Pequena nota de jornal

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Procura-se Nathan Adler (desesperadamente). Paga-se bem pela informação.

Nathan era um bom detetive, é verdade, não era nenhum Sherlock Holmes ou Poirot mas tinha talento, muito mais que inteligência ele era instinto, puro instinto, mas nada de ordem e método. Isso não era mesmo com ele. Prova disso é o diário que ele deixou. Tem até um papel de bala. Quem ele estava caçando afinal? M o Vampiro de Dusseldorf? Nathan, você devia ter usado mais a cabeça, cara.

Fecho o diário e ponho de volta na gaveta. Sento na cadeira e fico tamborilando os dedos sobre a mesa, então acendo um cigarro e me levanto. Olho a parede à minha frente e caminho até ela. Está suja e com restos de cola. Mania que ele tinha de colar o calendario da Pirelle na parede. Bom, ele não virava mesmo as folhas, mas isso é coisa de borracharia, não de escritório de detetive do governo. Aliso os pedaços de papel e cola que pendem da parede. Ainda há um pedaço de papel exibindo uma parte do seio de uma garota. Vejo a aureola escura do mamilo e não consigo identificar se é o direito ou o esquerdo. Mal sabia eu que em breve também faria parte da decoração daquela parede. Acho que quem me encontrou depois teve a mesma dificuldade que eu tive com a garota.

História janeiro 29th 2010