Ela foi um ícone
dos anos 80 e um dos rostos mais famosos da década. Alta,
negra, modelo, cantora, barraqueira, Grace Jones esteve nas manchetes
por diversos motivos: ora por causa dos filmes com James Bond,
como modelo internacional, cantando ou se metendo em infinitas
confusões. E Grace foi responsável por alguns bons
discos ao final dos anos 70, como a estréia com Portfolio,
uma improvável versão para "She's Lost Control"
do Joy Division e sua obra-prima, Nightclubbing, um dos discos
mais chiques e dançantes já gravados.
Não
há a menor dúvida que Grace Jones é uma estrela.
Uma das figuras mais polivalentes
do cenário pop, essa jamaicana nascida como Grace Mendonza,
em 19 de maio de 1948, em Spanish Town sempre teve os holofotes
em cima de si.
Grace sempre sonhou com
o sucesso e ainda jovem estudou teatro na Universidade de Syracuse.
Já como modelo,
Grace tentou iniciar uma carreira no mundo musical, assinando
um contrato com a Island, lar do mais famoso ícone jamaicano,
Bob Marley.
Sua
estréia acontece em 1977, com Portfolio.
O disco chegou ao Top 10 da parada dance, graças aos sucesso
"That's The Trouble" e uma inspirada versão de
"La Vie En Rose", de Edith Piaf, além de "I
Need A Man", primeiro lugar na mesma parada.
Nos anos seguintes lança
Fame e Muse, consolidando como
diva da cena gay e sendo paparicada sem parar. Grace Jones era
figurinha fácil da lendária discoteca Studio 54
e vivia sendo requisitada por Andy Warhol para trabalho.
Em 1980, Grace volta com
um excelente disco, Warm Leatherette. Se os três
primeiros havia, sido produzidos por Tom Moulton, dessa vez é
o próprio chefe da gravadora, Chris Blackwell que se encarrega
da missão.
Juntos,
gravam o disco no conceituadíssimo Compass Point Studios,
nas Bahamas. No repertório, clássicos dos Pretenders
("Private Life"), Roxy Music ("Love Is the Drug"),
Tom Petty ("Breakdown") e Smokey Robinson ("The
Hunter Gets Captured By The Game"). No mesmo ano, Grace lança
uma improvável e longa versão para "She's Lost
Control", clássico do Joy Division. Não imagino
o que Ian Curtis teria dito caso a tivesse ouvido...
O ano de 1980, aliás,
foi extremamente produtivo, pois lançou vários singles:
"A Rolling Stone", "Love Is The Drug", "Private
Life", "She's Lost Control", "Pars" 1980,
"The Hunter Gets Captured By The Game", "Breakdown"
1980 e "Warm Leatherette".
Mas
é em 1981 que sai seu maior clássico, Nightclubbing.
Grace já contava em sua banda com a matadora seção
rítmica formada pelo baixista Robbie Shakespeare e pelo
baterista Sly Dunbar. O disco foi novamente regravado nas Bahamas
e oferece um dos melhores exemplares de música daquele
ano.
O disco abre com "Walking
in the Rain", um belo exemplo do trabalho da dupla. Em seguida,
é a vez de "Pull up to the Bumper", que mais
parece uma faixa do Talking Heads ou do Tom Tom Club, embora Grace
possua uma voz bem mais poderosa que David Byrne e seus companheiros.
A música acabaria sendo incluída na trilha-sonora
do filme Koyaanisqatsi.
A terceira é "Use
Me" e quarta leva a assinatura de David Bowie e Iggy Pop,
faixa que deu nome ao disco. A versão aqui é totalmente
diferente da gravada no LP The Idiot, de Iggy.
Mais lenta, cavernosa, com forte presença do baixo, Grace
canta de maneira assustadora. Em seguida entra, "Art Groupie",
música composta pela própria cantora em parceria
com Barry Reynolds.
A próxima é
uma das mais improváveis escolhas e, talvez, o melhor momento
do disco: "I've Seen That Face Before (Libertango), que do
músico argentino Ástor Piazzolla.
O
disco segue com mais três faixas: "Feel Up", de
Grace, "Demolition Man", de Sting e que fazia parte
do álbum Ghost in the Machine, do Police
e "I've Done It Again", de Barry Reynolds.
O disco faria uma boa carreira
na parada britânica, ficando na 35ª posição,
em maio daquele ano. Após o lançamento, Grace saiu
em uma excursão chamada A One Man Show,
que concorreu ao Grammy de 1983. O show foi gravado em Londres
e Nova York, no ano de 1981.
Deixo vocês com a
discografia da cantora. Um abraço e até a próxima
coluna.
Discografia
Discos de estúdio
Portfolio (1977)
Fame (1978)
Muse (1979)
Warm Leatherette (1980)
Nightclubbing (1981)
Living My Life (1982)
Slave to the Rhythm (1985)
Inside Story (1986)
Bulletproof Heart (1989)
Coletâneas
Island Life (1985)
The Ultimate (1993)
Island Life 2 (1996)
Private Life: The Compass Point Sessions (1998)
20th Century Masters - The Millennium Collection: The Best of
Grace Jones (2003)
The Universal Masters Collection (2003)
The Collection (2004)
The Grace Jones Story (2006)
Colour Collection (2006)
The Ultimate Collection (Caixa, 2006)
Singles
I Need A Man (1975)
I'll Find My Way To You (1976)
Sorry (1976)
That's The Trouble (1976)
La Vie En Rose (1977)
Do Or Die (1978)
Comme un Oiseau Qui S'envole (1978)
Fame (1978)
Autumn Leaves (1978)
Anema E Core (1978)
On Your Knees (1979)
A Rolling Stone (1980)
Love Is The Drug (1980)
Private Life (1980)
She's Lost Control (1980)
Pars (1980)
The Hunter Gets Captured By The Game (1980)
Breakdown (1980)
Warm Leatherette (1980)
Demolition Man (1981)
Pull Up To The Bumper (1981)
I've Seen That Face Before (1981)
Use Me (1981)
Walking In The Rain (1981)
Feel Up (1981)
My Jamaican Guy (1982)
Nipple To The Bottle (1982)
The Apple Stretching 1982
Unlimited Capacity For Love (1982)
Cry Now, Laugh Later (1983)
Living My Life (1983)
Slave To The Rhythm (1985)
Jones The Rhythm (1985)
I'm Not Perfect (But I'm Perfect For You) (1986)
Crush (1986)
Party Girl (1986)
Victor Should Have Been A Jazz Musician (1986)
Love On Top Of Love (1989)
Amado Mio (1990)
7 Day Weekend (1992)
Evilmainya (1993)
Sex Drive (1993)
Love Bites (1996)
Storm (1998)
|