Kevin
House é uma figura que tem história para contar.
Se você não sabem quem é, saiba que já
tocou com Evan Dando, dos Lemonheads e com o Mercury Rev.
Tido como um filho de Leonard
Cohen e Tom Waits, Kevin House pode não chegar ao sucesso
dos dois maestros, mas não faz feio como um discípulo
da escola da melancolia e da poesia que Waits e Cohen mostram.
É ainda possível encontrar algum resquício
do grande Nick Drake, um pouco nas harmonias de violões
e em algumas passagens vocais e arranjos.
O disco flutua em climas
desérticos, meio etéreos, com delicados solos de
trumpetes, violões em profusão, Kevin mostra passagens
desoladas, silenciosas, calmas.
Esse inglês, nascido
em Londres, em 1966 chamou a atenção, no início
como pintor, a ponto de ter sua carreira administrada pelo ator
Malcolm McDowell e além de várias exposições
individuais e coletivas, ilustrou várias capas de revista.
Talvez seja daí
a inspiração para que sua música seja tão
plácida e tranquila. Desde a primeira faixa, "Stories
Without Words", passando por "Black Smoke Rising",
, passando pela delicada versão para "I don't Believe
In You" - clássico do Talk Talk e composta pela dupla
Mark Hollis e Tim Friese-Greene, House mostra ainda que é
capaz de escrever letras interessantes, como se fossem paisagens
e conseguir sons exóticos, quase inusitados, como em "The
Fun Side of Death", onde em meio a uma base de banjo mistura
máquina de escrever, sons de pássaros e outros barulhos.
Gutter Pastoral
foi lançado pela Bongobeat e merece ser ouvido e apreciado.
Um disco interessante, bem acessível, mas que não
abusa de idéias batidas ou repetidas.
Quem quiser saber mais
sobre Kevin, pode acessar o site www.kevinhouse.ca.
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