129 - The Fall

 

Ou os fãs do Fall são ricos ou Mark E. Smith não tem mais o que fazer na vida. Por que? Olhe para a monstruosa e desumana discografia da banda e me responda: qual fã, em sã consciência pode ter tudo? Só se vendeu a casa, a mãe, hipotecou a sepultura da família e cometeu outras barbaridades. Não pode ser normal alguém gravar tanto e ter tantos lançamentos por tantos selos simultâneos. Mas essa é apenas uma das facetas do grupo, um dos mais irônicos e mutantes surgidos nos anos 70, em Manchester. Apesar de serem menos conhecidos por aqui do que os colegas do Joy Division, The Smiths, New Order, o Fall, é um dos mais importantes e significativos e um dos grupos favoritos do finado radialista inglês John Peel, o mais importante da rádio inglesa. É com muito atraso, e já esgotado por digitar essa discografia insana, que falo de Mark e seu zilhões de companheiros. Porque se tem uma coisa que o Fall tem maior do que sua discografia é a lista de quem já passou pela banda. Esse Mark não dorme não?


Mark E. SmithMark E. Smith não pode ser considerado uma pessoa comum. Líder de um grupo totalmente caótico, com seus vocais anasalados, cantando de maneira incompreensível suas letras cheias de cinismo e com movimentos espasmódicos em cima do palco.

E Mark nunca gostou muito de estabilidade, já que o número de músicos que passaram pelo The Fall é enorme. Na verdade, pode-se considerar o grupo de apenas um integrante, mais convidados. E o mais impressionante de tudo isso é que ele produz de uma maneira avassaladora, compulsiva, ainda que erre a mão em muitas das vezes.

Mark é uma dessas lendas que você pouco ouviu falar ou mesmo ouviu suas músicas. Mas, para surpresa de muitos, ele já esteve no Brasil, no final da década de 80.

Tudo por causa do disco The Frenz Experiment, o segundo lançamento do grupo por aqui e que continha o sucesso “Victoria”, uma regravação do clássico dos Kinks, uma das maiores referências de Mark. E muitos ainda vêem o Fall como um filho bastardo do Velvet Underground pelo extremo caos de suas melodias. Mas o Fall acabou sendo mais do que um simples casamento (e que já seria por demais de bizarro) das duas bandas. E Mark é muito mais do que um filho bastardo de Ray e Lou...

Mark em uma apresentação no ano de 1977Quando o movimento punk explodiu na Inglaterra, Mark era apenas um jovem que trabalhava nas docas de Manchester e que havia tentado, sem sucesso, entrar em uma das bandas de heavy metal locais.

Mark odiava o estilo e preferia os sons mais experimentais do Velvet Underground e do grupo alemão Can. Resolveu então sair à caça de algumas pessoas para formar um grupo e ver o que podia conseguir.

Foi assim que conheceu o guitarrista Martin Bramah, o baixista Tony Friel, o tecladista Una Baines e o baterista Dave, que ficou poucos dias e foi substituído por Karl Burns. Nascia assim o The Fall, nome tirado de uma novela do escritor franco-argelino Albert Camus.


capa do EP Bingo Master's Break-Out! capa do compacto It’s The New ThingEm junho de 1978 se apresentam no Peel Sessions de John Peel, na BBC, já com a formação bastante modificada.

Peel acabaria sendo um dos maiores fãs do grupo e considerado quase um membro da banda, tamanha a amizade e o apoio que daria a eles.

Em agosto o grupo lança o primeiro EP pelo selo Step Forward, Bingo Master's Break-Out!. O Fall havia assinado anteriormente com o selo New Hormones criado pelos integrantes e conterrâneos do Buzzcocks, mas o disco acabou sendo engavetado e só conseguiu lançaram o EP após assinarem com a Step Forward, de Miles Copeland, que ficaria famoso como irmão de Stewart Copeland, baterista do The Police.

Preocupado em criar uma banda mais coesa e menos precária em termos musicais, Mark começaria uma verdadeira mutação nos integrantes, fixando Marc Riley (guitarra, baixo e teclado) e Yvonne Pawlett (teclados) no grupo. Assim, lançam um segundo compacto, It’s The New Thing. Em dezembro fazem uma nova aparição no programa de John Peel.

