Monthly Archives: agosto 2014

Clientes protestam contra fechamento da Casa da Babilônia

Clientes protestam contra fechamento da Casa da Babilônia

Nessa manhã de sexta-feira, um protesto ganha corpo em frente às portas do afamado bordel Casa da Babilônia. 

Um grupo de homens, inconformados com o fato das portas do estabelecimento estarem fechadas, e por isso serem privados dos serviços que a casa oferece, começa a gritar e fazer alvoroço.
Ouvem-se vários na gritos multidão com o mesmo pedido.

– QUEREMOS A BABILÔNIA ABERTA… QUEREMOS A BABILÔNIA ABERTA!

Eles exigem que as mulheres da casa abram as…portas (sei, eles querem que abram as portas).

Ameaçam fazer vigília em frente à casa até ter suas reivindicações atendidas. Alguns mais alterados falam em derrubar as portas da casa e entrar à força. 

Um homem anônimo até tentou acalmar os ânimos dos demais mas foi ignorado. A situação parece tensa e dura, pois até agora não houve nenhum sinal de negociações e de atendimento aos protestos.

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Beatrix Algrave Nunes para a KAP Portugal

Publicado em 29/08/1462

Entre viveiros, vasos e plantas: Os botânicos de Portugal

Entre viveiros, vasos e plantas: Os botânicos de Portugal

Apesar da procura ainda ser um tanto restrita, começou a surgir em Portugal uma preocupação maior com o aspecto das moradias e também das ruas e praças nas cidades. Uma faia aparada pode ser o toque especial que estava faltando para embelezar a sua casa, trazendo sombra e quebrando a monotonia da paisagem, e é claro deixando o clima a nossa volta bem mais agradável. Afinal, de que adianta uma bela pracinha exposta ao sol escaldante do verão, sem uma única sombra para nos abrigarmos? 

 

Existe é claro, uma variedade muito grande de plantas que podem servir a esse mesmo propósito trazendo tanto sombra quanto beleza. Entre os botânicos, as plantas mais cultivadas para ornamentação externa atualmente são as faias, bétulas e salgueiros aparados, talvez essa variedade aumente no futuro. Um simples arbusto, no entanto, já pode contribuir com a sensação de que a natureza está mais perto de você, e um canteiro de flores de cabeceira comuns pode dar a vida que faltava ao seu jardim. 

 

Para quem não dispõe de muito espaço ou mesmo não tem terreno para montar um jardim, pode é claro, apelar para uma solução mais simples e adquirir uma planta de interior comum. Um vasinho simpático já contribui para alegrar a casa e tornar o ambiente mais bucólico. 

É claro que esse pequeno luxo tem o seu preço, pois cultivar uma planta até que ela possa servir ao propósito de ornamentar leva tempo e exige muito cuidado e dedicação. Um arbusto demora até ao menos uma semana para chegar ao tamanho desejado para ser plantado no local definitivo, e uma estaca de salgueiro pode levar até trinta dias para estar pronta para ser finalmente plantada no local onde a árvore crescerá. Cada planta exige cuidados específicos que o botânico precisa ter para que ela cresça bela e saudável. Nesse percurso é claro nem sempre tudo dá certo e é comum perderem-se vasos e sementes, além do tempo empreendido. 

Levando em conta todos esses cuidados e o gasto inicial a aquisição dos viveiros e a compra de vasos (feitos por escultores), além da procura ainda reduzida, muitos consideram que ser botânico ainda não é um bom negócio. Mesmo assim, felizmente, há aqueles que já se aventuram na profissão correndo riscos e tentando fazer valer o investimento. 
Segundo declaração da dama Franccesca Ribeiro sobre a profissão de botânico está “é uma profissão um bocado ingrata temos que ter muita paciência”

Ingrata ou não, atualmente temos em Portugal nove botânicos espalhados entre os três condados. Sendo dois em Coimbra, cinco em Lisboa e dois no Porto. A dama Franccesca por sinal, já tem bastante experiência com ervas e plantas e desde janeiro mantém aberta na Praça Pública de Portugal, a loja Casa Achillea Millefolium em sociedade com sua irmã Borboleta Ribeiro, onde além de plantas e chás diversos também vendem roupas e bonecas de pano. Ela também é autora do Guia: O botânico, que pode ser encontrado na Biblioteca Portuguesa e foi usado como fonte para essa matéria. 

 

Além de uma breve conversa com a dama Franccesca sobre a profissão de botânico em Portugal, a KAP também procurou o senhor Lobo Álvares Pereira, que também destacou as dificuldades da profissão que atualmente ele considera de luxo. 

“Só para crescer uma planta no vaso do meu viveiro demora pelo menos 6 dias, com regas de 8 em 8 horas. Já perdi duas plantas por desidratação, pois tenho que regar de 8 em 8 horas e se falhar a rega elas desidratam e morrem, e os vasos também podem quebrar. É uma profissão que considero de luxo, pois só compra tais produtos quem quer embelezar a casa e sai caro produzir. Há arbustos que podem ser colocados nas cidades e outros que são exclusivos para casa. As flores de cabeceira, por exemplo, ficam excelentes nas casas. Os vasos por enquanto ainda me saem a preços excessivos pois não há argila nos mercados e quem a tem vende demasiado caro”. 

Um produto que ainda não possui uma aplicação entre os artesãos são as tinturas, que podem ser produzidas pelos botânicos com uma variedade de combinações de caules, folhas, flores e sementes. Talvez com o apelo das tinturas a profissão se torne mais rentável e atrativa para os que atualmente a praticam. 

Imagens: Guia do Botânico e Beatrix 

Beatrix Algrave para a KAP Portugal

Publicado em 22/08/1462