Apesar
de rock brasileiro do Século XXI não ser o meu forte
(o que atrapalha bastante esse início), arrisco dizer que
Tecnologia, do Momento 68 é um dos 10
melhores álbuns lançados até agora. O disco
é simplesmente impecável.
Se o Continental Combo,
vai por um lado mais da psicodelia, o Momento 68 mistura isso
com uma postura mod e consegue belíssimas texturas
de seus instrumentos. Os dois trios são basicamente o mesmo,
embora o Momento 68 conte com o baterista Gregor Izidro, uma espécie
de Keith Moon tropical.
O disco foi lançado
pela Voiceprint em 2002, mas gravado no ano anterior, quando Sandro
e Gregor ainda faziam parte do Violeta de Outono. O dico abre
com a intrigante "Vítimas da Op-Art", com um
belo arranjo. A segunda faixa é uma composição
de Sandro com Plato Divorak, "Antiglitter", um excelente
rock que Bowie, fase Ziggy, aprovaria. A terceira é a mais
bela do disco, a lindíssima instrumental "Jazzy Man
Metropole", com um piano excelente e que joga o ouvinte no
jazz dos anos 50.
Outro destaque é
fazer uma faixa com o lema do papa da psicodelia, Timothy Leary:
"Turn On, Tune In, Drop Out" (Ligue-se, sintonize-se,
caia fora" era a máxima de Leary e que tanto marcou
a geração dos anos 60 e 70.
Fabio Golfetti comparece
com sua cítara na outra instrumental, "On/Off".
O disco ainda mostra belíssimas canções,
como "Chá da Tarde" e em "Flamejante II",
que fecha o disco e traz um excelente arranjo baixo/bateria.
Tecnologia,
prova, mais uma vez, que a criatividade e o talento ainda são
a melhor maneira de se combater a mesmice e a fraqueza de idéias.
Uma pena que o Momento 68 acabou...
Faixas
1. Vítimas da Op-Art
2. Antiglitter
3. Jazzy Man Metropole
4. A Tecnologia
5. Turn On, Tune In, Drop Out
6. On/Off
7. Outra Cidade
8. Passageiros da 2ª Classe
9. Telecaster Ride
10. Chá da Tarde
11. Flamejante II
|