Que Johnny Rotten que nada! Se você
quer saber quem foi o verdadeiro anti-cristo do rock leia esse
texto. Ninguém merece mais esse título do que Jello
Biafra. Ninguém incomodou mais a conservadora e retrógrada
sociedade norte-americana do que o ex-líder do Dead Kennedys.
Jello foi (e ainda é) um dos maiores agitadores da cultura
alternativa mundial, e por causa disso foi processado inúmeras
vezes, inclusive por seus colegas de banda que lhe tomaram o nome
e limparam seu bolso. Em protesto a isso, falarei apenas de seus
anos, porque o que sobrou dos Dead Kennedys é tão
relevante quanto seria a volta dos Smiths sem Morrissey...
Se
tem um cara que sabe incomodar é Jello Biafra. Líder
da mais anarquista banda de todos os tempos, ele é também
um dos maiores lutadores contra as grandes organizações
multinacionais. Jello luta pelo utópico: melhor distribuição
de renda, fim do racismo, da violência. Perto dele, Bono
é apenas um seminarista.
Eric Boucher (seu nome
real) sempre foi uma pessoa que resolveu lutar contra o sistema
e a mediocridade. Jello (ou Eric) nasceu em Boulder, estado do
Colorado, e assim que conseguiu, largou a medíocre vida
que levava.
Acabou parando em San Francisco,
a meca dos hippies nos anos 60 e um dos lugares mais improváveis
para Jello, que odiava toda a mística dos anos 60 - "eu
jamais consegui ser afetado ou gostar de Grateful Dead, um bando
de velhos idiotas que ficam se drogando e masturbando suas guitarras"
- e resolveu adotar o estranho codinome Jello Biafra, após
ler sobre a vergonhosa guerra civil na Nigéria, especialmente
em Biafra, na Nigéria, que tentou se tornar independente
em 1967, proclamando a República de Biafra. O resultado
de tal ousadia foi o massacre da etnia dos ibos, que
após 32 meses de batalhas, mortes, bloqueios, resultou
na morte de 1 milhão de pessoas e a perda da liberdade,
em 1970.
E desde cedo, Jello começou
a se identificar com o espírito dos punks, embora não
sentisse muito bem um paralelo com os grupos de então.
"Eu comecei prestando a atenção nos New York
Dolls e em David Bowie, mas os Dolls eram muito coloridos para
o público médio de heavy metal da América
e não fizeram sucesso.
Mas suas músicas
eram simples e fáceis de serem tocadas e sua postura agressiva
me estimulou. Uma das minhas primeiras influências foi o
Ramones, que vi em um show em Denver, no Colorado, abrindo para
uma banda de merda chamada Night City, com uma platéia
cheia de flores e que pareciam ser todos fãs do country
de Joni Mitchell. Foi lindo ver Johnny colocando sua guitarra
no volume 10 e dando aqueles cordes avisando que estavam no palco.
Mas a melhor coisa deles era passar aquela mensagem de que qualquer
um de nós podíamos fazer aquele tipo de som e que
podíamos vencer toda aquela merda que imperava nas rádios."
Mas
Jello não queria ser uma banda punk que falava apenas de
namoradas, crises juvenis. Queria abordar temas políticos,
incomodar, falar o que ninguém ousava.
Dessa maneira, nascia em
1978, o Dead Kennedys com Jello nos vocais, Klaus Flouride (baixo),
East Bay Ray (guitarra) e Ted (bateria). Logo também entraria
um guitarrista que seria conhecido apenas como 6025.
Desde o nome, o Dead Kennedys
queria incomodar. Seu som era mais violento do que os Ramones,
suas letras muito mais pesadas e Jello parecia que tinha tomado
sucessivos choques elétricos antes de pisar no palco. Com
seu gestual nervoso e não deixando a platéia um
segundo em paz, o grupo começou a tocar pela região
e em 1979 lançam o explosivo compacto com as canções
"California Über Alles" e "Man With The Dogs",
onde desciam o pau no governador Jerry Brown.
