Oscar-Claude Monet, nasceu em Paris, em 1840, mas todas as impressões de sua infância e adolescente estão ligadas a Le Havre, cidade onde passou a morar com apenas 5 anos. Em sua juventude pintou caricaturas e nesta época conheceu o pintor Eugene Boudin, que vendo alguns de seus desenhos o encorajou a pintar ao ar livre, método não muito comum numa época de pintores de ateliê. Entusiasmado com a idéia de ser pintor, foi estudar em Paris, onde encontrou Pissaro, Renoir e Cézanne, entre outros.
Foi muito influenciado por Manet e pelo japonismo. Começou então a criar um jardim de inspiração japonesa em sua casa e também a pintar quadros com o mesmo motivo, visto em diferentes horas do dia com diferentes luzes, como “Montes de Feno”, “Álamos”, “A Catedral de Rouen”, “O Tâmisa” e o mais famoso de todos, “Nenúfares”. Depois de 1916, pintou uma série de “Nenúfares” para o Estado. Estas telas enormes com lagos de cores imprecisas, são consideradas por muitos o ponto de partida da arte abstrata ou como as últimas obras impressionistas. Monet, considerado uma das mais importantes figuras do impressionismo, mesmo já velho e com a vista muito enfraquecida, empenhava-se em pintar o que via num determinado momento, captando uma luz particular e as variáveis da cor que essa luz produzia, sem se preocupar com a representação convencional da forma dos objetos.
Um dos fundadores do Impressionismo, Claude Monet é considerado uma das principais figuras da história da pintura. Dedicou-se em especial à pintura de paisagens. Sempre pesquisou por conta própria, aprendendo com a observação. Um quadro típico de seu periodo mais antigo é o Terrace at Le Havre (1866-Metropolitan Museum). Mais tarde, dedicou-se a pintar as transformações da luz e da atmosfera causadas pelas mudanças de hora e de estações, usando a própria observação das leis de óptica.
De sua paleta, foram eliminados o negro e o cinza, decompondo a luz em suas múltiplas cores, assim como faz um prisma, e pintando seguidamente temas como o feno, a Catedral de Rouen e a grande série lírica representada pelos lírios d’água (1899-1904), em seu jardim em Giverny.
Monet reencontra Boudin, Jongkind, com quem trabalha no Havre, antes de entrar para o ateliê de Gleyre em París, em 1868, onde se liga com Renoir, Sisley e Bazille.
A busca da luminosidade
O primeiro sucesso é encontrado no Salão de 1865. Ele, então, empreende a execução de Déjeneur sur l’Herbe (Almoço sobre a relva), em homenagem a Manet e pinta ao ar livre (1865-1866). Nessa época, a arte de Monet se caracteriza por uma indiferença evidente ao tema, à novidade (La Pie, 1869-1870, Paris, Museu d’Orsay) e até, em certa medida, à própria composição. O que lhe interessa no espetáculo da natureza são os ritmos cromáticos que o animam, as relações primordiais que unem os elementos em um movimento perpétuo. Influenciado pelos quadros de Barbizon, nos quais aprecia as paisagens e o senso de luminosidade, ele o ultrapassa em breve, assimilando uma dimensão verdadeiramente cósmica.
Os estudo de Monet entretanto foram interrompidos pelo serviço militar em Algéria entre os anos de 1860 a 1862. Em 1862 ele entrou no estúdio de Charles Gleyre em Paris e conheceu vários artistas como Auguste Renoir, Alfred Sisley, e Frédéric Bazille. Durante os anos de 1863 e 1864 ele trabalhou periodicamente no bosque em Fontainebleau com os artistas Théodore Rousseau, Jean François Millet e Daubigny. Em PAris no ano de 1869 passou a frequentar o Café Guerbois, onde conheceu Édouard Manet
Com a eclosão da guerra Franco-Prussiana em 1870, Monet foi trabalhar em London, onde conheceu o aventureiro e simpático negociante Paul Durand-Ruel. No ano seguinte Monet e sua esposa, Camille, com a qual havia se casado em 1870, estabeleceram-se em Argenteuil, onde estabeleceram uma residência semi-fixa (ele continuaria a viajar periodicamente com sua esposa) pelos próximos seis anos.
As constantes viagens de Monet durante este período estavam relacionadas com sua ambição artística. O fenômeno da luz natural, atmosfera e calor cativaram a sua imaginação, e ele buscava registrar de forma fiel toda essa encantadora variedade.
Aos poucos ia desenvolvendo uma aguçada percepção acerca das variedades de matizes e subtons das cores das paisagens. Paul Cézanne ichegou a afirmar que considerava que Monet possuia um olhar prodigioso para captar a essência daquilo que pintava.
Relativamente poucas de suas telas da década de 1860 sobreviveram. Durante esta década e a de 1870 também, Monet sofreu dificuldades finaceiras extremas e frequentemente destuía seus próprios trabalhos antes que eles fossem arrancados pelos credores.
Um surpreendente exemplo de seu estilo inicial é a obra Terrace at Sainte-Adresse (1867). A pintura painting possui um brilhante raio de luz, cores naturais. Aos poucos, foi abandonando as tonalidades escuras e tenebrosas de suas primeiras obras e adotou uma paleta de cores frias e ao mesmo tempo transparentes.
