Para quem acha
que os irmãos mais briguentos do rock são Noel e
Liam Gallagher, do Oasis, é bom dar uma olhada nas vidas
de Jim e William Reid, do Jesus and Mary Chain. E as duas bandas
tiveram algo em comum em suas carreiras, já que começaram
no selo Creation. Mas, enquanto o Oasis virou o maior grupo britânico
dos anos 90, o The Jesus and Mary Chain não conseguiu tal
fama, embora tenha sido muito mais relevante. Fazendo uma mistura
de Velvet Underground com Stooges, o TJAMC (como são conhecidos)
deixaram inesquecíveis discos e brigas. E se você
ainda acredita naquela frase de Noel em que afirma que apenas
os Beatles fizeram dois discos de estréias tão bons
quanto os de seu grupo... bem, ou você é totalmente
desinformado ou jamais ouviu Psyshocandy e Darklands.
A
história do The Jesus and Mary Chain começa em uma
pequena cidade da Escócia, East Kilbride, uma cidade bem
típica daquele país: chove um dia, noutro também
e no próximo, idem. Faz frio o ano inteiro, e não
há nada para os jovens fazerem que não seja encher
a cara nos bares locais ou tentar montar uma banda de rock para
fugir da pobreza e não depender do auxílio-desemprego
do governo.
Em 1983, Jim e William
resolveram gravar uma demo com duas músicas e em 1984 convidaram
o baixista Douglas Hart e o baterista Murray Dalglish para montarem
um grupo. Nascia assim o The Jesus and Mary Chain, nome provavelmente
tirado de um antigo filme de Bing Crosby, versão jamais
confirmada pelos irmãos Reid.
Uma cópia dessas
demos acabou chegando até Alan McGee, que estava montando
a Creation. Jim se lembra do primeiro contato com Alan: "é
uma estória bizarra. na verdade. Fizemos contato com a
Creation para gravarmos apenas um compacto. Se a Creation fosse
naquela época o que se tornou depois, jamais a teríamos
deixado. Alan tinha apenas 500 libras no banco e mesmo assim gravamos
o compacto."
O grupo já fazia
seus shows em Londres, para onde haviam se mudado, e começavam
a criar um espetáculo curioso. Na verdade, mais parecia
uma catarse. As apresentações duravam menos de 15
minutos e era lotada de uma microfonia insuportável, enquanto
Jim balbuciava palavras, com todos vestidos de pretos e imóveis
no palco. Alan acabou montando um clube chamado Living Room e
o Jesus estreou no dia 9 de junho abrindo para o Primal Scream,
com 20 pessoas presentes e uma apresentação de apenas
10 minutos.
O grupo entrou no estúdio
e gravou seu primeiro compacto, Upside Down,
que fez um sucesso impressionante, vendendo 35 mil cópias
e tendo "Vegetable Man", no lado B. Essa seria a única
gravação com Murray na bateria.
Rapidamente
o Jesus and Mary Chain virou uma sensação. O compacto
mostrava um som que misturava Velvet, Stooges e Troggs: camadas
de guitarra, vocais murmurados e belas melodias escondidas no
meio daquela confusão. Além disso, todos se vestiam
de preto e ainda usavam óculos escuros.
Em novembro, Murray é
substituído por Bobby Gillespie, líder do Primal
Scream, antigo amigo de Alan McGee, que tinha lhe enviado a demo
do grupo. Mesmo não sendo um baterista originalmente, Bobby
tinha mais recursos do que Murray e foi encorporado ao quarteto.
Segundo William Reid, Murray (um garoto de apenas 16 anos) era
tão limitado que ele, William, acabou sendo o baterista
do primeiro compacto.
Bobby
já havia cruzado com William, Jim e Douglas várias
vezes e topou ser o baterista da banda, até porque o Primal
não progredia muito. Assim, os quatros entraram novamente
em estúdio e, em fevereiro de 1985, lançam um segundo
compacto, Never Understand.
Never Understand
também marca uma outra mudança na vida da banda.
