Ele é uma das figuras mais
simpáticas e bacanas da safra punk/new wave e um dos compositores
mais prolíficos. Ex-líder dos Soft Boys, um grupo
sensacional que fazia uma releitura dos anos 60, Robyn partiu
para uma carreira solo bem sucedida. Dono de um senso de humor
refinado e dotado de um talento imenso para as artes (é
craque ainda em desenhos e esculturas), possui um dos sites oficiais
mais originais de um artista de rock. Esse amante de Bob Dylan,
Byrds e Beatles é praticamente um desconhecido por aqui,
mas como meus dez leitores são extremamente corajosos (ou
desocupados, depende do ponto de vista), curiosos (e com um gosto
para lá de duvidoso...) para lerem isto, sigo na minha
missão: falar de mais um que ninguém sabe quem é
e provavelmente ficarão sem saber quando chegarem ao fim.
Brincadeiras à parte com todos vocês dez (não
me abandonem!) vamos falar desse homem que se não é
um talento como o Alfred, não envergonha o sobrenome.
Esse
rapaz que foi concebido em uma noite em Estocolmo, em 1952, mas
nasceu mesmo em Paddington, Londres, no dia 3 de março
do ano seguinte, (assim ele conta em seu site), sempre foi um
apaixonado por música. Comprou seu primeiro álbum
aos 13 anos (o clássico Highway 61 Revisited,
de Bob Dylan).
Aos 14 anos, jura que esteve
presente em um evento de música concreta no porão
de sua escola, organizado por um cara esquisitão: Brian
Eno, que segundo ele usava óculos escuros de cor azul.
Em 1968 aprende finalmente a manejar sua guitarra que havia adquirido
no ano anterior e compra, também óculos escuros
azuis.
Tenta escrever sua primeira
canção aos 16 anos, fato que só teria sucesso
em 1970, com seu amigo, Martin. No ano seguinte já compõe
por conta própria. Aos 19 anos faz seu primeiro show no
The City & Guilds Art School, na festa de Natal, tocando músicas
dos Beatles, Doors, Velvet Underground, Syd Barrett. Se não
o consideraram estranho, foi um milagre, imagino...
Em 1974, muda-se para Cambridge
e dois anos depois, animado pela explosão da cena punk,
monta os Soft Boys. A formação contava com Morris
Windsor (bateria), Andy Metcalfe (baixo), Alan “Wang Bo”
Davies (guitarra), além de Robyn, que canta, compunha e
também era guitarrista. O grupo abre para Elvis Costello,
no ano seguinte e se separa em 1981 (não fiquem tristes,
logo mais farei uma coluna só do grupo...).
Um mês após
a separação dos Soft Boys, Robyn promove um espetáculo
no pequeno Hope & Anchor, em Londres, no mês de abril,
tocando com músicos convidados, entre eles, Morris.
No
dia 9 de julho do mesmo ano, faz um espetáculo cômico
no The Venue, em Londres, quando contratou algumas garotas para
se vestirem como peixe, enquanto ele se apresentava. Ao final
do show, elogiou suas companheiras: “as meninas dançaram
direitinho, bem no ritmo de nossas canções!”
Nesse mesmo ano lança
seu primeiro disco solo, Black Snake Diamond Role.
O disco conta com a participação de Andy e Morris
e rende alguns clássicos com sua fina e peculiar ironia,
como “Brenda’s Iron Sledge.”
No ano seguinte, junta-se
a Steve Hillage, do Gong, para produzir seu segundo disco-solo,
Groovy Decay. Em uma época de pouquíssima
inspiração e grande abuso de álcool, o disco
é um fiasco, e em 1985, é relançado com o
nome de Groove Decoy, onde algumas faixas são
regravadas, com outras canções extras adicionadas.
Robyn
vê nascer uma geração que está mais
preocupado em usar sintetizadores do que guitarras e cai em grande
depressão.
Sua saída é
compor algumas canções para o amigo Captain Sensible,
ex-integrante do grupo punk Damned. Segundo Robyn, essas canções
o animaram psicológica e financeiramente.
