O ano de 1965
foi o ano da virada na carreira de Bob Dylan. Primeiro, por lançar
dois álbuns monumentais em um curto espaço de tempo
entre cada um. E, o segundo motivo, foi a adoção
da guitarra elétrica em sua música, abandonando
um pouco o seu lado folk, o que lhe causou a famosa vaia no Festival
de Newport, quando foi xingado e acusado de traidor (e isso bem
antes dos punks...). Dylan queria voltar às suas origens,
tocando o rock que havia o seduzido quando menino e, de quebra,
atingir um público maior. E, se isso não fosse suficiente,
1965 foi o ano em que ele lançou algumas canções
"razoáveis": "Mr. Tambourine Man",
"It's All Over Now, Baby Blue", "Maggie's Farm",
"Like A Rolling Stone", "Ballad Of A Thin Man"...
Bob
Dylan não estava satisfeito com o caminho de sua carreira.
Apesar de lançar dois birlhantes discos no ano de 1964
- The Times They Are A-Changin' e Another
Side of Bob Dylan - o cantor e compositor queria mudar
sua postura, embora soubesse que seus fãs iriam chiar.
Dylan estava impressionado
com o sucesso das bandas britânicas na América, especialmente
dos Beatles. Para amigos, Dylan confessava que queria fundir seu
folk com guitarras elétricas, baixo elétrico e bateria.
"Minhas primeiras influências foram Elvis Presley e
Hank Williams. Eu não estaria aqui sem eles. Eu sempre
tive uma veia roqueira."
Dessa maneira, o artista
resolveu dar um passo gigantesco e arriscado, eletrificando seu
som.
Assim, em janeiro de 1965,
Bob entrou em estúdio com uma banda formada pelos seguintes
músicos: Al Gorgone, John Hammond, Jr., Bruce Langhorne
e Kenneth Rankin (guitarras); Paul Griffin, Frank Owens (piano);
William E. Lee, Joseph Macho, Jr. e John Sebastian (baixo) e Bobby
Gregg (bateria).
O
próprio Dylan tocaria guitarra acústica e harmônica.
Na produção, mais uma vez estaria o experiente Tom
Wilson.
Gravado rapidamente, Bringing
It All Back Home marca uma espetacular virada em sua
carreira. Muitos consideram seu melhor trabalho até hoje,
não apenas pelas músicas, mas também pela
evolução como letrista.
O primeiro ponto a se destacar
é o título do álbum: "Trazendo tudo
de volta para casa" fazia uma referência que o rock
havia nascido na América, nos anos 50, e não com
as bandas britânicas que invadiam a América. Dylan
tentava, dessa maneira, fazer um resgate não apenas do
rock, mas também de si mesmo.
A capa trazia várias
referências: no colo do cantor havia um gato batizado de
Rolling Stone; atrás apareciam capas de discos de Robert
Johnson, Lenya, Von Schmidt e The Impressions; à sua frente
uma capa da revista Time; dentro da lareira o seu disco
Another Side Of Bob Dylan. A morena que aparece
logo atrás dele era Sally Grossman, esposa de Albert Grossman,
empresário do cantor.
No
disco ainda conta com algumas fotos, tais como o cantor tocando
com Joan Baz, uma foto do cantor Peter Yarrow- do trio Peter,
Paul & Mary -, além da presença do poeta beat
Allen Ginsberg.
Bringing It All
Back Home trazia 11 faixas:
Lado 1
1. "Subterranean Homesick Blues"
– 2:21
2. "She Belongs to Me" – 2:47
3. "Maggie's Farm" – 3:54
4. "Love Minus Zero/No Limit" – 2:51
5. "Outlaw Blues" – 3:05
6. "On the Road Again"– 2:35
7. "Bob Dylan's 115th Dream"– 6:30
Lado 2
1. "Mr. Tambourine Man" –
5:30
2. "Gates of Eden" – 5:40
3. "It's Alright, Ma (I'm Only Bleeding)" – 7:29
4. "It's All Over Now, Baby Blue" – 4:12
O
LP traz dois momentos distintos: o lado A era essencialmente elétrico
mostrando seu futuro e o lado B, acústico retratatando
seu passado.
Bringing It All
Back Home abria com "Subterranean Homesick Blues",
que seria o primeiro compacto do disco. A canção
já dava mostras do novo som do cantor, cheio de guitarras
influencidas por Chuck Berry, com uma letra bem sarcástica.
Uma curiosidade dessa canção
é a presença do poeta Allen Ginsberg no vídeo
promocional. Dylan fica em pé, com cartazes na mão
contendo trechos da letra que ele vai descartando enquanto a música
é tocada. Ela alcançou apenas a 39ª posição
nas paradas.
