81 - The Smiths - Hatful of Hollow

Velho favorito, um dos discos mais importantes e ouvidos em toda minha vida. Não é o preferido dos fãs, mas ao ouvir "Heaven Knows I'm Miserable Now", "How Soon Is Now" e "Reel Around The Fountain", nunca mais me recuperei. Sua origem bizarra - 10 das 16 músicas foram realizadas em programas de rádio - e o fato de várias canções do álbum de estréia estarem aqui com arranjos diferentes o faz soar com um mero caça-níquel. Apesar de um certo caráter mercantilista, "Hatful of Hollow" permanece com um importante marco na carreira da banda, o segundo disco em menos de um ano e a consagração da banda independente mais importante da história, superando nomes como Joy Division, New Order, Cocteau Twins, entre outros. E além de tudo isso, a música - implacável, perfeita, angustiada - foi um perfeito complemento de uma geração perdida e que fez dos Smiths um dos mais importantes porta-vozes contemporâneos, comparáveis a Lennon & McCartney e Jones & Strummer. Quem ouviu e viveu esse período sabe: depois deles, nada mais soou da mesma forma.


Ele foi o primeiro disco da banda a sair no Brasil, precedido pelo single "The Boy With The Thorn In His Side", que, aliás, não fazia parte desse LP. Mas o primeiro contato que tive com eles foi através de um flexi-disc na revista Bizz com a canção "Still Ill" e que, na primeira audição, não curti muito. Quando minha mãe viajou para São Paulo em algum mês de 1986, pedi para que me trouxesse alguns discos. Foi dessa maneira meio sem graça que conheci o álbum. Sem graça porque quando os pais dão discos para os rebentos fica aquela coisa meio "ué, mas cadê a atitude, a rebeldia?", esquecendo que o dinheiro sempre saía do bolso deles, indiretamente. Mas era o primeiro ano da minha coleção e ele foi o item número 12 da minha saudosa lista feita em caderno com caneta de duas cores (azul para o nome da banda e verde para o nome dos álbuns) e um dos grandes amores musicais até hoje. Eu era o típico fã de Morrissey: fechado, irritado, tímido, que não saía de casa, lia tudo que podia e desprezava tudo e todos à minha volta. Pelo menos era uma grande banda e mesmo quando ouço pela milésima vez o início de "Heaven Knows I'm Miserable Now" preciso fechar os olhos, aumentar o volume e não ter contato com o mundo exterior. Sim, velhos prazeres nunca nos abandonam por mais que você mude ou "amadureça", como manda a maldita regra da vida. Mas nem sempre foi assim...

Steven & Maher

O adolescente Steven Morrissey já tinha seu passado musical muito antes dos Smiths. Ele havia integrado a banda punk Nosebleeds, de seu amigo Vini Reilly, futuro líder do Durutti Column e que tocou anos depois nos primeiros discos-solos do cantor. Além dos dois, outra figura histórica entrara na banda, um garoto de cabelo loiro e com uma pegada genial na guitarra: Billy Duffy, futuro membro do The Cult.

Após passar pela banda, Morrissey sumiu por algum tempo de cena. Em uma bela tarde de 1982, o adolescente Johnny Maher resolveu convidar o então difícil Stephen para formarem uma banda. Maher tinha gostado de umas letras que ele havia escrito à época do Nosebleeds e que Billy guardara consigo. Alertado por Duffy, Johnny sabia que precisaria de muita paciência e tato para fazer a amizade com o letrista. O recurso usado foi se aproximar de um amigo em comum de Steven, Stephen Promfet e convida-lo para ser o guitarrista-base do grupo (Johnny seria o guitarrista principal). Promfet começou então a sondar Steven falando do jovem músico e conseguiu convence-lo a marcarem um encontro. Foram para a casa do letrista e Johnny ficou aliviado ao ver várias fotos de Elvis Presley e James Dean pois gostava do rock dos anos 50. Stephen pediu para que Morrissey mostrasse sua coleção de discos e imediatamente os dois novos parceiros começaram a conversarem animadamente, a ponto de Promfit perceber que era carta fora do baralho. A oportunidade de conversar com alguém sobre música fez o jovem Morrissey desatar a falar sem parar. Enquanto explicava suas idéias, Johnny começava a planejar o grupo e a selecionar mentalmente os outros integrantes. Steven mostrou então algumas letras escondidas, entre elas "Suffer Little Children", que mais tarde entraria no primeiro álbum dos Smiths.