Em 1979 lançam, no mês de janeiro, o primeiro LP, Live At The Witch Trials, ainda pela Step Forward. Já nessa época o grupo promove vários shows pelo país, tocando em pequenos clubes e em qualquer buraco em que fossem aceitos.

capa do disco Live At The Witch Trialscapa do disco DragnetContribuiu, e muito, para o crescente número de fãs, a ajuda de John Peel, que começou a colocar as músicas do grupo em sua programação normal. Mark começava a atrair um culto imenso, com sua maneira maníaca no palco e sua postura agressiva.

Sobre Peel, Mark afirmaria, de forma irônica, que John apenas se tinha tornado um obcecado pelo grupo e que tinha a mania de tocar as músicas no ar, sem parar. “É um cara legal, mas um pouco esquisito”, diria Mark em uma entrevista para o próprio Peel, anos depois.

Em junho lançam outro compacto, Rowche Rumble e em outubro sai o segundo disco do grupo, Dragnet, dois meses antes da primeira excursão do The Fall aos Estados Unidos. Ao longo dos anos, Mark estabeleceria uma relação dúbia em relação à América. “Eu gosto do estilo de vida dos Estados Unidos, mas isso não quer dizer que eu vá comer cinco hambúrgueres por dia.”

Além dos novos integrantes, o The Fall também muda de casa, deixando a Step Forward e indo para a Rough Trade. Na década de 90, a Step passaria a se chamar I.R.S. e contrataria o R.E.M. e relançaria os dois primeiros discos do The Fall em CD.

The Fall em um show no Warehouse, em Liverpool, em 03/12/82Totale’s Turn (It’s Now Or Never) é o terceiro disco, o primeiro pela nova casa, em 1980. A banda segue tocando por todo país e fazem o primeiro show na Holanda, em junho e em agosto aportam novamente no programa de John “Obcecado” Peel.

Em novembro lançam um novo disco Grotesque. O som do grupo evolui para um caos planejado, com Mark alternando-se entre vocais, violinos e edição de fitas, alterando os tons e freqüências de sua voz, deixando-a mais incompreensível, modorrenta e ininteligível.

Uma das melhores canções desse disco é irônica “How I wrote ‘Elastic Man’”. As letras de Mark costumam ser quilométricas, cheias de gírias e referências difíceis de serem traduzidas e compreendidas. Eis a letra da canção...

How I wrote "Elastic Man"

I'm eternally grateful
To my past influences
But they will not free me
I am not diseased
All the people ask me
How I wrote "Elastic Man"

Life should be full of strangeness
Like a rich painting
But it gets worse day by day
I'm a potential DJ
A creeping wreck
A mental wretch
Everybody asks me
How I wrote "Elastic Man"

His soul hurts though it's well filled up
The praise received is mentally sent back
Or taken apart
The Observer magazine just about sums him up
E.g. self-satisfied, smug

I'm living a fake
People say, "You are entitled to and great."
But I haven't wrote for 90 days
I'll get a good deal and I'll go away
Away from the empty brains that ask
How I wrote "Elastic Man"

His last work was "Space Mystery" in the Daily Mail,
An article in Leather Thighs
The only thing real is waking and rubbing your eyes
So I'm resigned to bed
I keep bottles and comics stuffed by its head
Fuck it, let the beard grow
I'm too tired,
I'll do it tomorrow
The fridge is sparse
But in the town
They'll stop me in the shoppes
Verily they'll track me down
Touch my shoulder and ignore my dumb mission
And sick red faced smile
And they will ask me
And they will ask me
How I wrote "Elastic Man"

Brix SmithO ano de 1981 é novamente dividido entre shows e estúdio. Apresentações pela Alemanha, Islândia, Holanda, Reino Unido e os Estados Unidos acabam sendo uma constante. Lançam em abril, o disco Slates e tocam mais duas vezes no Peel Sessions.

O ano seguinte é um ano importante para o grupo já que lançam o aclamado Hex Introduction Hour, lançado pela pequena Kamera Records, já que o grupo havia brigado com a Rough Trade. E também se apresentam, pela primeira vez na Austrália, Nova Zelândia, Grécia e Bélgica.

Em 1983, durante um show em Chicago, Mark conhece Laura Elise Smith, que acabaria virando sua esposa e adotaria o nome Brix Smith.

