Reza a lenda
que o Felt foi um grupo que teve seus passos friamente calculados
pelo seu líder Lawrence. Segundo Lawrence, o grupo lançaria
10 discos durante a década de 80 e sumiria. E assim foi.
Eles até tiveram um LP Ignite the Seven Cannons lançado
por aqui, e continha a canção "Primitive Painters",
com os vocais da diva Liz Fraser, do Cocteau Twins. Lembra da
canção? Não? Então leia a matéria…
O
Felt é um dos grupos mais peculiares nascidos na Inglaterra
dos anos 80. Ele sempre foi comandado por Lawrence Hayward, ou
simplesmente Lawrence. E da mesma forma que o The Fall é
considerado a banda de Mark E. Smith, e o Durutti Column, é
liderado por Vini Reilly, o Felt é, definitivamente, Lawrence.
Ele planejou o grupo no final dos anos 70, em Birmingham, segunda
maior cidade da Inglaterra.
Segundo o próprio
Lawrence o nome foi tirado da canção "Venus",
do Television, uma de suas paixões. Lawrence era apaixonado
pelos grupos de Nova York - Television, Richard Hell, Patti Smith
- e também por ser o tempo passado da palavra "feel"
(sentir).
"Eu era apaixonado
porque eles validaram a poesia dentro da música. Patti
Smith e Tom Verlaine não eram apenas músicos; eram
poetas. Também fui influenciado por Lou Reed e por Bob
Dylan, especialmente a canção "I Threw It All
Away" do disco Nashville Skyline, que ouvi,
pela primeira vez, em 1983.
O
primeiro lançamento do Felt é, na verdade, um disco
solo de Lawrence, gravado em um estúdio de quatro canais,
em seu quarto.
Index,
o compacto de estréia, foi lançado em 1979, pela
Shangai Records, e continha as músicas “Index”
e “Break”.
Apenas 500 cópias
foram feitas e as 100 primeiras possuíam notas escritas
na contra-capa: "Um barulho escapa de uma guitarra; uma distante
voz roga por silêncio e uma língua já não
mais usada."
Nessa época, Lawrence
assinava com Jon Lawrence, mas nos anos seguintes usaria apenas
o segundo nome em sua carreira artística.
No ano seguinte, Lawrence
resolve formar um grupo de verdade e chama três integrantes:
Nick Gilbert (baixo), Tony Race (bateria) e Maurice Deebank (guitarra).
"Vivíamos em
uma pequena vila chamada Water Orton, nos arredores de Birmigham
e acabaei conhecendo Maurice e Nick" Já tinha feito
algumas gravações com Maurice, em 1978, mas não
eram bem canções para o Felt.
Nossas
primeiras canções foram umas demos de quatro canais
e continha "Something Sends, Me To Sleep", "Cathedral"
e "Birdmen" (que não gostamos e descartamos)."
Em 1981, assinam com a
minúscula gravadora Cherry Red (tida com a menor de todas
as independentes inglesas) e lançam, em julho, Something
Sends Me to Sleep, que traz uma curiosidade: a faixa-título
está presente nos dois lados do compacto, em versões
diferentes e tendo o baterista Gary Ainge, na versão do
lado B.
Mas isso não é
tudo: uma outra canção, "Red Indians",
aparece, também, nos dois lados do compacto, mas são
exatamente iguais.
Segundo Lawrence, o interesse
da Cherry Red nasceu após serem eleitos como o single da
semana com "Index" pela revista Sounds, foram
procurado por Mike Alway, da Cherry Red.
"Acabamos assinando
com o selo, fomos para Rochdale, em um estúdio chamado
Cargo para gravar nosso primeiro compacto. Gravamos duas canções
em um único dia, mas não ficaram tão boas
como nossa primeira demo, então resolvemos colocar as duas
canções dos dois lados."
Já
com Gary Ainge efetuado na bateria, lançam o LP The
Crumbling the Antiseptic Beauty, no mesmo ano, pela gravadora.
O destaque era a guitarra de Deebank.