Após o sucesso do primeiro compacto, Alan McGee sabia que
a Creation não teria como segurar mais o grupo, que recebia
várias propostas. Mas Alan não queria deixar o Jesus
e se tornou o empresário oficial do quarteto. Após
várias propostas, acabaram assinando com a pequena Blanco
Y Negro, uma subsidiária da Warner. O motivo alegado para
tal escolha é que todas as grandes gravadoras faziam questão
de mexer no visual dos garotos, especialmente em seus desgrenhados
cabelos.
Assim,
Never Understand marca a estréia pela
Blanco Y Negro. O compacto de sete polegadas tinha "Suck"
no lado B, acrescida de "Ambition", na versão
de 12.
Em maio é a vez
do terceiro compacto, You Trip Me Up, e em setembro
a vez de Just Like Honey.
A essa altura, todos pediam
um LP para a banda, que começou a produzir um clássico
dos anos 80. E em novembro de 1985, a banda solta um dos discos
mais importantes da década: Psychocandy.
Psychocandy
foi considerado uma lufada de ar fresco, uma grande novidade e
trazia uma fórmula que seria repetida por centenas de bandas
até hoje.
Jim se lembra das gravações:
"quando gravamos depois Psychocandy, que
custou 15 mil libras, achávamos caro demais, mas jamais
o teríamos feito em uma grande gravadora, pois seríamos
proibido de realizar um som tão radical."
Psychocandy
trazia 15 canções que iam de melodias suaves - "Just
Like Honey" e "Taste Of Cindy" - até momentos
em que simplesmente machucava os ouvidos. As letras falavam de
assuntos diversos - submissão sexual, política,
drogas e medo.
O
sucesso fez com que a banda excursionasse por toda Europa e até
pelos Estados Unidos, onde foram um dos ponta-de-lança
da geração britânica dos anos 80 e que demorou
a emplacar na América. Seus shows já tinham evoluído
- duravam agora cerca de 35 minutos - e a banda já tinha
uma estrutura mais eficiente, deixando o "caos" apenas
como parte do charme. Mas Jim achava o Jesus algo "quente":
"no palco, éramos uma das bandas mais sexys do mundo.
Sério! Três de nós éramos bem jovens,
todos vestidos de pretos e dando as costas para o público.
E tudo que sei é que tínhamos toneladas de tietes
berrando, enlouquecidas. Sexo é parte essencial do rock.
Se uma apresentação não tiver apelo sexual,
é porque algo está errado."
Nesses
shows começaram a pipocar as confusões entre os
irmãos Reid. Jim e William subiam ao palco visivelmente
drogados, bêbados e entediados. A conseqüência
disso é que erravam o andamento das canções,
trocavam letras e muitas vezes ficavam letárgicos. Não
era raro se xingarem em público e quase se socarem após
os shows.
Um dos motivos para as
brigas, é que, ao contrário, de Jim, William, detestava
tocar ao vivo: "eu nunca me senti confortável em um
palco. Para mim, tocar ao vivo é uma grande contradição,
porque você leva dias, meses para produzir uma canção.
Não é tão espontâneo como as pessoas
imaginam. E, de repente, você precisa executá-las
na hora. Por isso, sempre odiei tocar e ver shows."
Os
dois reclamavam também do tratamento da imprensa londrina:
"quando ninguém te conhece, te idolatram. Quando você
faz sucesso, te cospem. E o pior é que os londrinos possuem
um enorme preconceito com os escoceses. Eles nos tratam com enorme
indiferença. Um dos casos mais típicos é
a BBC. Eles simplesmente nos odeiam e não tocam nossas
músicas de nenhuma maneira. Nos chamam de escória
e acho isso interessante. Se você não faz o jogo
deles, simplesmente tentam te destruir", dizia Jim.
No início de 1986,
o grupo perde Bobby Gillespie, que resolveu se dedicar integralmente
ao Primal Scream. E a saída de Bobby marca o início
de uma enorme rotatividade de membros. Na verdade, apenas William
e Jim serão o Jesus até o final. Ele acabou sendo
substituído por John Moore, que ficou até 1988.
Em
julho de 1986 o grupo lança outro compacto, tirado de Psychocandy,
a bela Some Candy Talking. Esse single traz Dick
Green no baixo. A razão para Green ser chamado é
que nem Douglas, Jim ou William, por alguma razão misteriosa,
gravaram o baixo na música. Coube então ao membro
do Biff! Bang! Pow! (banda onde Alan McGee também tocava)
realizar tal missão.