Fundamentado-se nos pressentimentos tumultuosos de Delacroix e pela conversão moderada que caracteriza a pintura de Corot, de Millet, a revolução que Monet realiza tem como objetivo libertar a pintura ocidental do jugo da forma, descobrindo formidáveis fontes de energia e exprimindo as forças e as tensões do universo. Quando apresentado ao marchand Durand-Ruel, em Londres, em 1871, este fará o seguinte comentário: “Aqui está um homem que será mais forte que todos nós.”
O líder do Impressionismo
Em 1874, Monet participa de uma exposição de grupo com o fotógrafo Nadar, mostrando uma tela intitulada Impressão, Sol Levante (1872, Paris, Museu Marmottan, a qual inspira o nome ao movimento (Impressionismo), aparecendo, daí em diante, como seu líder incontestável, suscitando ao mesmo tempo polêmica e admiração, começando pelo próprio Durand-Ruel, que lhe abrirá regularmente sua galeria para a exposição de obras e lhe concederá uma confiança ilimitada e prosseguindo com o apoio de escritores igualmente eminentes, como Maupassant, Zola ou Mirbeau.
Durante a década de 1880 a coesão que havia no grupo dos impressionistas começa a se dissolver, entretanto alguns membros continuavam a trabalhar juntos ocasionalmente. Em 1883 Monet muda-se para Giverny, mas continua viajando periodicamente a Londre, Madri e Veneza, assim como a suas cidades favoritas na França. Durante as décadas de 1880 e 1890, gradualemnte começa a conquistar sucesso de crítica e ter algum retorno financeiro. Isso foi conseguido em parte graças aos esforços de Durand-Ruel que promoveu uma exibiçção dos trabalhos de Monet no início de 1883, e posteriormente organizou uma exposição reunindo vários trabalhos de impressionistas para uma grande exposição em 1886 nos Estados Unidos.
Durante esse período Monet desenvolve um estilo mais expansivo e expressivo. Sua obra “In Spring Trees by a Lake” (1888), a superfície da água parece vibrar eletricamente carregada de luz e calor. Paradoxalmente, enquanto seu estilo continua amadurecendo e sua visão atingindo uma sensibilidade cada vez maior o aspecto rigorosamente ilusionistico de suas pinturas começa a desaparecer. A forma plástica se dissolve em pigmentos coloridos, o espaço tridimensional evapora-se. Seus quadros contudo invariavelmente inspirados pelo mundo visível, crescentemente surgem como objetos que são acima de tudo pinturas e não cópias da realidade.
Nesse período Claude Monet pintou uma série de imagens da Catedral de Rouen em vários horários e pontos de vista diferentes. Vinte pinturas da catedral foram exibidas na galeria Durand-Ruel em 1895. Ele também fez uma série de pinturas de pilhas de feno. Monet gostava principalmente de pintar a natureza controlada – seu próprio jardim, seus nenúfares e sua ponte. Também pintou uma série de bancos ao longo do Sena.
Durante vinte anos, Monet atira-se a uma incansável pesquisa: tanto em Normandie como em Côte d’Azur, tanto em Londres como em Paris, se faz intérprete de um universo promissor, onde a matéria, submetida as misteriosos caprichos da luz, parece eternamente recriada, se desfaz para criar-se outra vez. Essa “ambição sobre-humana”, segundo a fórmula de Georges Clemenceau, encontrou sua expressão privilegiada nas famosas séries: a de Meules (1891), a de Peupliers (1892) e sobretudo da Catedral de Rouen, que ele expôs em 1895, e das vistas do Tâmisa, em Londres, que pintou entre 1900 e 1904. De sua estada em Venise em 1908, Monet apresenta não menos que 29 telas. Trabalha incessante para a exposição de 1901 e depois, entre 1904 e 1906, pinta 48 Ninféias. Em 1914 Monet começou uma nova grande série de pinturas de seus nenúfares, após sugestão de um amigo, o político Georges Clemenceau. Então, Clemenceu, valendo-se da amizade que tinha com Monet, convence-o a doar as telas pintadas no vasto atelier de Giverny, as quais são colocadas em duas salas subterrâneas do l’Orangerie des Tuileries, em Paris, com oito telas imensas, a maior delas com 17 metros de comprimento. Este será o último ciclo de pinturas concluídas por Monet. Porém, sua inauguração somente ocorrerá em 1927, após a morte do artista. Sua última casa, em Giverny, foi transformada em museu.
Em verdade, Monet fez à pintura o mesmo que Debussy fez à música, ou Proust, Joyceet e Pound fizeram à literatura, ou Heiddeger fez à filosofia, isto é, promoveu uma excitada explosão de uma nova aventura do espírito na conquista do infinito.
Morreu em 1926 e sobre seu caixão, Clemenceau colocou uma mortalha surpreendentemente colorida, justificando: “Nada de cores negras para Monet.”
Fontes:
Enciclopédia Atlas (em francês)
Claude Monet
http://www.cinderela.com.br/pitoresco/textos/monet/monet2.htm
Artes Plásticas
http://www.edukbr.com.br/artemanhas/monet.asp
ABC Gallery
http://www.abcgallery.com
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