O compacto chamou a atenção
e o grupo lançou outro ainda mais poderoso, com "Holiday
In Cambodia" e "Police Truck". Jello fez algo que
chocou a conservadora sociedade norte-americana: lançou-se
candidato à prefeito da cidade nas eleições,
ficando em quarto lugar com mais de 6 mil votos. Entre suas propostas,
queria que os policiais fossem escolhidos pela população
e obrigar os políticos a se vestirem com roupas de palhaço.
Em
1980 assinam com a independente I.R.S. (que seria o primeiro lar
do R.E.M.) e o mundo conhece a grande obra-prima do hardcore,
o disco Fresh Fruit for Rotting Vegetables.
O disco é um petardo
em todos os sentidos: começa pelas canções
com temas que falam de drogas ("Drug Me"), aluguel ("Let's
Lynch The Landlord"), matança dos pobres ("Kill
The Poor"), alistamento militar ("When Ya Get Drafted"),
além, claro, de "California Über Alles"
e "Holiday in Cambodia".
As letras eram de um outro
mundo: com sua ironia, cinismo e contundência, Jello mostrava
o lado podre da América, aquele que não era mostrado
na televisão. Mas o disco tinha um outro item especial:
um belíssimo pôster colorido que o grupo trabalhou
durante 16 horas seguidas em sua confecção.
O disco trazia as seguintes
faixas:
Lado A
1. "Kill the Poor" (written by
East Bay Ray, Biafra) 3:07
2. "Forward to Death" (written by 6025) 1:23
3. "When Ya Get Drafted" 1:23
4. "Let's Lynch the Landlord" 2:13
5. "Drug Me" 1:56
6. "Your Emotions" (written by East Bay Ray) 1:20
7. "Chemical Warfare" 2:58
Lado B
1. "California Über Alles"
(written by Biafra, John Greenway) 3:03
2. "I Kill Children" 2:04
3. "Stealing People's Mail" 1:34
4. "Funland at the Beach" 1:49
5. "Ill in the Head" (written by 6025, Biafra) 2:46
6. "Holiday in Cambodia" (written by Biafra, Greenway)
4:37
7. "Viva Las Vegas" (written by Doc Pomus, Mort Shuman)
2:42
Jello
era um caso raro entre os punks: apesar de tanta raiva contida,
o cantor abominava o uso de drogas e não gostava de posturas
radicais de seus fãs nos shows: "às vezes a
linha que separa os fãs do fascismo é muito tênue.
Eu prego um rompimento com essa mediocridade, mas não prego
a violência."
Logo após o lançamento,
o baterista Ted sai, entrando D.H. Pelligro em seu lugar, um baterista
negro e que gostava dos Dead Kennedys.
Mas Jello não queria
ficar preso a um contrato com uma gravadora que considerava tão
comercial quanto qualquer outra - "assim que fizerem dinheiro
serão apenas mais uma" - e resolve montar seu próprio
selo, a Alternative Tentacles.
"Eu
não posso falar de algo alternativo e gravar por uma grande
companhia como faz o Clash, que se diz um grupo político,
mas que só está interessado em dinheiro, drogas
e sexo. Eu não trairia meus fãs dessa maneira."
Um dos motivos que fez
Jello sair do selo foi que o lançamento, pela I.R.S., do
disco com uma capa toda laranja, o que o irritou: "eles acabaram
com a capa e fizeram isso sem nos avisar, apenas para venderem
mais. Disseram que podiam fazer uma capa diferente para a edição
americana e outra para a importada. Mandamos mudarem na hora."
O grupo era representado na Inglaterra e Europa pela minúscula
Cherry Red.
E pela Alternative Tentacles
o primeiro lançamento pelo novo selo foi o EP In
God We Trust, em 1981. Enquanto
isso, Fresh Fruit for Rotting Vegetables acabou
fazendo furor na Europa, conseguindo ser disco de ouro na Inglaterra
e o compacto Too Drunk to Fuck / The Prey, lançado
logo em seguida, ficou entre as 40 mais tocadas
daquele país, apesar de ter sido banida das rádios.
O
grupo colecionou uma grande confusão quando lançou
um compacto pela Subterranean Records com a música "Nazi
Punks Fuck Off", que estava no EP.