Dylan possuía uma
profunda admiração pelo escritor: "Ginsberg
é um dos dois santos que eu conheço pessoalmente.
Ele é o único escritor que eu respeito. Gosto de
outros, mas não tenho o mesmo respeito que tenho por Allen.
Ele
tem uma grande qualidade: ele não é poeta apenas
no papel. Eu não me considero um poeta da mesma maneira
que não me considero um cantor que faz música de
protesto. Mas Allen é um poeta verdadeiro. Ele chegou a
musicar seus poemas."
Outro destaque do disco
é "Maggie's Farm". Em 1961 Dylan cantava "Hard
Times in the Country", em que narrava a exploração
de um fazendeiro sobre seus empregados. Dylan também gostava
muito da canção "Penny Farm", gravada
pelo lendário músico Pete Seeger, em 1950.
Dessas duas, nasceu "Maggie's
Farm", em que o cantor canta que não trabalhará
mais na fazenda de Maggie. Essa canção fez um enorme
sucesso na Inglaterra, em 1978, quando a conservadora Margaret
Thatcher subiu ao poder. A canção acabou dando nome
a uma história em quadrinhos da revista inglesa Time
Out.
"Love Minus Zero/No
Limit" pode ser considerado uma anti-canção
de amor, com Dylan usando uma metáfora de uma mulher isolada
no mundo, mas que tenta evitar todas as armadilhas comuns em um
relacionamento amoroso.
"On The Road Again"
é uma sucessão de imagens grotescas, absurdas que
tanto fascinavam o cantor nessa época. "Bob Dylan's
115th Dream" tem como grande curiosidade um ataque de risos
do cantor logo no início da música. Dylan quebra
a tensão da gravação rindo e depois a canta
de um fôlego só. É com ela que o lado A é
fechada.
O
lado B, totalmente acústico, é o que traz os grandes
momentos do disco. São apenas quatro canções,
todas clássicas. Abre com "Mr. Tambourine Man",
emblemática música que tenta narra a busca da transcedência
de um artista.
Nessa letra Dylan fala
de todas as angústias de um ser humano. Há quem
enxergue nela uma apologia às drogas já que "Tambourine
Man" poderia ser um curandeiro e que essa transcedência
que Dylan tanto busca venha através das drogas ilícitas.,
tese refutada pelo cantor: "as drogas nunca fizeram parte
da canção. Parte da magia da canção
vem dos "tambourine men" que encontrei pela vida. O
mais impressionante é que essa intricada letra foi escrita
quando o cantor tinha apenas 23 anos.
A segunda canção
do lado B é "Gates Of Eden", uma canção
sobre a salvação espiritual. A música teve
como inspiração o poeta William Blake, que escreveu
um texto chamado The Keys Of The Gates, que por
sua vez tinha sido inspirado em The Gates of Paradise.
Dylan joga com a ambiguidade
mais uma vez e até hoje se discute se o cantor fala do
Eden de uma maneira positiva ou negativa ou se é apenas
uma representação de uma busca interior.
"It's Alright Ma (I'm
Only Bleeding)" pega o título emprestado da canção
de Arthur "Big Boy" Crudup "That's All Right, Mama",
primeiro compacto de Elvis Presley, fato confirmado pelo cantor.
Nela, Dylan tenta destruir todos os mitos da sociedade atual e
fala das mazelas e traz uma das mais famosas frases de sua autoria
"he not busy being born, is busy dying" (ele não
está ocupado em nascer e sim em morrer). É uma canção
que contesta a condição humana e alerta para a revolução
sexual que viria a seguir. Um pesadelo em forma de letra.
O
disco fecha com a não menos clássica "It's
All Over Now, Baby Blue", que funciona como um adeus em diversos
níveis. Nela Dylan aborda Carl Jung e o fenômeno
da sincronicidade, dá seu adeus à esquerda, às
ilusões amorosas e às ilusões plantadas na
juventude.
"A estrada é
para os jogadores e é melhor usar seu bom senso",
avisa o cantor logo no início da segunda estrofe. A melodia
triste e lenta soa exatamente como um adeus, uma metáfora
também ao velho estilo Dylan de cantar.
Lançado em março
de 1965, Bringing It All Back Home foi um tremendo
sucesso, apesar de confundir a crítica. Alguns desciam
a lenha por Dylan ter aderido à guitarra elétrica,
enquanto outros elogiavam a postura e consideravam o disco uma
obra-prima.