Em 1983, assiste a volta
da psicodelia, batizada agora, de neo-psicodelismo. Bandas como
Echo and the Bunnymen, Teadrop Explodes, e o R.E.M (na América),
explodem, fazendo com que Robyn se reanime a gravar seus discos.
No ano seguinte, grava I Often Dream Of Trains,
e encontra Peter Buck, guitarrista do R.E.M, em Londres, que admite
ser um grande fã de Robyn e ter todos os discos do Soft
Boys.
Ainda
em 1984, forma sua nova banda, os Egyptians, e passam a gravar
como Robyn Hitchcock & The Egyptians. Em 1985, lançam
seu primeiro disco, Fegmania!.
A história de como
o grupo foi formada é curiosa: Robyn recorda-se que tinha
encontrado em um programa de rádio em Cambridge, em 1983,
com Andy Metcalfe e Morris Windsor, quando um disco póstumo
dos Soft Boys foi lançado. Robyn gostou de reencontrar
os velhos companheiros, mas seguiu em frente e lançou I
Often Dream of Trains. Ele não tinha nenhuma intenção
em forma outra banda, até então.
Um dia, andando pelas ruas
de Londres, teve uma idéia para fazer um filme com o singelo
nome de The Man With the Lightbulb Head. Robyn
voltou para casa, escreveu uma canção e pensou em
como poderia viabilizar sua idéia. Chamou seu colega Tony
Moon, integrante do Motor Boys Motor e resolveram seguir adiante
com o projeto, que seria uma série de vídeos, todos
filmados em super-8 e com a filha de Robyn, Maisie, como protagonista.
Ele comprou um boneco action-man (uma espécie de Falcon.
Alguém se lembra deles?), cortou a cabeça,
colocou uma lâmpada, e pronto, tinha seu personagem (não
parece o Lampadinha, assistente inseparável do professor
Pardal?).
Robyn então alugou
um pequeno estúdio para gravar algumas canções
para o filme, com John Kingham, na bateria. Nessa época
não havia sido lançado I Often... e
acabou escrevendo outras canções como “Dwafbeat”,
“Another Bubble” e “Some Body”. Lembrou
então do velho amigo Morris, que acabou participando das
sessões. Morris há muito tempo não entrava
em um estúdio, e acabaram, por tabela, convidando Andy.
“Foi uma experiência divertida e estranha, pois não
tocávamos juntos há quase cinco anos.”
Robyn chegou e mostrou
outras canções, como “My Wife & My Dead
Wife”, “Goodnight I Say”, “Insect Mother”
e “I’m Only You”. Os três foram então
para o Alaska Studios, onde a maioria dos discos dos Soft fora
gravado e começaram a trabalhar nelas. Assim, nascia uma
par de canções e os três, meio que por acaso,
foram parar no Hope & Anchor, que atravessava graves problemas
financeiros e pediu a ajuda de Robyn para levantar fundos. O Hope
tinha sido um dos palcos mais importantes para os grupos punks,
onde Stranglers, Jam, Ian Dury e Damned, entre outros, fizeram
apresentações históricas.
Robyn ficou meio temeroso,
pois há anos não subia em um palco, mas topou o
convite. Chamou Andy e Morris, além de James Fletcher para
tocar sax e Roger Jackson para cuidar dos teclados. O show foi
meio que improvisado, pois o Hope & Anchor, não tinha
sequer luz, já que estava com todas com as contas em atraso
e tiveram que usar seu gerador para a apresentação.
O público lotou o lugar, o som era deficiente, Robyn não
tocava ao vivo há mais de dois anos, os fãs ficavam
jogando fumaça em seus olhos, e ainda assim foi uma grande
apresentação!
De qualquer forma, meses
depois, a casa seria fechada definitivamente. Mas e o nome para
a apresentação? “Não faria sentido
sermos os Softs Boys, então inventamos Egyptians.”
A diferença era que os Egyptians não seria uma banda
que tivesse seu som com base nas guitarras apenas.”
