075 – The Clash – The Clash (U.S. e U.K. Version)

Os norte-americanos são frescos. Várias vezes na história da música eles mexeram em discos, capas e seqüências das músicas de um álbum por não gostarem ou ficaram insatisfeitos. Com os Beatles foi assim, com o Stones também e com o Clash também. Um dos mais importantes discos de estréia do rock, The Clash, teve uma edição norte-americana bastante modificada e com algumas faixas extras que tinham sido editadas em compacto, e outras limadas por serem consideradas cruas demais. Como todo fanático, acabei tendo que comprar as duas edições. Eu prefiro a inglesa, original e que abre com “Janie Jones”. O disco americano abre com “Clash City Rockers”. Se você quiser fazer uma compilação dos dois, basta pegar as músicas de cada lançamento, que colocarei no final da matéria. Mas se quiser e estiver com vontade de ter os bichinhos em sua estante, originais, como o fetichista aqui, basta importá-los. Estão disponíveis e nem são tão caros. Colecionador você sabe como é: não basta ter as músicas, tem que ter o objeto…


Eles foram a banda inglesa mais importante e influente depois dos Beatles. Se você está achando algum exagero nessa afirmação, não se assuste. O Clash foi exatamente isso. Uma banda que apesar da pouquíssima duração com a formação original, deixou uma obra maravilhosa, consistente e atual até hoje. Mais do que a raiva das letras e no palco de Joe Strummer, a guitarra e os arranjos de Mick Jones e a fantástica cozinha de Paul Simonon (baixo) e Topper Headon (bateria), foram o maior ícone do movimento punk. Maior do que os Sex Pistols, desmantelados quando Lydon resolveu pular fora. Maior do que o Jam, a grande banda mod da virada dos 70 para 80, de Paul Weller. E maior do que qualquer outra. Excelentes músicos, arranjadores, donos de uma energia ao vivo de fazer corar qualquer banda que se considere com “atitude”, já tinham um volta programada para 2003 com alguns shows, abortada com a morte de Joe. Uma pena, era a minha chance de matar a sanha de vê-los ao vivo. Seu disco de estréia é um dos álbuns mais acachapantes e um marco do “novo som”, tão importante para 1977 quanto Never Mind The Bollocks dos Pistols, Low e “Heroes”, ambos de Bowie e anos-luz à frente de In The City, do Jam. Um disco clássico de uma banda clássica do que, talvez, tenha sido o grande movimento do rock,- que foi salvo das chatas bandas de hard e progressivo – e uma tábua de salvação para a volta do simples, do excitante e do contemporâneo. Já que comecei a história no meio três anos atrás falando de London Calling deixe-me voltar ao marco zero da coisa toda e contar como a lenda foi formada. Talvez fique um pouco longa, talvez um pouco chata, mas talvez até fique bacana. Não se assuste com o tamanho do bichinho: apague a luz do seu quarto, ligue um cd (qualquer um tá valendo) e faça de conta que essa ladainha toda é sua prova de amanhã, com uma vantagem: não tem nota final e não há hipótese de ser reprovado. Ah, se todas as matérias fossem assim…

Mick Jones, Joe Strummer e Paul SimononEles sempre foram três e mais um baterista. Os três respondem pelo nome de Joe Strummer, Mick Jones e Paul Simonon. O baterista variou entre o soberbo Nicky “Topper” Headon e o correto Terry Chimes. O núcleo do grupo começou com Mick e Paul, amigos de uma escola de arte, amantes de bandas como Faces, Roxy Music e New York Dolls e como todos jovens queria ser estrelas de rock. Acabaram topando com o jovem Tony James e um certo Glen Matlock, que já fazia parte de um grupelho que daria o que falar: Sex Pistols.

