128 - The dB's

Os anos 80 foram pródigos em revelar grupos que passaram desapercebidos do grande público, mas que fizeram grandes músicas. Uma das poucas bandas que flertou com as guitarras byrdianas e que virou um supergrupo foi o R.E.M. E, embora seja uma excelente banda, não foram os únicos a terem uma carreira interessante. Grupos (já resenhados aqui) como Let's Active, Dream Syndicate, Long Ryders, e outros que ainda serão (como o Rain Parade) deixaram um excelente legado. E agora é a vez de uma outra banda que começou como grande promessa, mas que acabou sendo um petisco para poucos por causa dos inacreditáveis acontecimentos narrados a seguir: The dB's.


Chris StameyEm 1977, um jovem chamado Chris Stamey deixou a Carolina do Norte para ir estudar na NYU, em Nova York. Lá, na maior metrópole da América, deu a incrível sorte de conhecer uma figura já legendária da cena roqueira, Alex Chilton.

Chilton gostou de Chris e o convidou para tocar baixo em sua banda. Mas Chilton fez mais do que apenas ser o patrão de Chris. Vendo que o rapaz levava jeito, aceitou produzir um compacto que saiu pela Ork Records, contendo as canções "The Summer Sun"/ "Where the Fun Is."

No final do ano, Chilton resolveu voltar para Memphis e Chris, todo empolgado com a nova vida, produzia um novo compacto, com uma canção escrita pelo guitarrista (não menos legendário) Richard Lloyd, do Television: "(I Thought) You Wanted to Know".

Gene Holder, Will Rigby e Chris Stamey, durante os anos como Chris Stamey and the dB'sNo ano seguinte, Chris conheceu Will Rigby e Gene Holder e os convidou para fazerem parte de uma banda e fazerem algumas apresentações.

Chris acabou escolhendo um nome curioso para o grupo, dB's, uma referência a "bateria e baixo" e também por ser uma abreviação para a palavra decibéis. Nascia assim Chris Stamey and the dB's.

O trio resolveu que precisavam escrever novas canções. E assim foi. Alugaram um estúdio de quatro canais e produziram duas canções, "If and When," e "(I Thought) You Wanted to Know", que acabou sendo a canção do lado A, do novo compacto. O disquinho foi lançado por um selo fundado pelo próprio Chris, Car Records, no segundo semestre de 1978, com o nome Chris Stamey and the dB’s.

O trio deu seu primeiro show oficial meses antes de lançarem o compacto, em junho, no Max's Kansas City, em Nova York.

capa do do compacto (I Thought) You Wanted to KnowEnquanto isso, um jovem estranho chamado Peter Holsapple tinha deixado seu grupo, The H-Bombs (que tinha como membro, Mitch Easter, que depois formaria o Let's Active).

Peter foi morar em Memphis, onde fez coisas bizarras para sobreviver, como comandar simultaneamente uma greve de policiais e bombeiros da cidade!

Mas Peter achou a cidade muito chata e em outubro de 1978 foi-se para Nova York, após ser convidado para um teste como tecladista e guitarrista por Chris Stamey, através de uma indicação do próprio Chilton, Peter foi integrado, e o dB's debutou como quarteto em um show no Irving Plaza, dias depois, dividindo a bilheteria com outros grupos emergentes, como o Fleshtones.

No início, não se sabia se Peter seria realmente um membro do grupo. Um acordo entre a Ork Records e a filial britânica da Warner ofereceu um contrato para que Peter gravasse um single e Chris e os demais, outro. As gravações começaram ainda no final de 1978, no estúdio Blue Rock, em Londres. Enquanto gravavam, o acordo naufragou e a banda voltou para a América, para fazerem novas apresentações e escrever mais.

Nessa época, Peter já era um membro fixo e os quatro alugaram um pequeno canto na Quinta Avenida, para ensaiarem. Lá, nasceram várias canções, todas gravadas em quatro canais. Para poderem sobreviverem faziam shows no Max’s, Irving Plaza, CBGB, Maxwell’s, Squat Theatre, Tier 3, Mudd Club e festas de aniversário.