Mas Dylan começou
a enfrentar problemas e ser acusado de ter traído a música
folk e apostando numa fórmula mais comercial, indo de encontro
ao rock. Essas acusações o perseguiriam por todo
ano de 1965.
Ironicamente, Dylan encontraria
paz e respeito em sua excursão pela Inglaterra entre os
meses de abril e junho, tendo na platéia os Beatles e os
Rolling Stones. Dylan havia virado uma estrela ainda maior após
os Beatles falarem como o cantor havia influenciado o quarteto.
Foi nessa excursão
que começaram as filmagens do documentário Don't
Look Back, que seria lançado comercialmente em
1967 e foi dirigido por D. A. Pennebaker. De uma hora para outra,
Dylan foi colocado no altar do mundo pop, deixando de ser apenas
um cantor folk favorito dos universitários e foi alçado
a condição de mito. Uma posição que
o incomodou: "eu não me vejo com uma estrela e por
isso não quero passar a imagem que sou isso. Eu prefiro
me comportar da mesma maneira do início de minha carreira,
quando eu era um desconhecido."
A
CBS aproveitou para faturar em cima da fama do cantor e lançou
ainda em junho um compacto com as canções "Maggie's
Farm" e "On The Road Again" e viu o catálogo
de Dylan vender como nunca, com quatro discos do cantor entre
os 20 mais vendidos, enquanto Bringing It All Back Home
ocupava o primeiro lugar naquele país.
No dia 12 de maio, Dylan
entra no Levy's Recording Studios, em Londres para gravar em apenas
um dia a canção que marcaria sua carreira: "Like
A Rolling Stone".
Lançado em junho
de 1965, como compacto, "Like A Rolling Stone" é
mais emblemática e importante canção de seu
imenso catálogo e uma das pedras fundamentais do rock.
"Like A Rolling Stone"
alcançou o segundo posto entre as mais tocadas na América
e marca uma inovação artística imensa para
Dylan. Utilizando os serviços do tecladista Al Kooper e
do guitarrista Mike Bloomfield, que tocava no grupo de blues de
Chicago, The Paul Butterfield Blues Band, e com uma letra quilométrica
- Dylan disse que utilizou seis páginas para completá-la
- foi construída no piano por Dylan, que pediu a Kooper
para adicionar alguns sons de seu órgão.
Dylan
retratou todos os problemas da vida através de uma garota
em idade escolar perdida, mostrando momentos de euforia com a
liberdade e com o pânico e medo de não poder possuir
as coisas mais simples da vida, como um prato de comida. Um adeus
à inocência.
Dylan conta que compôs
a canção rapidamente. "Ela veio até
mim. Eu tive apenas que escrevê-la". Todo o processo
foi feito em apenas um dia.
Com a canção
tomando conta do planeta, Bob Dylan virou uma estrela e seria
o grande destaque de um festival que já havia tocado nos
dois anos anteriores, o de Newport. O que ele não poderia
imaginar seriam os problemas que viriam a seguir.
O Dylan que chegou no mês
de julho, em Newport, não era o mesmo Dylan dos anos anteriores,
afinal ele vivia um momento de grande sucesso comercial e com
um compacto vendendo como nunca e com instrumentos elétricos.
O próprio festival
se mostrava mais eclético, abrindo espaço para a
própria Paul Butterfield Blues Band se apresentar e com
retumbante sucesso, apesar do desdém de alguns organizadores.
Muddy Waters já havia estado lá no ano anterior,
levando seu blues eletrificado ao evento e por isso Dylan acreditava
que seria bem recebido. Mas não foi bem o que aconteceu.
Um dos organizadores do
festival era Pete Seeger, amigo e ídolo de Dylan. Seeger
era quem mais estava irritado com o repentino sucesso das bandas
inglesas na América e disse na abertura da última
noite, no domingo, que aquela noite seria uma resposta aos novos
grupos e à nova música que estava aparecendo. E
Dylan tremeu.
O
grande problema era que Bob queria tocar "Like A Rolling
Stone" e outras músicas e todos esperavam ouvir o
Dylan acústico.
Após assistir o
show da Butterfield Blues Band, o cantor convidou três músicos
da banda - além de Mike Bloomfield, o baixista Jerome Arnold
e o baterista Sam Lay - e também o tecladista Al Kooper,
que estava presente ao evento.
Com os quatro e mais o
pianista Barry Goldberg, Dylan passou o final de semana ensaiando
exaustivamente as canções e faria uma apresentação
surpresa ao público.
