No começo
da década de 80, a loja Baratos Afins deu uma grande força
às bandas independentes ao montar o selo de mesmo nome.
Se as bandas não venderam muito, ao menos foram importantes
para abrir espaços para muita gente talentosa. Uma dessas
bandas - que teve apenas um LP gravado - foi o Voluntários.
Liderado pelo guitarrista Miguel Barella, o Voluntários
teve em sua formação Guilherme Isnard (depois vocalista
do Zero), Thomas Pappon (Fellini e Smack), Nasi (Nazi, à
época) e Ricardo Gaspa (ambos, futuros integrantes do Ira!).
Com uma sonoridade mais definida e mais trabalhada que os demais
grupos do selo, o Voluntários da Pátria deixou um
belo registro e que merece ser resgatado.
(Primeira formação
dos Voluntários: da esquerda para a direita: MinhoK, Guilherme
Isnard, Miguel Barella e Thomas Pappon. Faltou o baixista Maurício,
futuro integrante do Ultraje a Rigor. Crédito da foto:
Luís Crispino.)
Para contar a história
do grupo, entrevistei três integrantes da banda: os guitarristas
Miguel Barella, Giuseppe Frippi e o baterista Thomas Pappon. Eles
falaram da vida, das gravações e das diversas formações
do grupo. As fotos que ilustram a matéria foram todas retiradas
do site sacimusic,
de Miguel Barella, com os devidos créditos.
Após a explosões
do punk e da new wave no mundo, que mostrou que qualquer jovem
poderia formar uma banda, muitos sonhavam em formar uma banda.
E como qualquer outro grupo, nasceu os Voluntários da Pátria.
O
grupo nasceu em 1982, após um encontro entre o guitarrista
Miguel Barella (foto, em instantâneo de Jac Leirner)
e o baterista Thomas Pappon.
Miguel, paulistano da capital,
tinha crescido como qualquer garoto da sua idade, ouvindo Beatles,
Rolling Stones, Jovem Guarda e foi, aos poucos, se aproximando
mais dos progressivos ingleses e o jazz rock feito por Miles Davis,
Mahavishnu, Chick Corea e pelo grupos do selo ECM.
Miguel Barella já
havia tocado no Agentss, de Kodiak
Bachine, que durou pouco, mas deixou um interessante legado: "O
Agentss foi o projeto de 3 cabeças bastante diferentes:
Kodiak, Eduardo (Amarante, futuro integrante do Zero) e eu. Deixamos
um legado pequeno, mas consistente: 2 singles e 5 shows. Foi uma
época interessante em São Paulo. Tínhamos
poucos lugares para tocar, mas pessoas muito antenadas. Até
hoje recebo e-mails de foram pedindo informações,
autorização para remixes etc..."
Assim, após o fim
do Agentss, nascia o Voluntários. Ao longo dos anos, a
banda apresentou três formações:
Formação
1
Guilherme Isnard (vocal)
Miguel Barella (guitarra)
MinhoK (guitarra)
Maurício (baixo)
Thomas Pappon (bateria)
Formação 2
Nazi (vocal)
Miguel Barella (guitarra)
Giuseppe Lenti (guitarra)
Ricardo Gaspa (baixo)
Thomas Pappon (bateria)
Formação 3
Paulo H (vocal)
Miguel Barella (guitarra)
Giuseppe Lenti (guitarra)
AkiraS (baixo)
EdsonX (bateria)
(Segunda
formação dos Voluntários. Em pé; Miguel
Barella e Thomas Pappon. Sentados; Nazi, Ricardo Gaspa e Giuseppe
Frippi. Crédito da foto: J. R Duran.)
O começo foi difícil...
Segundo Thomas Pappon,
a banda surgiu meio que por "acidente": "fundei
os Voluntários com o Miguel Barella, que me ligou do nada
em algum momento no inicio de 1982 perguntando se eu queria tocar
na Gang 90. Ele namorava uma menina que tinha um irmão,
com quem eu tocava numa banda. Essa namorada tinha mencionado
para ele que o irmão tocava com um cara que 'gostava de
new wave', e por isso ele me ligou. Topei, fomos ensaiar com a
Gang 90, mas não durou muito, fui dispensado poucas semanas
depois (aparentemente o Julio Barroso queria a volta do Gigante
Brazil). Mas fiz amizade com o Miguel e ficamos com o plano de
fazer algo juntos. No dia 7 de setembro de 1982 (a data acabou
infleunciando a escolha do nome), fizemos um ensaio. O Miguel
levou o Jacky (R.H. Jackson, baixo) e eu levei o Minho K (Celso
Pucci, guitarra). Foi um barato, assim nasceu a banda.
