Velho
favorito, um dos discos mais importantes e ouvidos em toda minha
vida. Não é o preferido dos fãs, mas ao ouvir
"Heaven Knows I'm Miserable Now", "How Soon Is
Now" e "Reel Around The Fountain", nunca mais me
recuperei. Sua origem bizarra - 10 das 16 músicas foram
realizadas em programas de rádio - e o fato de várias
canções do álbum de estréia estarem
aqui com arranjos diferentes o faz soar com um mero caça-níquel.
Apesar de um certo caráter mercantilista, "Hatful
of Hollow" permanece com um importante marco na carreira
da banda, o segundo disco em menos de um ano e a consagração
da banda independente mais importante da história, superando
nomes como Joy Division, New Order, Cocteau Twins, entre outros.
E além de tudo isso, a música - implacável,
perfeita, angustiada - foi um perfeito complemento de uma geração
perdida e que fez dos Smiths um dos mais importantes porta-vozes
contemporâneos, comparáveis a Lennon & McCartney
e Jones & Strummer. Quem ouviu e viveu esse período
sabe: depois deles, nada mais soou da mesma forma.
Ele foi
o primeiro disco da banda a sair no Brasil, precedido pelo single
"The Boy With The Thorn In His Side", que, aliás,
não fazia parte desse LP. Mas o primeiro contato que tive
com eles foi através de um flexi-disc na revista Bizz com
a canção "Still Ill" e que, na primeira
audição, não curti muito. Quando minha mãe
viajou para São Paulo em algum mês de 1986, pedi
para que me trouxesse alguns discos. Foi dessa maneira meio sem
graça que conheci o álbum. Sem graça porque
quando os pais dão discos para os rebentos fica aquela
coisa meio "ué, mas cadê a atitude, a rebeldia?",
esquecendo que o dinheiro sempre saía do bolso deles, indiretamente.
Mas era o primeiro ano da minha coleção e ele foi
o item número 12 da minha saudosa lista feita em caderno
com caneta de duas cores (azul para o nome da banda e verde para
o nome dos álbuns) e um dos grandes amores musicais até
hoje. Eu era o típico fã de Morrissey: fechado,
irritado, tímido, que não saía de casa, lia
tudo que podia e desprezava tudo e todos à minha volta.
Pelo menos era uma grande banda e mesmo quando ouço pela
milésima vez o início de "Heaven Knows I'm
Miserable Now" preciso fechar os olhos, aumentar o volume
e não ter contato com o mundo exterior. Sim, velhos prazeres
nunca nos abandonam por mais que você mude ou "amadureça",
como manda a maldita regra da vida. Mas nem sempre foi assim...
Steven & Maher
O adolescente Steven Morrissey
já tinha seu passado musical muito antes dos Smiths. Ele
havia integrado a banda punk Nosebleeds, de seu amigo Vini Reilly,
futuro líder do Durutti Column e que tocou anos depois
nos primeiros discos-solos do cantor. Além dos dois, outra
figura histórica entrara na banda, um garoto de cabelo
loiro e com uma pegada genial na guitarra: Billy Duffy, futuro
membro do The Cult.
Após passar pela
banda, Morrissey sumiu por algum tempo de cena. Em uma bela tarde
de 1982, o adolescente Johnny Maher resolveu convidar o então
difícil Stephen para formarem uma banda. Maher tinha gostado
de umas letras que ele havia escrito à época do
Nosebleeds e que Billy guardara consigo. Alertado por Duffy, Johnny
sabia que precisaria de muita paciência e tato para fazer
a amizade com o letrista. O recurso usado foi se aproximar de
um amigo em comum de Steven, Stephen Promfet e convida-lo para
ser o guitarrista-base do grupo (Johnny seria o guitarrista principal).
Promfet começou então a sondar Steven falando do
jovem músico e conseguiu convence-lo a marcarem um encontro.