Dylan seria a atração
do meio daquela noite de 25 de julho, ficando entre Cousin Emmy
e Sea Islands. A primeira impressão que ele passou ao público
ao subir ao palco era aterradora: com uma camisa laranja, jaqueta
de couro e óculos escuros, ainda trazia uma guitarra em
seu colo.
Quando os músicos
atacaram "Maggie's Farm", a platéia começou
a vaiar enfurecidamente. Xingando-o de "traidor" e pedindo
Cousin Emmy de volta, o público não perdoou a postura
de Dylan, que segundo eles havia se "vendido" ao comercialismo.
Quando os músicos começaram a tocar "Like A
Rolling Stone", a vaia era ainda mais intensa e os fãs
pediam que tocasse folk. As vaias diminuíram um pouco quando
ele começou a tocar a inédita "It Takes A Lot
to Laugh, It Takes A Train To Cry". Com a platéia
menos hostil, Dylan pediu que Peter Yarrow, do trio Peter, Paul
& Mary lhe arranjasse um violão para tocar "It's
All Over Now, Baby Blue". Dylan executou a canção
e deixou o palco rapidamente.
Nos
bastidores Pete Seeger estava enlouquecido e queria bater em Dylan,
chamando-o de traidor e o acusando de ter insultado o público
do festival.
O pior foi quando as mesmas
vaias foram repetidas no clube Forest Hills, com lotação
esgotada para 15 mil pessoas. Dylan foi vaiado com ainda mais
intensidade e descobriu que o problema não havia sido ter
tocado em um festival folk com uma guitarra elétrica. O
problema era controlar a raiva de seus antigos fãs.
Apesar desses pequenos
contratempos, Dylan voltou a surpreender o mundo ao lançar,
cinco meses depois de Bringing It All Back Home
um outro disco: o excepcional Highway 61 Revisited.
Se o disco anterior ainda
tinha um lado inteiramente acústico, o novo trabalho era
totalmente elétrico. E além de ter uma banda em
estúdio, pela primeira vez, o disco marca o fim da parceria
com o produtor Tom Wilson, que deu lugar ao novato Bob Johnston.
Um
dos segredos para o sucesso do disco, segundo Johnston, foi o
bom humor do músico durante as gravações:
"Bob conseguiu desenvolver uma ótima atmosfera
dentro do estúdio. Se ele achava que não estava
em um bom dia, parávamos e continuávamos na tarde
seguinte.
Os músicos sempre
o respeitaram, pois sabiam que Dylan era um dos melhores do mundo
e Bob sempre utilizou isso a seu favor. E Dylan sempre foi uma
pessoa que gosta de desafios. Ele não segue ninguém,
ele é seguido.
Quando ele faz algo,
o mundo inteiro o copia. Seu método de trabalho é
simples. Ele utiliza um mínimo de overdubs e grava tudo
rapidamente em poucos takes. Eu posso até passar uma semana
mixando uma canção, mas a decisão final sempre
será dele. Ele é um perfeccionista e não
aceita uma versão boa, só a melhor. É uma
das pessoas mais intensas que existe e realmente não acho
que sou o 'produtor' de seus discos, mas sei que fiz o meu melhor
quando ele fica com um sorriso nos lábios."
O LP tinha as seguintes
faixas:
Lado 1
1. "Like a Rolling
Stone" 6:09
2. "Tombstone Blues" 5:58
3. "It Takes a Lot to Laugh, It Takes a Train to Cry"
4:09
4. "From a Buick 6" 3:19
5. "Ballad of a Thin Man" 5:58
Lado 2
1. "Queen Jane Approximately"
5:31
2 . "Highway 61 Revisited" 3:30
3 . "Just Like Tom Thumb's Blues" 5:31
4 . "Desolation Row"
O
disco abre com "Like A Rolling Stone", a única
canção produzida por Tom Wilson. O disco segue com
"Tombstone Blues", com uma letra estranha onde cita
Jack O Estripador, João Batista, Paul Revere, Belle Starr,
Jezebel e faz uma crítica à Guerra do Vietnã.
A quinta música
do disco é certamente a mais enigmática e críptica
de toda a carreira de Dylan: "The Ballad Of A Thin Man."
Ela conta a história de Mr. Jones o mais estranho personagem
de Dylan, e provavelmente da música pop.
Mr. Jones virou simplesmente
um mito que nunca foi decifrado e sempre que perguntado sobre
o personagem, Dylan dava uma resposta mais confusa que outra:
"eu não posso dizer quem ele é ou ele me processará";
"são várias pessoas"; "alguém
muito poderoso", etc..
A história de um
homem solitário que se encontra sozinho em um quarto, nu
e que não reconhece a si mesmo é uma canção
que jamais terá seu significado real desvendado.