Apesar da simplicadade
(para não dizer pobreza) técnica dos músicos,
o Jesus começava a ser copiado por novos grupos. Para essas
novas gerações que nasciam, o Mary Chain era uma
simples continuação dos punks dos anos 70. Mas para
Jim, o que importava era a atitude dos fãs: "atitude
é a coisa mais importante. Nós temos isso e por
isso seguimos em frente. Eu quero influenciar as pessoas, quero
que parem para pensar e que mudem o que está errado. Foi
isso que aconteceu comigo quando ouvi Buzzocks, Sex Pistols ou
o Clash. Punk rock é ter uma atitude e nós somos
assim, da mesma maneira que tinham nossos artistas favoritos."
Após 46 shows em
1985, o grupo fez apenas 16 em 1986 e começou a trabalhar
em um novo disco. Em abril de 1987, sai o novo compacto, o belíssimo
April Skies.
Ao
mesmo tempo que o grupo surpreendia por fazer uma bela canção
pop, alguns fãs torceram o nariz para a "aliviada"
que a banda deu, ao tirar as camadas de distorção.
O Jesus se aproximava do "pop perfeito". Em agosto é
a vez do outro excepecional compacto, Happy When It Rains,
e no mês seguinte, sai Darklands.
O disco conseguia melhorar
ainda mais a idéia inicial de Psychocandy,
trazendo canções que podiam ser trabalhadas facilmente
nas rádios. O disco tinha uma produção mais
limpa, cristalina e sedimentava o nome da banda mundialmente.
A banda passou o segundo semestre do ano excursionando pela Europa
e América do Norte, realizando 47 shows entre agosto e
dezembro.
Em
março de 1988, o grupo resolve seguir como um trio e lançam
um novo compacto, Sidewalking, gravado com uma
bateria eletrônica. A canção trazia um pouco
da velha fórmula dos velhos tempos, com muitas camadas
de distorção e fez relativo sucesso. Em abril o
grupo lança um novo disco, Barbed Wire Kisses,
apenas com canções que haviam aparecido em lados
B de compactos e outras raridades. O disco supreendeu por trazer
versões de clássicos - "Surfin' USA",
dos Beach Boys, "Who Do You Love", de Bo Diddley, e
uma homenagem explícita a seu herói, em "Bo
Diddley Is Jesus".
Jim
explica a razão de gravar o clássico dos Beach Boys:
"eu sempre achei que a surf music tem um enorme potencial.
Os Beach Boys fizeram grandes canções, mas veja
o que fizeram com eles, as roupas que os obrigaram a vestir, as
produções precárias que tinham em seus discos.
Eu sempre imaginei os Hell's Angels fazendo surf music."
Sobre a homenagem para
Bo, Jim foi enfático: "ele foi um dos únicos
músicos originais. Todo mundo chupou deslavadamente o que
ele fez. Veja o que o U2 fez em 'Desire'. Aquilo é vergonhoso.
Sem ele, Stones, Beatles, Who, Kinks, jamais teriam existido."
"Bo escreveu 'Who
Do You Love' em 1955, uma canção que parecia ter
sido feita pelo demônio naqueles dias. Imagine vê-la
disputando um lugar nas paradas com Doris Day", falou William.
Em
1989, o grupo lança um novo disco, Automatic,
mostrando uma nova faceta. O grupo dividia a produção
entre William e Jim, mas o engenheiro de som Alan Moulder tem
uma importante parcela de contribuição, deixando
o som mais eletrônico, pesado. Para a excursão e
confirmando essa tendência, levam o novato Nine Inch Nails
para abrir as apresentações.
Automatic
já mostra um Jesus menos inspirado, apesar de boas canções,
como "Head On" e "Blues From a Gun", que viraram
compactos. O disco também marca a saída de Douglas
Hart, após seis anos.
Mas
antes de Douglas, o Mary Chain já havia tido um batalhão
de músicos: em 1986, os bateristas haviam sidos Martin
Hewes e James Pinker, quando John Moore passou a ser o segundo
guitarrista, liberando Jim da função. Mas Moore
logo saiu, entrando Dave Evans em seu lugar durante 1987 e 1988.