Nascia assim sua nova banda,
contando com dois ex-membros de seu antigo grupo. O primeiro disco,
Fegmania!, nasceu de forma improvisada, até
seu formato original. Talvez a melhor e mais divertida canção
seja “My Wife and My Dead Wife”. Veja a letra...
My wife lies down
in a chair
She's peeling a pear
I know she's there
I'm making coffee for two
Just me and you
Coffee for two
But I come back in with
Coffee for three
Coffee for three
My dead wife sits
in a chair
She's combing her hair
I know she's there
She wanders off to the bed
Shaking her head
"Robyn", she says
"You know I don't take sugar"
My wife and my
dead wife
Am I the only one who sees her
My wife and my dead wife
Doesn't anybody see her at all
No oh No No-o-o-o
My wife sits down
on the stairs
She stares into air
There's no-one there
I'm drilling holes in the wall
Holes in the wall
I turn around and my
Dead wifes upstairs
She still wearing flares
She talks out loud but
No-one hears
My wife and my
dead wife
Am I the only one who sees her
My wife and my dead wife
Doesn't anybody see her at all
No oh No No-o-o-o
And I can't decide which one I love the most
The flesh and blood or the pale smiling ghost
My wife is sat
on the beach
She's sucking a peach
She's out of reach
of the waves that
Crash on the sand
Where my dead wife stands
Holding my hand
Now my wife can't swim but
Neither could she
and deep in the sea
she's waiting for me
Oh I'm such a lucky
guy 'cos I've got you baby
and I'll never be lonely
My wife and my
dead wife
Am I the only one who sees her
My wife and my dead wife
Doesn't anybody see her at all
No oh No No-o-o-o
My wife and my
dead wife
Am I the only one who sees her
No oh No No-o-o-o
My wife and my dead wife
Doesn't anybody see her at all
Ainda no mesmo ano, lançam um disco ao vivo, o genial Gotta
Let This Hen Out!. O disco já não conta
com James Fletcher na formação. Robyn conta como
ele foi realizado. “Esse foi provavelmente o disco em que
menos sofremos para gravar. Nosso empresário sugeriu que
fizéssemos algumas apresentações e que as
gravássemos, que tudo isso poderia ser feito com um custo
bem pequeno. Acabamos filmando esse show, e nunca gostei do resultado.
Meu corte de cabelo era uma coisa medonha, pareço uma galinha
com as penas arrepiadas. Decidimos realizar essa apresentação
no Marquee, que estava insuportavelmente quente, com todas aquelas
luzes em cima da minha cara. Eu ainda estava de camisa e terno,
então imagine o quão confortável me sentia...
O Marquee estava com sua lotação esgotada, umas
600 pessoas e todos estavam muito selvagens naquele dia, especialmente
uns turistas alemães em frente ao palco. Nossa antiga platéia
era geralmente meio passiva, mas aquela era completamente diferente.
E aqueles alemães pareciam fora de si e imaginei que iriam
espancar alguns dos nossos antigos e comportados fãs. E,
de fato, fizeram isso com alguns. Eu me sinto desconfortável
com muita gente, fico apavorado de ser o responsável por
animar um grande número de pessoas. Eu fiquei assustado
com tudo aquilo e até esqueci que tudo estava sendo gravado.
O set list era o mais simples possível que poderíamos
realizar. James saiu e como Roger era muito eficiente nos teclados
e deixava nosso som bastante encorpado, eu podia deixar de tocar
guitarra por alguns segundos e gesticular para a platéia.
Nós tínhamos as melhores canções dos
Soft Boys e as melhores pós-Soft.”
Uma
das canções mais estranhas que foi tocada era “Listening
to the Hingsons”. Robyn explica a origem dela: “Os
Hingsons era um grupo de branquelas de Norwich, que tocava um
funk-jazz, e foram populares no circuito indie inglês por
volta de 81 ou 82. Eles eram adorados por pessoas como John Peel
e um dia ouvi a canção “Gotta Let This Hen
Out”, mas o nome, na verdade era “Gotta Let This Heat
Out”. Parecia um grupo de estudantes tocando músicas
do Spandau Ballet. Um dos Hingson, Terry, era nosso amigo e até
chegou a tocar conosco algumas vezes. Eu só percebi o título
verdadeiro da canção ouvindo-a outra vez, na Noruega.”
