24 - R.E.M. - Dead Letter Office e Document

Eles foram uma das grandes atrações do Rock in Rio 3 e levaram ao público ao delírio com seu pop perfeito. Peter Buck, Mike Mills e Michael Stipe estavam sem o baterista oficial Bill Berry, que abandonou o grupo antes do último álbum, mas mostraram toda a velha classe. Uma banda madura, com o carismático Michael Stipe na linha de frente. Um grupo que já merecia ter vindo antes para o Brasil, desde o maduro álbum Document, de 1987, que continha clássicos como "The One I Love" e "It's The End of The World As We Know It", com climas byrdianos como "Disturbance at the Heron House". A banda estouraria com o disco Out of Time (1991), puxando pelo mega-hit Losing My Religion. Mas alguns dois discos oficiais antes, o grupo estourava na América com seu primeiro disco de ouro e um clássico absoluto: Document.


Muitos anos atrás fiz uma essa sobre Document resolvi reescrevê-la por achá-la muito incompleta. Por isso, optei em fazer outra com muito mais detalhes não apenas do disco que estabeleceu o R.E.M. como a maior banda de rock norte-americana dos anos 80, mas também do excelente disco de sobras e outtakes chamado Dead Letter Office. Assim sendo, vamos aos fatos..

capa do disco Dead Letter OfficeO ano de 1987 é, de fato, o começo da virada do R.E.M. Após o sucesso de Lifes Reach Pageant, a I.R.S. aproveitou para lançar no mercado uma curiosadade coletânea de B-sides e raridades: Dead Letter Office.

O disco trazia faixas 15 faixas, mostrando algumas covers que o grupo tocava ao vivo como "There She Goes Again" e "Pale Blue Eyes" (ambas do Velvet Underground); "Toys in the Attic" (Aerosmith), "Crazy" (Pylon), além de canções raras do grupo. Um exemplo é "Voice of Harold", que nada mais é "7 Chinese Bros.", do disco Reckoning, com outra letra.

E o mais bacana de tudo é que todas as faixas eram comentadas por Peter Buck. Buck, aliás, conta que tem verdadeira paixão por compactos, superior até aos álbuns, que os lados Bs dos compactos são sempre deliciosos de serem produzidos, porque você pode colocar qualquer coisa que deseje. Ele lembra que no mesmo dia em que saiu Chronic Town (que está como bônus na versão em CD do disco), ele ficou deprimido ao ouvir "Crazy", do Pylon, no rádio.

Originalmente, o disco trazia 15 canções, mas o CD chega a 20 com as faixas de Chronic Town. Um disco simplesmente imperdível.

Mas, enquanto a coletânea ia às lojas, o grupo se trancava com o produtor Scott Litt para produzir sua mais consistente obra dos anos 80: Document.

Scott Litt seria o mais constante e consistente produtor do grupo ao longo da carreira, produzindo inúmeros álbuns no futuro. Litt conseguiu extrair á perfeição toda a sonoridade do grupo na 11 faixas do grupo, enquanto Michael Stipe assumia posições políticas, atacando o governo Reagan e sua belicosa política internacional, especialmente nas faixas "Welcome To the Occupation" e "Exhuming McCarthy. O grupo também regravou um clássico do grupo punk inglês Wire, "Strange", com pequenas mudanças nas letras.

Document mostrava um grupo vigoroso, entrosado e mais à vontade do que nunca. Finalmente entregavam à I.R.S. o álbum que a gravadora sonhava há anos.

O disco levou quatro meses para ficar pronto - um mês de gravações em Nashville e outros três mixando em Los Angeles. Litt lembra que quando conheceu o grupo, sentiu que eles tinham pouca confiança em si. Mas desta vez, o grupo queria mostrar o quão poderosos eram, fazendo um álbum alto, caótico e bem mais incisivo.

A capa do disco trazia o número 5, indicando que era o quinto disco de estúdio da banda - descontando o EP Chronic Town e uma foto estranha. O disco teve outros possíveis títulos escolhidos - "R.E.M. No. 5", "Table of Content", "Mr. Evil Breakfast", "Skin Up with R.E.M." e "Last Train to Disneyland".

Originalmente o disco trazia as músicas:

Page side

1. "Finest Worksong" – 3:48
2. "Welcome to the Occupation" – 2:46
3. "Exhuming McCarthy" – 3:19
4. "Disturbance at the Heron House" – 3:32
5. "Strange" (B.C. Gilbert, Graham Lewis, Colin Newman, Robert Gotobed) – 2:31
6. "It's the End of the World as We Know It (And I Feel Fine)" – 4:05

Leaf side

7. "The One I Love" – 3:17
8. "Fireplace" – 3:22
9. "Lightnin' Hopkins" – 3:20
10. "King of Birds" – 4:09
11. "Oddfellows Local 151" – 5:21

A primeira prova de poder logo veio, quando é editado o primeiro compacto, "The One I Love".