A primeira tentativa em formar um grupo começou ainda em 1975, com Mick Jones e Tony James montando o London SS, uma banda que fazia covers de Stones, New York Dolls e Mott The Hoople. Brian James acabou sendo incorporado e testaram infinitos bateristas, entre eles Terry e Topper. Brian ficou pouco tempo, pois com Rat Scabies resolverou montar uma nova banda, The Damned. Sem baterista e com Brian debandando, Mick e Tony resolveram se separar. Tony acabou formando, primeiro, o Chelsea, e depois o Generation X, com o jovem Billy Idol. Mick encontrou Paul Simonon e resolveu tentar outra vez. Ambos tinham muitas semelhanças: eram garotos de Brixton e com pais separados. Paul aceitou já que estava desesperado por uma chance na vida: “Minha vida era um merda. Eu precisava cuidar do meu pai, fazer seu café e jantar e ficar na escola. Odiava aquilo tudo!” Mesmo odiando estudar, conseguiu uma bola na escola de arte Byan Shaw, e lá foi convencido por Mick a montarem uma banda de rock.

“O primeiro show de rock que me lembro de ter assistido foi dos Sex Pistols. Antes, eu só ouvia ska e reggae. Quando fizemos o nosso primeiro ensaio, Mick pediu para que eu cantasse, mas eu não sabia como fazer, já que ele queria algo no estilo New York Dolls. Mick tinha um cabelo comprido e minhas tentativas como vocalista não duraram mais do que dois dias.” Paul conta que sua intenção inicial era ser guitarrista: “meu sonho era tocar guitarra, e não baixo. Mas como eu não conseguia aprender os acordes de guitarra, resolvi procurar alguém que me ensinasse a tocar baixo e ser o melhor baixista do mundo.”

Nessa época, os dois tiveram bandas com os seguintes nomes: The Weak Heartdrops, The Phones, The Mirrors, The Outsiders e The Psychotic Negatives. Com os ensaios rolando, resolveram procurar alguns agentes para descolarem apresentações e acabaram encontrando Bernie Rhodes, então assistente de Malcom McLaren e que já havia conhecido Mick nos tempos de London SS.

“Antes de resolvermos por Bernie, tivemos um sem-número de pessoas trabalhando conosco eu peguei raiva de muitos, pois várias bandas jovens eram desmontadas ou tinham integrantes despedidos por intrigas deles (os agentes). Bernie parecia diferente e começamos a conversar”. Bernie lembra que não se animou no início: “Paul não sabia tocar nada na primeira vez que o conheci, e pensei que eles não teriam a menor chance de ficarem juntos. Mas mesmo assim, dedicava-se nos ensaios e resolvi esperar para ver o que podia acontecer.”

O que aconteceu foi a chegada de Joe Strummer. Joe fazia parte dos The 101’ers, um grupo de pub-rock, de origem rhythm and blues, estilo que tinha como expoente o Dr. Feelgood. Seu começo na música foi curioso. Ele morava no País de Gales, após deixar Londres, com uma namorada e tinha um kit de bateria, conseguido em uma troca por uma máquina fotográfica. Porém, não tinha a menor intenção de virar um baterista. Fez um acordo que arranjaria alguém para segurar nas baquetas, em troca de ser o cantor principal, acordo aceito. A banda se chamava então Flaming Youth e Joe sugeriu que mudassem o nome para The Vultures. Após seis apresentações ao vivo, percebeu que o grupo não iria longe e voltou correndo para Londres, entrando no 101’ers. O grupo conseguiu uma boa fama local, tendo gravado um compacto, “Keys To Your Heart”, pelo selo Chiswick. Apesar da relativa fama, Strummer queria mais, muito mais e acabou cruzando com Mick e Paul de onde buscava seu seguro desemprego. Paul e Mick já haviam visto Joe em cena e ficaram interessados em conhecê-lo.