Barella se lembra bem
do começo: "uma jam com o Jackie o Thomas e eu serviu
para despertar as afinidades musicais entre... o Thomas e eu.
O Thomas foi para a Alemanha e ficou por isso mesmo. Antes do
Thomas ir para a Alemanha ensaiamos com a Gang 90. Nessa época
a Gang ficou reduzidíssima (sairam todos os músicos)
e o Julio pediu que eu apresentasse gente nova. Os ensaios eram
no apartamento da May East, na Praça da República,
com a Sandra no piano Fender, o Thomas na bateria eu na guitarra
e a Claudia Niemayer no baixo. O Julio ficava observando e soltava
uns comentários do tipo: 'toca como o Arto; encarna um
James White', etc. Lembro que o Julio ficou indignado com o Thomas
quando ele falou XTC em vez de EKSTICI.
Por enquanto, ainda
não tinha Voluntários da Pátria nem embrião
da banda. Toquei com Gang 90 no Victoria Club com a Sandra no
piano, Skowa no baixo e Victor Leite na batera. Nessa noite o
Ira abriu para a Gang. A Sandra e eu continuamos a conversar sobre
as possibilidades de uma banda etc... e o ponto em comum era 'Thomas
na batera', mas ele estava na Alemanha tentando uma bolsa para
estudar cinema.
Não sei bem
como, mas um dia a Sandra diz que encontrou o Thomas na rua e
um dia ele, mais MinhoK, estavam fazendo um som no porão.
O Jackie estava lá com o stick mas logo depois voltou para
Nova Iorque. O MinhoK apresentou o riff que acabou virando "Cadê
o Socialismo".
Barella discorda apenas
da origem do nome: "um dia o MinhoK estava divagando sobre
os nomes e disse 'hoje passei pela Rua Voluntários da Pátria'.
Na sequência falei que era um bom nome para o grupo. presentamos
para o Thomas e ele também gostou. Uma sugestão
anterior, dada pelo Thomas, era Gdansk (copiado de Warsaw, primeiro
nome do Joy Division).
Os primeiros tempos
tiveram aquele típico entra-e-sai de membros: "a Sandra
e a Marcinha apareceram em vários ensaios mas a poesia
teutônica das letras do Thomas inibia quem tinha que interpretá-las.
A Sandra já falava em trocar o piano pelo baixo, eu queria
dar uma chance, mas fui voto vencido.
Finalmente apareceu
o primeiro baixista: Rodrigo. O Thomas conhecia ele da USP e eu
porque era irmão de uma antiga namorada. Ele, definitivamente,
não falava o nosso dialeto. A referencia mais próxima
era o Police que tocava no rádio. Mesmo assim insistimos
um pouco. O próximo passo era conseguir um vocalista!
Sábado após
o ensaio, o Thomas, MinhoK e eu marcamos encontro no Rose BomBom.
Era a primeira fase do Rose, montado num lugar que foi a primeira
loja de discos do gênero punk-new-wave que conheci em SP
– fora as Galerias que eram mais genéricas. O dono
da loja era um americano de nome Bob, amigo do Kodiak.
Lá pelas tantas
encontramos o Antonio Bivar, que eu conhecia através do
Julio Barroso e da Gang90, e começamos a conversar... numa
certa altura do papo alguém perguntou se ele gostaria de
cantar na nova banda que se chamava Voluntários da Pátria
etc. O Bivar disse ser muito tímido para cantar, mas não
descartou totalmente o convite.
Alguns dias depois
recebi um telefonama da Paula Lemos dizendo que um amigo dela
tinha encontrado a Monica Figueiredo (e provavelmente o Bivar)
saindo do Rose. Papo vai, papo vem e a Paula disse que ia me ligar
um amigo dela que soube pela Monica Figueiredo que o Voluntários
procurava um vocalista. O nome desse amigo era Guilherme Isnard."