Peter HolsappleQuando o mercado começou a se abrir para novas bandas, e em especial para os novos grupos "new wave", os dB's viram uma excelente chance, embora não se considerassem exatamente iguais ao outros. Suas canções eram mais calcadas nos anos 60 e Chris gostava de testar novas possibilidades, sem contar que não gostavam dos modelos de ternos apertados e gravatas das novas bandas.

O quarteto começou a encontrar espaço em algumas novas casas. Em um dos shows tiveram a participação de Richard Lloyd, do Television e aos poucos a banda conseguia organizar apresentações em outros locais fora do perímetro da cidade.

Em 1979, participaram de um festival chamado M-80, em Minneapolis, ao lado do próprio Lloyd, Devo (que usaram o nome Dove), The Fleshtones, The Contortions, Gary Valentine and the Know, The Suicide Commandos, além de grupos locais.

Era o primeiro festival na América para as novas bandas. Foi em 1979 que o grupo resolveu abreviar o nome para The dB's, já que Peter contribuía com canções para o grupo. As divisões musicais também foram mudando, já que Peter foi abandonando o órgão para tocar mais guitarra.

A banda começou a ter uma reputação de destruir seus equipamentos durante shows, especialmente amplificadores e essa (má) fama retardou para que conseguissem um contrato, já que eram vistos como excêntricos, difíceis e pouco profissionais.

Em 1980, juntos com outras bandas começaram a ensaiar em um prédio na Oitava Avenida, que havia sido uma pequena confecção. O lugar acabaria recebendo o nome de Music Building e seria a casa do grupo pelos próximos sete anos. Nesse local, em que várias bandas ensaiavam dia e noite, uma garota baixinha viraria um ícone pop em poucos anos: Madonna.

No meio do ano resolveram armar um combo com vários artistas e saíram tocando pelo país de uma maneira estranha. Utilizando apenas um mapa do país, conseguiram um pacote de vôos sem o menor sentido e que precisavam viajar durante um mês seguido para que só aí pudessem ganhar hospedagem grátis.

O intinerário precisava ser marcado com antecedência e não era permitido que se visitasse uma mesma cidade duas vezes. Mas os vôos teriam sempre que fazer escala em Atlanta e isso fez com que o grupo tocasse em cidades como San Francisco, Washington, Milwaukee, mas sempre tendo que ir até a cidade para pegarem um outro avião. Para piorar, eles não podiam usar sempre seus nomes verdadeiros nos bilhetes e precisavam usar o nome de amigos, sendo que um desses, George Scott (que tocava com Lydia Lunch) morreu de overdose de heroína em Nova York, no mesmo dia em que os dB's usavam seu nome. Por isso, o primeiro LP do grupo, Stand deciBels é dedicado a ele.

capa do compacto Black and WhiteDurante essa balbúrdia é lançado o compacto Black and White/Soul Kiss, pelo selo Shake Records, de propriedade de Alan Betrock. Bertrock havia conhecido o grupo durante a malfadada tentativa de gravação em Londres e virou uma espécie de protetor e empresário do grupo.

"Soul Kiss" foi gravada em um estúdio de oito canais e o compacto acabou ganhando elogios e a banda arregimentou alguns fãs em Nova York.

O lançamento chamou a atenção da gravadora inglesa Albion e as duas partes passaram boa parte do ano negociando um contrato.

Bob Singerman era o novo empresário do grupo e o disco foi mixado em vários lugares, tanto no famoso Power Station Studios, em Nova York, com Scott Litt, como engenheiro, como no pequeno estúdio de Mitch Easter em Winston-Salem. Chris e Gene ainda voaram para Londres para acabarem algumas mixagens no estúdio Rushent e também para algumas entrevistas.

Stand for deciBels acabou saindo em janeiro de 1981, saindo simultaneamente na Inglaterra, Japão e Austrália. Enquanto os dB's lançavam seu disco de estréia, algumas bandas amigas de Nova York também estreavam em vinil e para isso foi montado um show conjunto com os dB’s, RayBeats, Fleshtones, Bush Tetras, Bongos e Polyrock que recebeu o nome de Taking Liberties.

capa do disco Stand for deciBelsEsse show, realizado em fevereiro, no Rainbow Theatre, foi gravado e entraram em um disco lançado pela gravadora Stiff Records, Start Swimming. O grupo participou com as canções "We Should Be In Bed", "Death Garage" e nenhuma dessas versões saiu em outro disco da banda.