Após meses conversando e compondo juntos, resolveram gravar uma demo no estúdio Decibel em que Dale, um engenheiro do local trabalhava. Ao entrarem no local Johnny percebeu que precisaria de alguém extra para cuidar da parte rítmica das canções. Como não havia outra pessoa, Dale empunhou um baixo. Ao final da gravação, um apreensivo Johnny quis ouvir como tinha ficado a gravação. Seus temores desapareceram ao ouvir e descobri que Steven não era apenas um excelente letrista, mas um grande cantor também.

Com a fitinha, lá foi Johnny chamar amigos para entrar no grupo. O primeiro convidado foi o baterista Simon Wolstencroft (que depois tocaria no The Fall). Simon até topou em gravar outra versão da canção, mas não quis juntar-se aos dois, principalmente ao conhecer Morrissey. "Ele era velho e não gostei de sua aparência". Mesmo assim, disse que se precisassem de um músico ocasional para alguns shows estaria disponível. Simon queria ser integrante de algum grupo que tocasse música negra, e junto ao companheiro Andy Rourke estavam acompanhando um cantor negro de Stockport.

A rotina para escolherem integrantes continuava, mas nesse meio tempo surgiu o nome Smiths. O nome estava junto a dois outros: Smithdom e Smiths' Family.

A idéia era criar um nome simples, longe da grande eloqüência de coisas do tipo Orchestral Manoeuvres in the Dark (que depois viraram apenas OMD) e Blue Rondo A La Turk (um standard do jazz moderno). Segundo Marr (ou o Maher da época) era um nome bom, sintético e básico como o som que pretendiam fazer. Vira-e-mexe acabaram optando por Mike Joyce e Andy Rourke, um amigo de Johnny desde a infância.


Mike Joyce, Johnny Marr, Morrissey e Andy RourkeMike tocava numa banda chamada The Hoax e acabou entrando após vários convites. O baterista ficou entusiasmado com as primeiras composições da dupla, mesmo com pouco requinte. Com a banda fixada com os quatros integrantes começaram a ensaiar e procurar uma gravadora. Maher resolveu mudar o nome para Marr e começaram a conquistar um público fiel em apresentações.

Morrissey demonstrava uma grande timidez em palco e costumava colocar um buquê de flores na parte traseira de sua calça. Enquanto procuravam uma casa, Marr e Morrissey tinham apenas uma certeza: não assinariam com a Factory, lendário selo local e que tinha lançado Joy Division, New Order, Durutti Column, entre outros. A razão era prosaica: os dois acreditavam que a Factory tinha ficado datada e criado uma imagem que não combinava com a qual desejavam para os Smiths. Ou nas palavras de Morrissey: "depois do fim do Joy Division da forma que aconteceu, todas as bandas de lá traziam aquela aura trágica que não me agradava. Eu não tinha o menor interesse de ver os Smiths como um grupo secundário em um selo e por isso nem quis saber deles."

A escolhida acabou sendo a Rough Trade, um selo menor e ainda desconhecido e que era casa de suas bandas novas badaladas, Aztec Camera e Scritti Politti. Um outro fator pesou na decisão. A gravadora dava total liberdade criativa para o grupo fazer o que quiser. Uma das primeiras (e que depois seria motivo de briga entre os dois lados) é que por maior que fosse o sucesso, eles não fariam vídeos promocionais. A Rough Trade aceitou no início, já que não esperavam um sucesso grande dos Smiths.