Joe, Topper Headon, Paul e MickMick conta que chegou para Joe e disse que não gostava de sua banda, mas havia gostado dele. Joe, por outro lado, confessa que quando encontrou os dois viu que eles eram as pessoas que tanto esperava para formar uma banda”. O que Joe insinuava é que estava cheio de tocar aquele estilo e queria fazer algo parecido com os Sex Pistols, que haviam aberto um show dos 101’ers. Joe adorou aquela música raivosa, aquela postura agressiva e resolveu montar uma banda similar. E no dia 1º de abril de 1976, nascia o Clash. Os primeiros meses de ensaio foram realizados em Camden Town, junto com uma banda chamada Flowers of Romance, que tinha em seu line-up um verdadeiro quem-é-quem de integrantes de grupos punks: Sid Vicious (ele mesmo!) era o vocalista, Keith Levene (que depois faria parte das primeiras apresentações do Clash, e mais tarde do PiL) era o guitarrista e Palm Olive e Viv Albertine (depois formariam o grupo The Slits) tomavam conta do baxio e da bateria. Muita energia, vibração, mas com os bolsos vazios, já que nenhum clube local queriam contratar grupos punks. Ainda assim, conseguiram realizar sua primeira apresentação, em Sheffield, em Junho do mesmo ano. Ainda assim, nada acontecia e os integrantes tiveram que voltar a usar o seguro desemprego para não morrerem literalmente de fome, enquanto Bernie e McLaren tentavam achar uma cena e espaços que quisessem bancar as duas bandas. Tanta dedicação e tanta persistência começaram a fazer efeito: influenciados pelo estilo de ser e musical dos Pistols e Clash e suas apresentações curtas e secas, várias bandas começaram a copiar o estilo em Londres e propiciaram a criação de uma nova cena.

Buzzcocks, Subway Sect, Siouxsie and The Banshees, Damned, Stranglers, Nosebleeds, X Ray Spex, Art Attack, Chelsea, Drones, Alternative TV, XTC, Slaughter and The Dogs, Vibrators, Squeeze, Magazine, Lurkers e até o Police começaram a seguir a mesma direção. Mesmo sem um tostão furado e um local decente para se apresentarem, o Clash virou referência. Nascem os fanzines, sendo o mais famoso o Sniffin’ Glue (Cheirando Cola), editado por Mark P e que viraria a Bíblia do movimento punk. Mas como divulgar esses novos grupos, já que as grandes gravadora recusavam-se a gravar os grupos, por considerá-los horríveis e um “suicídio comercial”? A saída foi o nascimento de selos independentes. A Stiff e a Chiswick foram as primeiras e logo surgiram também Pogo, Rabid, Beggars Banquet, Zama, Raw, Step Forward, entre outros. Mas, para desespero dos punks, as duas mais importantes bandas do movimento acabaram conseguindo contratos com as grandes: os Pistols, que haviam passado pela EMI e A&M, fecharam com a Virgin (que era um braço da Waner dos EUA) e o Clash, com a CBS, recebendo inclusive 100 mil libras esterlinas. Por ocasião do acordo da banda com o selo, a Sniffin’ Glue protestou dizendo: “O movimento punk morreu no dia em que o Clash assina com a CBS”. Apesar da quantia expressiva, o dinheiro não durou muito tempo, já que estavam completamente endividados e tiveram que comprar novos equipamentos. Além disso, a tour do ano anterior com os Pistols, a já lendária “Anarchy” tinha sido um verdadeiro fiasco, pois foram proibidos de tocarem em vários pontos do Reino Unido. Joe lembra bem do que foram os shows desse período. “Eu odiei aquela excursão, foi uma merda. Tudo girava em torno dos Pistols, já que era a vez deles e nós apenas a banda de abertura. Ficávamos trancados nos hotéis com eles sem fazer nada. Quando voltamos para Londres na véspera do Natal, não tinha dinheiro nenhum, e com sorte, conseguia duas refeições diárias. Não tinha uma casa para morar e ficava andando pelas ruas tremendo de frio, me sentindo um lixo. Aprendi que não há nada de romântico ou coisa assim quando você cai na estrada. É apenas show, quando se conseguia, pouco dinheiro, viagem entendiantes, tudo muito deprimente.”