Maurice era um músico
com conhecimento clássico e que jamais havia ouvido os
discos que influenciaram Lawrence, bandas como Television e outras
inglesas. Apesar disso, conseguia produzir fraseados únicos,
alternados com seus timbres extremamente peculiares.
A crítica considerou
a estréia como uma das obra-primas daquele ano, especialmente
pela quase ausência do baixo no som e pelo vocal de Lawrence.
Mas, para desespero do líder, o disco não faria
sucesso comercial algum.
O álbum trazia as
seguintes canções:
Lado A
01. Evergreen Dazed (5:04)
02. Fortune (3:33)
03. Birdmen (6:28)
Lado B
01. Cathedral (5:19)
02. I Worship the Sun (4:14)
03. Templeroy (5:34)
Quando jovem, Lawrence
tinha um sonho que alimentava (e alimenta) 10 entre 10 jovens
ao montarem um grupo: sucesso, muito sucesso. Sua ambição
era ser uma grande estrela, ganhar rios de dinheiro e discos de
ouro e platina em sua casa. Não foi bem assim...
Um dos fatores que contribuiu
para deixar o Felt na berlinda musical em seu país era
a capacidade de promoção da gravadora. A Cherry
Red simplesmente não tinha idéia do que fazer com
um grupo como o Felt.
Embora
o sucesso seja próximo à zero, o grupo lança
novos trabalhos nos anos seguintes: os compactos My Face
Is On Fire (1982) e Penelope Tree (1983)
e outro belo LP (e igualmente ignorado pela massa), The
Splendour of Fear, em 1984.
Com uma bela capa, inspirada
nas idéias de Andy Warhol, o disco mais uma vez mostrava
paisagens delicadas, todas edulcoradas pela guitarra climática
de Deebank.
Alguns chegaram a comparar
a beleza do Felt com outra banda que fazia um pop deslumbrante,
mas que curiosamente não emplacava, o Go-Betweens. Há
quem afirmasse que o lado feminino desses grupos (apesar de não
terem nenhuma garota entre os membros) colaborava para a estranheza:
afinal, o que seriam essas duas bandas dentro do universo pop?
O segundo LP era composto
pelas músicas:
Lado A
01. Red Indians (1:52)
02. The World is as Soft as Lace (4:15)
03. The Optimist and the Poet (7:51)
Lado B
01. Mexican Bandits (3:46)
02. The Stagnant Pool (8:25)
03. A Preacher in New England (4:16)
O Felt não parou de trabalhar em 1984, lançando
mais três compactos - Mexican Bandits,
Sunlight Bathed The Golden Glow e My
Face Is On Fire e um novo LP - The Strange Idols
Pattern and Other Short Stories.
O disco flertava com a
música espanhola e trazia títulos estranhos como
"Vasco da Gama" (o navegador e não o time), "Spanish
House", "Roman Litter" e "Crucifix Heaven".
E, ao final do produtivo
ano, o Felt não sabia mais que rumo tomar na carreira.
Faixas do disco:
Lado A
01 .Roman Litter (3:30)
02. Sempiternal Darkness (2:16)
03. Spanish House (4:30)
04. Imprint (1:48)
05. Sunlight Bathed the Golden Glow (2:53)
Lado B
01. Vasco de Gama (3:35)
02. Crucifix Heaven (3:40)
03. Dismantled King is Off the Throne (2:50)
04. Crystal Ball (2:56)
05. Whirlpool Vision of Shame (3:05)
Após
tantos lançamentos e nenhum reconhecimento, o grupo sentiu
que era hora de uma mudança, pois não teriam como
sobreviver apenas com uma pequena legião de fãs.
Eles tentaram assinar com
a gravadora Blanco-Y-Negro, que havia lançado discos do
Jesus and Mary Chain, já que ela possuía um esquema
de distribuição bem mais eficiente, através
da gigante Warner.
O grupo começou
a produzir uma nova demo para encontrarem uma canção
com grande apelo comercial, mas fracassaram. E assim fracassou
a chance de virarem astros.
Mas 1985 também
ficou marcado pelo "maior pequeno sucesso do grupo".
