276 - Grace Jones - Nightclubbing

Ela foi um ícone dos anos 80 e um dos rostos mais famosos da década. Alta, negra, modelo, cantora, barraqueira, Grace Jones esteve nas manchetes por diversos motivos: ora por causa dos filmes com James Bond, como modelo internacional, cantando ou se metendo em infinitas confusões. E Grace foi responsável por alguns bons discos ao final dos anos 70, como a estréia com Portfolio, uma improvável versão para "She's Lost Control" do Joy Division e sua obra-prima, Nightclubbing, um dos discos mais chiques e dançantes já gravados.


Não há a menor dúvida que Grace Jones é uma estrela.

Uma das figuras mais polivalentes do cenário pop, essa jamaicana nascida como Grace Mendonza, em 19 de maio de 1948, em Spanish Town sempre teve os holofotes em cima de si.

Grace sempre sonhou com o sucesso e ainda jovem estudou teatro na Universidade de Syracuse.

Já como modelo, Grace tentou iniciar uma carreira no mundo musical, assinando um contrato com a Island, lar do mais famoso ícone jamaicano, Bob Marley.

capa do disco PortfolioSua estréia acontece em 1977, com Portfolio. O disco chegou ao Top 10 da parada dance, graças aos sucesso "That's The Trouble" e uma inspirada versão de "La Vie En Rose", de Edith Piaf, além de "I Need A Man", primeiro lugar na mesma parada.

Nos anos seguintes lança Fame e Muse, consolidando como diva da cena gay e sendo paparicada sem parar. Grace Jones era figurinha fácil da lendária discoteca Studio 54 e vivia sendo requisitada por Andy Warhol para trabalho.

Em 1980, Grace volta com um excelente disco, Warm Leatherette. Se os três primeiros havia, sido produzidos por Tom Moulton, dessa vez é o próprio chefe da gravadora, Chris Blackwell que se encarrega da missão.

capa do disco Warm LeatheretteJuntos, gravam o disco no conceituadíssimo Compass Point Studios, nas Bahamas. No repertório, clássicos dos Pretenders ("Private Life"), Roxy Music ("Love Is the Drug"), Tom Petty ("Breakdown") e Smokey Robinson ("The Hunter Gets Captured By The Game"). No mesmo ano, Grace lança uma improvável e longa versão para "She's Lost Control", clássico do Joy Division. Não imagino o que Ian Curtis teria dito caso a tivesse ouvido...

O ano de 1980, aliás, foi extremamente produtivo, pois lançou vários singles: "A Rolling Stone", "Love Is The Drug", "Private Life", "She's Lost Control", "Pars" 1980, "The Hunter Gets Captured By The Game", "Breakdown" 1980 e "Warm Leatherette".

capa do disco NightclubbingMas é em 1981 que sai seu maior clássico, Nightclubbing. Grace já contava em sua banda com a matadora seção rítmica formada pelo baixista Robbie Shakespeare e pelo baterista Sly Dunbar. O disco foi novamente regravado nas Bahamas e oferece um dos melhores exemplares de música daquele ano.

O disco abre com "Walking in the Rain", um belo exemplo do trabalho da dupla. Em seguida, é a vez de "Pull up to the Bumper", que mais parece uma faixa do Talking Heads ou do Tom Tom Club, embora Grace possua uma voz bem mais poderosa que David Byrne e seus companheiros. A música acabaria sendo incluída na trilha-sonora do filme Koyaanisqatsi.

A terceira é "Use Me" e quarta leva a assinatura de David Bowie e Iggy Pop, faixa que deu nome ao disco. A versão aqui é totalmente diferente da gravada no LP The Idiot, de Iggy. Mais lenta, cavernosa, com forte presença do baixo, Grace canta de maneira assustadora. Em seguida entra, "Art Groupie", música composta pela própria cantora em parceria com Barry Reynolds.

A próxima é uma das mais improváveis escolhas e, talvez, o melhor momento do disco: "I've Seen That Face Before (Libertango), que do músico argentino Ástor Piazzolla.

Sting e Grace JonesO disco segue com mais três faixas: "Feel Up", de Grace, "Demolition Man", de Sting e que fazia parte do álbum Ghost in the Machine, do Police e "I've Done It Again", de Barry Reynolds.

O disco faria uma boa carreira na parada britânica, ficando na 35ª posição, em maio daquele ano. Após o lançamento, Grace saiu em uma excursão chamada A One Man Show, que concorreu ao Grammy de 1983. O show foi gravado em Londres e Nova York, no ano de 1981.

Deixo vocês com a discografia da cantora. Um abraço e até a próxima coluna.

Discografia

Discos de estúdio


Portfolio (1977)
Fame (1978)
Muse (1979)
Warm Leatherette (1980)
Nightclubbing (1981)
Living My Life (1982)
Slave to the Rhythm (1985)
Inside Story (1986)
Bulletproof Heart (1989)


Coletâneas

Island Life (1985)
The Ultimate (1993)
Island Life 2 (1996)
Private Life: The Compass Point Sessions (1998)
20th Century Masters - The Millennium Collection: The Best of Grace Jones (2003)
The Universal Masters Collection (2003)
The Collection (2004)
The Grace Jones Story (2006)
Colour Collection (2006)
The Ultimate Collection (Caixa, 2006)

Singles

I Need A Man (1975)
I'll Find My Way To You (1976)
Sorry (1976)
That's The Trouble (1976)
La Vie En Rose (1977)
Do Or Die (1978)
Comme un Oiseau Qui S'envole (1978)
Fame (1978)
Autumn Leaves (1978)
Anema E Core (1978)
On Your Knees (1979)
A Rolling Stone (1980)
Love Is The Drug (1980)
Private Life (1980)
She's Lost Control (1980)
Pars (1980)
The Hunter Gets Captured By The Game (1980)
Breakdown (1980)
Warm Leatherette (1980)
Demolition Man (1981)
Pull Up To The Bumper (1981)
I've Seen That Face Before (1981)
Use Me (1981)
Walking In The Rain (1981)
Feel Up (1981)
My Jamaican Guy (1982)
Nipple To The Bottle (1982)
The Apple Stretching 1982
Unlimited Capacity For Love (1982)
Cry Now, Laugh Later (1983)
Living My Life (1983)
Slave To The Rhythm (1985)
Jones The Rhythm (1985)
I'm Not Perfect (But I'm Perfect For You) (1986)
Crush (1986)
Party Girl (1986)
Victor Should Have Been A Jazz Musician (1986)
Love On Top Of Love (1989)
Amado Mio (1990)
7 Day Weekend (1992)
Evilmainya (1993)
Sex Drive (1993)
Love Bites (1996)
Storm (1998)

 


 

Colunas