Você saberia
dizer em que categoria deve-se encaixar Frank Zappa? Rock? Jazz?
Doo-wop? Progressivo? Jazz-rock? Hard? Não? Pois Zappa
atacou todos esses estilos e muito mais sempre com seu humor corrosivo,
letras ácidas e uma técnica instrumental acima de
qualquer suspeita. E Zappa surpreendeu o mundo ao apresentar,
Freak Out!, disco de estréia de seu grupo, o Mothers of
Invention, que chocou ao misturar música concreta com rock
e por ser um dos primeiros discos duplo do rock, além de
ser um dos primeiros também a trabalhar em cima de um conceito,
uma das marcas do rock progressivo. E se você acha que Zappa
era apenas um cara cheio de idéias e malucão, saiba
que era ainda um guitarrista de mão cheia e com um apetite
para trabalho impressionante. Freak Out! foi a porta de entrada
para o mundo zappeano, mundo esse que continua a impressionar
quase 15 anos após sua morte.
Poucos
músicos produziram tanto na vida e de maneira tão
séria. Ao morrer de câncer na próstata, no
dia 4 de dezembro 1993, 17 dias antes de completar 53 anos, Zappa
já tinha deixado uma discografia descomunal e impressionante,
tanto em quantidade quanto em qualidade.
Um dos mais ferrenhos críticos
da sociedade contemporânea, Zappa deixou frases eternas
como "algumas pessoas não reconheceriam uma boa música
nem que ela os mordesse" ou "o governo não consegue
controlar seu déficit, como quer controlar o que nossas
crianças ouvem?", quando foi ao Congresso dos EUA
debater a questão da censura nos discos.
Mas se engana quem pensa
que Frank Zappa foi um autêntico bicho grilo amante de paz
e amor e usuário contumaz de drogas. Nesse ponto era absolutamente
careta e radical: "carrego comigo apenas dois vícios:
café e cigarro. Sei que me matarão". Proféticas
e tristes palavras. Zappa não permitia, em hipótese
alguma, que os músicos chegassem bêbados ou drogados
para apresentações ou mesmo ensaios. E quem chegasse
corria o seríssimo risco de perder o emprego. Isso se suportasse
a carga diária de trabalho quase desumana, já que
obrigava seus músicos a ensaiarem de 6 a 10 horas diárias,
seis dias por semana e os obrigava ainda a estudar música
para conseguirem tocar suas intricadas composições.
Nascido em 21 de dezembro
de 1940 em Baltimore, Frank Vicent Zappa foi sempre um garoto
diferente, tão diferente que só foi descobrir que
seu nome real era Frank Vicent Zappa e não Francis Vicent
Zappa (como ele próprio acreditava) já adulto, após
achar sua certidão de nascimento original, segundo relata
o próprio no livro The Real Frank Zappa Book,
escrito por ele e Peter Occhiogrosso. Imagine o choque ao descobrir
isso.
Filho de um químico
e matemático de nome Francis Zappa e Rose Marie Colimore,
Frank absorveu vários aspectos do seu progrenitores. Um
deles foram os traços fortes já que seu pai era
descendentes de gregos e árabes enquanto sua mãe
era de italianos e franceses. A família Zappa vivia se
mudando de cidade já que Francis trabalhou em várias
indústrias químicas. O fato de ver seu pai sempre
usando máscaras contra gases iria deixar profundas marcas
no menino, que usaria referências aos germes e outros aspectos
da indústria de defensivos agrícolas em sua obra.
Frank
acabou se tornando uma criança tímida e fechada
e que se tornou ainda mais quieto graças à asma,
dores de ouvido que o deixaria seriamente doente na sua infância.
Em 1952, preocupados com
a saúde do menino, os pais começaram a peregrinar
pela América, morando em Monterey, Claremont, El Cajon
e San Diego. Foi quando Frank começou a desenvolver uma
grande paixão pela música para cobrir seus longos
períodos de solidão. Sua paixão inicial era
o R&B, mas logo começaria a mostrar interesse pela
música clássica, instrumental e por compositores
modernos. Uma de suas paixões era o Edgar Varèse.