No dia 4 de Fevereiro de 1983, o grupo tocou no clube Haçienda, de Tony Wilson, ironicamente o dono da Factory. Após o show fizeram outra apresentação no Rafter's como banda suporte para uma lenda: Richard Hell. Em Maio é lançado o primeiro compacto da banda contendo "Hand in Glove" no Lado A e "Handsome Devil", no Lado B. Apesar de não entrar na parada de sucessos, a banda chamou grande atenção da crítica pelos vocais e pela guitarra e mais ainda pelas letras.

Em "Handsome Devil", Morrissey diz um intrigante verso e que começou a associa-lo ao homossexualismo. O trecho é: "deixe-me colocar minhas mãos em suas glândulas mamárias/deixe-me colocar sua cabeça em minha cama de casal". Além disso, os Smiths começaram a chamar atenção por um detalhe interessante: as capas de discos e compactos. Ao invés de colocarem fotos dos integrantes, era sempre escolhido homens ou mulheres em fotos tiradas nos anos 50 ou 60, todas devidamente elaboradas por Morrissey. A capa de seu primeiro compacto trazia um jovem em pé, nu, mas de lado, sem revelar a parte frontal. Vale dizer que a banda foi criticada por insinuações de pedofilia na letra. Era muita lenha para a imprensa.

Mas o sucesso foi inevitável com o segundo compacto lançado em Novembro do mesmo ano: "This Charming Man"/ "Jeane". Ele alcançou a 25ª posição e mais uma vez o homossexualismo dúbio de Morrissey chamava a atenção, ainda que o vocalista não assumisse posição nenhuma, mesmo sem negar.

Morrissey começa a explicar o conceito estético, visual e sonoro do grupo e confessa que um dos seus grandes ídolos era a escritora Shelagh Delaney, autora de A Taste of Honey, livro que conta a história de uma garota branca que fica grávida de um marinheiro negro e vai morar com um amigo homossexual.

O livro virou uma peça de teatro, e um filme e recebeu vários prêmios. Ela fez parte de uma tendência chamada "angry generation" e que marcou profundamente a Inglaterra na década de 60.

O começo do sucesso

Com "This Charming Man" veio a primeira briga com a gravadora, que autorizou uma versão remix da música para as rádios. O fato irritou profundamente Morrissey, que afirmou ser uma traição da gravadora contra o grupo, já que sua visão artística não enquadrava esses modismos. "Um compacto dos Smiths jamais terá uma versão remix nossa, porque esse tipo de coisa é nojenta e desprezível com os fãs e conosco."

Em Janeiro de 1984, lançam o terceiro compacto, "What Difference Does It Make?"/ Back To The Old House, que alcança a 12ª posição e no mês seguinte The Smiths, o tão aguardado disco de estréia chega às lojas.


capa do disco de estréiaA um custo de 20 mil libras (alto para uma gravadora independente), o disco foi elogiado e avidamente consumido, chegando ao segundo posto da parada britânica de LPs. As letras atormentadas de Morrissey e a guitarra simples de Marr tornaram-se a coqueluche do país. Marr estava exultante com o lançamento: "sempre sonhei em fazer um disco e fiquei feliz de realizar meu sonho, principalmente com as canções incluídas nesse trabalho. Elas não poderiam ser melhores."

Na capa, mais uma vez, um modelo masculino. O escolhido desta vez foi o ator Joe Dallessandro em uma cena do filme underground Flesh do cineasta norte-americano Paul Morrissey, antigo colaborador de Andy Warhol na Factory nova-iorquina (tanto Paul como a Factory nada tem a ver com o vocalista e com o selo de Manchester).

No filme, Dallessandro interpreta um garoto que se prostitui e a foto do disco mostra uma cena em que está com um cliente em um dormitório. Mais uma vez a insistência de Morrissey pelo tema e sua não-aceitação em definir o sexo como apenas um "mundo de homens e mulheres" chama tanta atenção quanto a música.