Quando Evans saiu, entrou Ben Lurie, que seria o "terceiro
integrante" mais fixo, ficando por nove anos (1989 a 1998).
Na turnê de Automatic, o baterista era
Richard Thomas, ex-Dif Juz.
Em 1990, o grupo passou
excursionando pelo mundo e deu seus dois primeiros shows na América
do Sul: no dia 23 de junho tocou em Buenos Aires e no dia 30,
em São Paulo, no Projeto SP, uma apresentação
que foi prejudicada pela má qualidade de som do local.
Na década de 90,
o Jesus viveu uma situação de quase total esquecimento.
Embora tenham influenciado bandas como Pixies e Nirvana, a banda
quase não era mais lembrada. "Alguns idiotas chegaram
a fazer uma enciclopédia dos anos 80 e esqueceram de nos
citar. E nós somos uma banda totalmente nascida na década
de 80", lembra Jim.
Em
1990 o grupo lançou apenas um compacto, Rollercoaster,
que seria aproveitado no disco Honey's Dead,
de 1992.
O ano de 1991, no entanto,
foi o primeiro sem um lançamento de novas canções,
embora tenha sido lançado o EP The Peel Sessions,
contendo as canções "Inside Me", "The
Living End", "Just Like Honey", "Fall",
"Happy Place" e "In The Rain". O grupo também
ficou escondido, sem realizar apresentações, aumentando
as especulações de que a banda havia terminado.
Na
verdade, os problemas entre os irmãos, aliados às
drogas e as baixas vendagens, desecandeou uma série de
conflitos entre os dois.
Mas quando todos pensavam
que haviam morrido, surgem com um novo disco, Honey's
Dead, em março de 1992. Eles também são
convidados para participar do festival Lollapalooza e iniciam
a Rollercoaster Tour, ao lado dos grupos Blur, Dinosaur Jr. e
My Bloody Valentine. Mas, apesar de fecharem sempre os shows,
se recusavam a ser chamados de banda principal.
As apresentaçõe
no Lollapalooza criaram um tremendo desconforto para o grupo:
"nós criamos uma mística de tocarmos apenas
com tudo escuro, com filmes, fumaça e de repente no colocaram
em estádios, tocando no meio da tarde. Eu me sentia nu,
humilhado e isso nos deixou muito pertubados", afirmou William.
E muita coisa havia mudado
e Jim Reid confessa que não sentia mais tesão em
excursionar: "não vejo mais relevância em fazer
shows. Você passa nove meses trancando no estúdio,
tentando criar o melhor som possível e depois descobre
que é impossível reproduzi-lo em um palco. Isso
acaba sendo frustrante. A única vantagem é que você
conhece novos lugares e novas pessoas. Mas se apresentar é
terrivelmente chato."
William
sempre odiou o fato de ser considerado famoso: "toda essa
coisa de histeria é muito irritante. As pessoas esperam
que eu me sacrifique pelo rock and roll. Elas que se fodam! Veja
o que aconteceu com Kurt Cobain. Aquele menino podia ter sido
apenas um motorista de ônibus, mas não suportou a
pressão. Aposto que se fosse um desconhecido teria vivido
até os 87 anos", afirmou o músico, em 1995.
Ainda nesse ano lançam
três compactos: Reverence, Far
Gone And Out e Almost Gold.
Após
isso, lançaram em 1993, The Sound Of Speed,
outro disco de raridades, que incluía uma versão
de "My Girl", dos Temptations, além de regravações
de Leonard Cohen, Roky Erickson (13th Floor Elevators) e Willie
Dixon.
O clima começou
realmente a pesar e William e Jim já não sabiam
o que fazer. Mergulhados na bebida e nas drogas, os dois demoravam
uma eternidade para realizarem um trabalho.