Zappa gostava tanto do disco The Complete Works of Edgard
Varèse, Volume One, que chegou pedir aos pais,
de aniversário, uma ligação interurbana para
a casa do mestre, em Nova York. Infelizmente só conseguiu
falar com sua esposa, mas em todos os discos fez referência
a ele cunhando no encarte de cada álbum a frase "o
compositor moderno se recusa a morrer", dita por ele, em
1921.
Aluno relapso e pouco interessado
na vida acadêmica, Zappa teve sua primeira incursão
musical como percussionista na Mission Bay High School, onde estudava.
Em 1956, conhece Don Van Vliet, de quem fica amigo. Mais tarde
Zappa o rebatizaria como Captain Beefheart, e juntos tocariam
em grupos como Blackouts, juntos com músicos negros, escandalizando
a conservadora sociedade local.
Perto de completar 17 anos,
ganha sua primeira guitarra e começa a mostrar um talento
incomum com o instrumento e no ano seguinte começa a trabalhar
no mundo publicitário, que se tornaria uma importante ferramenta
em seus trabalhos futuros, tanto na parte visual e por aprender
noções de surrealismo, do dadaísmo, entre
outras coisas.
Aos
20 anos, decide-se casar com Kathryn "Kay" Sherman,
experiência que não lhe traz boas recordações.
Vivem juntos por quatro anos entre 1960 e 1964, já em Los
Angeles. Participa de duas trilhas-sonoras, The World's
Greatest Sinner (1962) e Run Home Slow
(1965), onde começa a trabalhar incasavelmente na edição
das músicas.
Em 1963 acha um pequeno
estúdio quase falido, o Pal Recording Studio e o rebatiza
para Cucamonga onde passa a trabalhar e morar e lhe dá
o nome de Studio Z.
Certo dia recebe uma encomenda
para fazer uma fita com insinuações eróticas.
Chama uma amiga para a empreitada, mas acaba preso pelo cliente,
um policial disfarçado. É preso e solto pelo seu
pai mediante fiança e acaba pegando raiva das "autoridades
constituídas". A garota, em questão, ficaria
conhecida como Suzy Creamcheese, famosa personagem em seus discos.
Em 1964, resolve entrar
no grupo The Soul Giants, como guitarrista. Acabou virando líder
do grupo, agora chamado de The Mothers. Após conseguirem
um empresário, Herb Cohen, começam a ganhar destaque
na cena underground de Los Angeles até serem descobertos
pelo produtor Tony Wilson, que havia trabalhado com Bob Dylan,
Simon & Garfunkel, entre outros. Acabam assinando com a Verve,
selo especializado em jazz nas décadas de 40 e 50, mas
são obrigados a mudar o nome para The Mothers of Invention,
já que "mothers" é abreviação
para "motherfucker", algo como "filho da puta".
É nessa época
que surge uma história, parte real, parte lenda, na qual
Tony Wilson havia assinado com o Velvet Underground, também
para a Verve, e os dois grupos já tinham material pronto
para lançarem seus discos de estréia, em 1966.
Porém, como o Velvet
era apadrinhado por Andy Warhol, Wilson acreditou que eles poderiam
esperar um pouco mais na fila e resolveu lançar o Mothers
inicialmente. Isso acabou gerando uma crise enorme, já
que, curiosamente as duas bandas excursionaram juntas e Lou Reed
e Frank Zappa acabaram se odiando. Sobre Frank, Lou disse: "Ele
é provavelmente a pessoa mais sem talento que eu já
ouvi em minha vida. Ele é pretensioso, acadêmico
e não sabe tocar rock'n'roll, porque ele é um derrotado.
E também se veste esquisito. Ele não é feliz
consigo mesmo e eu acho que está certo".