A polêmica aconteceu
por dois motivos: primeiro porque um apresentador de televisão
chamado Phil Donahue afirmou que o grupo estava abraçando
o nazismo. Mas Phil acabou sendo corrigido por um telespectador
ainda ao vivo.
E, a segunda polêmica,
era a própria letra. Jello e os demais estavam cansados
de ver os nazistas dizerem que eram fãs da banda e provocarem
um festival de violência nos shows.
O EP trazia as seguintes
faixas:
Lado A
1. "Religious Vomit"
– 1:04 (6025)
2. "Moral Majority" – 1:55
3. "Hyperactive Child" – 0:37
4. "Kepone Factory" – 1:18
Lado B
5. "Dog Bite"
– 1:13 (Klaus Flouride)
6. "Nazi Punks Fuck Off" – 1:03
7. "We've Got a Bigger Problem Now" – 4:29
8. "Rawhide" – 2:11 (Ned Washington and Dimitri
Tiomkin)
Em
1982, o grupo lançou o segundo LP, Plastic Surgery
Disasters e o Dead Kennedys deu um tempo e Jello começou
a trabalhar sua gravadora para se tornar um nome forte no underground
americano e mundial.
O LP trazia as seguintes
faixas:
Lado 1
1. "Government Flu" –
3:01
2. "Terminal Preppie" – 1:30
3. "Trust Your Mechanic" – 2:55
4. "Well Paid Scientist" – 2:21
5. "Buzzbomb" (East Bay Ray, Jello Biafra) – 2:21
6. "Forest Fire" – 2:22
7. "Halloween" (East Bay Ray, Jello Biafra) –
3:35
8. "Winnebago Warrior" – 2:09
Lado 2
1. "Riot" (Dead Kennedys) –
5:57
2. "Bleed for Me" (Dead Kennedys) – 3:24
3. "I Am the Owl" (Dead Kennedys) – 4:51
4. "Dead End" (East Bay Ray) – 3:56
5. "Moon Over Marin" (East Bay Ray, Jello Biafra) –
4:29
Jello
começou então a lançar várias coletâneas
de bandas punks e hardcore, tornando-se um embaixador dos independentes
no mundo todo. Jello continuava sua luta pelo direito de expressão:
"o termo punk é aceito como um termo perigoso e as
pessoas gostam de dizer que o punk está morto, mas que
as grandes bandas de rock não estão. O punk não
morrerá até que algo mais perigoso o substitua.
E isso irá demorar."
Os anos seguintes foram
gastos com excursões e divulgação das idéias
anárquicas do grupo. Mas Jello enfrentava também
problemas dentro da banda. Por ser o único membro a não
consumir drogas - "elas são tão nocivas quanto
a religião - o vocalista enfrentava o estranhamento de
seus colegas. E, pior, via vários fãs morrendo de
overdose.
"Algumas pessoas tentam
se livrar das drogas indo para a religião. É uma
postura ridícula. Você sai de um estado de alienação
e entra em outro. A América é extremamente perigosa
hoje. Esses malditos pastores da televisão se entopem de
cocaína e depois ficam pregando e afirmando que estão
vendo uma iluminação. Devem estar é viajando."
Ainda
em 1982, a Alternative lança uma coletânea fundamental
para a massificação do gênero na América,
Let Them Eat Jellybeans, com as bandas novatas
Black Flag, Flipper, Circle Jerks, The Bad Brains e Voice Farm.
E, já nessa época,
Jello começa a brigar com um outro tipo de pessoa que não
o deixaria em paz: os pirateiros.
Biafra reclamava que estava
sendo roubado por gente do seu próprio meio, que vendiam
os direitos de seus discos, sem avisá-lo, para o estrangeiro
e faturavam em cima. Um exemplo disso, segundo o cantor, foi o
lançamento de Fresh Fruit for Rotting Vegetables
no Brasil, quando ele já havia deixado a banda.
"Quando me falaram
que o disco havia saído no Brasil fiquei furioso porque
nunca me pediram autorização e não vi um
centavo da grana."
