Welcome to the Eighties

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A tecnologia já se faz cada vez mais próxima e presente na vida das pessoas, mas não tem ainda o caráter invasivo-onipresente que possui nos dias de hoje. O clima político reflete as tensões da guerra fria e as incertezas da economia mundial que começa a adotar os principios do neoliberalismo e inicia o processo que ficaria conhecido por nós como globalização.
A crise do petróleo provoca recessão e inflação no primeiro mundo, por outro lado o processo da automação, robotização e terceirização aumentam a produtividade da industria mas reduzem a necessidade de mão de obra, causando desemprego.

Essa postura “laissez-faire” do novo estado “liberal” em relação à economia vai cada vez mais afastando a visão do “welfare state” e dando asas a especuladores financeiros que lucraram até não poder mais, fazendo surgir os jovens yuppies, com seus ternos caros de grife, carros enormes e telefones sem-fio-tijolões, sonhando ganhar o primeiro milhão antes dos trinta anos. Essa também foi uma época de excessos…
Alguns conseguem seu primeiro milhão não com especulação financeira, mas com cocaína. Não falei que era uma década de excessos?
Pois bem, além da “Guerra Fria”, também havia essa outra guerra, bem quente, ela ainda não acabou, mas não preciso dizer quem anda perdendo as batalhas.

Na Inglaterra, Margareth Thatcher implantava sua política neoliberal a mão de ferro. Nos Estados Unidos o presidente Reagan segue com a política armamentista. O anúncio do projeto Guerra nas Estrelas e o aumento no contingente de armas nucleares, deixam o cenário político internacional cada vez mais tenso.

“Quem não é a nosso favor é contra nos”, diria Bush tempos depois, mas para muitos essa era há muito tempo, a visão dos Estados Unidos, que demonstrava conceber o mundo de maneira dualista e maniqueista. “Ou está com o bloco capitalista em defesa da democracia ou está contra nós, com os comunistas”.
Parecia mais fácil conceber um mundo assim, tudo preto-no-branco, até hoje as pessoas tem dificuldade com os tons de cinza.

No Brasil surge um clima de esperança pelo fim da ditadura militar, mas o que permanece ainda mais forte é a sensação de incerteza pelos diversos planos econômicos frustrados que se seguiriram e falhariam em conter o tal “dragão da inflação”. O tal dragão é que sempre acabava levando a melhor, e quem terminava a história sempre com a lança enfiada no, bem…é melhor esquecer…,era o povo.

O cenário para os jovens é de desesperança quanto ao futuro e de descrédito no presente.
Esse é o horizonte que vislumbra a chamada “geração perdida”. No cenário musical, a tal “geração perdida” mostrava contestação e desesperança, idealismo e mercantilização.

“Nos anos 60 acreditávamos que nossa música ía mudar o mundo, na década de 70 descobrimos que isso não era possível, e nos anos 80 aprendemos que poderíamos embalar isso e vender.”

Garotos espertos…

Essa não é uma aula de história, é só um exercício de reminescência…É sobre algo que aconteceu mas não comigo. Se foi tudo mesmo assim ou não, agora não sei mais.
História janeiro 29th 2010