O disco de estréia, porém, traz uma interessante história: no verão de 1983, o grupo passou algum tempo trancando em um porão de um estúdio em Wapping, com Troy Tate, ex-guitarrista do Teadrop Explodes. Sendo grande fã do grupo, Morrissey ficou entusiasmado e a banda gravou as seguintes canções: "The Hand That Rocks the Cradle", "You've Got Everything Now", "These Things Take Time", "What Difference Does It Make?", "Hand in Glove", "Handsome Devil", "Accept Youself", "I Don't Owe You Anything", "Reel Around the Fountain", "Wonderful Woman", "Jeane", "Suffer Little Children", "Pretty Girls Make Graves" e "Miserable Lie". O disco tinha o provisório título de The Hand That Rocks The Cradle.

capa do bootleg The Troy Tate SessionsMuitos se falou sobre a razão desse disco jamais ter sido lançado. Johnny disse que quando ouviram as gravações não ficaram satisfeitos com o resultado. Mike Joyce disse que elas estavam distantes do que podiam fazer, embora tenha mudado de opinião tempos depois, dizendo que elas estavam melhores do que as versões que entraram no disco de estréia. Por causa disso, o grupo decidiu postergar o lançamento do disco de estréia.

Foi quando apareceu John Porter na jogada que aceitou 500 libras de Geoff Travis para trabalhar. Porter disse que não ficou animado com o que ouviu pela primeira vez. "Eles eram bons ao vivo, mas verde demais em estúdio e achei as canções bem toscas e por isso disse que deveríamos regravar aquelas músicas."

Apesar das fitas terem sido descartadas, anos depois viraram um importante bootleg com o nome The Troy Tate Sessions. Quem ouve sabe que a qualidade das canções eram boas e que nunca se soube ao certo porque o grupo dispensou Tate da missão.

Com a fama e dinheiro, Morrissey mudou-se para Londres e passou a viver perto de uma cantora que amava desde menino: Sandie Shaw. Ela estava parada há vários anos, mas Morrissey sonhava em vê-la cantar uma de suas composições.

Sandie conta que ele começou a procura-la até que ela aceitou recebe-lo na sua casa. "Ele veio extremamente nervoso e o achei meio tenso e estranho. Queria que eu cantasse "I Don't Owe You Anything", mas não gostei. Então me mostrou "Hand In Glove" e achei mais parecida comigo."

No dia 12 de Março, Shaw apareceu de surpresa em um show do grupo no Hammersmith Palais e cantou "Hand In Glove" e no dia 25 de Abril apareceu com a banda no programa Top Of the Pops cantando a música com o grupo.

capa do compacto Haven Knows I'm Miserable NowSandie fez então uma "homenagem" a Morrissey, cantando deitada no chão, imitando os trejeitos do vocalista que só observava, deliciado.

Sandie acabou gravando um compacto com a música, acompanhado pela banda e lançado pela Rough Trade. Na capa, a atriz Rita Tushingham, que imortalizou a personagem Jo, de A Taste of Honey no cinema.

O próximo compacto da banda, em Maio, foi Heaven Knows I'm Miserable Now, uma canção que Morrissey adaptou a letra de uma antiga música dos anos sessenta, "Heaven Knows I'm Missing Him Now".

O que ele fez foi dar uma visão pessoal e criar uma nova melodia. Foi a primeira música da banda a ser Top 10, reforçando o culto já desenfreado. O lado B tinha "Suffer Little Children".

capa do compacto William, It Was Really NothingEm Agosto, William, It Was Really Nothing/ Please, Please, Please, Let Me Get What I Want era o mais novo objeto de adoração dos fãs.

A banda entra em estúdio para começar a graver o próximo disco que seria Meat Is Murder, até que a Rough Trade resolva capitalizar nesse meio-tempo com Hatful of Hollow.

