parceria com Beatrix
Algrave
O período
com Robert Smith foi curto, cerca de um ano e rendeu o álbum
ao vivo Nocturne e o de estúdio, Hyaena. Um belo álbum,
embora não tão primoroso como o anterior. Mas a
banda logo perderia o guitarrista, determinado a reativar o The
Cure. E seria necessário recomeçar. Novamente. Mais
uma vez.
Em
1984, a banda resolve retomar a carreira e após gravar
as novas músicas para um novo disco, cai novamente na estrada.
Iniciam uma mini-turnê
de seis apresentações na França e uma na
Itália, no dia 22 de março, no Palais des Congres,
em Lille, encerrando no Teatro Tenda, em Bologna, no dia 31 de
março.
A idéia era apenas
aquecer os motores e testar as novas composições.
Como o mais novo integrante, Robert Smith dizia ainda estar procurando
um espaço e se sentia a consciência secreta que a
banda havia perdido.
Robert foi figura importante
no novo álbum do grupo, Hyaena. Não
apenas tocando guitarra e teclados, mas colocando sua personalidade.
Sem a pressão de
estar como o centro das atenções, mostrava-se, no
início, mais alegre, embora soubesse que não ficaria
muito tempo no grupo.
Afinal,
ele era nada menos que o líder de uma das mais importantes
bandas dos anos, o The Cure. Podia
não ser tão técnico e extraordinário
como John McGeoch na guitarra, mas era um excelente artesão
de melodias.
Hyaena
era uma continuação natural de A Kiss In
The Dreamhouse, dentro do possível.
Com Mike Hedges sendo o
co-produtor, ao lado da banda, foi o primeiro disco do grupo lançado
na América, pelo selo Geffen, que exigiu, no entanto, a
inclusão de "Dear Prudence", que havia saído
em compacto, no ano anterior, e dado a melhor posição
na carreira da banda, o terceiro lugar.
O disco ficaria na 15ª
posição no Reino Unido e na inexpressiva 157ª,
na América. A edição
inglesa trazia as seguintes faixas:
Lado A
1. "Dazzle"
2. "We Hunger"
3. "Take Me Back"
4. "Belladonna" (Lyrics: Severin)
5. "Swimming Horses"
Lado B
1. "Bring Me the Head
of the Preacher Man" (Lyrics: Severin)
2. "Running Town"
3. "Pointing Bone" (Lyrics: Severin)
4. "Blow the House Down"
Já a edição norte-americana
tinha as seguintes faixas:
Lado A
1. "Dazzle"
2. "We Hunger"
3. "Take Me Back"
4. "Belladonna" (Lyrics: Severin)
5. "Swimming Horses"
Lado B
1. "Dear
Prudence" (Lennon/McCartney)
2. "Bring Me the Head of the Preacher Man" (Lyrics:
Severin)
3. "Running Town"
4. "Pointing Bone" (Lyrics: Severin)
5. "Blow the House Down"
Duas
músicas foram extraídas de Hyaena
e lançadas como compactos: Dazzle e Swimming
Horses.
Segundo Siouxsie, "Swimming
Horses", foi inspirada em uma programa que ela viu, chamada
Les Sentinelles.
Uma espécie versão
feminina da Anistia, eles salvam mulheres ameaçadas de
morte, no Meio-Oeste, por certos grupos religiosos, quando fazem
sexo antes do casamento.
A cantora havia ficado
impressionada com a história de uma mulher e sua filha,
que havia contraído um tumor no ventre e muita gente fofocava
sobre ela estar grávida. O
tumor acabou sendo retirado por um médico e ela voltou
ao seu povoado e provou que não estava esperando uma criança,
mas ninguém a acreditou.
Para
escapar de ser apedrejada até a morte, a mãe resolve
envenená-la, para que escape de terrível castigo.
É aí que
entra essa organização, resgatando essas moça,
ajudado pelo irmão mais velho, que a finge querer matá-la.
Mas, ela jamais poderá voltar.
Siouxsie conta que usou
os cavalos marinhos como metáfora, já que os machos
podem gerar um filhote.
Os dois compactos não
tiveram maior impacto na parada: o primeiro conseguiu a 33ª
posição e, o segundo, a 28ª.
O pior estava ainda por
vir: dias antes do álbum ser lançado, Robert anuncia
que deixará os Banshees, pois havia reformado o The Cure
e estava trabalhando em um novo álbum, The Top.
"Estava sendo extremamente
difícil conciliar os dois grupos. Era uma loucura ter dois
discos para fazer, duas carreiras para tocar. Eu estava ficando
estressado, com problemas de saúde, bebendo demais e usando
drogas. E como o Cure era minha banda natural, minha extensão,
resolvi deixar os Banshees."
Sem
ele, a solução foi convidar o guitarrista John Valentine
Carruthers, que tocava no Clock DVA.
Ele teve pouco tempo para
a longa excursão que começaria, no dia 8 de junho,
no City Hall, em Newcastle e só terminaria no dia 28 de
novembro, no Pavillon Baltard, em Nogent sur Marne (França).
Com um novo guitarrista,
a banda resolveu lançar um EP chamado The Thorn,
com duas canções antigas em arranjos diferentes
e mais duas.
A idéia era colocar
Carruthers mais familiarizado com o repertório do grupo.
"Overground" foi tirado do disco de estréia,
The Scream e "Placebo Effect", de Join
Hands.
As quatro canções
eram:
Lado A
1. "Overground"
2. "Voices (on the Air)"
Lado B
3. "Placebo Effect"
4. "Red Over White"
A banda continuaria na
estrada em 1985 e só lançaria um novo álbum,
em 1986. Mas isso é papo para outro dia. Um abraço
e até a próxima coluna.
Discografia
Singles
"Hong Kong Garden" (1978)
"The Staircase (Mystery)" (1978)
"Playground Twist" (1979)
"Mittageisen (Metal Postcard)" (1979)
'Happy House" (1980)
"Christine" (1980)
"Israel" (1980)
"Spellbound" (1981)
"Arabian Knights" (1981)
"Fireworks" (1982)
"Slowdive" (1982)
"Melt!" (1982)
"Dear Prudence" (1983)
"Swimming Horses" (1983)
"Dazzle" (1984)
"Overground" (1984)
"Cities in Dust" (1985)
"Candyman" (1986)
"This Wheel's on Fire" (1986)
"The Passenger" (1987)
"Song from the Edge of the World" (1987)
"Peek-a-Boo" (1988)
"The Killing Jar" (1988)
"The Last Beat of My Heart" (1988)
"Kiss Them for Me" (1991)
"Shadowtime" (1991)
"Fear (of the Unknown)" (1991)
"Face to Face" (1992)
"O Baby" (1995)
"Stargazer" (1995)
Discos e CDs
The Scream (1978)
Join Hands (1979)
Kaleidoscope (1980)
Juju (1981)
Once Upon a Time (1981)
A Kiss In The Dreamhouse (1982)
Nocturne (1983)
Hyaena (1984)
Tinderbox (1986)
Through The Looking Glass (1987)
Peepshow (1988)
Superstition (1991)
Peel Sessions (1991)
Twice Upon a Time (1992)
Rapture (1995)
The Best of Siouxsie and the Banshees (2002)
Seven Year Itch (2003)
Downside Up (Box, 2004)
At the BBC (2009) |