Nesse ano, um trio escocês arrebatava as paradas independentes,
com seu som etéreo e com uma vocalista que não tinha
similares até então: Cocteau Twins.
Lawrence teve uma brilhante
idéia: convidar Robin Guthrie para produzir um novo disco
e Liz Fraser para dividirem os vocais em uma das faixas: o resultado
foi o LP Ignite the Seven Cannons e o single
Primitive Painters.
O
desenho da capa ficou por conta da 23 Envelope, a mesma que confeccionava
as do grupo escocês.
Apesar de Robin ter conseguido
"colocar ordem na casa", dando uma produção
mais caprichada, as canções não eram tão
boas como antes, fato que o próprio Lawrence reconheceu.
Em primeiro lugar, os dois
lados do disco eram assimétricos (cinco canções
no lado A, contra seis do lado B).
A insatisfação
de Lawrence aumentou com algumas composições francamente
sem inspiração. Mas, no meio de tudo isso, havia
“Primitive Painters”, o maior sucesso comercial do
grupo. E não se enganem: o disco é bom e, por algum
milagre, foi lançado em vinil no Brasil, em 1987, e é
encontrável em sebos da vida.
O problema é que
Maurice Deebank escreveu todas as músicas e não
fizemos em parceria como era o normal. Isso deu ao disco um som
diferente. Além disso, pela primeira vez, eu deixei alguém
tomando conta das músicas. Robin Guthrie polarizou tudo,
como se fosse um disco do Cocteau Twins."
O
disco marcou a saída de Deebank do grupo, que há
anos vivia às turras com Lawrence. Ele já havia
deixado o grupo em vários períodos, mas sempre voltava
após os pedidos do vocalista.
E após a saída
de Deebank que resolver abandonar o Felt novamente, Lawrence se
irritou e convidou Martin Duffy para assumir o posto que era de
Maurice.
O disco tinha as seguintes
faixas:
Lado A
01. My Darkest Light Will
Shine (2:55)
02. The Day the Rain Came Down (2:27)
03. Scarlet Servants (3:35)
04. I Don't Know Which Way to Turn (2:44)
05. Primitive Painters (5:58)
Lado B
01 .Textile Ranch (2:56)
02. Black Ship in the Harbour (2:57)
03. Elegance of an Only Dream (5:18)
04. Serpent Shade (2:06)
05. Caspian See (2:00)
06. Southern State Tapestry (3:09)
Paralelamente
o grupo deixou a Cherry Red e mudou-se para uma outra independente,
porém melhor estruturada, a Creation. E lançam em
1986, um disco com apenas 10 temas instrumentais: Let
the Snakes Crinkle Their Heads to Death.
Lawrence apostava as fichas
em Alan McGee, dono do selo, responsável por impulsionar
a carreira dos escoceses do Jesus and Mary Chain.
"Alan era um grande
entendido e com ele apostava que o sucesso seria apenas uma questão
de tempo."
Mas o drama continuava,
já que a própria gravadora estava mais preocupada
em divulgar outros artistas do selo como o próprio Jesus
and Mary Chain, do que o Felt. E a história se repetiu:
o grupo até que vendia razoavelmente bem para os padrões
independentes, mas nem arranhava o grande público.
Ainda
que insatisfeitos, lançam mais um disco em 1986, Forever
Breathes the Lonely Word e Lawrence pensa seriamente
em abandonar tudo.
"Foi nosso primeiro
grande disco dentro do selo, tudo estava sendo feito para seguir
esse caminho. Ao menos, era o sonho de Alan. Ele queria 'All The
People I Like Are Those That Are Dead' como single, mas eu escolhi
'Rain Of Crystal Spires'".
E a angústia de
Lawrence era tão grande que ele pensou em jogar fora as
fitas com as novas canções do grupo no Rio Tamisa,
já que o Felt não estava indo a lugar algum. O disco
trazia:
Lado A
01. Rain Of Crystal Spires
02. Down But Not Yet Out
03. September Lady
04. Grey Streets
Lado B
01. All The People I Like Are Those That
Are Dead
02. Gather Up Your Wings And Fly
03. A Wave Crashed On Rocks
04. Hours Of Darkness Have Changed My Mind
Mas,
Lawrence resolveu entrar mais uma vez em estúdio e saíram
de lá com um novo disco, considerado o melhor por vários
fãs: Poem of the River.