"Highway 61 Revisited"
fala da estrada que passa por Duluth, cidade natal do artista
e que a liga ao resto do país. Através dela, faz
uma metáfora da violência com textos bíblicos.
Com
apenas nove faixas, o álbum fecha com uma das mais sinistras
letras que Dylan já escreveu, "Desolation Row",
que fala do Apocalipse, com inspirações no livro
The Waste Land de T. S. Eliot e o poema Howl,
de Allen Ginsberg
"Eles
estão vendendo cartões postais sobre o enforcamento/
Eles estão pintando os passaportes de marrom/ O salão
de beleza está lotado de marinheiros/ O circo está
na cidade/ Lá vem o comissário cego/ Eles o mantêm
em um transe/ Uma mão amarrada/ Ao equilibrista que caminha
pela corda bamba...", são as primeiras
linhas da canção que fecha um dos discos mais poderosos
da história.
Em setembro é lançado
um novo compacto com as canções "Positively
4th Street" e "From A Buick 6", que fazia parte
de Highway 61 Revisited.
E
após dois discos tão monumentais que renderam imensas
vendagens, o ano de 1965 ainda ouviria falar de Bob Dylan.
No mesmo mês em que
era lançado o compacto Like A Rolling Stone,
sai, também pela CBS, o disco de estréia do grupo
californiano The Byrds: Mr. Tambourine Man.
Ninguém sabe ao
certo como o grupo teve acesso à canção,
já que o disco foi gravado entre janeiro e abril daquele
ano, mesmo período em que Dylan fazia Bringing
It All Back Home.
Especula-se que eles haviam
ouvido uma demo e gostado da música e resolveram adaptar
ao estilo do grupo. A versão é bem menor do que
a de Dylan e não tem a letra cantada por inteiro, mas se
tornou um imenso sucesso.
O
fato é que o compacto e o disco fizeram um enorme sucesso.
Tanto o compacto quanto
o LP ajudaram a criar um novo estilo batizado de folk rock, na
qual os Byrds foram considerados os inventores, epiteto rejeitado
pela banda.
Mas Dylan não parava
e mesmo tendo os Byrds aumentando ainda seu legado, ele só
pensava em caminhar ao futuro e desta vez levando consigo aliados
importantes: uma certa banda chamada The Hawks, que seria rebatizada
depois como The Band, seus grandes parceiros nos próximos
dez anos. Mas essa união é tema para outro dia.
Um abraço e até
a próxima coluna.
Discografia
Bob Dylan (1962)
The Freewheelin' Bob Dylan (1963)
The Times They Are A-Changin' (1964)
Another Side of Bob Dylan (1964)
Bringing It All Back Home (1965)
Highway 61 Revisited (1965)
Blonde on Blonde (1966)
Bob Dylan's Greatest Hits (1967)
John Wesley Harding (1968)
Nashville Skyline (1969)
Self Portrait (1970)
New Morning (1970)
Bob Dylan's Greatest Hits, Vol. 2 (1971)
Pat Garrett and Billy the Kid (1973)
Dylan (1973)
Planet Waves (1974)
Before the Flood (1974)
Blood on the Tracks (1975)
The Basement Tapes (1975)
Desire (1976)
Hard Rain (1976)
Street Legal (1978)
At Budokan (1979)
Slow Train Coming (1979)
Saved (1980)
Shot of Love (1981)
Infidels (1983)
Real Live (1984)
Biograph (1985)
Empire Burlesque (1985)
Knocked Out Loaded (1986)
Dylan & the Dead (1988)
Down in the Groove (1988)
Oh Mercy (1989)
Under the Red Sky (1990)
The Bootleg Series Volumes 1-3 (1991)
Good as I Been to You (1992)
The 30th Anniversary Concert Celebration (1993)
World Gone Wrong (1993)
Bob Dylan's Greatest Hits, Vol. 3 (1994)
MTV Unplugged (1995)
Time Out Of Mind (1997)
The Bootleg Series, Vol. 4: Bob Dylan Live 1966 (1998)
The Essential Bob Dylan (2000)
"Love and Theft" (2001)
The Bootleg Series, Vol. 5: Bob Dylan Live 1975 (2002)
The Bootleg Series, Vol. 6: Bob Dylan Live 1964 (2004)
No Direction Home: The Soundtrack (The Bootleg Series Vol. 7)
(2005)
The Best of Bob Dylan (2005)
Modern Times (2006)
Dylan (2007)
Tell Tale Signs - Rare and Unreleased 1989-2006 (2008) Together
Through Life (2009)
|