disco de estréia que leva apenas o nome The ClashCom o dinheiro no bolso, o grupo entrou em estúdio para começar as gravações do primeiro LP. A gravadora queria que alguns medalhões produzissem o disco, mas a banda bateu o pé e forçou a contratação de Mickey Foote para a função, que era apenas engenheiro de som da banda. O problema é que Foote jamais havia pisado em um estúdio com tamanha responsabilidade. O disco foi gravado em três finais de semanas consecutivos, em Londres. O resultado desagradou a CBS norte-americana pela má qualidade do som, abafado, sem muito volume e peso. A solução foi tentar remixá-lo várias vezes sem conseguir um resultado superior. Assim mesmo, The Clash vendeu 100 mil cópias apenas no Reino Unido, chegando ao número 12 das paradas de LPs. Mesmo alcançando sucesso em seu país de origem, o álbum só foi lançado na América em 1979, quando o grupo fez uma excursão pelo país e a matriz ianque resolveu mexer em todo álbum colocando músicas que só haviam sido lançadas em single e com a ordem das faixas totalmente mudadas. O disco, descaracterizado, tinha canções com Topper Headon na bateria, sendo que no LP original apenas Terry Chimes havia participado. A solução da gravadora irritou a banda, mas a crítica norte-americana rasgou elogios e considerou “o melhor disco de estréia de uma banda de rock e o melhor já produzido na América”. Uma das razões para tanto sucesso foi a entrada Topper no lugar de Terry Chimes, que não queria mais seguir com o grupo. A gota d’água foi uma garrafa de vinho atirado em sua direção durante uma apresentação. Topper era um baterista de técnica superior e muito mais apurado, e as canções que entraram no lançamento norte-americano foram gravadas depois que o lançamento inglês já estava disponível e com uma qualidade sonora diferenciada.

Topper conta como entrou para o grupo: “Eu conheci Mick um ano e meio atrás, quando toquei uma semana com o London SS, que tinha ainda Tony James e Brian James. Nunca mais o tinha visto até encontrá-lo em um show maravilhoso dos Kinks no Raimbow. Começamos a bater um papo e ele me contou do grupo e o que estavam fazendo. Fiquei com muita vontade de tocar com eles e quando apareceu a audição para entrar no Clash fui e acabei sendo chamado. Fiquei feliz porque eles eram a melhor banda do mundo.”

A canção escolhida para ser o primeiro single na Europa foi “White Riot”, considerado pelo próprio Joe Strummer sua melhor letra contra a política do governo conservador britânico. A letra diz:

White Riot
(Strummer/Jones)
White riot – I wanna riot
White riot – a riot of my own
White riot – I wanna riot
White riot – a riot of my own
Black people gotta lot a problems
But they don’t mind throwing a brick
White people go to school
Where they teach you how to be thick
An’ everybody’s doing
Just what they’re told to
An’ nobody wants
To go to jail!
All the power’s in the hands
Of people rich enough to buy it
While we walk the street
Too chicken to even try it
Everybody’s doing
Just what they’re told to
Nobody wants
To go to jail!
Are you taking over
or are you taking orders?
Are you going backwards
Or are you going forwards?

Todas as canções eram curtas, não ultrapassando os três minutos, com exceção de uma versão de “Police and Thieves”, clássico de Junior Marvin e Lee Perry. Strummer lembra o motivo de incluírem a canção no disco: “Por todo lugar que se fosse em Londres, era impossível não ouvir Police and Thieves. Era uma espécie de hino de toda Londres, mas que as rádios mais comerciais não executavam. O reggae e o ska eram as músicas mais ouvidas no guetos, pelos pobres, pelo imigrantes e eram a trilha sonora contra a violência policial quando eles invadiam a periferia para atacar as pessoas na ruas. Por tudo isso e pelo que representava resolvemos fazer nossa versão, próxima à canção original. É lógico que não ficou tão boa quanto a que ouvíamos pelas ruas, mas conseguimos manter o espírito”.

Abaixo, a letra de “Police and Thieves”, que Strummer considera o melhor solo de guitarra de Mick Jones do disco.