Foram para a casa do letrista e Johnny ficou aliviado ao ver várias
fotos de Elvis Presley e James Dean pois gostava do rock dos anos
50. Stephen pediu para que Morrissey mostrasse sua coleção
de discos e imediatamente os dois novos parceiros começaram
a conversarem animadamente, a ponto de Promfit perceber que era
carta fora do baralho. A oportunidade de conversar com alguém
sobre música fez o jovem Morrissey desatar a falar sem
parar. Enquanto explicava suas idéias, Johnny começava
a planejar o grupo e a selecionar mentalmente os outros integrantes.
Steven mostrou então algumas letras escondidas, entre elas
"Suffer Little Children", que mais tarde entraria no
primeiro álbum dos Smiths.
Após meses conversando
e compondo juntos, resolveram gravar uma demo no estúdio
Decibel em que Dale, um engenheiro do local trabalhava. Ao entrarem
no local Johnny percebeu que precisaria de alguém extra
para cuidar da parte rítmica das canções.
Como não havia outra pessoa, Dale empunhou um baixo. Ao
final da gravação, um apreensivo Johnny quis ouvir
como tinha ficado a gravação. Seus temores desapareceram
ao ouvir e descobri que Steven não era apenas um excelente
letrista, mas um grande cantor também.
Com a fitinha, lá
foi Johnny chamar amigos para entrar no grupo. O primeiro convidado
foi o baterista Simon Wolstencroft (que depois tocaria no The
Fall). Simon até topou em gravar outra versão da
canção, mas não quis juntar-se aos dois,
principalmente ao conhecer Morrissey. "Ele era velho e não
gostei de sua aparência". Mesmo assim, disse que se
precisassem de um músico ocasional para alguns shows estaria
disponível. Simon queria ser integrante de algum grupo
que tocasse música negra, e junto ao companheiro Andy Rourke
estavam acompanhando um cantor negro de Stockport.
A rotina para escolherem
integrantes continuava, mas nesse meio tempo surgiu o nome Smiths.
O nome estava junto a dois outros: Smithdom e Smiths' Family.
A idéia era criar
um nome simples, longe da grande eloqüência de coisas
do tipo Orchestral Manoeuvres in the Dark (que depois viraram
apenas OMD) e Blue Rondo A La Turk (um standard do jazz moderno).
Segundo Marr (ou o Maher da época) era um nome bom, sintético
e básico como o som que pretendiam fazer. Vira-e-mexe acabaram
optando por Mike Joyce e Andy Rourke, um amigo de Johnny desde
a infância.
Mike
tocava numa banda chamada The Hoax e acabou entrando após
vários convites. O baterista ficou entusiasmado com as
primeiras composições da dupla, mesmo com pouco
requinte. Com a banda fixada com os quatros integrantes começaram
a ensaiar e procurar uma gravadora. Maher resolveu mudar o nome
para Marr e começaram a conquistar um público fiel
em apresentações.
Morrissey demonstrava uma
grande timidez em palco e costumava colocar um buquê de
flores na parte traseira de sua calça. Enquanto procuravam
uma casa, Marr e Morrissey tinham apenas uma certeza: não
assinariam com a Factory, lendário selo local e que tinha
lançado Joy Division, New Order, Durutti Column, entre
outros. A razão era prosaica: os dois acreditavam que a
Factory tinha ficado datada e criado uma imagem que não
combinava com a qual desejavam para os Smiths. Ou nas palavras
de Morrissey: "depois do fim do Joy Division da forma que
aconteceu, todas as bandas de lá traziam aquela aura trágica
que não me agradava. Eu não tinha o menor interesse
de ver os Smiths como um grupo secundário em um selo e
por isso nem quis saber deles."
A escolhida acabou sendo
a Rough Trade, um selo menor e ainda desconhecido e que era casa
de suas bandas novas badaladas, Aztec Camera e Scritti Politti.
Um outro fator pesou na decisão. A gravadora dava total
liberdade criativa para o grupo fazer o que quiser. Uma das primeiras
(e que depois seria motivo de briga entre os dois lados) é
que por maior que fosse o sucesso, eles não fariam vídeos
promocionais. A Rough Trade aceitou no início, já
que não esperavam um sucesso grande dos Smiths.