Pronto, o time estava
completo: Isnard, Mauricio, Pappon, MinhoK e eu. Ensaios, ensaios,
ensaios, faíscas. O ar ficava carregado com uma tensão
evidente entre as aspirações do Guilherme e os objetivos
da banda."
(Com Frippi - segurando
o copo - nasce a segunda formação do grupo. Crédito
da foto: Corina Crawford.)
MinhoK acabou saindo e
Giuseppe Frippi acabou assumindo a outra guitarra. Italiano nascido
em Alessandra, região do Piemonte, Giuseppe Lenti viveu
em vários países. Seu pai era um executivo de uma
multinacional e viveu em vários países.
Seu amor à música
cresceu na Argentina:"foi onde dei meus primeiros passos
na guitarra....A cena lá era fervilhante: muitas bandas
de blues e Rock tocavam com frequência e vendo gente como
Pappo, Cláudio Gabis (aqui tocou um certo tempo na banda
do Nei Matogrosso logo depois da separação dos S&M),
Luís Alberto Spinetta, Edelmiro Molinari acabei aprimorando
meu conhecimento do instrumento (fora, obviamente, ouvir muito
Hendrix e Santana, que eram os guitarristas 'internacionais' que
eu mais curtia na época) .... Cheguei no Brasil em 74,
com 16 anos."
Logo que chegou ao Brasil,
conheceu Miguel: "eu tinha formado uma banda com um pessoal
da minha escola que se apresentava nos festivais do Colégio
Objetivo e o Miguel também chegou a tocar nesses eventos.
Começamos a trocar idéias durante as passagens de
som e acabamos ficando muito amigos. Inclusive porque acabei montando
uma nova banda com músicos que ele me apresentou. Tempo
depois ele me convidou a me unir aos Voluntários, já
que o MinhoK (o outro guitarrista) tinha abandonado a banda...
Sua grande paixão
na guitarra, depois de Hendrix, era Robert Fripp, líder
do King Crimson e acabou sendo conhecido como Frippi, com "i"
no final.
Para Pappon, a segunda
era a mais consistente, tanto que gravou o único LP do
grupo: "A primeira era com o Minho K, o Maurício
(do Ultraje) no baixo e o Guilherme Isnard nos vocais. A outra
com o Frippi, o Gaspa e o Nasi. Os nomes falam por si. A vantagem
da segunda é que havia uma trama de guitarras mais definida
e resolvida, o baixo era mais presente. Mas a grande diferença
estava nos cantores. Dois estilos totalmente diferentes. De um
lado, Brian Ferry e do outro - sei lá - Bono, no início
de carreira. New Romantic x Clash. Hoje acho que o Isnard combinava
melhor com o som e a imagem da banda. O Nasi estava por demais
comprometido com o estilo de rebeldia adolescente do Ira!, o que
não combinava muito com os Voluntários - nem com
letras como 'O Homem Que Eu Amo'.
(Nazi em um show
dos Voluntários. Crédito: Simone Lima)
Para
Barella, a grande preocupação sonora da banda era
trabalhar muito os arranjos; de forma interativa e fragmentada.
"Tudo era dividido em partes que se juntavam como quebra
cabeças. Um instrumental forte com resultado 'pop'"
E para que essa concepção desse certo era vital
a presença de Giuseppe Frippi, já que Barella admite
que a primeira formação deixava um pouco a desejar.
"A primeira tinha
o o Guilherme Isnard como vocalista e o MinhoK na outra guitarra;
Thomas na bateria. Estavamos experimentando fórmulas. Não
era muito boa ao vivo. A segunda foi a que gravou o LP, muito
boa ao vivo. O Giuseppe e eu limpamos e consolidamos os arranjos
das guitarras. O Thomas fez o mesmo com a bateria."
Os integrantes traziam
diversas influências sonoras: The
Cure, Gang of Four, Joy Division, League of Gentleman, Bill Nelson,
XTC, King Crimson (especialmente o disco Discipline),
além dos grupos de Nova York, como Television e Talking
Heads.