O disco foi basicamente
gravado ao vivo, sem overdubs, com exceção em algumas
partes do baixo, regravado por Metcalfe e pequenas partes do teclado
de Roger. “Eu nunca gostei muito de apresentações
por ser muito tímido, e em vários lugares que toquei
o microfone ficava tão perto de meus dentes que parecia
que iria esmagá-los. E eu nunca darei meus dentes para
o rock and roll.”
O
ano seguinte, 1986, é um dos mais prolíficos de
sua carreira. Nada menos do que quatro lançamentos: os
EPs Brenda's Iron Sledge e If You Were
A Priest e dois discos, Invisible Hitchcock
e Element of Light.
Invisible...
é um disco com canções não utilizadas
entre os anos de 1980 até 1985, e teve duas versões
completamente diferentes, sendo uma inglesa e outra norte-americana.
Esse problema foi resolvido
na década de 90, quando a gravadora Rhino relançou,
compilando os dois em um único CD, deixando de fora apenas
“Grooving on a Inner Plane”, que entrou como bônus
em Black Snake Diamond Role.
Já
Element of Light, era o terceiro com os Egyptians,
pode ser considerado a grande obra-prima de sua colaboração
com a banda.
Inspirado fortemente em
elementos que John Lennon usara em Revolver e
The Beatles (o famoso Álbum Branco),
o disco é uma beleza, sendo "If You Were a Priest"
um dos momentos mais inspirados de sua carreira. Foi também
o disco que fez com que a banda deixasse a pequena Castle e assinasse
com a majorA&M, em 1987.
Em 1988, lançam
Globe of Frogs, uma decepção para
seus fãs que não gostaram de uma suposta guinada
mais comercial, especialmente com a canção “Balloon
Man (que tinha sido feita para as Bangles). No ano seguinte lançam
Queen Elvis, com a participação
do guitarrista do R.E.M, Peter Buck, que os convida para abrir
a turnê do disco Green, batizada de Green
Tour.
Cansado
de tanta pressão e querendo fazer algo mais simples e sozinho,
lança em 1990, o disco Eye, mais folk,
como nos primórdios de sua carreira como artista solo.
Volta a trabalhar com os
Egyptians e, em 1991, lançam Perspex Island,
que traz uma grande canção pop, chamada "So
You Think You're in Love”.
No ano da explosão
grunge, com o Nirvana sendo a grande banda do momento e com o
R.E.M. e U2 dividindo as atenções do planeta, o
single passa completamente desapercebido. Ainda assim vale conferir
a letra...
So you think you're
in love,
Yes, you probably are.
But you want to be straight about it,
Oh, you want to be straight about it now.
[repeat]
Can you imagine what the people say?
(Can you?)
But the silent majorities,
the crime of the century,
you know it.
Are you sure that it's wise?
No, you probably ain't.
You don't want to be faint about it,
You don't want to be faint about it now.
By the look in your eyes,
No, you probably ain't.
You don't want to be faint about it,
You don't want to be faint about it now.
What is love made of?
Nobody knows.
What are you afraid of?
Everybody knows...
It's love. It's love.
So you think you're in love,
Yes, you probably are.
But you want to be straight about it,
Oh, you gotta be straight about it now.
So you think you're in love,
Yeah!
Com
o fracasso comercial sendo inevitável lançam Respect,
em 1992, antes de rescindirem com a gravadora.
Dois anos depois decide
terminar a aventura com os Egyptians e seguir sozinho, sem ambições
maiores. Nesse meio-tempo chega a excursionar novamente com os
Soft Boys pela América e até sozinho com o nome
de Surfer Ghost.