Produzido por Mayo Thompson,
do grupo Red Crayola, o som da banda mostrava-se mais afiado do
que antes.
"Nesse álbum
tentamos voltar ao formato dos nossos primeiros discos: 30 minutos
divididos em seis composições. 'Declaration' e 'Silver
Plane' originalmente não entrariam nele e mereceram atenções
especiais."
Lado A
01. Declaration
02. Silver Plane
03. She Lives By The Castle
Lado B
01. Stained Glass Windows
In The Sky
02. Riding On The Equator
03. Dark Red Birds
Em 1988, a Creation lança
dois novos discos do Felt no curto período de quatro meses:
The Pictorial of Jackson Review e Train
Above the City. O primeiro disco era inspirado em um
conto de Jack Kerouac, chamado Pic.
Lawrence conta que finalmente
havia achado a maneira ideal para morrer, pulando da ponte do
Brooklyn com todas as suas raras edições dos livros
do escritor beat norte-americano.
Algumas letras mostram
o espírito: “eu não me importo mais com o
tempo / não tenho mais tempo para o sublime / o subterrâneo
nunca irá se levantar / ainda que os tolos tornem-se espertos.”
Lawrence sempre cultuou em demasia a dor e o sofrimento, e sua
intensidade era uma das grandes marcas da banda.
Já
Train Above the City foi pensado como uma trilha
sonora, com uma sonoridade jazz e se tornou o trabalho favorito
de Lawrence na longa discografia do Felt.
Lawrence estava muito influenciado
pelos filmes dos anos 60 e 70 filmados em Nova York e sonhou em
fazer uma trilha que remetesse àquela época.
Em uma das raras entrevistas
que deu na década de 80, Lawrence mostrava-se confuso com
a imagem que haviam criado dele no universo pop.
"Quando
lancei o single Rain Of Crystal Spires, pela
Creation, tanto a gravadora e as revistas ficaram dizendo que
sou obcecado por sexo e isso é uma besteira grande. Eu
não minto em minhas canções, e isso acaba
me deixando muito nervoso. Por causa dessa pressão, andei
fazendo algumas coisas que me envergonho, como tomar drogas para
tentar fugir de tudo isso. Eu achava que o Felt tinha perdido
a pouca credibilidade que havíamos angariado e isso me
deixou desesperado. Só queria me sentir um pouco feliz."
Train Above the City trazia:
Lado A
01. Train Above the City
(3:02)
02. On Weegee's Sidewalk (3:35)
03. Run Chico Run (2:19)
04. Press Softly on the Breaks Holly (2:28)
Lado B
05. Spectral Morning (3:40)
06. Teargardens (2:54)
07. Book of Swords (2:18)
08. Seahorses on Broadway (6:35)
Lawrence
conta o quanto eles ficavam nervosos quando faziam apresentações
em Londres.
"Você
sabe que há essa rivalidade entre Londres e Birmingham
e era impossível para a gente, relaxar em um palco londrino.
Nós tivemos uma grande ajuda do The Fall, quando nosso
baixista escreveu para Mark E. Smith dizendo que era um grande
fã do grupo e que nós estávamos procurando
alguém que nos ajudasse a arranjar algumas apresentações.
Foi a coisa mais idiota que alguém já escreveu,
mas Mark respondeu a carta pedindo uma demo e no final, conseguimos
abrir shows deles, no começo de nossa carreira. Nossa vida
sempre foi feita de coisas imprevisíveis."
Por isso mesmo, o Felt
fazia poucos shows. "Queríamos criar uma aura de mistério,
diferente de outras bandas, que não paravam de excursionar."
E para Lawrence a mudança
para a Creation foi um outro passo imprevisível, já
que imaginavam que teriam mais ajuda do que tinham na Cherry Red,
o que não ocorreu. Isso acabou
fazendo com que o grupo lançasse apenas mais um single
pelo selo, Space Blues, e que acabassem retornando
para a antiga gravadora.
