242 - Plasticland

Um dos maiores problemas de se escrever de um grupo totalmente desconhecido é a precariedade de informações. Sem falar das fotos. Assim sendo, essa coluna será curta e terá apenas uma e porca foto da banda. Mas o Plasticland circula na minha cabeça há tantas décadas - tô ficando velho demais - que quis falar sobre eles. Por isso, se você não sabe que diabos é a banda... bem, eu também tô sabendo um pouco mais deles enquanto digito isso.


Por algum mistério da nossa indústria fonográfica, a pequena RGE saiu lançando por volta de 85, vários discos do selo Enigma, coisas como TSOL, 45 Grave, Tex and the Horseheads, Chris D... e o Plasticland...

E quem diabos foi o Plasticland? Bem, eles foram esse bando de malucos aí da foto, a única que encontrei deles na internet. O grupo foi formado em 1980 de uma cisão de um grupo prog (!) chamado Arousing Polaris. O Plasticland tinha na primeira formação Glenn Rehse (voz, guitarra e órgão); Dan Mullen (guitarra); John Frankovic (baixo) e Vic Demechei (bateria).

Ainda em 1980 lançam o primeiro single, Mink Dress, pela Scadillac. Em 1982 lançam o primeiro EP, Pop! Op Drops e o grupo se torna um dos expoentes do Paisley Underground, ao lado do Dream Syndicate, Rain Parade, etc...

capa do disco Color Apreciation

Nessa época, Demechei havia saído do grupo, entrando Bob Dunlon e depois Rob McCuen.

Fortemente inspirados na fase Barrett do Pink Floyd e em bandas como Pretty Things, esse quarteto original de Milwaukee continuou lançando bons discos. Em 1984 estréia em LP com Color Appreciation, que saiu pelo selo francês Lolita. No ano seguinte, esse disco saiu na América, com duas faixas trocadas e apenas com o nome Plasticland, pelo selo Pink Dust. E foi esse último disco exatamente o que saiu no Brasil.

O som do Plasticland é basicamente o rock psicodélico, de vocais ásperos, guitarras cheias de efeitos, teclados, bem ao gosto dos anos 60. Não era de se estranhar que tenham feito mais sucesso na Europa, já que esse tipo de música não atraía muito público nos Estados Unidos, na década de 80.

capa do disco Wonder Wonderful WonderlandA característica vintage da banda ficou ainda mais escancarado no disco Wonder Wonderful Wonderland, lançado no final de 1985, com músicas recheadas de Mellotron.

Em 1987 é a vez do disco Salon, que tem a volta de Demechei.

Entre 1989 e 1990 talvez a banda tenha vivido seus dias mais descontraídos, lançando dois discos ao vivo: o primeiro, You Need a Fairy Godmother tendo como convidado nada menos que o ex-baterista do do Pink Fairies e Pretty Things, Twink e, em 1990, Confetti.

Além desses dois, lançaram, ainda em 1989, o EP de título brincalhão; Let's Play Pollyanna.

Noi final da década um fã alemão ficou encarregado de lançar um disco deles, fato que só aconteceu em 1994, com Dapper Snappings.

Foi esse o último disco deles. Em 1995 foi lançado um CD com sobras, lados B e primeiras gravações chamado Mink Dress and Other Cats.

capa do disco Mink Dress and Other CatsMake Yourself a Happening Machine: A Collection

Foi com orgulho que digo que consegui duas cópias desse disco, uma para mim e outra para Carlos Nishimiya, além de mais dois títulos em troca de uma camisa número 2 da seleção brasileira oficial junto a um lojista da Inglaterra!

Finalizando, saiu em 2006, uma coletânea com 30 faixas, intitulada Make Yourself a Happening Machine: A Collection.

Ah, vale salientar que Brian Ritchie, guitarrista do Violent Femmes também passou pelo grupo.

A biografia da banda termina tão brevemente como começou. Quem souber mais deles, favor, me mandem algo. Um abraço e até a próxima coluna!

Discografia

Pop! Op Drops (EP, 1982)
Color Appreciation (1984)
Plasticland (1985)
Wonder Wonderful Wonderland (1985)
Salon (1987)
Let's Play Pollyanna (EP, 1989)
You Need a Fairy Godmother (1989)
Confetti (1990)
Dapper Snappings (1994)
Mink Dress and other cats (1995)
Make Yourself a Happening Machine: A Collection (2006)


 

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