Diário de viagem – Segunda parte

Diário de viagem – Segunda parte

E a viagem continua…

10 de Março de 1461

Assim que chegamos a Avis, cavalgamos até uma estalagem e alugamos quartos. Depois de deixar meu cavalo na estrebaria a única coisa que eu queria era mesmo um banho e uma cama. A verdade é que depois que dormi um bocado, até por volta da hora do almoço, eu já me sentia bem novamente. O Comandante Chefe não estava mais na estalagem. Informei-me e ele havia saído, provavelmente para resolver assuntos importantes. Na verdade ele já havia saído e retornado duas vezes. A primeira foi bem mais cedo, então, ele voltara e almoçara e havia saído novamente, pouco antes que eu descesse para o refeitório da estalagem. Ele havia deixado um recado, indicando que à tarde partiríamos e que eu deveria estar preparada.

Eu me senti um bocado preguiçosa, pois percebi que havia dormido demais. Afinal, por que eu me cansava tão fácil em um momento em que minha força seria tão necessária? Apesar de agora descansada, eu sentia minha cabeça doer um pouco, pensei que o motivo fosse a fome. Assim, me censurei mil vezes pela minha indisposição e pedi uma refeição.

Depois que terminei de comer, sai com meu cavalo e cavalguei até o Quartel do ERP na cidade, pois imaginei que talvez o Comandante Chefe tivesse ido até lá. De fato ele passara mais cedo, mas já havia deixado o Quartel, para tomar providências referentes à nossa imediata partida para Crato. Eu já ia retornar à estalagem quando fui recebida pelo Subcomandante Regional de Lisboa, que estava naquele momento responsável interinamente pelo regimento de Avis, na ausência do Comandante Local. O Tenente General Mateus Ecker era também o prefeito da cidade de Avis.

Recebi um convite para tomar chá, e por gentileza acabei aceitando. Afinal, o Subcomandante Regional de Lisboa sempre foi uma excelente pessoa, que muito colaborou com Montemor, quando lá esteve. Em nome da amizade e gentileza achei por bem aceitar.

O chá estava ótimo, e foi uma conversa muito agradável. Infelizmente, o horário da partida se aproximava e eu não podia me demorar. Disse isso a ele e prometi que no retorno da missão, quando passasse por Avis, tomaríamos chá, e talvez, quem sabe, ele me apresentaria sua noiva, a Dama Allya, de quem eu ouvira falar muito bem.  Desejei felicidades aos noivos e à família do senhor Mateus, e deixei o Quartel do ERP em Avis. Felizmente cheguei a tempo de fazer todos os preparativos para a partida e fiquei apenas no aguardo do retorno do Comandante Chefe Philippus, que não tardou a chegar.

Assim, naquela tarde deixamos Avis, rumo à cidade do Crato, onde encontraríamos outros militares que se preparavam para a guerra.

Dia 11 de Março de 1461

A viagem mais uma vez foi tranquila e silenciosa, sem ameaças de bandoleiros nem nada do tipo. Talvez intimidados pelas nossas armaduras e as armas que ostentávamos, os criminosos percebiam que não seria uma boa ideia fazer um ataque.

Ao avistarmos a cidade do Crato, dessa vez o que chamou minha atenção foi a interessante ponte antiga, herança dos romanos, tão sólida e bem conservada. Também havia curiosos monumentos antigos, cujo significado me escapava.

Chegamos a Crato perto da hora do almoço. Estranhamente estava sem apetite, mas comi mesmo assim. Ficaríamos na cidade aguardando novas orientações sobre quando partiríamos rumo à Castela. Então, tive folga por todo o dia. Aproveitei para descansar um pouco, e à noite, fui a taverna onde encontrei alguns conhecidos. Tive o prazer de rever a Dama Nicole, ela me apresentou seu namorado, o Senhor Spot, e comentou sobre os cuidados que eu deveria tomar, ao cavalgar por Crato, pois ela havia sofrido um acidente recentemente, por não conhecer tão bem, o terreno acidentado. Felizmente, não fora nada grave, um pouco de repouso, e o carinho e o cuidado do amado foram suficientes para ela se recuperar.