A paixão instantânea fez com que se casassem no dia 19 de julho do mesmo ano e Brix faria parte do grupo entre setembro de 1983 a julho de 1989 e agosto de 1994 a outubro de 1996.

Com ela, o grupo entraria em sua fase mais produtiva e mais elogiada e Brix contribuiu muito para dar uma direção mais acessível e pop ao grupo.

capa do disco Perverted By LanguageO primeiro trabalho do casal é o disco Perverted By Language. O disco contém um dos maiores clássicos do grupo, a cáustica e perturbadora canção “Garden”. Veja a letra...

Garden

The first god had in his garden
From the back looked like a household pet
When it twirled round was revealed to be
A three-legged black-grey hog

See what flows from his mushy pen
Garden
Garden

That person is films on TV five years back at least
He's the young generation dancing troupe
Try'na perform Country And Western
Do a dance here

Never since birth not eaten in a day
Never since courtship stayed up some nights
He had a "Kingdom Of Evil" book under a German history book
He was contrite like that

See what flows from his slushy pen
Garden
Garden

Small, small location on huge covenance sodomised by presumption
Crooked traitor past revealed at last

Godzone
Godzone (Jacob's Ladder)
Godzone
Godzone

[?] this entails explosive charges left to me by a dead sailor from Bury being wired up under every window sill in close proximity to my ears. When friends ring and are inconvenient to readers, I just press table lamp light button next to my bed and they blow up. I got the idea from [?]. Yours sincerely, Mr Reg Barnes [1]

The same thing [?] could have been taken for a spoilt slate with largesse resource. His ferry stopped at the 'Pool port. Wild Bill Hick shaves and charts at last. The second god's sad - he's coming up - he's waiting number four with a [?]. Less stylish porch, we have the second god's influence. Wild Bill Hick shaves and charts at last.

Shotgun shotgun
Shotgun shotgun
Shotgun shotgun

The best firms advertise the least

The second god lived by mountains that flowed
By the blue shiny lit roads
Had forgot what others still tried to grasp
He knew the evil of the phone
He knew the evil of the phone
The bells stopped on Sunday when he rose
The bells stopped on Sunday when he rose

He's here
He's here at last
I saw him
I swear
He's on the second floor
Up the brown baize lift shaft
He's here
He's here at last
I saw him
I swear

Jew on a motorbike
Jew on a motorbike
Jew on a motorbike
Jew on a motorbike
Jew on a motorbike
Jew on a motorbike
Jew on a motorbike
Jew on a motorbike
He's here
I saw him
I swear
Up the brown baize lift shaft
Jew on a motorbike
Jew on a motorbike
Jew on a motorbike
Jew on a motorbike


Em 1984 assinam com a gravadora Beggars Banquet, que havia sido o selo do Bauhaus e por eles lançaram excelentes discos até 1989.

O primeiro deles é The Wonderful And Frightening World Of...The Fall, onde se percebe uma busca por melodias mais redondas. Nesse ano, Mark faz uma inusitada parceria com o coreógrafo Michael Clark, que acabaria resultando no disco I Am Kurious Oranj, lançado em 1988.

Mas antes desse trabalho que mereceu inúmeros elogios, o Fall lançou discos simultaneamente por outros selos. Em 1985 saiu pela Banquet o disco This Nation’s Saving Grace e pela Situation Two, o LP Hip Priest And Kamerads.

Aos poucos, Mark foi permitindo que Brix participasse mais das composições e principalmente das letras.

Em 1986, o grupo surpreendeu os fãs por não lançar nada nos primeiros seis meses do ano, mas em julho, o grupo vai – novamente – ao programa de John Peel promover o novo single, “Living Too Late”.

capa do disco Bend SinisterDois meses depois seria a vez de Mr. Pharmacist e em outubro um novo disco, Bend Sinister.

Bend Sinister é uma obra-prima do grupo, a mistura perfeita entre a cacofonia e o pop, na medida exata e ainda rendeu um dos grandes clássicos do grupo, “Mr. Pharmacist”, uma sátira aos famosos farmacêuticos que sempre possuem a cura que a pessoa necessita, uma espécie de "Dr. Robert" dos anos 80.

Essa foi a primeira canção do grupo a entrar entre as 40 mais da paradas de sucesso. Vale dizer que esse foi o primeiro disco do Fall a sair no Brasil, no ano seguinte.