Fecha um acordo com a Rhino,
que coloca no mercado uma segunda compilação de
canções raras, demos e faixas ao vivo, o irregular
You & Oblivion, além da compilação
Gravy Deco (The Complete Groovy Decay/Decoy Sessions),
e um EP lançado pela K-Records, chamado I Something
You, apenas em vinil. Reencontra em uma festa Brian Eno
e fala da velha reunião de 1967. Brian jura que não
se lembra do episódio. Ah, os dois não estavam de
óculos azuis...
Álbum novo só
mesmo em 1996 e numa outra major, a Warner. Lança
o elogiado Moss Elixir e sai em turnê com
Billy Bragg. A gravadora lança também Mossy
Liquor: Outtakes & Prototypes, um disco apenas para
aficionados.
No mesmo ano, a A&M
lança um Greatest Hits, fazendo um apanhado
da carreira de Robyn. Como curiosidade, vale ouvir as versões
de “Eight Miles High”, dos Byrds, e “More than
This”, do Roxy Music. Em um show memorável com Tim
Keegans no Bordeline, recriam o famoso show de Bob Dylan, no Royal
Albert Hall, de Londres, em 1966.
Começa
seu ano mais excitante (segundo o próprio), em 1997: realiza
duas turnês nos Estados Unidos e grava Jewels For
Sophia em Los Angeles, Seattle e Londres, seu último
disco do século XX. Amigos como Kimberly Rew (ex-colega
dos Soft Boys), Peter Buck e Grant Lee Phillips tocam guitarra.
Além disso, consegue
convencer o diretor Jonathan Demme a filmar Storefront
Hitchcock, que foi financiado pela Orion Times.
Mas a Orion foi comprada
pela MGM, que engavetou o projeto. No entanto, o disco teve uma
trilha sonora feita por Robyn e foi lançado. Storefront...
saiu em 1998 e Jewels..., em 1999.
O
novo século começou com duas surpresas. Primeiro,
o disco Robyn Sings, um cd duplo com apenas canções
de Bob Dylan! Dezesseis músicas, principalmente usando
o repertório de Highway 61 Revisited (o
primeiro disco que ele comprou, lembram-se?) e Blonde
on Blonde (deve ter sido o segundo...).
O último disco
dele (até o momento) é Luxor, de
2003, mais voltado ao folk que tanto o marcou e caracterizou.
Nos últimos dois
anos, andou reunindo e tocando novamente com os Soft Boys e fez
um show comemorativo de seus 50 anos.
O homem possui um imenso
séquito de seguidores que fazem excelentes sites, além
do seu
pessoal.
Os melhores são
(http://www.theos-place.com/robynhitchcock.html) e (http://www.fegmania.org/).
Deixo vocês com uma foto recente, em uma apresentação
com os Soft Boys e com sua imensa discografia.
Um abraço e até
a próxima coluna!
Discografia
Black Snake Diamond Role
(1981)
Groovy Decay (1982)
I Often Dream of Trains (1984)
The Bells of Rhymney (EP, 1984)
Heaven (EP, 1985)
Fegmania! (1985)
Gotta Let This Hen Out! (1985)
Groovy Decoy (1985)
Brenda's Iron Sledge (EP, 1986)
If You Were A Priest (EP, 1986)
Invisible Hitchcock (1986)
Element of Light (1986)
Globe of Frogs (1988)
Queen Elvis (1989)
Eye (1990)
Perspex (1991)
"So You Think You're in Love" b/w "Dark Green Energy,"
"Watch Your Intelligence" (EP, 1991)
Respect (1992)
Give It to the Thoth Boys (show gravado somente em cassette, 1993)
The Kershaw Sessions (1994)
You & Oblivion (1995)
Gravy Deco (The Complete Groovy Decay/Decoy Sessions) (1995)
I Something You (EP, 1995)
Moss Elixir (1996)
Mossy Liquor: Outtakes & Prototypes (1996)
Robyn Hitchcock And The Egyptians Greatest Hits (1996)
Uncorrected Personality Traits: The Robyn Hitchcock Collection
(1997)
Storefront Hitchcock: Music From Demme Picture (1998)
Live at the Cambridge Folk Festival (1998)
Jewels for Sophia (1999)
A Star For Bram (2000)
Robyn Sings (2002)
Luxor (2003)
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