Prometi tomar cuidado também e não me deixar enredar em caminhos traiçoeiros com meu cavalo, até porque não contaria com um acompanhamento médico tão perfeito assim.

Na taverna também estava o Comandante Local de Santarém, o mestre-de-campo J.ames, que nos contou como foi sua viagem até Crato. Ele assim como os militares presentes, estavam ansiosos por novidades. O que mais se falava era sobre uma misteriosa doença que começava a afetar muitas pessoas em Portugal, e que infelizmente já chegara a Crato. Comentei com o senhor J.ames que na volta, quando passasse por Montemor, poderia ficar hospedado em nosso quartel do Forte da Torre, pois agora havia um dormitório para militares visitantes. Comentei sobre a cidade de Montemor, e como era agradável as noites na taverna de lá, e das nossas iguarias da culinária. Ele se interessou particularmente pela torta toucinho do céu, e prometi que quando fosse por lá, que enviaria uma torta, feita por minha amiga Laurinda, que tem um verdadeiro dom para a culinária.

Terminada a noite tão agradável, fui recolher-me ao acampamento. Estava perfeitamente sóbria, pois havia bebido pouco essa noite, mas é fato que me sentia bastante cansada.

Dia 12 de Março de 1461

No dia seguinte, dormi mais do que o esperado. Não quis tomar café e também não quis almoçar, ou melhor, não consegui. Tentei comer um pão, e vomitei. Achei melhor voltar a me deitar, que talvez ainda fosse o cansaço da viagem. Antes de me recolher, ainda tomei um chá. Infelizmente, o chá não adiantou muito, eu estava me sentindo fraca, indisposta e sentia a dor irradiando por todo o meu organismo.

doente

Na cidade já corriam boatos sobre a nova doença, e eu pedi que o Comandante Chefe não ficasse próximo a mim, pois a doença era contagiosa. Infelizmente, já era tarde para ele, pois na manhã seguinte ele estava tão doente quanto eu.

O senhor Spot veio nos ver, mas infelizmente ele não trazia seus apetrechos para preparo de poções e sugeriu apenas algumas recomendações que deveríamos tomar quanto ao nosso estado. Na verdade não havia cura para nossa doença, mas os médicos de todo o reino estavam trabalhando nisso. Contudo, os sintomas poderiam ser aliviados adotando-se uma alimentação adequada. Entre quatro a cinco dias, os sintomas desapareceriam, mas isso não significava que estaríamos curados, pois isso era apenas o ciclo da doença que ainda estaria incubada. Agradeci os conselhos e orientações e procurei repousar para me restabelecer dos sintomas. A única comida que me parava no estômago era o pão de milho na taverna.

Enquanto isso, esperávamos as ordens do Rei de Portugal sobre a nossa participação na guerra. Outros militares chegavam à cidade com o mesmo propósito que nós, e também estavam ali aguardando ordens reais. Montamos acampamento com os demais e aguardamos.

Sem dúvida foi agradável, apesar dos pesares, conhecer outros companheiros de armas, e rever amigos e conhecidos. Nessas horas a camaradagem entre os militares ajuda a passar o tempo, quando se tem inevitavelmente que esperar.

Apesar das dores, não fiquei acamada. Acordava cedo e ia respirar o ar da manhã com meu cavalo, Desheret, sempre tomando cuidado ao cavalgar, para não me acontecer o mesmo que a Dama Nicole. Esse ar da manhã me fazia bem, e diminuía as náuseas.

Boa alimentação e repouso me fez bem, e aos poucos fui melhorando dos sintomas.

Então, chegaram novas notícias sobre a guerra, aparentemente havia uma trégua.

Consegui a custo ter acesso a um jornal de Aragão, que dava informações incertas. Contudo após aguardarmos quatro dias na cidade de Crato, não havia nenhuma outra informação a respeito. Consegui esse jornal, graças a uns contatos, que também me fizeram o favor de conseguir um encordoamento de alaúde que eu tanto precisava e uns presentinhos que havia prometido a amigos e parentes. Nada melhor que ter amigos na praça, ou em várias delas.