Mas
polêmica mesmo eles iriam arranjar com o próximo
disco, Frankenchrist. E o grande motivo foi o
pôster interno.
A banda tinha usado uma
ilustração do artista suíço H. R.
Ginger chamada Landscape No. 20: Where We Are Coming From,
onde havia ilustrações de pênis e ânus.
Se a arte por si só
já era ofensiva, tomou um rumo pior quando uma mãe
pegou o disco que sua filha de 13 anos havia comprado para dar
de presente a seu irmão de 11 e viu aquilo.
Imediatamente a banda se
viu no maior processo criminal de sua carreira e que se arrastaria
por dois anos. Processados por obscenidade e por distribuição
de pornografia a menores, o Dead Kennedys parou suas atividades,
assim como o selo.
O polêmico disco
trazia as seguintes faixas:
Lado A
1. "Soup Is Good
Food" – 4:18 (Jello Biafra)
2. "Hellnation" – 2:22 (D.H. Peligro)
3. "This Could Be Anywhere (This Could Be Everywhere)"
– 5:24 (Jello Biafra)
4. "A Growing Boy Needs His Lunch" – 5:50 (Jello
Biafra)
5. "Chicken Farm" – 5:06 (Jello Biafra)
Lado
B
6. "Jock-O-Rama (Invasion
of the Beef Patrol)" – 4:06 (Jello Biafra)
7. "Goons of Hazzard" – 4:25 (East Bay Ray, Jello
Biafra)
8. "M.T.V. - Get off the Air" – 3:37 (Jello Biafra)
9. "At My Job" – 3:41 (East Bay Ray)
10. "Stars and Stripes of Corruption" – 6:23 (Jello
Biafra)
Jello foi violentamente
acordado, teve sua casa invadida por policiais, preso e cópias
do disco apreendidas. Foi também vetada a prensagem de
novas cópias do álbum.
Mas Jello não aceitou
e resolveu literalmente ir pro pau, sendo um dos fundadores da
No More Censorship Defense Fund, uma organização
que lutava pelo direito de expressão e que tentava juntar
artistas que também sofriam esse tipo de perseguição.
O apoio veio basicamente
de jovens e gente desconhecida, mas virou manchete quando três
nomes importantes apoiaram sua luta: Frank Zappa, Little Steven
e Paul Kantner.
A
luta durou dois anos e nesse meio tempo o Dead lançou o
último disco com Jello, em 1986, Bedtime for Democracy,
que se mostrou um desapontamento. A tensão do processo
e as brigas internas resultaram em um disco fraco.
Em 1987, Jello conseguiu
o que tanto queria, a absolvição: por 7 a 5 foi
considerado inocente, vencendo sua alegação que
o encarte estava dentro de um contexto artístico do disco
e que o grupo não estava obrigando ninguém a comprar
seu trabalho.
O LP trazia as seguintes
faixas:
Lado A
1. "Take This Job
and Shove It" – 1:25 (David Allan Coe)
2. "Hop with the Jet Set" – 2:07
3. "Dear Abby" – 1:09
4. "Rambozo the Clown" – 2:25
5. "Fleshdunce" – 1:29
6. "The Great Wall" – 1:32
7. "Shrink" – 1:44
8. "Triumph of the Swill" – 2:17
9. "Macho Insecurity" – 1:30
10. "I Spy" – 2:30 (D.H. Peligro)
11. "Cesspools in Eden" – 5:56
Lado B
12. "One-Way Ticket
to Pluto" – 1:38
13. "Do the Slag" – 1:36 (East Bay Ray)
14. "A Commercial" – 1:33
15. "Gone with My Wind" – 1:43
16. "Anarchy for Sale" – 1:18
17. "Chickenshit Conformist" – 5:58
18. "Where Do Ya Draw the Line" – 2:39
19. "Potshot Heard 'Round the World" – 2:10 (East
Bay Ray, Jello Biafra)
20. "D.M.S.O." – 2:09
21. "Lie Detector" – 3:43 (East Bay Ray, Jello
Biafra)
Mas
o Dead Kennedys já não existia e Jello começava
a sair em carreira-solo fazendo shows por conta própria,
já que os demais integrantes não o suportavam mais.