No dia 4 de Fevereiro de
1983, o grupo tocou no clube Haçienda, de Tony Wilson,
ironicamente o dono da Factory. Após o show fizeram outra
apresentação no Rafter's como banda suporte para
uma lenda: Richard Hell. Em Maio é lançado o primeiro
compacto da banda contendo "Hand in Glove" no Lado A
e "Handsome Devil", no Lado B. Apesar de não
entrar na parada de sucessos, a banda chamou grande atenção
da crítica pelos vocais e pela guitarra e mais ainda pelas
letras.
Em "Handsome Devil",
Morrissey diz um intrigante verso e que começou a associa-lo
ao homossexualismo. O trecho é: "deixe-me colocar
minhas mãos em suas glândulas mamárias/deixe-me
colocar sua cabeça em minha cama de casal". Além
disso, os Smiths começaram a chamar atenção
por um detalhe interessante: as capas de discos e compactos. Ao
invés de colocarem fotos dos integrantes, era sempre escolhido
homens ou mulheres em fotos tiradas nos anos 50 ou 60, todas devidamente
elaboradas por Morrissey. A capa de seu primeiro compacto trazia
um jovem em pé, nu, mas de lado, sem revelar a parte frontal.
Vale dizer que a banda foi criticada por insinuações
de pedofilia na letra. Era muita lenha para a imprensa.
Mas
o sucesso foi inevitável com o segundo compacto lançado
em Novembro do mesmo ano: "This Charming Man"/ "Jeane".
Ele alcançou a 25ª posição e mais uma
vez o homossexualismo dúbio de Morrissey chamava a atenção,
ainda que o vocalista não assumisse posição
nenhuma, mesmo sem negar.
Morrissey começa
a explicar o conceito estético, visual e sonoro do grupo
e confessa que um dos seus grandes ídolos era a escritora
Shelagh Delaney, autora de A Taste of Honey,
livro que conta a história de uma garota branca que fica
grávida de um marinheiro negro e vai morar com um amigo
homossexual.
O livro virou uma peça
de teatro, e um filme e recebeu vários prêmios. Ela
fez parte de uma tendência chamada "angry generation"
e que marcou profundamente a Inglaterra na década de 60.
O começo
do sucesso
Com "This Charming
Man" veio a primeira briga com a gravadora, que autorizou
uma versão remix da música para as rádios.
O fato irritou profundamente Morrissey, que afirmou ser uma traição
da gravadora contra o grupo, já que sua visão artística
não enquadrava esses modismos. "Um compacto dos Smiths
jamais terá uma versão remix nossa, porque esse
tipo de coisa é nojenta e desprezível com os fãs
e conosco."
Em Janeiro de 1984, lançam
o terceiro compacto, "What Difference Does It Make?"/
Back To The Old House, que alcança a 12ª posição
e no mês seguinte The Smiths, o tão
aguardado disco de estréia chega às lojas.
A
um custo de 20 mil libras (alto para uma gravadora independente),
o disco foi elogiado e avidamente consumido, chegando ao segundo
posto da parada britânica de LPs. As letras atormentadas
de Morrissey e a guitarra simples de Marr tornaram-se a coqueluche
do país. Marr estava exultante com o lançamento:
"sempre sonhei em fazer um disco e fiquei feliz de realizar
meu sonho, principalmente com as canções incluídas
nesse trabalho. Elas não poderiam ser melhores."
Na capa, mais uma vez,
um modelo masculino. O escolhido desta vez foi o ator Joe Dallessandro
em uma cena do filme underground Flesh do cineasta
norte-americano Paul Morrissey, antigo colaborador de Andy Warhol
na Factory nova-iorquina (tanto Paul como a Factory nada tem a
ver com o vocalista e com o selo de Manchester).
No filme, Dallessandro
interpreta um garoto que se prostitui e a foto do disco mostra
uma cena em que está com um cliente em um dormitório.