O show do Rainbow ficou marcado pela precariedade e diversos problemas técnicos, mas após isso, os dB's começaram uma excursão pelo Reino Unido, tendo os RayBeats como banda de apoio. O grupo já tinha uma boa infra-estrutura de luz e palco, e Mitch Easter se integrou ao projeto, adicionando sons de insetos e outros efeitos sonoros durantes as apresentações diretamente da mesa de som.

O grupo tinha marcado uma nova sessão de estúdio para gravarem um novo single. Judy acabou sendo gravada no estúdio que pertencia a Nick Lowe, em Shepherd’s Bush. Após a turnê pelo país, foram para Holanda e Suécia, onde o LP ficou uma semana entre os 20 mais da parada e tiveram uma grande recepção em Estocolmo, tocando uma noite com lotação esgotada.

Na volta da viagem à Suécia, se reuniram com o produtor Roger Bechrian para ouvirem o mix final da canção. Mas apesar da banda, ter rejeitado o resultado da mixagem e ter marcado novo trabalho com Bechrian, a Albion tinha pressa em lançar o single e este foi jogado às lojas e para as rádios de qualquer jeito. A canção naufragou.

Nessa mesma viagem, Peter, Will e Mitch Easter foram convidados para gravarem três canções do primeiro disco solo de Kimberley Rew, que havia deixado os Soft Boys. Gene seria o produtor, já que havia ganho de Mitch no cara-e-coroa, sobrando para Easter o baixo. As faixas seriam o compacto My Baby Does Her Hairdo Long/ Fishing, lançado pelo selo Armageddon, na Inglaterra. Na América foi lançado um mini-LP pela Armalanta com essas duas canções, mais "Walking in the Dew".

Após um longo período, retornam para Nova York para novos trabalhos, já que a Albion exigia um novo disco urgentemente. Scott Litt (que depois trabalharia com o R.E.M. em vários discos) foi escolhido como produtor. As gravações seriam novamente no Power Station Studios, apesar da gravadora preferir que todo trabalho fosse feito em Londres, onde poderiam acompanhar mais de perto e por acreditarem que os custos seriam menores. Com isso, apenas "Ask for Jill" e "pH Factor" foram gravados em Nova York, no mês de maio, pois em julho já estavam em Londres, trabalhando em um antigo estúdio que pertencera ao The Who, o Ramport. Litt e o quarteto ficaram trancados em um porão durante seis semanas, tendo uma cozinheira contratada para preparar o jantar cinco noites por semanas.

Após as gravações, foram mixá-las no Air Studios, de propriedade de George Martin, na mesma época em que Paul McCartney e Adam and the Ants lá estavam.

capa do disco RepercussionCom uma capa desenhada por Peter, Phil Marino e Chris Nelson, nascia Repercussion. Algumas cópias inglesas foram mandadas para os Estados Unidos, já que o grupo começaria sua primeira excursão no país de origem dos integrantes.

A turnê foi particularmente exaustiva, em parte por viajarem em uma van por toda Costa Oeste do país. Mas, o disco só seria lançado na Inglaterra e no resto da Europa em 1982 e com nova capa, desenhada por Malcolm Garrett, sem que a banda soubesse ou aprovasse tal idéia.

A Albion tinha maior preocupação com o mercado inglês e marcaram vários shows para o grupo por todo o país (abrindo para Dave Edmunds) e, depois, por toda a Europa.

As estafantes excursões e a maneira de dirigir a carreira pela Albion fizeram com que Chris anunciasse após um show no Ritz, em Nova York, que iria deixar o grupo. Apesar de tanto esforço, o grupo não desfrutava de sucesso na América e a pouca vontade da Albion em promover a banda nesse país (os discos ainda só existiam em edições importadas) acabou desanimando Chris. E a Albion também estava insatisfeita com os dB's e por isso os dispensou.

Sem Chris, o grupo atravessou um período de incerteza. O trio restante continuou trabalhando, mas Peter resolveu fazer alguns shows acústicos por conta própria, servindo como artista de abertura para o R.E.M. Enquanto isso, Gene resolveu virar produtor; Will abandonou a música e Chris lançou um disco solo, It's a Wonderful Life, aproveitando algumas canções que os dB's não haviam utilizando e dando nova roupagem.

