vários amigos durante as gravações e num
clima de grande alegria. Peter estava fora da cidade e acrescentou
suas partes nos vocais e guitarra em uma sessão posterior.
Como forma de pagamento, os dB's ganharam um dia de estúdio
pago pela agência, que queria colocá-los em um anúncio,
mas que nunca foi ao ar. "Christmas Time" apareceu no
disco de mesmo nome da Coyote Records em 1986.
Enquanto isso, Gene estava
envolvido com um grupo chamado Wygals e pensando em deixar seu
grupo original e Peter continuava seus shows solos, aumentando
a incerteza sobre o futuro. A situação tornou-se
mais trágica quando Albert Grossman morreu em 1986, já
que ele detinha os direitos do último disco do grupo. Como
estavam presos a um selo que não mais existia, tiveram
que brigar na justiça contra a viúva Sally Grossman,
que venceu em primeira instância e não deixou o grupo
gravar por outra companhia, restando apenas fazer shows para sobreviverem.
A situação
só melhorou quando a I.R.S., mesma gravadora do R.E.M.,
resolveu entrar em cena e quis contratar o grupo. Habilmente saíram
das garras da viúva e assinaram com o novo selo. Mesmo
assim, Gene Holder deixava claro que iria abandonar e seguir com
os Wygals e disse que iria deixar o grupo antes mesmo de iniciarem
as sessões. Ainda assim, participou das gravações
e saiu em uma separação amigável, e os Wygals
chegaram a abrir shows para os dB's.
The
Sound of Music é um disco muito bem produzido,
acabado e com vários convidados. Mas cada um dos membros
restantes - Peter, Will e Jeff - moravam em cidades diferentes
e se encontravam apenas para apresentações ou compromissos.
Eles ainda tentaram substituir Gene, mas sem sucesso. O disco
foi lançado
em agosto, e em setembro começaram uma nova excursão.
Acabaram contratando Eddie Muñoz, ex-Plimsouls, para tocar
guitarra e Harold Kelt para os teclados. Mas Eddie só tocou
em um show - em New Orleans.
Mas
para azar deles, o R.E.M. havia lançado o disco Document,
que seria um grande sucesso e a gravadora resolveu colocar toda
energia e dinheiro no disco do grupo, deixando o dB's sem chances
e fazendo com o que o disco saísse de catálogo em
poucas semanas.
Em outubro se juntaram
ao R.E.M., por quatro semanas. Harold resolve deixar a banda e
entra Eric Peterson. Em janeiro começam uma excursão
pela Europa. O desânimo já era mais do que evidente,
mas ainda assim tentaram outra vez, voltando para Nova York e
gravando uma nova demo. Abriram também alguns shows para
a banda Squeeze. Essa seria a última tour do grupo
Em
1988 maio, em um show beneficente o quarteto original se reúne,
pela primeira vez desde 1982, em Charlotte. Em julho, o grupo
preparava uma nova demo com canções para um outro
disco, que acabariam entrando no disco póstumo Paris
Avenue. Peter, então contratado pelo R.E.M. para
tocar na Green Tour e a recente paternidade de Will acabaram abortando
tudo. O único consolo era ter os dois primeiros discos
de seu catálogo relançado em CD pela I.R.S. O dB's
já não existia mais como grupo.
Uma reunião em 1991
com a Rhino Records foi agendada. A gravadora queria lançar
um disco com demos e lados B do período de 1978 a 1982.
O disco acabou saindo em 1993 com o nome de Ride The Wild
Tom Tom. Ao longo dos anos, os discos do grupo foram
relançados, aumentando o culto de uma banda que foi uma
grande vítima das circunstâncias.
Os
CDs estão todos em catálogo e uma boa opção
para começar a ouvir a banda é a edição
dos dois primeiros discos da série Collectors'
Choice Music, lançado em 2001 ou o lançamento
da Rhino. Vocês verão como muitas vezes o destino
pode ser tão cruel com um grupo tão talentoso.
Deixo vocês com a
discografia do grupo. Um abraço e até a próxima
coluna.
Discografia
(I Thought) You Wanted
to Know (como Chris Stamey and the dB's, 1978)
Black and White/Soul Kiss (compacto, 1980)
Stands for deciBels (1981)
Repercussion (1982)
Like This (1984)
The Sound of Music (1987)
Ride the Wild TomTom (1993) (coletânea com músicas
não lançadas anteriormente)
Paris Avenue (ao vivo, 1994)
Neverland (1999)
Collectors' Choice Music (2001, reunindo os dois primeiros discos)
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