Mais uma vez a insistência de Morrissey pelo tema e sua
não-aceitação em definir o sexo como apenas
um "mundo de homens e mulheres" chama tanta atenção
quanto a música.
O disco de estréia,
porém, traz uma interessante história: no verão
de 1983, o grupo passou algum tempo trancando em um porão
de um estúdio em Wapping, com Troy Tate, ex-guitarrista
do Teadrop Explodes. Sendo grande fã do grupo, Morrissey
ficou entusiasmado e a banda gravou as seguintes canções:
"The Hand That Rocks the Cradle", "You've Got Everything
Now", "These Things Take Time", "What Difference
Does It Make?", "Hand in Glove", "Handsome
Devil", "Accept Youself", "I Don't Owe You
Anything", "Reel Around the Fountain", "Wonderful
Woman", "Jeane", "Suffer Little Children",
"Pretty Girls Make Graves" e "Miserable Lie".
O disco tinha o provisório título de The
Hand That Rocks The Cradle.
Muitos
se falou sobre a razão desse disco jamais ter sido lançado.
Johnny disse que quando ouviram as gravações não
ficaram satisfeitos com o resultado. Mike Joyce disse que elas
estavam distantes do que podiam fazer, embora tenha mudado de
opinião tempos depois, dizendo que elas estavam melhores
do que as versões que entraram no disco de estréia.
Por causa disso, o grupo decidiu postergar o lançamento
do disco de estréia.
Foi quando apareceu John
Porter na jogada que aceitou 500 libras de Geoff Travis para trabalhar.
Porter disse que não ficou animado com o que ouviu pela
primeira vez. "Eles eram bons ao vivo, mas verde demais em
estúdio e achei as canções bem toscas e por
isso disse que deveríamos regravar aquelas músicas."
Apesar das fitas terem
sido descartadas, anos depois viraram um importante bootleg com
o nome The Troy Tate Sessions. Quem ouve sabe
que a qualidade das canções eram boas e que nunca
se soube ao certo porque o grupo dispensou Tate da missão.
Com a fama e dinheiro,
Morrissey mudou-se para Londres e passou a viver perto de uma
cantora que amava desde menino: Sandie Shaw. Ela estava parada
há vários anos, mas Morrissey sonhava em vê-la
cantar uma de suas composições.
Sandie conta que ele começou
a procura-la até que ela aceitou recebe-lo na sua casa.
"Ele veio extremamente nervoso e o achei meio tenso e estranho.
Queria que eu cantasse "I Don't Owe You Anything", mas
não gostei. Então me mostrou "Hand In Glove"
e achei mais parecida comigo."
No dia 12 de Março,
Shaw apareceu de surpresa em um show do grupo no Hammersmith Palais
e cantou "Hand In Glove" e no dia 25 de Abril apareceu
com a banda no programa Top Of the Pops cantando a música
com o grupo.
Sandie
fez então uma "homenagem" a Morrissey, cantando
deitada no chão, imitando os trejeitos do vocalista que
só observava, deliciado.
Sandie acabou gravando
um compacto com a música, acompanhado pela banda e lançado
pela Rough Trade. Na capa, a atriz Rita Tushingham, que imortalizou
a personagem Jo, de A Taste of Honey no cinema.
O próximo compacto
da banda, em Maio, foi Heaven Knows I'm Miserable Now,
uma canção que Morrissey adaptou a letra de uma
antiga música dos anos sessenta, "Heaven Knows I'm
Missing Him Now".
O que ele fez foi dar uma
visão pessoal e criar uma nova melodia. Foi a primeira
música da banda a ser Top 10, reforçando o culto
já desenfreado. O lado B tinha "Suffer Little Children".
Em
Agosto, William, It Was Really Nothing/ Please, Please,
Please, Let Me Get What I Want era o mais novo objeto
de adoração dos fãs.
A banda entra em estúdio
para começar a graver o próximo disco que seria
Meat Is Murder, até que a Rough Trade
resolva capitalizar nesse meio-tempo com Hatful of Hollow.