Police And Thieves
(Junior Murvin/Lee Perry)

Police and thieves in the streets
Oh yeah!
Scaring the nation with their guns and ammunition
Police and thieves in the street
Oh yeah!
Fighting the nation with their guns and ammunition
From Genesis to Revelation
The next generation will be hear me
From Genesis to Revelation
The next generation will be hear me
And all the crowd comes in day by day
No one stop it in anyway
And all the peacemaker turn war officer
Hear what I say
Vocal ad lib
Police, police, police and thieves oh yeah
Police, police, police and thieves oh yeah
From Genesis oh yeah
Police, police, police and thieves oh yeah
Scaring, fighting the nation
Shooting, shooting their guns and ammunition
Police, police, police and thieves oh yeah
Police, police, police and thieves oh yeah
Here come, here come, here come
The station is bombed
Get out get out get out you people
If you don’t wanna get blown up

Na capa do disco uma curiosidade: apesar de Terry Chimes ser o baterista de todas as músicas, apenas Joe, Paul e Mick aparecem na capa, com Paul (com uma bandeira britânica de ponta cabeça em seu casaco) e Mick à frente e Joe ao fundo.

Nas entrevistas, os três mostravam todo o desprezo pelas instituições especialmente a polícia e o governo conservador. Algumas frases cuspidas pelos próprios integrantes:

“Em alguns shows eu cheguei a ver mais policiais do que garotos. Eles chegavam aos montes, empunhavam seus cacetetes, colocavam seus capacetes e ficavam cutucando o público, loucos para que reagissem e pudessem finalmente atacá-los com a desculpa de que eram um bando de desordeiros. A polícia é que era desordeira!” (Joe Strummer)

“Nossas letras não são políticas, o Clash não é uma banda política, apenas temos atitudes e protestamos contra aquilo que não gostamos. Mas discordo que fazemos hinos políticos.” (Joe Strummer)

“Quando era garoto em Brixton a polícia vivia agredindo os pobres e nos chamavam de escórias, favelados e vagabundos só porque estávamos sem emprego. Alguns meses atrás voltei lá e vi um policial batendo num garoto magrinho. Peguei uma lata de lixo e joguei em cima dele, e depois o golpeei com a tampa até desmaiar. Chegou a hora da escória revidar anos e anos de humilhação.” (Paul Simonon).

Mick Jones com Joe Strummer, ao fundoCom o sucesso, o grupo começou a ser chamado de traidor e alguns fãs antigos hostilizavam a banda por terem ganho dinheiro de um grande selo: “Nossos fãs mudaram muito. No início, me procuravam para discutir idéias e tinham coisas interessantes para dizerem, mas hoje só ficam me empurrando, me atacando, perguntando porque nós mudamos e que nos vendemos. Isso é ridículo, somos o mesmo grupo de sempre, com as mesma ideologia. Só porque assinamos com uma grande gravadora deixamos de ser quem somos?”, lembra Mick Jones.

Com a entrada de Topper na formação, o Clash conseguiu a estabilidade que necessitava e começou a primeira grande turnê pela Europa conquistando um séquito de adoradores cada vez maior e aumentando a lenda. Strummer chegou a dizer que Topper era o melhor músico deles, já que sabia tocar reggae, blues, funk, soul, jazz, etc…