Certo ou errado, o grupo
lança em 27 de junho de 1966 um dos discos mais desconcertantes
da história: Freak Out!, um álbum,
no mínimo, desconcertante. Durante muitos anos foi considerado
o primeiro álbum duplo da história do rock, o que
não é verdade, já que Bob Dylan lançou
Blonde on Blonde em 16 de maio.
O
próprio Zappa admitiu, anos depois, que o público
médio não estava preparado para os discos que gravou
nos anos 60.
Já no primeiro
disco, o ouvinte é jogado no particularíssimo mundo
zappeano, com seus personagens enigmáticos e bizarros,
sua visão ácida e cruel do mundo pop e da sociedade
contemporânea e de uma trilha-sonora absolutamente única
e devastadora.
É um dos primeiros
discos a trabalhar com a idéia de um conceito único,
muito antes dos grupos de rock progressivo. Além disso,
o Mothers ataca o doo-wop, o rock and roll, o r&b, o blues,
além de música concreta.
O grupo consistia no vocalista
Ray Collins, no baixista Roy Estrada, no baterista Jimmy Carl
Black (que ficaria famoso com a frase "hi boys and girls,
I'm Jimmy Carl Black, the indian of the group" - no disco
We're Only in It for the Money) e com o guitarrista
Elliot Ingber. A Zappa caberia tocar também guitarras,
além de cantar algumas partes, escrever todas as letras,
conduzir a orquestra.
No encarte do disco, ele
se apresenta da seguinte forma, no primeiro parágrafo:
"Nasci em Baltimore, Maryland, em 21 de dezembro de 1940
e cresci na Califórnia.. Sou um músico autodidata,
compositor, blá blá blá... Quando tinha 11
anos, já media 1,70 m, tinha cabelos compridos, espinhas
e bigode e por alguma estranha razão jamais me deixaram
participar do time de softbol. Casei aos 20 anos... uma garota
adorável: quase arruinei a vida dela, divorciamos, mudei
para meu estúdio e juntei forças com Ray, Jim e
Roy, trabalhamos e produzimos por um ano, trabalhando em botecos,
passamos fome, blá blá blá... tocamos muita
música maluca e permanecemos tremendamente impopulares
(embora famosos). DEVEMOS NOSSA EXISTÊNCIA a Mark Cheka
pelo seu apoio inicial e por seu dinheiro (e também há
um monte de gente que irão nos encher porque seus nomes
não estão sendo citados, com endereços e
pertinentes fatos sobre o que gostam do governo e de outros fetiches...)
A
produção não foi fácil para Tom Wilson,
pois quando contratou a band havia ouvido uma pequena parte de
um show deles tocando um blues e acreditou que era mais um grupo
com influências negras.
Já nas primeiras
gravações, Tom percebeu que estava frente a algo
totalmente diferente.
"Me lembro de um
telefonema que ele deu dentro estúdio desesperado. Provavelmente
estava dizendo ao seu patrão que não éramos
bem um grupo de blues", lembra-se Zappa.
O disco foi gravado entre
9 e 12 de março no TTG Studios, em Hollywood e Wilson foi
se entusiasmando com as idéias de Zappa e aceitou até
algumas idéias bizarras de Frank, como alugar por US$ 500
alguns instrumentos de percussão para uma sessão
à meia-noite e trazer alguns malucos de Sunset Boulevard
para o estúdio.
Essa idéia está
bem documentada no encarte na frase "What the h_ _ _ you
gonna do with all those drums at 1:00 in the morning?", dito
pelo empresário do grupos, Herbie Cohen.
Zappa fez Wilson gastar
cerca de US$ 35 mil para a produção, quantia considerável
para a época.