O mote para o LP foi aproveitar
as gravações feitas nos programas dos radialistas
John Peel e David Jensen na Radio 1 da BBC. Dez das 16 composições
foram concebidas desta forma (veja as datas de transmissão
abaixo), além de músicas só lançadas
em compactos e canções inéditas.
Apesar do sucesso da empreitada,
alguns acusaram a gravadora e a banda de oportunismo, o que Morrissey
veementemente discordou: "é um bom lançamento,
já que várias pessoas me escrevem pedindo para que
fizéssemos uma coletânea de nossas apresentações
em rádio e reunião dos compactos. Não sei
o motivo de tanta gritaria."
A
verdade é que o disco é um apanhado e o final da
primeira fase dos Smiths. Músicas mais leves, simples,
curtas, típicas pop-songs.
Além de "Heaven
Knows I'm Miserable Now", talvez o maior destaque seja "How
Soon Is Now?", em que um belo solo de guitarra no início
e uma letra torturada que dizia: "Eu sou o filho/e o herdeiro/
de uma timidez criminosamente vulgar/Eu sou o filho e o herdeiro/
de nada em particular/ Cale sua boca/Como você pode dizer/
Que faço as coisas da maneira errada? Eu sou Humano e preciso
ser amado/ Como qualquer um".
Essa típica letra
angustiada, torturada, amarga e violenta era o que mais fazia
Morrissey ser incensado, amado de uma maneira que nenhum contemporâneo
seu pudesse ser. Em entrevistas, Morrissey confessa que recebia
cartas de fãs pedindo conselhos, ajuda e que as respondia
religiosamente todos os dias com todo cuidado, para não
decepcioná-los.
Além disso, alegava
não ter amigos no mundo musical ("meus amigos são
apenas os Smiths", repetia) e pregava um total celibato e
castidade ("não acredito em relacionamentos, as pessoas
são muito cruéis"). Além de mostrar
uma incrível raiva guardada por anos e anos de sofrimento
espiritual. Morrissey fazia do grupo sua voz contra tudo o que
odiava, desprezava e amava.
Já para Johnny Marr,
o fato de Morrissey ser polêmico e tão profundo em
suas letras nada mais representava do que a chance de estar em
um grupo que tinha algo a dizer. "Morrissey é uma
pessoa que incomoda pelas suas posições sobre sexo,
religião, governo, mas é muito fácil trabalhar
com ele e por isso lançamos várias músicas.
Eu não consigo ficar mais do que três dias sem escrever
algo e muitas vezes faço em menos de cinco minutos, é
algo natural. Eu me disciplinei para isso e por essa razão
não me considero prolífico. Acho ridículo
ver esses grupos levarem anos para lançarem um álbum
ou música. Se trabalhassem com disciplina e afinco teriam
melhores resultados."
Uma
das famosas gritarias do vocalista foi contra o projeto engendrado
por Bob Geldof, o Band Aid.
Geldof, líder de
um grupo chamado Boomtown Rats, teve a idéia de combater
a fome na Etiópia, lançado uma canção
chamada "Do They Know It's Christmas?", ao final de
1984. O single, que tinha a participação do U2,
Sting, Paul Weller, Culture Club, Duran Duran, Phil Collins, Paul
Young, entre outros, vendeu mais de três milhões
de cópias e virou um mega-concerto em 1985, chamado Live
Aid, e Geldof chegou a ser cogitado ao Nobel da Paz.
O que mais irritou Morrissey
foi o fato de Geldof não ter olhado para os problemas do
Reino Unido: "eu não vejo problema em apoiar um povo
que necessita de ajuda, mas ver essas imagens na televisão
todo dia me irrita. Por que ele não fez nada para os desempregados
e necessitados daqui? Apenas para adquirir uma projeção
que não teve com seu grupo e fazer um dinheiro extra?"
Outro
motivo para polêmica foi a declaração que
o cantor deu dias antes do álbum estar nas lojas. No dia
12 de Outubro, o IRA (Exército Republicano Irlandês)
colocara uma bomba no Grand Hotel, em Brighton tentando assassinar
a Primeira-Ministra Britânica Margaret Thatcher.