O único disco editado
do grupo, em 1984, saiu pelas Baratos Afins, com um longo e explicativo
texto na contra-capa:
Grupo
paulista formado em setembro de 1982. Realizou uma série
de shows no ano de 1983. Tocou no Carbono 14, Rose Bom Bom, Lira
Paulistana, Clash, Sesc Pompéia e Napalm (São Paulo),
Noites Cariocas e Circo Voador (Rio de Janeiro).
Os Voluntários
da Pátria não se apresentam ao vivo desde o início
de 1984 (exceção feita ao show pelas Diretas-Já
no Centro Cultural São Paulo). Durante este tempo, o grupo
se dedicou à criação e aperfeiçoamento
de músicas para a composição do grupo desde
o seu surgimento. O objetivo inicial deste trabalho era o de registrar
este material em um LP.
O papel do disco seria
o de reproduzir fielmente os sons produzidos pelo grupo. A “fidelidade”
em questão se refere ao som produzido ao vivo pelos Voluntários
da Pátria, com os timbres de seus instrumentos equalizados
de acordo com sua própria concepção estética.
E o primeiro passo na tentativa de ir de encontro a este critério,
foi de abandonar toda e qualquer perspectiva de lançar
o LP por uma gravadora. Tinha-se descoberto que as gravadoras
são incapazes de reconhecer e avaliar trabalhos que fogem
dos padrões derivados de modismos passageiros. Não
existe interesse nem iniciativa no sentido de se fazer um investimento
a longo prazo, dirigido a um novo mercado, um mercado sólido
sustentado por uma base real: a relação do consumidor
criterioso com a música criteriosa, ou seja, uma relação
onde os envolvidos partem para a discussão sobre determinado
trabalho, situando-o em determinado contexto e resguardando ou
não seu papel histórico de obra de arte. Tinha-se
descoberto também, que os produtores de disco daqui são
incapazes de situar qualquer tipo de música feita por jovens,
em outro universo que não seja o das FMs e AMs comerciais.
Isto revela sua desinformação: ignoram, entre outras
coisa, o movimento punk, um movimento que praticamente alterou
o comportamento do mercado fonográfico a nível mundial,
além de ter influenciado toda uma geração
de músicos e ouvintes.
Os Voluntários
da Pátria partiram então para a auto-produção,
contando com a ajuda mecência de Luiz Carlos Calanca (Baratos
Afins Records). O resultado é um LP com oito faixas instigantes,
três das quais censuradas. São oito faixas onde prevalece
a originalidade da integração letra/música/arranjo
(os Mutantes faziam isso com classe). O LP, situado no marasmo
da MPB, merece ser tratado seriamente. O disco foi gravado em
julho/84 no Mosh Studio (16 canais), São Paulo, e lançado
pelo selo Baratos Afins Discos.
Os Voluntários
da Pátria são: Miguel Barella (guitarra, guitarra
sintetizada), Giuseppe Frippii (guitarra, guitarra sintetizada),
R. Gaspa (baixo), Nazi (vozes) e Thomas Pappon (bateria e vozes
de fundo).
Ao ser editado em LP, trazia
oito músicas:
Lado A
01. O Homem que eu Amo
02. Iô Iô
03. Um, Dois, Três, Eu te amo
04. Nazi Über Alles
Lado B
01. Marchas
02. Verdades e Mentiras
03. Cadê o Socialismo
04. Terra Devastada
O disco foi
editado em CD, com sete faixas bônus, todas ao vivo:
09. Resistência Afegã
10. Iô Iô
11. Verdades e Mentiras
12. Um, Dois, Três, Eu te amo
13. Cadê o Socialismo
14. Fúria Brasileira
15. Marcha
O relançamento em
CD, aliás, teve um show comemorativo, em janeiro de 1990
no Aeroanta. A formação para essa apresentação
foi: Nazi, Miguel, Giuseppe, Gaspa e Kuki na bateria.
(Foto da banda
em 1984 à época da gravação: da esquerda
para a direita: Nazi, Thomas, Frippi, Barella e Gaspa. Crédito:
Arquivo Pessoal de Miguel Barella.)