Para participarem da turnê convidaram os nova-iorquinos Richard Hell and The Voidoids e a banda francesa The Lous, formada só por garotas. Tocaram em vários países, sendo na Suécia um dos mais violentos e confusos. A apresentação, que deveria durar 50 minutos teve apenas 34 por causa do tumulto dos fãs que destruíram o local. Em Maio de 1977 foram a atração principal de um envento punk no Rainbow, em que participavam ainda The Jam, Buzzcocks, The Prefects e Subway Sect. Mais uma vez um grande quebra-quebra e 200 poltronas arrancadas e jogadas para cima e com Strummer incitado o público para chegar mais perto do palco. Os donos do teatro acabaram responsabilizando os integrantes pela desordem e exigiram que custeassem as reformas. No dia 21 de Maio, em um show no St Albans Civic Hall foram parados pela polícia e revistados. Os policiais não encontraram nada com os integrantes, mas acabaram achando alguns travesseiros e outras bugigangas do Holiday Inn que alguns integrantes do staff roubaram um dia antes. Acabaram discutindo e Joe e Topper acabaram multados em 20 libras. Na semana seguinte, Joe foi preso quando escrevia o nome do grupo em muro perto dos estúdios da Camden Town. Acabou respondendo processo no dia 3 de junho, o mesmo em que tocariam em Morphet. Acabou multado em mais 5 libras. Uma dos maiores tumultos acabou acontecendo em Liége, na Bélgica, no festival de Bilzen. Irritados coma cerca de dez polegadas construída pelos organizadores que separavam o público do palco, a multidão começou a cavar buraco perto dos pontos de sustentação, enquanto Damned e Elvis Costello se apresentavam. Ao mesmo tempo, a multidão era empurrada contra os arames do local e a esmagar os presentes. Joe Strummer empunhou o microfone, tentando organizar a confusão e acabou se atracando com um segurança, piorando mais ainda a situação e quase sendo preso. Em setembro, Lee Perry ofereceu-se para produzir o grupo após ouvir, e aprovar a versão de “Police and Thieves” que fizeram. A parceria gerou mais um single, “Complete Control”, uma canção que descrevia os problemas que sofreram com a gravadora. O grupo entrou em 1978 com Mick Jones e Joe Strummer viajando para a Jamaica, uma sugestão de Bernie Rhodes. A idéia de Bernie era que os dois incorporassem mais elementos da cultura local e produzissem novas canções para um segundo disco.

“Depois da excursão, eu e Mick queríamos viajar um pouco. Pensamos em ir para Paris, mas desistimos, porque, você sabe, lá está cheio de garotas e não conseguiríamos trabalhar em novas composições. Sugeri a Jamaica, mas Bernie não achou boa idéia. Porém, uma semana depois chegou com passagens para lá. Chegamos lá e ficamos perdidos e sem saber por onde caminhar. Tínhamos que ficar circulando de táxi porque nos falaram que os brancos costumavam ser esfaqueados pelas ruas e não tínhamos dinheiro suficiente para ficar mantendo esse hábito.”

Em fevereiro, Strummer foi hospitalizado por hepatite após um fã cuspir dentro de sua boca durante uma apresentação. Acabou onze dias de molho. Em abril participaram e foram a grande estrela do grande acontecimento do primeiro semestre em Londres, o concerto anti-nazista realizado no dia 30, organizado pela RAR (Rock Against Racism). Depois disso, correram para os estúdios para começarem a gravação do que resultaria em Give ‘Em Enough Rope, que fica para uma outra vez.

Fiquem com as faixas das edições inglesas, norte-americana e a discografia da banda. Até mais!

The Clash (versão inglesa)

1 – Janie Jones
2 – Remote Control
3 – I’m So Bored With the U.S.A
4 – White Riot
5 – Hate & War
6 – What’s My Name
7 – Deny
8 – London’s Burning
9 – Career Oportunities
10 – Cheat
11 – Protex Blue
12 – Police & Thieves
13 – 48 Hours
14 – Garageland

The Clash (versão ianque)

1 – Clash City Rockers
2 – I’m So Bored With the U.S.A
3 – Remote Control
4 – Complete Control
5 – White Riot
6 – (White Man) In Hammersmith Palais
7 – London’s Burning
8 – I Fought The Law
9 – Janie Jones
10 – Career Oportunities
11 – What’s My Name
12 – Hate & War
13 – Police & Thieves
14 – Jail Guitar Doors
15 – Garageland

Discografia

The Clash (1977)
Give ‘Em Enough Rope (1978)
London Calling (1979)
Sandinista! (1980)
Black Market Clash (1980)
Combat Rock (1982)
Cut The Crap (1985)
The Story of The Clash Vol. 1 (1988)
The Singles Collection (1991)
Clash On Broadway (1991)
From Here To Eternity (1999)
The Singles (2000)
The Essential Clash (2003)