Ainda nesse ano saiu uma coletânea editada pelo cantor,
Give Me Convenience or Give Me Death.
Jello saiu do julgamento
como o grande vencedor, além de ter virado um herói
(literalmente falando) dos mais fracos. Mas o que ele não
esperava é que, anos depois, quando o grupo não
mais existia, fosse enfrentar um outro julgamento contra seus
ex-companheiros.
Os demais integrantes alegavam
que Jello não havia pago corretamente os direitos autorais
anteriormente e o processaram, mesmo tendo sido feito um acordo,
com o cantor admitindo a contabilidade errada e os ressarcindo.
Ainda assim, os demais contrataram um advogado especializado em
direitos autorais e pleitearam (e venceram) um processo em que
levaram US$ 200 mil.
Jello respondeu, irônico,
que eles pagaram o advogado com o próprio dinheiro que
ele havia desembolsado para acertar com os outros músicos.
Por causa disso foi criado até um site chamado Dead
Kennedys News, onde os demais músicos (que
ficaram com o nome) mostram todos os passos do processo, e, não
satisfeitos, saíram maculando o legado com shows em que
aparecem com um cantor qualquer e faturando em cima do legado.
Mas essa parte não
entrará aqui por respeito a Jello. Fiquem com a letra de
"Holiday in Cambodia". Um abraço e até
a próxima coluna
Holiday in Cambodia
So you been to school for
a year or two
And you know you've seen it all
In daddy's car, thinkin' you'll go far
Back east your type don't crawl
Play ethnincky jazz to parade you snazz
On your five grand stereo
Braggin' that you know how the niggers feel the cold
And the slum's got so much soul
It's time to taste what you most fear
Right Guard will not help you here
Brace yourself, my dear… .
It's a holiday in Cambodia
It's tough, kid, but it's life
It's a holiday in Cambodia
Don't forget to pack a wife
You're a star-belly sneech, you suck like a leech
You want everyone to act like you
Kiss ass while you bitch so you can get rich
While your boss gets richer off you
Well you'll work harder with a gun in your back
For a bowl of rice a day
Slave for soldiers ‘til you starve
Then your head is skewered on a stake
Now you can go where people are one
Now you go where they get things done
What you need, my son…
Is a holiday in Cambodia
Where people dress in black
A holiday in Cambodia
Where you'll kiss ass or crack
Pol Pot, Pol Pot, Pol Pot, Pol Pot, etc…. .
And it's a holiday in Cambodia
Where you'll do what you're told
A holiday in Cambodia
Where the slums got so much soul
Discografia
California Über Alles
/ Man with the Dogs* (1979)
Fresh Fruit for Rotting Vegetables (1980)
California Über Alles / Man with the Dogs* (1980)
Holiday in Cambodia / Police Truck (1980)
Kill the Poor / In-Sight* (1980)
Can You Hear Me? Music from the Deaf Club** (1980)
Too Drunk to Fuck / The Prey* (1981)
In God We Trust, Inc.(EP, 1981)
Plastic Surgery Disasters w/ In God We Trust Inc. (1982)
Nazi Punks Fuck Off! / Moral Majority* (1982)
Bleed for Me / Life Sentence* (1982)
Halloween / Saturday Night Holocaust* (1982)
Let Them Eat Jellybeans** (1982)
Burning Ambitions: A History of Punk** (1982)
Wargasm** (1982)
Punk and Disorderly** (1982)
Not So Quiet on the Western Front** (1982)
Rat Music for Rat People** (1982)
P.E.A.C.E.** (1984)
Frankenchrist (1985)
Viva La Revolution!** (1985)
Play New Rose For Me** (1986)
Lovedolls Superstar Soundtrack** (1986)
Bedtime For Democracy (1986)
Give Me Convenience or Give Me Death (1987)
Faster & Louder** (1993)
Real Punk!** (1996) Cleopatra Records
Official Skateboard World Championship** (1997)
Snowboard Tribute** (1998)
United States of Punk** (1998)
Mutiny On the Bay (2001)
Live at the Deaf Club (2004)
* compactos
** coletâneas
|