Segundo
Miguel, "fomos para o melhor estúdio que podíamos
pagar (o Mosh) e tudo correu sem surpresas. Os técnicos
de som não tinham e menor idéia como conseguir a
sonoridade que buscávamos, mas o resultado final ficou
razoável."
Thomas conta que eles
não tinham a menor expectativa em ver o disco lançado:
"a gravação dos Voluntários foi
em maio/junho de 84 Nós bancamos as gravações
e o (Luiz) Calanca só decidiu lançar algumas semanas
depois do trabalho pronto, ou seja, ninguém sabia (enquanto
estávamos gravando) sequer se o disco seria lançado.
Naquela época as bandas nao tinham firmeza nem dinheiro
e peito para fazer tudo sozinho até o fim. Ainda bem que
existia a Baratos Afins."
Frippi se lembra de
uma história divertida: !o Nasi quebrou o queixo pouco
antes de gravar as vozes num acidente de carro e tivemos que esperar
que ficasse "bom" para completar o processo (que - evidentemente
- ficou certo tempo em standby...)."
No entanto, o Voluntários
era uma banda sem grande preocupação comercial.
"Era um veículo de expressão. Jamais pensamos
em um grande selo", garante Barella. Frippi, no entanto,
gostaria de ter tido uma chance "desde que este não
quisesse modificar o conceito estético da banda."
Por isso mesmo, as apresentações
eram poucas: "Eu e o Giuseppe tinhamos empregos fixos,
então os ensaios eram à noite ou no fim de semana.
Shows só no fim de semana". Thomas recorda desses
ensaios: "eram em Indianópolis, longe pacas da
minha casa."
As dificuldades em se apresentar
e sem grandes perspectivas foram a deixa para que Thomas saísse
do grupo, afinal ele já integrava o Fellini e o Smack.
"Foi exatamente por isso (estar em três grupos
ao mesmo tempo) que acabei saindo da banda. Não dava para
tocar em três bandas, tive que deixar uma delas. Optei por
sair dos Voluntários. Os Voluntários eram algo novo
na época. O pessoal gostava, os músicos eram bons.
Mas a opção de sair não foi difícil
de tomar. O Smack era uma superbanda, a gente fazia um puta som,
rolava uma química muito forte ali. O Fellini eu amava,
sabia que a gente tava fazendo algo muito legal."
(Última
formação dos Voluntários: em pé, da
esquerda para a direita: o vocalista Paulo Horácio, o baterista
Edson X, o baixista Akira S e Giuseppe Frippi. Sentado: Miguel
Barella. Crédito da foto: Ruy Mendes.)
O grupo ainda resistiu
com uma terceira formação, mas durou apenas até
fevereiro de 1986, quando fizeram o último show, para o
programa Mixto Quente, da Rede Globo. Após
isso, Miguel e Giuseppe fizeram dois discos sob o nome de Alvos
Móveis - Alvos Móveis e
Slow Link.
Barella nunca deixou a
música de lado: "Nunca parei
de tocar. Desde 2000 estou envolvido com improvisação.
Tenho um trio que chama LCD e o duo Rohrer-Barella. Gravamos várias
coisas que foram lançadas fora do Brasil, tocamos no LEM,
em Barcelona. Em 2010, toquei em Shanghai com músicos chineses..."
Barella se diz "apaixonado e completamente absorvido, no
momento" por Kaki King.
Frippi recentemente lançou
um disco solo pela Voiceprint, Desert Wind. Thomas
passou pelo Fellini, com vários discos, Smack e The Gilbertos.
Nazi e Gaspa ficaram famosos com o Ira! Akira S liderou o combo
Akira S e as Garotas que Erraram. Guilherme Isnard foi vocalista
do Zero.
As perspectivas de se reunirem
são poucas e não animam muito, afinal anda muito
difcíl tocar ao vivo. Ou nas próprias palavras de
Pappon: "tudo continua tosco e dificil para bandas independentes.
Mas hoje é pior, porque me parece que não há
mais interesse em rock. Na época, pelo menos, todo mundo
tinha curiosidade, e a imprensa e as radios davam uma puta força."
Espero que tenham gostado.
Um abraço e até a próxima coluna.
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