Um dos maiores
problemas de se escrever de um grupo totalmente desconhecido é
a precariedade de informações. Sem falar das fotos.
Assim sendo, essa coluna será curta e terá apenas
uma e porca foto da banda. Mas o Plasticland circula na minha
cabeça há tantas décadas - tô ficando
velho demais - que quis falar sobre eles. Por isso, se você
não sabe que diabos é a banda... bem, eu também
tô sabendo um pouco mais deles enquanto digito isso.
Por
algum mistério da nossa indústria fonográfica,
a pequena RGE saiu lançando por volta de 85, vários
discos do selo Enigma, coisas como TSOL, 45 Grave, Tex and the
Horseheads, Chris D... e o Plasticland...
E quem diabos foi o Plasticland?
Bem, eles foram esse bando de malucos aí da foto, a única
que encontrei deles na internet. O grupo foi formado em 1980 de
uma cisão de um grupo prog (!) chamado Arousing Polaris.
O Plasticland tinha na primeira formação Glenn Rehse
(voz, guitarra e órgão); Dan Mullen (guitarra);
John Frankovic (baixo) e Vic Demechei (bateria).
Ainda em 1980 lançam
o primeiro single, Mink Dress, pela Scadillac.
Em 1982 lançam o primeiro EP, Pop! Op Drops
e o grupo se torna um dos expoentes do Paisley Underground, ao
lado do Dream Syndicate, Rain Parade, etc...
Nessa época, Demechei
havia saído do grupo, entrando Bob Dunlon e depois Rob
McCuen.
Fortemente inspirados na
fase Barrett do Pink Floyd e em bandas como Pretty Things, esse
quarteto original de Milwaukee continuou lançando bons
discos. Em 1984 estréia em LP com Color Appreciation,
que saiu pelo selo francês Lolita. No ano seguinte, esse
disco saiu na América, com duas faixas trocadas e apenas
com o nome Plasticland, pelo selo Pink Dust.
E foi esse último disco exatamente o que saiu no Brasil.
O som do Plasticland é
basicamente o rock psicodélico, de vocais ásperos,
guitarras cheias de efeitos, teclados, bem ao gosto dos anos 60.
Não era de se estranhar que tenham feito mais sucesso na
Europa, já que esse tipo de música não atraía
muito público nos Estados Unidos, na década de 80.
A
característica vintage da banda ficou ainda mais
escancarado no disco Wonder Wonderful Wonderland,
lançado no final de 1985, com músicas recheadas
de Mellotron.
Em 1987 é a vez
do disco Salon, que tem a volta de Demechei.
Entre 1989 e 1990 talvez
a banda tenha vivido seus dias mais descontraídos, lançando
dois discos ao vivo: o primeiro, You Need a Fairy Godmother
tendo como convidado nada menos que o ex-baterista do do Pink
Fairies e Pretty Things, Twink e, em 1990, Confetti.
Além
desses dois, lançaram, ainda em 1989, o EP de título
brincalhão; Let's Play Pollyanna.
Noi final da década
um fã alemão ficou encarregado de lançar
um disco deles, fato que só aconteceu em 1994, com Dapper
Snappings.
Foi esse o último
disco deles. Em 1995 foi lançado um CD com sobras, lados
B e primeiras gravações chamado Mink Dress
and Other Cats.
Foi com orgulho que digo
que consegui duas cópias desse disco, uma para mim e outra
para Carlos Nishimiya, além de mais dois títulos
em troca de uma camisa número 2 da seleção
brasileira oficial junto a um lojista da Inglaterra!
Finalizando, saiu em 2006,
uma coletânea com 30 faixas, intitulada Make Yourself
a Happening Machine: A Collection.
Ah, vale salientar que
Brian Ritchie, guitarrista do Violent Femmes também passou
pelo grupo.
A biografia da banda termina
tão brevemente como começou. Quem souber mais deles,
favor, me mandem algo. Um abraço e até a próxima
coluna!
Discografia
Pop! Op Drops (EP, 1982)
Color Appreciation (1984)
Plasticland (1985)
Wonder Wonderful Wonderland (1985)
Salon (1987)
Let's Play Pollyanna (EP, 1989)
You Need a Fairy Godmother (1989)
Confetti (1990)
Dapper Snappings (1994)
Mink Dress and other cats (1995)
Make Yourself a Happening Machine: A Collection (2006)
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