Depois da agradável pausa para beberem chá, as tecelãs retomaram sua labuta, foi Clotilde que insistiu para que Beatrix continuasse.
– E o tal da Agulha era bom mesmo? Como era ele, ela, vai saber? Enfim, como foram as tais aulas? – Quis saber Clotilde.
– Ele era maluco como o Gennaro? – Perguntou Laurinda.
Beatrix respondeu, enquanto ajeitava-se sentada ao chão sobre uma almofada, para retomar a cardação.
– O Grande Mestre era bem diferente do Gennaro. O que Gennaro tinha de nervoso e irritadiço, ele tinha de calmo e tranquilo, era a paz em pessoa. Mesmo assim, ele me fez trabalhar bem mais que o Maese Gennaro. E sabia ser um tanto cruel com os meus erros, sem dizer uma única palavra. É difícil de explicar, mas realmente foi muito difícil e aprendi muito com ele. Detalhe que aquilo que a Agulha não exprimia em palavras, Gennaro fazia questão de verbalizar. Tive que aturar dois mestres temperamentais, cada um a seu jeito. Mas quando eu fazia um bom trabalho era também reconhecida e recompensada.