Um certo dia, Water Williams ligou para um dos antigos empresários do dB's, Jim Ford, e disse que iria fazer um vídeo da canção "Amplifier". Seria uma produção com poucos recursos. Com isso, o grupo conseguiu um contrato com um outro selo, a Bearsville e Peter, Gene e Will voltaram a gravar com o nome The dB's. Chris Butler foi chamado para ser o produtor de um novo disco e as gravações duraram quase um ano, em Woodstock.

capa do disco Like ThisAlbert Grossman, dono do selo, alugou uma casa para o grupo e custeou todas as despesas, que foram muitas. Mas, espertamente, Albert conseguiu um bom lucro, já que havia assinado um contrato de distribuição com a Warner, que deu um bom dinheiro adiantado paras longas gravações e ainda pagaram todas as despesas de restaurante, e estúdio, que pertenciam, ambos, a Grossman.

Após ficarem infelizes com as mixagens, Grossman convidou Todd Rundgren, que acabou não agradando igualmente. O jeito foi Gene mixar o disco com Mark McKenna. A capa ficou a cargo de Phil Marino, que não teve a aprovação (e nem o contrário) por parte de Grossman. O grupo parecia sem vida e o disco acabou se chamando Like This.

Com o disco pronto, começaram a testar um novo baixista e escolheram Rick Wagner para tocar em alguns shows. Seguiu-se uma longa excursão, e o grupo viveu um dilema: o álbum seria lançado em setembro pela Bearsville a tempo de saírem em uma excursão com o R.E.M. e a banda queria tentar uma jogada arriscada: esperava que o contrato da Bearsville e Warner para distribuição logo expirasse e dessa forma, eles ofereceriam o disco para a major e conseguiriam ter sua própria excursão e uma ajuda maior em termos financeiros. Porém, o grupo temia que a Warner não se interessasse por eles, e preferiu ficar com a Bearsville e cumprir o plano original.

em pé: Will e Rick. abaixo: Peter e GeneO disco acabou indo muito bem nas college radios e apesar do grupo de Michael Stipe ter uma vendagem bem mais expressiva, em alguns shows da turnê os fãs dos dB's eram tão numerosos quanto os do R.E.M.

No entanto, a falta de suporte financeiro da Warner foi fatal para o grupo e alguns shows na Costa Oeste foram um total fracasso de público, por falta de divulgação. Isso contribuiu para que o acordo entre as duas gravadoras fosse cancelado.

O vídeo de "Amplifier" foi enviado para a MTV, na tentativa de aumentar as vendagens do disco e dar maior visibilidade ao grupo, mas a emissora achou o vídeo detestável.

Em meio ao marasmo, o grupo tinha um grande número de fãs na cidade de Chicago e conseguiram lotar, e serem transmitidos, via FMs por todo país, uma apresentação feita no clube Metro.

O grupo acabou seu relacionamento profissional com Bob Singerman e pararam nas mãos de agências vagabundas. Fecharam o ano de 1984, ao menos, com uma alegria, tocando no Irving Plaza, ao lado de Alex Chilton. Porém, perderam Rick Wagner, que desistiu do grupo. Para seu lugar, foi contratado Jeff Beninato.

Chris, Ted Lyons, baterista do Chris Stamey Group, Will, Mitch Easter, Faye Hunter, do Let's Active, Peter e Gene, em fevereiro de 1985, em Winston-Salem Em 1985 começaram uma excursão com o Let's Active e com The Chris Stamey Group. Os grupos fizeram shows inesquecíveis, sendo o melhor deles em Winston-Salem, no Reynolds Auditorium.

Meses depois, abriram para o Lone Justice, que mesmo tendo um grande aporte da gravadora Geffen, souberam explorar a fama dos dB's e atraíram seus fãs aos shows.

Chris Stamey convidou seu ex-grupo para gravar uma canção chamada "Christmas Time", no estúdios Bearsville. A gravação seria paga por uma agência de publicidade que cuidava da conta da Cerveja Miller. As sessões contaram com a presença de vários amigos durante as gravações e num clima de grande alegria. Peter estava fora da cidade e acrescentou suas partes nos vocais e guitarra em uma sessão posterior. Como forma de pagamento, os dB's ganharam um dia de estúdio pago pela agência, que queria colocá-los em um anúncio, mas que nunca foi ao ar. "Christmas Time" apareceu no disco de mesmo nome da Coyote Records em 1986.