O disco trazia as seguintes
faixas:
Lado 1
1. "Hungry Freaks, Daddy" –
3:32
2. "I Ain't Got No Heart" – 2:34
3. "Who Are the Brain Police?" – 3:25
4. "Go Cry on Somebody Else's Shoulder" – 3:43
5. "Motherly Love" – 2:50
6. "How Could I Be Such a Fool?" – 2:16
Lado 2
1. "Wowie Zowie" – 2:55
2. "You Didn't Try to Call Me" – 3:21
3. "Any Way the Wind Blows" – 2:55
4. "I'm Not Satisfied" – 2:41
5. "You're Probably Wondering Why I'm Here" –
3:41
Lado
3
1. "Trouble Every Day" –
5:53
2. "Help, I'm a Rock" – 8:37
1. Okay To Tap Dance
2. In Memoriam, Edgar Varèse
3. It Can't Happen Here
Lado 4
1. "The Return of the Son of Monster
Magnet" (Unfinished Ballet in Two Tableaux) – 12:22
1. Ritual Dance of the Child-Killer
2. Nullis Pretii (No commercial potential)
O selo ainda tentou emplacar
um compacto com as canções "Help I'm A Rock"
e "I Ain't Got No Heart", sem o menor sucesso.
O disco abre com "Hungry
Freaks, Daddy?" e a segunda faixa é exatamente "I
Ain't Got No Heart" quando Ray imita à perfeição
os estilo vocal de Jack Bruce, do Cream. Em "Go Cry on Somebody
Else's Shoulder", o grupo começa no melhor estilo
Them até cair no mais puro doo-wop debochado.
Mas
as pérolas estão em composições do
tipo "Who Are the Brain Police?", "Motherly Love",
fechando com a longa e editada "The Return of the Son of
Monster Magnet" e "It Can't Happen Here", ambas
com participação de Suzy Creamcheese.
Um disco evidentemente
avançado para a época e que alcançou apenas
a 130ª posição nas paradas.
Freak Out!,
porém, foi muitíssimo bem recebido na Europa, especialmente
na Inglaterra, e após alguns shows tendo o Jefferson Airplane
abrindo suas apresentações em San Francisco, o grupo
saiu tocando pelo mundo.
Seria o começo
de infinitas e infindáveis confusões e momentos
brilhantes nos palcos do mundo.
Deixo vocês com a
discografia gigante de Zappa. Um abraço e até a
próxima coluna.
Discografia
Freak Out!* (June 27, 1966),
US #130
Absolutely Free* (May 26, 1967), US #41
We're Only in It for the Money* (January 1968), US #30
Lumpy Gravy (May 1968)*, US #159
Cruising with Ruben & the Jets* (December 2, 1968), US #110
Uncle Meat (April 1969)*, US #43
Hot Rats (October 1969), US #173
Burnt Weeny Sandwich* (February 1970), US #94
Weasels Ripped My Flesh* (August 10, 1970), US #189
Chunga's Revenge (October 1970), US #119
Fillmore East - June 1971 (August 1971), US #38
200 Motels (October 1971), US #59
Just Another Band from L.A. (March 1972), US #85
Waka/Jawaka (July 1972), US #152
The Grand Wazoo (November 1972)
Over-Nite Sensation (September 1973), US #32
Apostrophe (') (March 1974), US #10
Roxy & Elsewhere (September 1974), US #27
One Size Fits All (June 1975), US #26
Bongo Fury (October 1975), US #66
Zoot Allures (October 1976), US #71
Zappa in New York (March 1978), US #57
Studio Tan (September 1978), US #147
Sleep Dirt (January 1979), US #175
Sheik Yerbouti (March 1979), US #21
Orchestral Favorites (May 1979), US #168
Joe's Garage (September 1979), US #27
Tinsel Town Rebellion (May 11, 1981), US #66
Shut Up 'n Play Yer Guitar (May 1981)
You Are What You Is (September 1981), US #93
Ship Arriving Too Late to Save a Drowning Witch (May 1982), US
#23
The Man from Utopia (March 1983), US #153
Baby Snakes (March 1983)
London Symphony Orchestra, Vol. 1 (June 1983)