"Quando lançamos
Psychocandy, foi a coisa mais fácil do
mundo, porque não tínhamos nenhuma idéia
do que poderíamos ser. Depois fizemos Darklands
e nos acusaram de vendidos, por termos facilitado nosso som. E
o pior é que hoje ainda querem que eu tenha a mesma atitude
de quando fiz esses discos. Vamos ser sinceros: quando eu entrava
no prédio da Warner, em Londres, e via todos aqueles executivos
em ternos Armani, eu queria vomitar. Eu estava vestido de qualquer
maneira e não ficaria surpreso se me confudissem com um
encanador. E eu ouvia estórias de que eles eram cruéis,
que haviam mandado o Echo and the Bunnymen refazerem um disco
inteiro porque não haviam gostado. Eu só pensava
'e se fizerem isso conosco?'", conta Jim.
Em
1994 lançam Stoned & Dethroned, que
foi uma unanimidade: malhado mundialmente, especialmente pela
crítica inglesa. O disco marca também o fim do contrato
com a Warner. "Não é um disco ruim, é
apenas um disco feito com milhões de problemas: pessoais,
com a gravadora", contou Jim. O cantor conta que nessa época
passaram um tempo vivendo em Los Angeles e que os problemas apenas
aumentaram: "eu me considero um alcóolatra. Quando
estou bebendo um drinque, já penso no meu próximo.
E me acostumei tanto a fazer uma apresentação bêbado,
que não me imagino tocando de outra maneira."
A vida do grupo ia aos
pedaços e a solução encontrada foi inusitada:
voltar para a Creation e para os braços de Alan McGee.
"Quando
deixamos a Warner éramos uma caricatura. Eu era Jim, do
Mary Chain, o viciado, que precisava tomar um litro de uísque
antes de tocar. Nossa confiança tinha terminado. Como somos
tímidos, difíceis de fazer amizade, ficávamos
apenas com o nosso pessoal e nos tornamos paranóicos. Quando
terminamos o último trabalho, a Warner ouviu, odiou e nos
dispensou", conta Jim.
E a volta à Creation
foi uma ótima idéia. Sendo distribuídos na
América pela Sub Pop, selo que ficou famoso com o grunge,
o grupo lançou seu melhor disco da década, o longo
Munki, que era duplo em vinil.
Nas 17 faixas do trabalho
- que abre com "I Love Rock'n'Roll" e fecha com "I
Hate Rock'n'Roll", o Mary Chain mostra uma vitalidade ausente
há muito tempo.
"Munki
foi fácil de fazer porque estávamos felizes, trabalhando
com quem conhecíamos e gostávamos", contou
Jim.
Mas não a vida da
banda não ia tão bem. As fracas vendagens, a irritação
cada vez maior de William em relação ao mundo da
música, acabou resultando em uma autêntica briga
de rua entre os dois em cima do palco em show da turnê americana.
"William havia dito no dia anterior que deixaria o Jesus.
Acabei subindo mais bêbado do que estava acostumado para
fazer a apresentação e o agredi. O pior é
que fomos obrigado a devolver o dinheiro das entradas. E o mais
estranho é que tive que levar a turnê até
o fim com o nome Jesus and Mary Chain sozinho, pois William se
mandou", conta Jim.
Após isso, cada
um resolveu seguir sua vida separadamente, mas acabaram se rencociliando
como bons irmãos: "nós nunca nos odiamos, apenas
tivemos que viver mais tempo um com outro do que gostaríamos,
e além disso, enfrentamos situações estranhas
para dois moleques idiotas da Escócia", segundo William.
Após o final da
banda, Jim tocou o Freeheat, ao lado de Ben Lurie e William se
mudou para Nova York e gravou com vários apelidos - William,
Lazycame, Ravenscraeg, CNYK - até parar em 2000.
O grupo deixou alguns discos
póstumos, sendo os melhores a coletânea 21
e toda as sessões gravadas para o programa do falecido
radialista John Peel, The Complete John Peel Sessions.
Apesar do relativo sucesso
comercial, o legado da banda é enorme e são até
hoje citados por dezenas de artistas. Deixo vocês com a
discografia da banda. Um abraço e até a próxima
coluna.
Discografia
Psychocandy (1985)
Darklands (1987)
Barbed Wire Kisses (1988)
Automatic (1989)
Honey's Dead (1992)
The Sound Of Speed (1993)
Stoned & Dethroned (1994)
Munki (1998)
The Complete John Peel Sessions (2000)
21 (2002)
Live In Concert (2003)
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