O mote para o LP foi aproveitar as gravações feitas nos programas dos radialistas John Peel e David Jensen na Radio 1 da BBC. Dez das 16 composições foram concebidas desta forma (veja as datas de transmissão abaixo), além de músicas só lançadas em compactos e canções inéditas.

Apesar do sucesso da empreitada, alguns acusaram a gravadora e a banda de oportunismo, o que Morrissey veementemente discordou: "é um bom lançamento, já que várias pessoas me escrevem pedindo para que fizéssemos uma coletânea de nossas apresentações em rádio e reunião dos compactos. Não sei o motivo de tanta gritaria."

capa de Hatful of HollowA verdade é que o disco é um apanhado e o final da primeira fase dos Smiths. Músicas mais leves, simples, curtas, típicas pop-songs.

Além de "Heaven Knows I'm Miserable Now", talvez o maior destaque seja "How Soon Is Now?", em que um belo solo de guitarra no início e uma letra torturada que dizia: "Eu sou o filho/e o herdeiro/ de uma timidez criminosamente vulgar/Eu sou o filho e o herdeiro/ de nada em particular/ Cale sua boca/Como você pode dizer/ Que faço as coisas da maneira errada? Eu sou Humano e preciso ser amado/ Como qualquer um".

Essa típica letra angustiada, torturada, amarga e violenta era o que mais fazia Morrissey ser incensado, amado de uma maneira que nenhum contemporâneo seu pudesse ser. Em entrevistas, Morrissey confessa que recebia cartas de fãs pedindo conselhos, ajuda e que as respondia religiosamente todos os dias com todo cuidado, para não decepcioná-los.

Além disso, alegava não ter amigos no mundo musical ("meus amigos são apenas os Smiths", repetia) e pregava um total celibato e castidade ("não acredito em relacionamentos, as pessoas são muito cruéis"). Além de mostrar uma incrível raiva guardada por anos e anos de sofrimento espiritual. Morrissey fazia do grupo sua voz contra tudo o que odiava, desprezava e amava.

Já para Johnny Marr, o fato de Morrissey ser polêmico e tão profundo em suas letras nada mais representava do que a chance de estar em um grupo que tinha algo a dizer. "Morrissey é uma pessoa que incomoda pelas suas posições sobre sexo, religião, governo, mas é muito fácil trabalhar com ele e por isso lançamos várias músicas. Eu não consigo ficar mais do que três dias sem escrever algo e muitas vezes faço em menos de cinco minutos, é algo natural. Eu me disciplinei para isso e por essa razão não me considero prolífico. Acho ridículo ver esses grupos levarem anos para lançarem um álbum ou música. Se trabalhassem com disciplina e afinco teriam melhores resultados."

Uma das famosas gritarias do vocalista foi contra o projeto engendrado por Bob Geldof, o Band Aid.

Geldof, líder de um grupo chamado Boomtown Rats, teve a idéia de combater a fome na Etiópia, lançado uma canção chamada "Do They Know It's Christmas?", ao final de 1984. O single, que tinha a participação do U2, Sting, Paul Weller, Culture Club, Duran Duran, Phil Collins, Paul Young, entre outros, vendeu mais de três milhões de cópias e virou um mega-concerto em 1985, chamado Live Aid, e Geldof chegou a ser cogitado ao Nobel da Paz.

O que mais irritou Morrissey foi o fato de Geldof não ter olhado para os problemas do Reino Unido: "eu não vejo problema em apoiar um povo que necessita de ajuda, mas ver essas imagens na televisão todo dia me irrita. Por que ele não fez nada para os desempregados e necessitados daqui? Apenas para adquirir uma projeção que não teve com seu grupo e fazer um dinheiro extra?"

Outro motivo para polêmica foi a declaração que o cantor deu dias antes do álbum estar nas lojas. No dia 12 de Outubro, o IRA (Exército Republicano Irlandês) colocara uma bomba no Grand Hotel, em Brighton tentando assassinar a Primeira-Ministra Britânica Margaret Thatcher.

