Outro nome obscuro
dos anos 60, mas uma grande e inspiranda banda! Na verdade, o
Quicksilver Messenger Service só não foi maior por
pura falta de ambição de seus integrantes, sendo
um deles o brilhante tecladista Nicky Hopkins de tantos bons serviços
prestados aos Rolling Stones, Beatles, etc... Apesar de ser pouquíssima
conhecida o Quicksilver tem uma discografia de respeito e uma
história que vale ser contada.
O
Quicksilver Messenger Service foi uma das mais importantes bandas
de San Francisco e poderiam ter sido ainda maiores se tivessem
um pouco mais de ambição.
Gary Duncan, um dos guitarristas,
disse que eles queriam apenas gravar alguns discos, se divertirem
dando shows e terem grana suficiente para comprar fumo. Mais hippie
do que isso, impossível...
O grupo começou
em 1964, com uma formação que consistia em Dino
Valenti (vocais); Jim Murray (vocais, gaita e guitarra); John
Cipollina (guitarra); Skip Spence (guitarra e vocais); David Freiberg
(baixo e vocais) e Casey Sonoban (bateria).
Porém,
Valenti foi preso pouco tempo depois em uma acusação
com drogas e passaria o restante dos anos 60 na cadeia, voltando
ao grupo em sua fase final. E logo Skip Spence pularia fora, também,
para se juntar ao novato Jefferson Airplane como baterista, a
convite de ninguém menos do que Marty Balin, dono do Matrix
- onde ensaiavam - e um dos fundadores do grupo que marcaria os
anos 60 com o disco Surrealistic Pillow.
Casey Sonoban também
logo deixou a banda entrando Greg Elmore. Para o lugar de Spence
aparece Greg Duncan, e essa formação iria de 1965
até outubro de 1967.
Com a formação
estacionada, a banda dividia palcos de todos os cantos com Grateful
Dead, Big Brother and the Holding Company (ainda sem Janis Joplin),
Jefferson Airplane, entre outros, em uma sequência exaustiva
de apresentações. Era a época do amor livre,
do Verão do Amor e o início de todo o movimento
hippie.
Após
passarem dois anos se apresentando, conseguiram um contrato com
a Columbia em 1967 e no ano seguinte lançam o primeiro
LP, apenas com o nome do grupo.
Nessa época, eram
um quarteto, pois não contava mais com a presença
de Jim Murray, que deixou a banda logo após se apresentarem
no Monterey Pop Festival. O disco foi bem recebido, e o destaque
eram os guitarristas John Cipollina e Gary Duncan, excelentes
músicos. O disco contava com uma canção que
homenageava Valenti, "Dino's Song".
Em
1969 lançam o grande clássico do grupo, o espetacular
Happy Trails. Como era praxe nos anos 60, os
trabalhos gráficos eram uma grande preocupação
e o Quicksilver não ficava atrás.
Com uma capa desenhada
pelo Globe Propaganda e gravado ao vivo, Happy Trails
capta a banda no seu auge, em especial, na acachapante e longa
versão de "Who Do You Love" de Bo Diddley.
O disco, porém,
marca a saída de Duncan, substituído então
pelo talentosíssimo tecladista Nicky Hopkins, ex-Steve
Miller Band e Jeff Beck Group.
Sem
um segundo guitarrista, Cipollina se torna definitivamente o cérebro
e líder do grupo. Com Hopkins, lançam um disco que
frustrou a todos, Shady Grove. O grupo se ressentia
de Duncan e Hopkins não tinha conseguido se integrar de
maneira satisfatória ao som da banda.
O grupo, porém,
teria em 1970, as voltas de Duncan e de Valenti, e se tornaria
um sexteto. Por pouco tempo, porém...
A volta de Valenti culminaria
com o período de decadência da banda. Incapaz de
escrever um outro grande hit como havia acontecido com "Get
Together" (sucesso com os Youngbloods), a banda lança
o decepcionante Just For Love.
Feito
com pouquíssima inspiração e muita briga
interna e crises pessoais, o disco marcaria as saídas de
Cipollina e de Hopkins, além da prisão de Freiberg,
também por porte de drogas. Anos depois, Freiberg integraria
o Jefferson Starship, que havia sido Jefferson Airplane nos anos
60 e no início dos anos 70.
Como Valenti havia sido
um dos fundadores do Quicksilver, reteve o nome e junto com Duncan
e Elmore conduziu o grupo por mais alguns anos como um trio, lançando
discos fracos, até se separarem definitivamente no meio
dos anos 70, de maneira até tardia.
Como
sempre, a banda fez algumas voltas nos anos 80 na tentativa de
ganhar algum dinheiro com um grande nome do passado. Assim, Gary
Duncan e Freiberg voltaram como Quicksiver Messenger Service,
em 1987, quando passaram um sem-números de músicos
desconhecidos.
A magia se desfez totalmente
com a morte de Cipollina, no dia 26 de maio de 1989, aos 46 anos.
Em 1994, morre Nicky Hopkins em 6 de setembro e o próprio
Dino Valenti, em 16 de novembro.
Atualmente existem inúmeros
lançamentos póstumos, coletâneas e faixas
inéditas, aumentando o culto à banda.
Deixo você com a
discografia do grupo. Um abraço e até a próxima
coluna.
Discografia
Quicksilver Messenger Service
(1968)
Happy Trails (1969)
Shady Grove(1969)
Just For Love (1970)
What About Me (1971)
Quicksilver (1971)
Comin' Thru (1972)
Solid Silver(1975)
Unreleased Quicksilver Messenger Service: Lost Gold and Silver
(1999)
Coletâneas
Best Of (1971)
Anthology(1973)
Hit Road (1975) (Europe)
The Best of Quicksilver Messenger Service (1990)
Sons of Mercury (1968-75) (1991)
The Best of Quicksilver Messenger Service (1992)
The Ultimate Journey (1993)
Masters Of Rock (2001)
Classic Masters (2002)
Shady Grove / Solid Silver (2004)
Compactos
Pride Of Man / Dino's Song
(1968)
Bears / Stand By Me (1968)
Who Do You Love? (edit) / Which Do You Love? (1969)
Holy Moly / Words Can't Say (1969)
Shady Grove / Three Or Four Feet From Home (1970)
Fresh Air / Freeway Flyer (1970)
What About Me / Good Old Rock And Roll (1971)
Hope / I Found Love (1971)
Doin'Time In The USA / Changes (1972)
Gypsy Lights / Witches Moon (1975)
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