Aragón (KAP) – Conflicto Aragón-Castilla (V) – ¿Fin del conflicto?

Semanas después de que se iniciara el conflicto entre Aragón-Castilla, aún no ha sido dado por finalizado de forma oficial. Aún así, los movimientos del ejército “Cierra Aragón” que desembarcó a finales de febrero en el puerto natural cercano a Burgos, parecen indicar si no una retirada, al menos una tregua.

El primer día de marzo del 1461, la Asamblea Episcopal Hispánica hizo público un comunicado en referencia al conflicto aragocastellano. En dicho comunicado hacían saber que “La Asamblea Episcopal Hispánica, máxima autoridad eclesiástica en tierras ibéricas por delegación de Su Santidad el Papa, desautoriza y condena las incursiones armadas llevadas a cabo en Castilla por las tropas aragonesas”. Además de abogar por el fin del conflicto, hacia saber que “todo aquel que usurpe la autoridad del Romano Pontífice, del Sacro Colegio Cardenalicio y del resto de autoridades eclesiásticas de forma reiterada y en beneficio propio, se expone a ser juzgado por los tribunales competentes, pudiendo ser excomulgado y desterrado de la comunidad de fieles.”

Ni el Gobierno aragonés, ni el Heraldo de los patricios han vuelto a hacer declaraciones oficiales al respecto.

Movimientos del ejército “Cierra Aragón” por tierras castellanas:

Elaboración: Ferrante Álvarez de Toledo

Detalle del mapa:
http://imageshack.us/a/img21/3509/guerrakap2.png

Tras pasar por Burgos, Aranda del Duero y Osma sin atacar ninguna ciudad, a día 10 de marzo, se puede confirmar que el ejército se encuentra ante las puertas de la ciudad aragonesa de Calatayud. En la madrugada de este mismo día, justo antes de llegar a Calatayud por el camino oeste que conecta el Reino de Aragón con territorio castellano, el ejército de bandera beranesa entró en combate con el grupo de civiles formado porErikdeviborg Pinatell. El primero de nacionalidad aragonesa y el segundo castellano.

Por otro lado, sin confirmación pública por parte del Gobierno de Aragón, podría haber indicios de una posible intrusión de un ejército de Caspe en territorio aragonés. A este respecto, el 9 de marzo, en el Informe del Gobierno de la Generalitat de Cataluña, se indicaba que:

“Se ha contactado diplomáticamente a Aragón, para dejar constancia de que los movimientos del ejército de Caspe no fueron ni consultados ni advertidos al Gobierno, no contando así con el apoyo del resto del Principado de Cataluña. Cataluña no desea una guerra con el Reino vecino de Aragón.

Adicionalmente, se convocó a los dirigentes de Caspe a una reunión para pedir explicaciones y resolver esta engorrosa situación. Al mismo tiempo, se decidió inicialmente como medida de sanción, no comprar ni vender productos a Caspe, hasta se aclare la situación y se busque una salida pacífica ante tan grave problema internacional.”

Sin confirmaciones oficiales de los respectivos diplomáticos, las relaciones entre los distintos Reinos hispanos comienzan a ser cada vez más tensas. Cataluña tendría dos posibles frentes abiertos, uno con Aragón y otro con Valencia, lo que se sumarían a los ya conocidos problemas internos.

Aragón por su parte, se encuentra con el frente castellano aún abierto y por el este, con un posible enfrentamiento catalán.

En este clima convulso no es de extrañar que comiencen a surgir alianzas.

Ruht, para la KAP

No quinto dia, recebi ordem para retornar. Eu já não apresentava mais sintoma algum e por isso a viagem foi bem tranquila. O Comandante Chefe Philippus ainda se achava vítima dos sintomas debilitantes da doença, mas depois que deixamos Avis, ele já se sentia melhor.

Assim, tomamos novamente à estrada rumo a Montemor, sem grandes novidades e sem grandes histórias para contar. De novidades mesmo, apenas uns presentes que comprei para meus amigos que deixei em Montemor, e a esperança que a maldita doença não mais voltasse a me importunar.

Comments are closed.