Ela conseguiu escapar,
apesar de várias pessoas ficarem feridas e Morrissey lamentou
o fato, mas disse estar feliz pelo IRA estar escolhendo melhor
seus alvos. Isso poucos dias antes de realizarem shows em solo
irlandês, com quem ele tinha sido hostil em suas primeiras
apresentações por lá.
O grupo sedimentaria seu
status de banda mais inglesa mais importante com o LP Meat
Is Murder, que contém a canção "Well
I Wonder", que ao lado de "Heaven Knows I'm Miserable
Now" foi a grande responsável pela minha paixão
pelo grupo. Fiquem com duas letras do disco e todos os detalhes.
Até mais!
Heaven Knows I'm
Miserable Now
I was happy in
the haze of a drunken hour
But heaven knows I'm miserable now
I was looking for a job, and then I found a job
And heaven knows I'm miserable now
In my life
Why do I give valuable time
To people who don't care if I live or die ?
Two lovers entwined pass me by
And heaven knows I'm miserable now
I was looking for a job, and then I found a job
And heaven knows I'm miserable now
In my life
Oh, why do I give valuable time
To people who don't care if I live or die ?
What she asked of me at the end of the day
Caligula would have blushed
"You've been in the house too long" she said
And I (naturally) fled
In my life
Why do I smile
At people who I'd much rather kick in the eye ?
I was happy in the haze of a drunken hour
But heaven knows I'm miserable now
"You've been in the house too long" she said
And I (naturally) fled
In my life
Why do I give valuable time
To people who don't care if I live or die ?
How Soon Is Now?
I am the son
And the heir
Of a shyness that is criminally vulgar
I am the son and heir
Of nothing in particular
You shut your mouth
How can you say
I go about things the wrong way ?
I am Human and I need to be loved
Just like everybody else does
I am the son
And the heir
Of a shyness that is criminally vulgar
I am the son and heir
Oh, of nothing in particular
You shut your mouth
How can you say
I go about things the wrong way ?
I am Human and I need to be loved
Just like everybody else does
There's a club, if you'd like to go
You could meet somebody who really loves you
So you go, and you stand on your own
And you leave on your own
And you go home, and you cry
And you want to die
When you say it's gonna happen "now"
Well, when exactly do you mean ?
See I've already waited too long
And all my hope is gone
You shut your mouth
How can you say
I go about things the wrong way ?
I am Human and I need to be loved
Just like everybody else does
Faixas do disco
1 - William, It Was Really
Nothing
2 - What Difference Does It Make? (1)
3 - These Things Take Time (3)
4 - This Charming Man (2)
5 - How Soon Is Now?
6 - Handsome Devil (1)
7 - Hand In Glove
8 - Still Ill (2)
9 - Heaven Knows I'm Miserable Know
10 - This Night Has Opened My Eyes (2)
11 - You've Got Everything Now (3)
12 - Accept Yourself (4)
13 - Girl Afraid
14 - Back To The Old House (2)
15 - Reel Around The Fountain (1)
16 - Please, Please, Please, Let Me Get What I Want
(1) - Tirado do
Programa John Peel Show, da BBC Radio 1, dia 31/05/83
(2) - Tirado do Programa John Peel Show, da BBC Radio 1, dia 21/09/83
(3) - Tirado do Programa David Jensen Show, da BBC Radio 1, dia
04/07/83
(4) - Tirado do Programa David Jensen Show, da BBC Radio 1, dia
05/09/83
Discografia
The Smiths (1984)
Hatful of Hollow (1984)
Meat is Murder (1985)
The Queen is Dead (1986)
The World Won't Listen (1987)
Louder Than Bombs (1987)
"Strangeways, Here We Come" (1987)
"Rank" (1988)
The Best of The Smiths, Vol.1 (1992)
The Best of The Smiths, Vol.2 (1992)
Singles (1995)
The Very Best of The Smiths (2001)
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