Welcome to the Eighties
Comentários desativados em Welcome to the EightiesA crise do petróleo provoca recessão e inflação no primeiro mundo, por outro lado o processo da automação, robotização e terceirização aumentam a produtividade da industria mas reduzem a necessidade de mão de obra, causando desemprego.
Essa postura “laissez-faire” do novo estado “liberal” em relação à economia vai cada vez mais afastando a visão do “welfare state” e dando asas a especuladores financeiros que lucraram até não poder mais, fazendo surgir os jovens yuppies, com seus ternos caros de grife, carros enormes e telefones sem-fio-tijolões, sonhando ganhar o primeiro milhão antes dos trinta anos. Essa também foi uma época de excessos…
Alguns conseguem seu primeiro milhão não com especulação financeira, mas com cocaína. Não falei que era uma década de excessos?
Pois bem, além da “Guerra Fria”, também havia essa outra guerra, bem quente, ela ainda não acabou, mas não preciso dizer quem anda perdendo as batalhas.
“Quem não é a nosso favor é contra nos”, diria Bush tempos depois, mas para muitos essa era há muito tempo, a visão dos Estados Unidos, que demonstrava conceber o mundo de maneira dualista e maniqueista. “Ou está com o bloco capitalista em defesa da democracia ou está contra nós, com os comunistas”.
Parecia mais fácil conceber um mundo assim, tudo preto-no-branco, até hoje as pessoas tem dificuldade com os tons de cinza.
O cenário para os jovens é de desesperança quanto ao futuro e de descrédito no presente.
Esse é o horizonte que vislumbra a chamada “geração perdida”. No cenário musical, a tal “geração perdida” mostrava contestação e desesperança, idealismo e mercantilização.
“Nos anos 60 acreditávamos que nossa música ía mudar o mundo, na década de 70 descobrimos que isso não era possível, e nos anos 80 aprendemos que poderíamos embalar isso e vender.”
Garotos espertos…