Ela conseguiu escapar, apesar de várias pessoas ficarem feridas e Morrissey lamentou o fato, mas disse estar feliz pelo IRA estar escolhendo melhor seus alvos. Isso poucos dias antes de realizarem shows em solo irlandês, com quem ele tinha sido hostil em suas primeiras apresentações por lá.

O grupo sedimentaria seu status de banda mais inglesa mais importante com o LP Meat Is Murder, que contém a canção "Well I Wonder", que ao lado de "Heaven Knows I'm Miserable Now" foi a grande responsável pela minha paixão pelo grupo. Fiquem com duas letras do disco e todos os detalhes. Até mais!

Heaven Knows I'm Miserable Now

I was happy in the haze of a drunken hour
But heaven knows I'm miserable now
I was looking for a job, and then I found a job
And heaven knows I'm miserable now
In my life
Why do I give valuable time
To people who don't care if I live or die ?
Two lovers entwined pass me by
And heaven knows I'm miserable now
I was looking for a job, and then I found a job
And heaven knows I'm miserable now
In my life
Oh, why do I give valuable time
To people who don't care if I live or die ?
What she asked of me at the end of the day
Caligula would have blushed
"You've been in the house too long" she said
And I (naturally) fled
In my life
Why do I smile
At people who I'd much rather kick in the eye ?
I was happy in the haze of a drunken hour
But heaven knows I'm miserable now
"You've been in the house too long" she said
And I (naturally) fled
In my life
Why do I give valuable time
To people who don't care if I live or die ?

How Soon Is Now?

I am the son
And the heir
Of a shyness that is criminally vulgar
I am the son and heir
Of nothing in particular
You shut your mouth
How can you say
I go about things the wrong way ?
I am Human and I need to be loved
Just like everybody else does
I am the son
And the heir
Of a shyness that is criminally vulgar
I am the son and heir
Oh, of nothing in particular
You shut your mouth
How can you say
I go about things the wrong way ?
I am Human and I need to be loved
Just like everybody else does
There's a club, if you'd like to go
You could meet somebody who really loves you
So you go, and you stand on your own
And you leave on your own
And you go home, and you cry
And you want to die
When you say it's gonna happen "now"
Well, when exactly do you mean ?
See I've already waited too long
And all my hope is gone
You shut your mouth
How can you say
I go about things the wrong way ?
I am Human and I need to be loved
Just like everybody else does


Faixas do disco

1 - William, It Was Really Nothing
2 - What Difference Does It Make? (1)
3 - These Things Take Time (3)
4 - This Charming Man (2)
5 - How Soon Is Now?
6 - Handsome Devil (1)
7 - Hand In Glove
8 - Still Ill (2)
9 - Heaven Knows I'm Miserable Know
10 - This Night Has Opened My Eyes (2)
11 - You've Got Everything Now (3)
12 - Accept Yourself (4)
13 - Girl Afraid
14 - Back To The Old House (2)
15 - Reel Around The Fountain (1)
16 - Please, Please, Please, Let Me Get What I Want

(1) - Tirado do Programa John Peel Show, da BBC Radio 1, dia 31/05/83
(2) - Tirado do Programa John Peel Show, da BBC Radio 1, dia 21/09/83
(3) - Tirado do Programa David Jensen Show, da BBC Radio 1, dia 04/07/83
(4) - Tirado do Programa David Jensen Show, da BBC Radio 1, dia 05/09/83

Discografia

The Smiths (1984)
Hatful of Hollow (1984)
Meat is Murder (1985)
The Queen is Dead (1986)
The World Won't Listen (1987)
Louder Than Bombs (1987)
"Strangeways, Here We Come" (1987)
"Rank" (1988)
The Best of The Smiths, Vol.1 (1992)
The Best of The Smiths, Vol.2 (1992)
Singles (1995)
The Very Best of The Smiths (2001)





 

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