Stipe a considera uma das mais amargas que já fez, subiu feito um foguete nas paradas, alcançando o nono lugar nas paradas e em segundo na parada de rock da Billboard. Um feito e tanto e que ajudou ao grupo faturar seu primeiro disco de platinas, por vendas superiores á 1 milhão de cópias, apenas na América.

Para comemorarem, saíram em uma imensa turnê, tendo o 10.000 Maniacs como convidados. Especula-se que Michael e a cantora Natalie Merchant tiveram um breve romance, fato jamais confirmado.

Logo era a vez de mais dois compactos ocuparem as paradas: "It's the End of the World as We Know It (And I Feel Fine)" e "Finest Worksong". Em dezembro, a banda é eleita o melhor grupo norte-americano de rock and roll, pela revista Rolling Stone.

No entanto, o sucesso chamou a atenção das grandes gravadoras para o grupo.

A I.R.S. já era considerada limitada demais ao grupo, que estava louco para deixar a casa. A Warner acabou vencendo a parada, oferecendo a disputa pagando US$ 4 milhões pelo passe do quarteto, em janeiro de 1988.

A decisão, no entanto, não foi fácil, já que a banda era muito ligada à antiga gravadora, mas tiveram sorte, ao negociar com a Warner, de sofrerem pouca intervenção dos novos patrões no trabalho, que não teriam tanto controle artístico sobre eles.

Seria o começo do estrelato para o grupo. Mas isso é papo para outra coluna. Fiquem com a letra de "It's The End Of The World". Eu tentei traduzir, mas foi inútil. Boa sorte aos internautas. Quem conseguir, me mande uma cópia. Abração.

 

 

That’s great, it starts with an earthquake, birds and snakes, an aeroplane - Lenny Bruce is not afraid. Eye of a hurricane, listen to yourself churn - world serves its own needs, don’t misserve your own needs.

Feed it up a knock, speed, grunt no, strength no. Ladder structure clatter with fear of height,
down height. Wire in a fire, represent the seven games in a government for hire and a combat site.

Left her, wasn’t coming in a hurry with the furies
breathing down your neck. Team by team reporters baffled, trump, tethered crop. Look at that low plane! Fine then. Uh oh, overflow, population, common group, but it’ll do.

Save yourself, serve yourself. World serves its
own needs, listen to your heart bleed. Tell me with the rapture and the reverent in the right - right.

You vitriolic, patriotic, slam, fight, bright
light, feeling pretty psyched.

It’s the end of the world as we know it.
It’s the end of the world as we know it.
It’s the end of the world as we know it and I feel fine.

Six o’clock - TV hour. Don’t get caught in foreign tower. Slash and burn, return, listen to yourself churn. Lock him in uniform and book burning, blood letting.
Every motive escalate. Automotive incinerate. Light a candle,
light a motive. Step down, step down. Watch a heel crush, crush.

Uh oh, this means no fear - cavalier. Renegade and steer clear! A tournament, a tournament, a tournament of lies. Offer me solutions, offer me alternatives and I decline.

It’s the end of the world as we know it.
It’s the end of the world as we know it.
It’s the end of the world as we know it and I feel fine.

The other night I tripped a nice continental drift divide. Mountains sit in a line.
Leonard Bernstein. Leonid Breshnev, Lenny Bruce and Lester Bangs. Birthday party, cheesecake, jelly bean, boom! You symbiotic, patriotic, slam, but neck, right? Right.

It’s the end of the world as we know it.
It’s the end of the world as we know it.
It’s the end of the world as we know it and I feel fine...fine...
(It’s time I had some time alone)

Discografia

Chronic Town (1982)
Murmur (1983)
Reckoning (1984)
Fables of Reconstruction (1985)
Lifes Rich Pageant (1986)
Dead Letter Office (1987)
Document (1987)
Eponymous (1988)
Green (1988)
Out Of Time (1991)
The Best of R.E.M. (1991)
Automatic for the People (1992)
Monster (1994)
R.E.M.: Singles Collected (1994)
The Automatic Box (1995)
New Adventures in Hi-Fi (1996)
In the Attic: Alternative Recordings 1985-1989 (1997)
The Best of R.E.M. (1998)
Up (1998)
Reveal (2001)
In Time: The Best of R.E.M. 1988-2003 (2003)
Around the Sun (2004)
And I Feel Fine... The Best of the I.R.S. Years 1982-1987 (2006)
R.E.M. Live (2007)
Acelerate (2008)

 

 

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