Enquanto isso, Gene estava envolvido com um grupo chamado Wygals e pensando em deixar seu grupo original e Peter continuava seus shows solos, aumentando a incerteza sobre o futuro. A situação tornou-se mais trágica quando Albert Grossman morreu em 1986, já que ele detinha os direitos do último disco do grupo. Como estavam presos a um selo que não mais existia, tiveram que brigar na justiça contra a viúva Sally Grossman, que venceu em primeira instância e não deixou o grupo gravar por outra companhia, restando apenas fazer shows para sobreviverem.

A situação só melhorou quando a I.R.S., mesma gravadora do R.E.M., resolveu entrar em cena e quis contratar o grupo. Habilmente saíram das garras da viúva e assinaram com o novo selo. Mesmo assim, Gene Holder deixava claro que iria abandonar e seguir com os Wygals e disse que iria deixar o grupo antes mesmo de iniciarem as sessões. Ainda assim, participou das gravações e saiu em uma separação amigável, e os Wygals chegaram a abrir shows para os dB's.

capa do disco The Sound of MusicThe Sound of Music é um disco muito bem produzido, acabado e com vários convidados. Mas cada um dos membros restantes - Peter, Will e Jeff - moravam em cidades diferentes e se encontravam apenas para apresentações ou compromissos. Eles ainda tentaram substituir Gene, mas sem sucesso. O disco foi lançado
em agosto, e em setembro começaram uma nova excursão. Acabaram contratando Eddie Muñoz, ex-Plimsouls, para tocar guitarra e Harold Kelt para os teclados. Mas Eddie só tocou em um show - em New Orleans.

Will, Eddie Muñoz, Peter, Harold e JeffMas para azar deles, o R.E.M. havia lançado o disco Document, que seria um grande sucesso e a gravadora resolveu colocar toda energia e dinheiro no disco do grupo, deixando o dB's sem chances e fazendo com o que o disco saísse de catálogo em poucas semanas.

Em outubro se juntaram ao R.E.M., por quatro semanas. Harold resolve deixar a banda e entra Eric Peterson. Em janeiro começam uma excursão pela Europa. O desânimo já era mais do que evidente, mas ainda assim tentaram outra vez, voltando para Nova York e gravando uma nova demo. Abriram também alguns shows para a banda Squeeze. Essa seria a última tour do grupo

Em 1988 maio, em um show beneficente o quarteto original se reúne, pela primeira vez desde 1982, em Charlotte. Em julho, o grupo preparava uma nova demo com canções para um outro disco, que acabariam entrando no disco póstumo Paris Avenue. Peter, então contratado pelo R.E.M. para tocar na Green Tour e a recente paternidade de Will acabaram abortando tudo. O único consolo era ter os dois primeiros discos de seu catálogo relançado em CD pela I.R.S. O dB's já não existia mais como grupo.

Uma reunião em 1991 com a Rhino Records foi agendada. A gravadora queria lançar um disco com demos e lados B do período de 1978 a 1982. O disco acabou saindo em 1993 com o nome de Ride The Wild Tom Tom. Ao longo dos anos, os discos do grupo foram relançados, aumentando o culto de uma banda que foi uma grande vítima das circunstâncias.

capa da coletânea Collectors' Choice MusicOs CDs estão todos em catálogo e uma boa opção para começar a ouvir a banda é a edição dos dois primeiros discos da série Collectors' Choice Music, lançado em 2001 ou o lançamento da Rhino. Vocês verão como muitas vezes o destino pode ser tão cruel com um grupo tão talentoso.

Deixo vocês com a discografia do grupo. Um abraço e até a próxima coluna.

 

Discografia

(I Thought) You Wanted to Know (como Chris Stamey and the dB's, 1978)
Black and White/Soul Kiss (compacto, 1980)
Stands for deciBels (1981)
Repercussion (1982)
Like This (1984)
The Sound of Music (1987)
Ride the Wild TomTom (1993) (coletânea com músicas não lançadas anteriormente)
Paris Avenue (ao vivo, 1994)
Neverland (1999)
Collectors' Choice Music (2001, reunindo os dois primeiros discos)


 

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