No ano seguinte, o grupo conseguiu outra canção entre as 40 mais com “Hit The North”, em outubro, uma canção que mais parecia um single do New Order. Em dezembro é lançado um novo título, Palace of Swords Reversed, um disco pirata que se tornou oficial e saiu pela gravadora Cog Sinister.

capa de The Frenz Experiment, a mesma edição que saiu no BrasilEm fevereiro de 1988 lançam o que pode ser considerada a grande obra-prima pop da banda, The Frenz Experiment. O disco trazia, além de “Hit The North” (na versão americana e alemã), uma cover de “Victoria”, dos Kinks, que se tornou o maior sucesso da carreira do grupo, disparado.

Esse disco também saiu por aqui, sendo a cópia brasileira semelhante à americana. Após o lançamento de I Am Curious Oranj, o Fall encerra o ano de 1988, que foi excelente tanto comercialmente como em produção.

Em 1989, o grupo esteve tocando no Brasil e Mark mostrando sua postura avessa a entrevistas disse que a banda não iria tocar “Victoria” que era o cartão de visitas da banda por aqui. Apesar de reiterar várias vezes que a cover do Kinks não seria executada, ela foi. E se 1988 foi um ano ótimo para o grupo, 1989 ficou marcado pela saída de Brix, após lançarem o disco Seminal Live e pela saída da Beggars Banquet.

O final do casamento foi o fator determinante para a saída da musa do grupo. O final da relação deixou profundas marcas em Mark, que desceu a lenha na ex-companheira na canção “Sing! Harpy”, no disco Extricate.

capa do disco 458489 A SidesEsse, aliás, deve ter sido o principal motivo para a má vontade de Mark com o público brasileiro, já que o show, realizado em abril, acontecia quando o casamento já estava praticamente encerrado.

Extricate é o primeiro disco após o final do acordo com a gravadora e a partir daí a banda soltaria discos por vários selos.

Em dezembro, a Beggars resolve ganhar mais algum trocado em cima do grupo e lança duas coletâneas simultâneas 458489 A Sides e 458489 B Sides.

Os títulos, apesar de parecerem complicados, são simples de serem entendidos: 45 é a rotação de compactos, geralmente de 12 polegadas. 8489 seriam os anos em que estiveram na gravadora. A Sides seriam os lados A dos compactos, as músicas de trabalhos e B Sides, as canções que ficam no lado B dos mesmos. O de Lado A foi lançado no Brasil, em CD, no final da década de 90.

Na década de 90, o grupo continuou lançado discos e em agosto de 1994 foram surpreendidos com a volta de Brix.

Ela conta que sentia muita falta de Mark para compor novas músicas. “Mark é um cara brilhante. Um dia eu liguei para ele e disse que se ele quisesse, eu poderia voltar para tocar e escrever algo em conjunto. Ele me disse ok e não nos falamos mais, e quatro horas depois me telefonou dizendo que não acreditava que eu havia feito isso porque ele havia pensado em me chamar, já que sentia falta de mim, da minha guitarra. E assim voltei.”

Brix conta que nos primeiros shows teve enorme dificuldade com novas e antigas composições e alguns fãs sacavam de seus bolsos notações e davam a ela, para que não se sentisse tão perdida com as novas composições.

“Eles foram muito amáveis comigo, como sempre, aliás.” Mas Brix não ficou muito tempo, pois saiu em 1996, mas desta vez, em termos amigáveis.

Mesmo sem Brix, Mark continuou reformando o grupo e lançando dezenas e dezenas de títulos, e alguns com qualidade técnica duvidosa, especialmente alguns títulos ao vivo. Ele chegou a fazer uma ponta no filme 24 Hour Party People filme que conta a história da gravadora Factory e do Joy Division.

Mesmo estando com apenas 47 anos (nasceu em 1957), Mark parece ter sentido muito o peso dos anos, como mostra essa foto tirada em um concerto meses atrás, sem, no entanto, darem mostras de que irão parar de gravar e tocar tão cedo, já que o Fall é uma instituição inglesa tão forte e influente.

Deixo vocês com a letra de "Mr. Pharmacist" e a imensa discografia do grupo. Um abraço e até a próxima coluna.