Mas já era muito
tarde para eles, que depois disso lançaram apenas o disco
Me and a Monkey on the Moon, em 1989, e acabaram
de vez.
"Para
fazer disco mudamos para Brighton e o gravamos com John Mohan,
que era o guitarrista original dos Servants e ele se parecia muito
com Maurice, até no jeito reservado de ser."
Lawrence afirmava estar
certo de que o sucesso só viria depois que tivesse 30 anos
e o Felt fosse um nome do passado, o que, de certa forma, foi
verdade.
Nos anos 90, todo o catálogo
da banda foi relançado em CD e a Cherry Red teve uma idéia
um tanto duvidosa: relançar alguns títulos com o
pomposo nome Absolute Classic Masterpieces e
Absolute Classic Masterpieces II, com dois discos
em um CD e com uma capa cinza, totalmente sem graça.
Essas capas, aliás,
merecem um comentário de Lawrence: "as capas de um
disco de 12 polegadas são completamente diferentes de um
CD e muitas vezes não adianta você apenas minimizá-la
e passar para o outro formato, porque não ficarão
boas. Como o Felt sempre foi uma banda desconhecida, quase anônima,
achei que isso deveria refletir nas novas capas, até para
deixarem mais modernas."
Vale ressaltar que a banda
relançou, recentemente, todos os discos com as capas originais,
em CD, para alegria dos fãs, com exceção
do disco The Strange Idols Pattern and Other Short Stories
que ganhou uma capa vermelha, ao invés do desenho mais
detalhado.
O
Felt fez seu último show no dia 19 de dezembro de 1989
e nos anos 90, Lawrence formou o grupo Denim, tentando capturar
o glam rock que tanto fez sua cabeça quando menino
e quando sonhava em ser o maior astro do mundo, misturando o bubblegum
ingênuo com sintetizadores e um visual totalmente setentista.
Infelizmente o Denim foi
outro projeto que acabou não virando nada...
O Felt tem uma grande parcela
de fãs no Japão, onde seus discos são lançados
com grande capricho gráfico e faixas bônus.
Deixo vocês com a
letra de "Primitive Painters" e a extensa discografia
do grupo. Um abraço e até a próxima coluna.
Primitive Painters
I just wish my
life could be as strange as a conspiracy
I hold out but there's no way of being what I want to be
Dragons blow fire angels fly spirits wither in the air
I'm just me I can't deny I'm neither here, there nor anywhere
Oh you should see
my trail of disgrace,
it's enough to scare the whole human race
Oh you should see my trail of disgrace,
it's enough to scare the whole human race
I don't care about this life, they say there'll be another one
defeatist attitude I know will you be sorry when I've gone
Primitive painters are ships floating on an empty sea
gathering in galleries were stallions of imagery
Oh you should see
my trail of disgrace,
it's enough to scare the whole human race
Oh you should see my trail of disgrace,
it's enough to scare the whole human race
Discografia
Index (compacto, 1979)
Something Sends Me To Sleep (compacto, 1981)
Crumbling the Antiseptic Beauty (1981)
My Face Is On Fire (compacto, 1982)
Penelope Tree (compacto, 1983)
The Splendour of Fear (1984)
Mexican Bandits (compacto, 1984)
Sunlight Bathed The Golden Glow (1984)
The Strange Idols Pattern and Other Short Stories (1984)
My Face Is On Fire (1984)
Ignite the Seven Cannons (1985)
Let the Snakes Crinkle Their Heads to Death (1986)
Rain Of Crystal Spires (compacto, 1986)
Forever Breathes the Lonely Word (1986)
Poem of the River (1987)
The Final Resting (compacto, 1987)
Gold Mine (cassette, 1987)
Pictorial Jackson Review (1988)
Train Above the City (1988)
Space Blues (1988)
Get Out Of Mirror (compacto, 1988)
Me and a Monkey on the Moon (1989)
Absolute Classic Masterpieces* (1992)
Felt Box Set (caixa, 1993)
Absolute Classic Masterpieces II* (1993)
*coletâneas
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