Boulez Conducts Zappa: The Perfect Stranger (August 1984)
Them or Us (October 18, 1984)
Thing-Fish (November 1984)
Francesco Zappa (November 1984)
The Old Masters Box One (April 1985)
Frank Zappa Meets the Mothers of Prevention (November 21, 1985),
US #153
Does Humor Belong in Music? (January 1986)
The Old Masters Box Two (November 1986)
Jazz from Hell (November 1986)
London Symphony Orchestra, Vol. 2 (September 17, 1987)
The Old Masters Box Three (December 1987)
Guitar (April 1988)
You Can't Do That on Stage Anymore, Vol. 1 (May 1988)
You Can't Do That on Stage Anymore, Vol. 2 (October 1988)
Broadway the Hard Way (October 14, 1988)
You Can't Do That on Stage Anymore, Vol. 3 (November 1989)
The Best Band You Never Heard in Your Life (April 1991)
You Can't Do That on Stage Anymore, Vol. 4 (June 14, 1991)
Make a Jazz Noise Here (June 1991)
Beat the Boots (July 1991),
8 discs (boxed or separate):
As an Am (recorded 1981 – 1982)
The Ark (recorded 1969)
Freaks & Motherfu*#@%! (recorded 1970)
Unmitigated Audacity (recorded 1974)
Anyway the Wind Blows (2 discs) (recorded 1979)
Tis the Season to Be Jelly (recorded 1967)
Saarbrucken 1978 (recorded 1978)
Piquantique (recorded 1973)
Beat the Boots II (June
1992), 8 discs (boxed only):
Disconnected Synapses (recorded 1970)
Tengo Na Minchia Tanta (recorded 1970)
Electric Aunt Jemima (recorded 1968)
At the Circus (recorded 1978)
Swiss Cheese/Fire! (2 discs) (recorded 1971)
Our Man in Nirvana (recorded 1968)
Conceptual Continuity (recorded 1976)
You Can't Do That on Stage
Anymore, Vol. 5 (July 1992)
You Can't Do That on Stage Anymore, Vol. 6 (July 1992)
Playground Psychotics (October 1992)
Ahead of Their Time (March 1993)
The Yellow Shark (with Ensemble Modern) (November 1993), US #2
* como Mothers
of Invention
Coletâneas
Póstumas
Civilization, Phaze III
(December 1994)
The Lost Episodes (February 1996)
Läther (September 1996)
Frank Zappa Plays the Music of Frank Zappa: A Memorial Tribute
(October 1996)
Have I Offended Someone? (April 1997)
Mystery Disc (September 1998)
Everything Is Healing Nicely (December 1999)
FZ:OZ (August 16, 2002)
Halloween (February 4, 2003)
Joe's Corsage (May 30, 2004)
QuAUDIOPHILIAc (September 14, 2004)
Joe's Domage (October 1, 2004)
Joe's XMASage (December 21, 2005)
Imaginary Diseases (January 13, 2006)
Trance-Fusion (October 24, 2006)
The Making Of Freak Out! Project/Object (December 5, 2006)
The Making Of Freak Out! Project/Object (deluxe) (December 12,
2006)
The Frank Zappa AAAFNRAA Birthday Bundle (December 15, 2006 (iTunes
exclusive)
Buffalo (April 1, 2007)
The Dub Room Special (August 24, 2007)
Wazoo (October 30, 2007)
Compilações
Mothermania: The Best of
the Mothers (March 1969)
The **** of the Mothers (October 13, 1969)
The Mothers of Invention (July 20, 1970)
Worst of the Mothers (March 15, 1969)
The Guitar World According to Frank Zappa (June 1987)
Cucamonga Years (December 10, 1991)
Strictly Commercial, the best of Frank Zappa (August 1995)
Strictly Genteel, a "classical" introduction to Frank
Zappa (May 1997)
Cucamonga (February 24, 1998)
Cheap Thrills (April 1998)
Son of Cheep Thrills (April 1999)
The Secret Jewel Box: Archives Vol. 2. FZ Original Recordings
(December 2001)
Zappa Picks by Jon Fishman of Phish (October 2002)
Zappa Picks by Larry LaLonde of Primus (October 2002)
|