Mr. Pharmacist

Mr Pharmacist
Can you help me out today
In your usual lovely way
Oh Mr Pharmacist I insist
That you give me some of that vitamin C
Mr Pharmacist

Dear Pharmacist won't you please
Give me some energy
Mr Pharmacist

Hey Mr Pharmacist
I'll recommend you to my friends
They'll be happy in the end
Mr Pharmacist can you help
Send me on a 'delic kick
Mr Pharmacist

Dear Pharmacist use your mind
You better stock me up for the wintertime
Mr Pharmacist

Hey Mr Pharmacist
Words cannot express
Feeling I suggest
Oh Mr Pharmacist I can plead
Gimme some of that powder I need
Mr Pharmacist

Dear Pharmacist I'll be back
With a handful of empty sack
Mr Pharmacist

Discografia

Bingo-Master's Break-Out! / Psycho Mafia / Repetition (single, 1978)
It's The New Thing / Various Times (single, 1978)
Live At The Witch Trail (1979)
Rowche Rumble / In My Area (single, 1979)
Dragnet (1979)
Totale's Turns (It's Now Or Never) (1980)
Grotesque (1980)
Slates (1981)
77 – Early Years – 79 (1981)
Live In London 1980 (1982)
Hex Enduction Hour (1982)
A Part Of America Therein, 1981 (1982)
Room To Live (Undilutable Slang Truth!) (1982)
Perverted By Language (1983)
In A Hole (1983)
The Wonderful And Frightening World Of... The Fall (1984)
Hip Priest And Kamerads (1984)
This Nation's Saving Grace (1985)
Nord-West Gas (1986)
Bend Sinister (1986)
Palace Of Swords Reversed (1987)
The Frenz Experiment (1988)
I Am Kurious Oranj (1988)
Box One (caixa de 4 CDs, 1988)
Seminal Live (1989)
Box Two (caixa de 4 CD, 1989)
Extricate (1990)
458489 A Sides (1990)
458489 B Sides (1990)
Shift-Work (1991)
Code: Selfish (1992)
The Collection (1993)
The Infotainment Scan (1993)
BBC Radio1 Live In Concert (1993)
Middle Class Revolt (1994)
Cerebral Caustic (1995)
The Twenty Seven Points (1995)
The Legendary Chaos Tape (1996)
Sinister Waltz (1996)
Fiend With A Violin (1996)
Oswald Defence Lawyer (1996)
The Light User Syndrome (1996)
In The City... (1997)
Archive Series (1997)
The Other Side Of The Fall (CD triplo, 1997)
The Less You Look, The More You Find (1997)
15 Ways To Leave Your Man, Live (1997)
Levitate (1997)
Oxymoron (1997)
Cheetham Hill (1997)
Smile...It's The Best Of (1997)
Live To Air In Melbourne 1982 (1998)
Northern Attitude (1998)
The Post Nearly Man (1998)
Live Various Years (CD duplo, 1998)
Nottingham 92 (1998)
Peel Sessions (1999)
The Marshall Suite (1999)
Live 1977 (2000)
A Past Gone Mad (2000)
I Am As Pure As Orange (2000)
Psykick Dance Hall (2000)
Live In Cambridge 1988 (2000)
The Unutterable (2000)
Austurbaejarbio (Live In Reykjavik 1983) (2001)
Backdrop (2001)
A World Bewitched (CD duplo, 2001)
Liverpoll 78 (2001)
Live In Zagreb (2001)
Are You Are Missing Winner (2001)
2G+2 (2002)
Totally Wired - The Rough Trade Anthology (CD duplo, 2002)
Pander! Panda! Panzer! (2002)
High Tension LIne (2002)
Listening In (2002)
Early Singles (2002)
It’s New Thing! The Step Forward Years (2003)
Time Enough At Last (2003)
Words Of Expectation - BBC Sessions (CD duplo, 2003)
Touch Sensitive... Bootleg Box Set (Caixa com 5 CDs, 2003)
The Idiot Joy Show (2003)
Live At The Phoenix Festival (2003)
The War Against Intelligence - The Fontana Years (2003)
The Real New Fall LP Formerly 'Country On The Click' (2003)
Rebellious Jukebox (CD duplo + DVD, 2003)
50,000 Fall Fans Can't Be Wrong - 39 Golden Greats (CD duplo, 2004)
Interim (2004)





 

 

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